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Arquitetura

Desafios vencidos

Galerias Romanas

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entrada da galeria pela Rua da Conceição

ANDAR SEM DESTINO CERTO PELAS RUAS DE LISBOA e apreciar sem pressa as curvas, retas, desenhos, formas e cores é viajar no tempo, atravessar costumes, vivenciar culturas e maneiras diferentes de se contemplar a beleza.

A arquitetura portuguesa, assim como as outras expressões artísticas não poderiam deixar de ser influenciadas pelos diversos povos que aqui habitaram.

Entenda as diferentes vertentes da arquitetura ao longo do tempo.

PERÍODO ROMANO

Em Lisboa, pode se visitar obras marcantes de influência romana do século I, como as ruínas do Teatro Romano, descobertas após o terremoto de 1755 e, no subsolo da baixa lisboeta, as Termas dos Augustais (Galerias Romanas da Rua da Prada), aberto em datas específicas.

Vestígios deste período podem ser vistos também no Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, no Hotel Eurostars Museum, Palácio do Governador e no subsolo dos claustros da Sé.

pela criação humana

PERÍODO MUÇULMANO

No século VIII, com a ocupação da Península Ibérica pelos Muçulmanos, foram erguidas mesquitas e palácios usando como matéria-prima pedras e taipa intercalada. O Castelo dos Mouros em Sintra, construído no Século IX, retrata a época.

ROMÂNICO

Nobres e monges franceses sob o comando do Conde D. Henrique foram os responsáveis por trazerem para Portugal o estilo românico. Este movimento aconteceu no período de reconquista do território e as igrejas construídas na época tinham como objetivo reconverter a população para a fé cristã. Exemplo de construção românica em Lisboa é a catedral da Sé.

GÓTICO TARDIO - O MANUELINO

O estilo manuelino, ou gótico português tardio, embora tenha se iniciado no reinado de D. João II, foi no reinado de D. Manuel I, em momento de economia propícia, que teve o seu apogeu. O termo “Manuelino” foi criado por Francisco Adolfo Varnhagen ao descrever Castelo dos Mouros em Sintra

GRANITO

Antigo Mosteiro de Jesus - Setúbal

MIGUEL HEMOSO CUESTA

Convento de Mafra

o Mosteiro de Belém. O estilo mescla o gótico tardio com elementos renascentistas.

Na região de Lisboa pode-se apreciar o estilo em diversas construções como no Mosteiro de Jesus de Setúbal, Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém.

RENASCIMENTO E MANEIRISMO

O estilo renascentista clássico nunca fez escola em Portugal. Porém, certos edifícios nesse estilo podem ser vistos em alguns lugares do país. É o caso da Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Tomar; a igreja do Convento do Bom Jesus de Valverde, em Évora; a Casa dos Bicos e o Palácio da Bacalhoa, em Lisboa. O maneirismo se caracterizou pela sofisticação, originalidade, complexidade de formas e dinamismo. Buscou-se transmitir emoção, elegância, poder e reflexão.

Exemplo do estilo na cidade de Lisboa é a Igreja de São Vicente de Fora.

CHÃ

Valoriza a métrica e geometria clássica. Utiliza com frequência as linhas retas e sempre que possível evita a decoração. Nascida em um período de grande crise econômica e política do país, é um estilo tipicamente português. Exemplos na cidade: Igreja de Santo Antão e Igreja de Santa Marta. Igreja de São Vicente de Fora

BARROCO

A arquitetura barroca portuguesa teve início por volta de 1600. Assim como aconteceu com o gótico, o estilo também chegou de forma tardia ao país em relação a outros países da Europa. Isso aconteceu porque Portugal vivia um regime absolutista em razão do domínio Espanhol. Foi uma fase de crise política e econômica, o que fez com que o país se fechasse para preservar sua identidade sociocultural. O barroco na arquitetura portuguesa é marcado pelo dinamismo, contrastes marcantes, dramaticidade exacerbada, opulência e maior realismo, frequentemente voltado à espiritualidade.

Exemplos: Convento de Mafra, Aqueduto das Águas Livres (Lisboa) e Palácio de Queluz.

ESTILO POMBALINO

D. José I e seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, após o terremoto de 1755 e, no intuito de reconstruir a parte baixa da cidade, reuniram um grupo de profissionais para repensarem os edifícios locais. Nasceu assim um estilo inteligente, tipicamente português, que criou um sistema antissísmico e o primeiro método de construção de pré-fabricado em grande escala do mundo.

O “abana mas não cai”, como se dizia na época,

Arco da Rua Augusta

Palácio Nacional da Ajuda

usava madeira flexível inserida nas paredes, lajes e coberturas e cobertas com material pré-fabricado. O arco da Rua Augusta e os prédios na Praça da Figueira são exemplos deste estilo.

NEOCLÁSSICO

O estilo, em Portugal, ganhou características muito próprias. Ele surge em um momento conturbado no país com a fuga da família portuguesa para o Brasil, a invasão francesa e outras. No resto da Europa o estilo surge entre 1750 e 1760, mas em Portugal se desenvolve a partir da década de 1970. Exemplos: Palácio Nacional da Ajuda e o Palácio de São Bento

ARQUITETURA MODERNA

Rejeitar as escolas de arquitetura anterior e buscar soluções inovadoras para resolver novas questões advindas das constantes mudanças econômicas e sociais posteriores a Revolução Industrial é a marca deste movimento que surgiu no final do século XIX e meados do século XX. Na verdade, extrapola a ideia de estilo arquitetônico porque engloba outras formas de expressão, como artes visuais, literárias e cênicas, com poder de influenciar atitude e comportamento social.

