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Fauna

Caxinguelê

TATYANA ANDRADE

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Tatu-canastra Jaguatirica

AQUI ESTÁ ABRIGADO O MICO-LEÃO-DE-CARA-PRETA, espécie endêmica da mata Atlântica, que corre sério risco de extinção. Outros animais compõem o cenário paradisíaco da região, na qual se encontram o jacaré-do-papo-amarelo, o bugio, o morcego, o mono-carvoeiro, a cuíca-d’água, o veado mateiro, a lontra, a paca e a cobra d’água, entre outros. Já a fauna marinha é repleta de espécies muito conhecidas por nós, tais como a tainha, o robalo, a anchova, o cação, o sargento, o linguado, o namorado, a garoupa, a pescada, o pargo e a sardinha. Além deles, podemos encontrar também a baleia jubarte, o golfinho-bico-de-garrafa, o pinguim, a tartaruga-cabeçuda, a tartaruga-verde, a tartaruga-de-pente, a tartaruga-oliva, a tartaruga-de-couro, as águas-vivas, as caravelas, as ostras, os camarões e os caranguejos. No caso dos pescados,

Macaco-prego

Veado

TATYANA ANDRADE

Caranguejo

é importante respeitar as épocas do defeso, que cumpre seu papel na preservação das espécies marinhas, conservando-as para que tamanho espetáculo nunca acabe.

Macacos bugio e monocarvoeiro – barulhentos e bagunceiros, tais macacos encontram farta alimentação e ambientes propícios para a reprodução. Em meio à mata Atlântica não é raro avistarmos esses moradores.

Veado-mateiro – esse lindo cervo pode ser encontrado nas matas de Cananéia. Esperto e arisco, o veado-mateiro chama a atenção por sua bela postura. Aqui encontra fartura de alimentos e refúgio. Não está catalogado como espécie em extinção, mas como vulnerável.

Cobra-d’água – essa linda cobra varia de cor, dependendo do local onde habita. No caso do litoral, sua cor é amarelada. Dócil, se afasta quando ameaçada. Alimenta-se de peixes e anfíbios.

Tartaruga-verde – vive nas costas tropicais e subtropicais e se alimenta de plantas marinhas. É muito comum avistá- -la próxima aos costões rochosos que acumulam algas.

Baleia-jubarte – esse magnífico cetáceo, que pode alcançar até 16 metros de comprimento, nos brinda com sua presença no inverno e primavera, época da reprodução. Com o fim da caça predatória, a cada ano mais e mais exemplares visitam a região.

Sardinha – o nome “sardinha” é uma referência à Sardenha, local com abundância desta espécie de peixe. Rica em ômega 3, é um dos principais pescados da região.

Água-viva – apesar de ser linda, a água viva ou medusa, é extremamente perigosa pois seus filos possuem toxinas, normalmente utilizadas para a defesa e a captura de presas.

Jacaré-do-papo-amarelo – o caiman latirostris, é uma das estrelas da região de Cananeia e está no topo da cadeia alimentar. Sua presença é um grande indicativo de áreas não degradadas, porém ainda é alvo da caça predatória. Apesar da incidência alta, o jacaré-de-papo-amarelo ainda está na lista, mesmo com risco baixo, de animais em extinção. Vários estudos foram feitos e, na maior parte dos avistamentos, se encontraram em áreas de mangue.

Caxinguelê

A beleza e simpatia dos Golfinhos

O QUE NÃO FALTA EM CANANEIA são atrativos naturais, mas um deles chama a atenção de todos, principalmente das crianças, os charmosos golfinhos. Mamíferos da ordem dos cetáceos se espalham por quase todo o meio ambiente marinho do planeta, com exceção dos polos. Aqui, no Lagamar, a espécie encontrada é a do boto-cinza ( sotalia guianensis). A nomeclatura do boto ou golfinho depende da região do país, mas é uma diferença apenas de denominação. Eles encontram na região um local propício para o desenvolvimento da espécie. A costa e o estuário os protegem de predadores ao mesmo tempo que fornece uma quantidade enorme de alimento, como peixes, polvos, camarões e lulas. Aqui, após uma gestação de 11 meses, criam seus filhotes que nascem com aproximadamente 1 metro, chegando a fase adulta com 2,10 metros em média. Os filhotes passam de 3 a 8 anos sendo orientados pela mãe. Mas, no período de um anos após o nascimento do filhote ela engravida novamente, gerando assim, de dois em dois anos, novas crias. Cabe salientar que os golfinhos, além de extremamente inteligentes, possuem uma consciência de grupo muito grande e sempre socorrem quem se machuca ou adoece. Normalmente também caçam e se defendem em grupos, como no caso de ataques de tubarão que, por meio de inúmeras “cabeçadas”, afugentam o predador. Sua respiração, como todo mamífero, é pulmonar e por este motivo precisam subir para a superfície respirar. Ao invés do “nariz” possuem o espiráculo, um orifício no meio da cabeça que desempenha essa função.

Observação de Golfinhos

Um dos atrativos mais procurados pelos turistas é a observação dos botos. Claro que por ser uma atividade realizada na natureza não se pode garantir que eles apareçam na hora que os observadores querem... mas eles aparecem! Guiado pelos monitores locais, os turistas são levados à pontos estratégicos onde eles aparecem com frequência como no canal entre Ilha Comprida e Ilha do Cardoso, onde a água do mar encontra a água do estuário. O local, não por acaso, é chamado de Baía dos Golfinhos. Eles aproveitam os movimentos da maré e o consequente deslocamento dos peixes para facilitar a busca

por alimento. Neste local você pode observá-los nos passeios de barco, da praia do Pereirinha na Ilha do Cardoso, ou da Trilha da Trincheira, ponta da praia do Boqueirão Sul, em Ilha Comprida. Mas isso pode variar conforme a estação do ano e é no inverno, com a água mais salina, que eles se espalham por todo o Lagamar. O boto cinza não salta tanto para a fora da água como a espécie rotador encontrada em Fernando de Noronha, mas mesmo assim você pode observar alguns saltos em função do mergulho para pegar peixes ou das brin cadeiras do filhotes.

Ameaça e Preocupação

Para variar um pouco, a preocupação com a preservação da espécie está ligada ao comportamento humano! A degradação do meio ambiente, a poluição sonora, aos acidentes com barcos e jet sky e capturas acidentais em rede de pesca. Nós, do projeto CidadeeCultura, somos a favor da proibição de jet sky em toda a região do Lagamar e regras e punições severas para todos que insistem em não respeitarem esse verdadeiro santuário ecológico.

Curiosidades

- Os botos não dormem! - Esta espécie dedica mais de 90% do seu tempo buscando ali mento ou se alimentando. - Tanto os machos quanto as fêmeas chegam a viver por 30 anos. - Os botos se utilizam dos cercos (armadilhas artesanais feitas pelos caiçaras) para encurralarem os peixes. O que na prática, ajuda também os pescadores porque muitos deles acabam entrando no cerco. - Orcas, não são baleias, são da família dos golfinhos e chegam a atingir 10 metros de comprimento.