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CULTIVANDO SUSTENTABILIDADE
O Grupo Ecohealth Sustentabilidade está completando 20 anos de atividades, que ajudam a transformar, para melhor, a cidade de Ribeirão Preto. A Revista Mais ouviu o diretor da empresa, Miguel Porto Neto, que falou sobre a trajetória do grupo e o processo de trabalho da Ecohealth em favor da sustentabilidade.
Formado em biomedicina e MBA em Gestão Empresarial, Miguel iniciou as atividades atuando como gestor de negócios em empresas voltadas ao mercado diagnóstico. Numa empresa francesa, foi responsável comercial por uma região que ia do Rio Grande do Sul, passando pelo interior de São Paulo, até o Tocantins.
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“Pude perceber as diferen- ças nos estilos de gestão do mercado de saúde em diferentes regiões, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste,e como poderia agregar boas práticas, então, a primeira ideia era trabalhar com gestão empresarial voltada pra saúde”, explicou.
Experiência no Governo Estadual
Ao mesmo tempo em que formatava esse projeto, Miguel foi convidado para trabalhar na Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo, onde iniciou em 2007 um período de quatro anos. No primeiro ano, ele atuou como assessor técnico de gabinete e, a partir do segundo, passou a exercer a função de diretor fi nanceiro e administrativo da Fundação Florestal, responsável todos os parques e fl orestas
Assista esta e outras entrevistas em nosso canal do youtube das unidades de conservação, incluindo áreas como Ilhabela, toda Serra do Mar e aqui em nossa região a Mata de Santa Tereza em Ribeirão Preto, o Parque da Vassunungae m Porto Ferreira e o Horto de Batatais.
“No primeiro ano, tive uma visão ampla do que era a agenda ambiental do Estado de São Paulo, que inclui unidades como Cetesb, Fundação Florestal, Instituto de Geologia, Instituto de Botânica, Coordenadoria de Planejamento Ambiental e Coordenadoria de Educação Ambiental. No segundo ano, participei de projetos estratégicos, como aelaboração do guia de bolso dos parques e unidades do Estado”, acrescentou. “Tive uma visão ampla do que era a agenda ambiental do Estado de São Paulo, que inclui unidades como Cetesb, Fundação Florestal,

Institutos de Geologia e Botânica, bem como Coordenadorias de Planejamento e Educação Ambiental, entre outras. No terceiro e no quarto ano, participei de projetos estratégicos, e o principal foi o “Município VerdeAzul”, que promovia a descentralização ambiental do estado para todos os 645 municípios. Este projeto me proporcionou grande capilaridade em todo estado”, acrescentou.
Investimento para melhorar a saúde

Toda essa experiência o levou a se apaixonar pelo tema sustentabilidade. Ao mesmo tempo, ele acabou cursando pós-graduação em
Gestão Pública, onde aprofundou seus estudos sobre na área.
“No meu trabalho de conclusão de curso, propus que para cada real investido em meio ambiente, podemos economizar até quatro reais em saúde pública. Foi quando resolvi uniros dois temas, Saúde, minha área de formação, e Meio Ambiente, tema ao qual me dedico hoje”, continuou. Para Miguel, melhorar as condições de saneamento básico, água e esgoto, descarte de resíduos e cobertura vegetal, signifi ca fomentar a melhoria da qualidade ambiental, que vai refl etir diretamente na saúde pública.
“Podemos reduzir o número de vetores, como o mosquito da dengue, por exemplo, que surge a partir de criadouros gerados pela deposição irregular de diversos resíduos, tais como lixo e latas em terrenos baldios ou abertos”, explicou.
Soluções em resíduos de construção civil
Segundo Miguel, após deixar o governo do estado de São Paulo, seu primeiro projeto era a queima de resíduos (lixo) para geração de energia (WTE), contudo, ao analisar a legislação vigente no país e sobretudo a carência de soluções para o resíduo de construção civil, optou por mergulhar neste tema.
Por isto, hoje a Ecohealth trabalha em soluções para resíduos da construção civil, uma demanda muito atual dos municípios, uma vez que, visto apenas como “lixo” o entulho tem uma destinação muito cara, por ser pesado e volumoso. Mas a boa notícia é que ele pode ser 100% reciclado e reaproveitado.
O Grupo Ecohealth é composto por quatro empresas. A Ecohealth Consultoria Ambiental contribui com planos de gerenciamento, processos de licenciamento ambiental e projetos de estruturação de sustentabilidade em empresas.

Já a empresa de Engenharia e Meio Ambiente realiza a gestão de aterros de inertes - áreas licenciadas de destinação fi nal dos resíduos de construção civil, que dão ao gerador tranquilidade quanto à destinação correta de seus resíduos.

