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Comunidades Tradicionais

Tradições que encantam

Tradições que encantam

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DEPOIS DE MUITOS ANOS DE ESTUDOS, conhecimentos antropológicos, considerações ao uso do solo e extração de recursos naturais, definições de direitos e deveres e, principalmente, o entendimento da relevância das culturas tradicionais, hoje temos um quadro favorável, além de um amadurecimento na continuação e preservação dos hábitos e costumes dos núcleos onde residem os antigos moradores locais, caiçaras, quilombolas e indígenas. Esses, além de terem garantias quanto ao seu futuro, geram importante fonte de renda ao município nas áreas educativas e turísticas. Vale ressaltar que tal amadurecimento foi conquistado com muito suor nas várias tentativas de conciliar conflitos existentes há décadas, como a exploração imobiliária, a preservação ambiental, os costumes migratórios indígenas, as atividades extrativistas e a pesca predatória. Colocando tudo isso em um caldeirão de interesses, chegou-se a um consenso definitivo onde todos saíram ganhando, principalmente os que vão às essas localidades e podem desfrutar de dias diferenciados e ricos em conhecimento. Cananéia é um grande laboratório dessas experiências descritas acima, pois conseguiu fazer com que todos os conflitos fossem atenuados e as afinidades e interesses fossem consolidados, sendo desta forma um local que se transformou em um grande berço de atividades antropológicas e viu o seu turismo ecológico e educativo aumentar de forma significativa. Na parte seguinte mencionaremos algumas comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras estabelecidas.

Aldeias indígenas

AS TRÊS ALDEIAS INDÍGENAS Que encontramos em Cananeia são de origem Guarani M’Bya. Também conhecidos como embiás, os M’Bya fazem parte do povo guarani e povoam o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai. De cultura riquíssima, preservam rituais muito bonitos e fundamentais para a continuidade nas próximas gerações, como: o Batismo das Crianças, momento em que elas recebem seus nomes indígenas; Batismo das Ervas, para fortalecer os laços espirituais; o Natal; e o Ano Novo que é comemorado no mês de agosto. Seu Deus se chama Nhanderu e o arauto está na figura do Pajé que transmite os conhecimentos espirituais e medicinais, e a “Lei da Natureza” que preconiza a preservação e o respeito, para toda a tribo. Acreditam nos significados dos sonhos; extraem da natureza o sustento; têm o milho e a mandioca como seus principais produtos agrícolas; fazem lindos trabalhos artesanais com cabaças, penas, sementes, madeira e outros que possuem significados sagrados como o chocalho. Já o Turismo Educativo e o Turismo Ecológico estão proporcionando experiências ímpares, tanto para os próprios índios, tanto para os Juruás, assim chamados os não índios. São elas:

Aldeia Takuary-Ty Onde: Bairro Acaraú. Pakuri-ty Onde: Ilha do Cardoso. Tapy-i Onde: Bairro de Rio Branco.

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Quilombo do Mandira

ESTABELECIDOS AQUI DEDE 1868, hoje, moram 24 famílias, com cerca de 100 pessoas e sua área compreende 1.200 hectares. Sua história remete a Francisco Mandira que recebeu o Sítio Mandira como doação, no século XIX. Sabe-se que Francisco era filho de Antônio Florêncio de Andrade e uma escrava. Segundo consta, a doadora das terras foi sua meia irmã Celestina Benícia de Andrade. As principais atividades são a pesca, o artesanato, o ecoturismo, a extração de caranguejo e o cultivo de ostras. Aqui, podemos conhecer a Casa de Farinha, local de fabrico da farinha de mandioca, ingrediente fundamental da gastronomia dos índios e dos caiçaras. Outros atrativos são as festas como a Festa de Santo Antônio, a Festa da Ostra de

Mandira e a Festa Unidos Pela Cana, além da cachoeira do Mandira. A ostra de Cananeia, considerada por grandes chefs da cozinha internacional, como a mais saborosa do país, tem aqui no Quilombo um dos melhores pontos para sua degustação. É daqui também que sai o passeio de barco para se conhecer o local onde elas são mantidas, após colhidas no meio do mangue, para se desenvolverem e estarem prontas para o consumo na época certa. Passeio obrigatório para quem visita a cidade, não só para comer a melhor ostra do Brasil, direto do produtor, mas se enriquecer com a cultura quilombolo. Onde: Estrada Municipal Colônia da Santa Mandira, 2.

Comunidades Caiçaras

O povo caiçara é o resultado da mistura de índios, europeus e negros. Essa brava gente se destaca em seus hábitos peculiares, nos solos arenosos e muitas vezes pobres, além da intimidade que tem com o mar. São denominados “caiçaras” os que se fixaram no litoral dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Apesar de a colonização brasileira ter começado pelo litoral, as condições climáticas eram obstáculos quase que insuperáveis pela falta de estrutura e abrigos locais. Foi preciso muita determinação e adaptação para que pudessem superar todos os infortúnios. Para tal superação ser alcançada, os conhecimentos ancestrais de índios, negros e europeus conseguiram, aos poucos, criar harmonia e um desenvolvimento econômico e social razoável, que favoreceu o estabelecimento definitivo na região. A cultura caiçara está impregnada em muitas vertentes sociais, tais como no linguajar, na gastronomia, no modo de pesca, nos produtos agrícolas, na arquitetura e na religiosidade. Com o passar dos anos, o aumento de pessoas de outras culturas, a especulação imobiliária e a evolução social, fizeram com que as legítimas comunidades caiçaras se espremessem em recantos onde ainda podem viver como no passado, salvo o uso de tecnologias fundamentais indispensáveis para os ajustes evolutivos. Cananéia abriga a maior parte dessas comunidades, principalmente na Ilha do Cardoso que, na qualidade de Parque Estadual, conseguiu preservar o ambiente natural dos caiçaras. Nessas comunidades temos a oportunidade de nos hospedarmos e passarmos dias vivenciando sua cultura singular e entendendo suas dificuldades e crenças. Todas as comunidades estão localizadas na Ilha do Cardoso:

Tradicional corrida de canoas que acontece todos os anos

Tarrafa caiçara

Comunidade do Marujá Vila Rápida Enseada da Baleia Pontal de Leste Camboriú Foles Pereirinha Itacuruçá

Pescadores artesanais se espalham pelo grandioso Lagamar