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Flávia Alvim

Flávia Alvim

Rio Novo/MG

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Amando-se que se ama

Um dos mandamentos sagrados do cristianismo é “amar o seu próximo como a si mesmo”. Quando leio esta máxima, penso que o amor-próprio é à base do amor ao semelhante. Daí, percebo que para amar a si mesmo é necessário descobrir-se ou, como diria Sócrates sobre a pena de Platão, conhecer a si próprio. Mas, para ter autoconhecimento de si mesmo é preciso enfrentar a solidão. Ficar só durante um tempo... Coisa dificílima nos dias atuais. Você pode estar só em sua casa ou em seu apartamento, mas, por meio das redes sociais, conecta-se a superficialidade complexa de uma relação intersubjetiva. Você entra não na atmosfera sensível, face a face, mas digital, virtual, artificial. Então, conhecer a si próprio com o uso frequente da rede social é um tremendo vacilo! Até porque, estar só é encontrar-se em sua própria companhia. É você mesmo ter um diálogo consigo. Aventurar-se em seus gostos e desgostos. Desvelar as belezas e as feiuras de sua própria condição humana. É aceitar-se do jeito que és; orgulhando-se da pessoa que é. Amando-se em suas qualidades e em seus defeitos. Descortinando as janelas da alma para embelezar os horizontes diurnos e noturnos.

O amor é uma construção contínua, assim como o autoconhecimento. A cada dia, o amor vai preenchendo lacunas, que antes eram transferidas para o outro. O semelhante, o outro, o próximo não tem a obrigação de nos carregar. Ele pode até suportar; o que não o obriga a se responsabilizar pelo amor-próprio. Não! Cada humano tem um fardo ou uma cruz, que é fruto da incessante capacidade de escolher a todo o momento. Aprender amar-se é o segredo para amar o outro, sem sobrecarregá-lo com as obrigações de suprir necessidades subjetivas, que pertencem a nós mesmos. O amor-próprio é o espelho que reflete a nossa capacidade de amar o outro, o semelhante e o próximo.

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