“Fazemos a separação dos resíduos de construção civil, devolvendo os recicláveis para a cadeia produtiva e processando para reuso ou aterrando os resíduos inertes”, disse.
A Ecohealth Locações e Logística é o braço do grupo que administra as caçambas e os caminhões de transporte do entulho.
A quarta frente de trabalho é a Ecohealth Projetos, que ainda está em desenvolvimento, e tem como objetivo valorizar pessoas, por meio de projetos voltados ao esporte, como meio de inclusão social e de fomento socioambiental, e também da geração de conteúdo voltado para sustentabilidade por meio de plataformas de Streaming.
Economia circular
Ele lembrou que o entulho, composto por tudo que sai de uma obra de construção ou de demolição, é dividido nas classes A e B.
A Classe A é o material inerte, como pedra, cal, tijolo, concreto e cerâmica. Sua destinação correta é a reciclagem, por meio da britagem, peneiramento e devolução para a cadeia produtiva, em forma de brita ou areia, ou o aterramento em aterros licenciados.
A Classe B é formada pelos recicláveis, que passam por processo de triagem e são devolvidos para a cadeia produtiva. São itens como plástico, papel, papelão, metal, madeira e gesso.
O plástico é devolvido para a indústria de polietileno, o papel volta para a indústria de papel e celulose, a madeira vira combustível para usinas de geração de energia a vapor, o metal volta como sucata para a indústria da siderurgia e o gesso também volta para a indústria. Esse processo caracteri- za a economia circular dos resíduos, em suas diferentes classes.
“As classes C e D são compostas por lixo, inservíveis e volumosos, aquilo que não pode ser deixado na área de aterro e nem reciclado, e acabaindo para o aterro sanitário”, complementou.
“As classes C e D são compostas por lixo, inservíveis e volumosos, aquilo que não pode ser deixado na área de aterro e nem reciclado, e acaba indo para aterros sanitários ou especiais”, completou.
O diretor da Ecohealth ressaltou a satisfação de participar ativamente da evolução e transformação de Ribeirão Preto nesses 20 anos de atividades.




A marca do grupo pode ser encontrada em diferentes obras espalhadas pela cidade, como a gestão e a destinação correta de todos os resíduos provenientes da demolição da antiga cervejaria Antarctica, 100% da gestão integral dos resíduos de construção civil gerados na construção do bairro Jardim Cristo Redentor, grande parte dos resíduos gerados nas obras das faixas de ônibus do projeto de mobilidade da cidade, e também das grandes edifi cações do Jardim Olhos D’Água, entre outras.
O conceito de sustentabilidade foi cons- truído sobre três pilares. Para ser sustentável, é preciso ser 1) economicamente viável, 2) ambientalmente correto e 3) socialmente justo.
Um outro conceito, uma espécie de evolução da sustentabilidade, é o ESG, que agrega o ambientalmente correto eo socialmente justo à uma governança amplamente adequada.
“Não é só o aspecto econômico, mas de compliance das empresas, ganho social, responsabilidade fi scal. Então, a sustentabilidade e o ESG andam juntos, certamente para fazer desse mundo um lugar melhor pra se viver”, disse Miguel Porto Neto, diretor do Grupo Ecohealth Sustentabilidade.
Ele explicou que a sustentabilidade pode ser aplicada em todos os ramos de negócio, da confecção ao frigorífi co, da ofi cina mecânica à loja de móveis.
É um conceito que pode ser aplicado, por exemplo, com a redução da geração de resíduos, fazendo a reciclagem e o reuso de materiais.
“Podemos ser ambientalmente corretos até antes de montar uma empresa, com a emissão correta de suas licenças de funcionamento e a pesquisa preliminar da viabilidade econômica, social e ambiental. Isso tudo começa no planejamento”, ressaltou.

Se for seguir ao pé da letra, a locação é para entulho da construção civil, mas 80% da população não pensa desse jeito. Se você colocar uma caçamba na sua casa pra entulho, no outro dia vai ter lixo, sofá, vira uma caçamba coletiva. Não tem como controlar, o cliente vai colocar entulho, mas o vizinho vai lá de noite e joga lixo, ele vai pagar por algo que não foi ele quem gerou. “Nós damos o destino fi nal para o entulho, porque temos licença para aterrar. População já esta um pouco mais consciente da reciclagem, separando em casa, e isso é o futuro. Hoje da Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem mais experiencia sobre o resíduo de construção civil da cidade, e a prefeitura tem tido boa iniciativa com a implantação dos ecopontos para o entulho social, e isto facilita muito, todo mundo cresceu muito em resíduos da construção civil, hoje tem maquinário adequado, área licenciada e a tendencia é ter cada vez mais regularidade e organização.”






