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fotografia e linguagem

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A produção de “Sombra” esteve desde o começo muito esperançosa, tendo em vista a capacidade de retomada mais breve das atividades presenciais, e a queda de casos de coronavírus no Estado de São Paulo (e do aumento de vacinados completa ou parcialmente). O segmento de planejamento da série passou a surgir depois da possibilidade de gravar toda a websérie da forma normal ao imaginado após um baque tão grande. Todos os integrantes foram completamente vacinados e testados nas duas gravações.

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Para “Sombra” , a principal preocupação da direção de fotografia era de como conseguir passar o sentimento de apreensão e tensão do ambiente tóxico onde Luisa estaria inserida em toda a trama. O primeiro aspecto pensado foi o de manter a gravação na maioria dos takes em steadicam, que pudesse “acompanhar” a personagem de perto e transmitir a sua sensação de perseguição durante todo o episódio.

Jennifer Van Sijll, em seu livro “Narrativa Cinematográfica” , refere a prática do uso da steadicam como:

Introduzida na década de 1970 [...] A steadicam tira a câmera do tripé fixo e lhe dá a autonomia de uma câmera de mão. No entanto, seu mecanismo de estabilização suaviza a instabilidade da câmera na mão… [...] A capacidade que a steadicam tem de entrar e sair dos lugares e, em seguida, girar subitamente para fazer um plano geral também foi explorada em filmes de terror como O Iluminado e a série Halloween. (SJILL, p.230, 2005)

Grande parte da movimentação da câmera com o uso da steadicam se deu de forma a seguir a personagem, causando uma sensação de claustrofobia, quase também como o ponto de vista de um antagonista. No mesmo livro, Sijll vai definir o uso do ponto de vista como o responsável por “apresentar a visão subjetiva de determinado personagem. ” (p.194), e explica essa posição de câmera como causadora de certo suspense:

Os planos de PV (Ponto de Vista) dão ao público uma sensação de intimidade exagerada com o personagem. Isso se traduz em empatia quando o PV pertence ao protagonista, e frequentemente em medo quando pertence ao antagonista. (SIJLL, p.194, 2005)

Figuras 3 e 4: Stills do filme “Halloween” (1978, John Carpenter)

Ainda com a steadicam, o uso de planos over-the-shoulder (acima dos ombros) foram utilizados na dinâmica de conversa de alguns dos personagens, Sijll define esse tipo de plano como “usado principalmente para sugerir tensão, intimidade. desejo, ódio, confinamento ou conspiração” (p.192). Já para os takes com câmera fixa, foram muito explorados os planos conjuntos e gerais, incluindo os personagens na cena ou inseridos para especificar melhor o local onde estavam se passando as ações. Além destes, o plano médio para enquadrar somente a personagem principal ou personagens em destaque.

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