Espaços abstratos, geometria definida, poucos ou nenhum ornamento, pilotis, vidros contínuos, entre outros, marcam a arquitetura neste período.

PÓS-MODERNA E CONTEMPORÂNEA

A arquitetura pós-moderna abrange os estilos criados a partir do final da década de 1920 e tem como marca a heterogeneidade e o respeito às diferentes formas de pensar e viver.

A contemporânea surge nas últimas décadas do século XX, contemplando tendências divergentes como a futurista, sustentável e o desconstrutivismo. Sob diferentes influências o estilo busca resolver questões como funcionalidade, conforto térmico, economia verde, entre outras preocupações atuais.

Dos dois lados da História

O Castelo de São Jorge, em Lisboa, na freguesia de Santa Maira Maior, é um Monumento Nacional de Portugal. É datado do século XI e construído pelos muçulmanos. Porém, há registros anteriores de uma fortificação erguida no mesmo local. Aliás, o nome Lisboa vem do al-Lixbûnâ, dado pelos invasores islâmicos. Não podemos esquecer que o território onde Lisboa está situada, foi invadido por inúmeros povos, como, fenícios, gregos, cartagineses, romanos, suevos, visigodos e, finalmente, muçulmanos.

INVASÃO ISLÂMICA NA PENÍNSULA IBÉRICA

Com o norte da África sob o domínio muçulmano, a invasão da Península Ibérica pelo Estreito de Gibraltar foi mais um passo na expansão em território europeu, entre os séculos VIII e XIII.

Esta invasão deixou marcas visíveis até os dias de hoje em vários segmentos, cultura, arquitetura e patrimônios históricos.

A RECONQUISTA

O Castelo, diante da retomada lusa, foi um refúgio para a elite muçulmana. Após três meses de cerco, no ano de 1147, promovido por D. Afonso Henriques (primeiro rei de Portugal), com ajuda de cruzados ingleses, normandos, flamengos e alemães, o Castelo foi retomado. Uma vez dominado pelos cristãos, foi denominado Castelo de São Jorge, padroeiro dos cruzados e do Exército.

STATUS CONQUISTADO

Após a elevação de Lisboa à capital do Reino de Portugal, em 1255, o Castelo de São Jorge tornouse Paço Real ou Paço Alcáçova, abrigando também o Palácio dos Bispos, a fortificação militar e o albergue dos nobres. Somente três séculos mais tarde, o Paço Real foi transferido para o Paço da Ribeira, em virtude do terremoto de 1755, que obrigou a Coroa Portuguesa a construir edificações novas.

RESTAUROS

Entre 1938 e 1940, muitas descobertas arqueológicas importantes foram feitas quando da restauração do Castelo, restabelecendo o áureo período de predominância de outrora. Esses vestígios do passado estão na Exposição Permanente no Sítio Arqueológico.

O CONTO DOS BESTEIROS DE LISBOA

Os Besteiros eram uma espécie de Ordem muito respeitada em toda a Europa. Lisboa possuía o maior

número de Besteiros do reino de Portugal. A besta, arma medieval, tornou as batalhas mais letais e com menos combate corpo a corpo. Por isso, D. Dinis, no século XIII, deu certos privilégios aos Besteiros do Conto de Serpa. Essa atividade ensina o visitante a capacidade bélica das bestas, a história dos Besteiros do Conto, suas obrigações reais, a perícia dos besteiros, suas táticas e todos os artefatos necessários para lidar com a arma e seus modelos criados ao longo dos séculos.

ALCÁÇOVA

Alcáçova, em árabe, significa cidadela e foi como ficou conhecido o Castelo de São Jorge na época da ocupação moura. A alcáçova possui arquitetura militar típica das construções mourisca, com os pátios divididos em dois: um para abrigar o povo e outro para a mesquita.

Onde: Rua de Santa Cruz do Castelo, 1.100 – Lisboa

ATIVIDADES PARA OS VISITANTES

O visitante terá experiências inesquecíveis que remontam aos séculos anteriores. Poderá participar de atividades inigualáveis que transcendem ao senso da realidade.

Jogos da Cavalaria - O visitante irá aprender como organizar um exército medieval, quais os equipamentos de cavaleiros eram necessários, como montar um cerco em uma fortificação e como atacá-la e invadi-la. Essa atividade tem como cenário o cerco castelhano em Lisboa no ano de 1384. Aqui, tática e logística são aprendidas rapidamente empunhando espadas e todos os artefatos bélicos medievais.

Antes do Castelo - O visitante irá aprender séculos e séculos da história de Portugal, tendo como pano de fundo o próprio Castelo de São Jorge até o século V, com a chegada dos visigodos.

Paraísos protegidos

Paraísos protegidos

Estuário do Sado

EM PORTUGAL, O TERMO ÁREA PROTEGIDA é utilizado para delimitar espaços onde a presença humana é sujeita a regulamentos pré-estabelecidos no intuito de preservar o ambiente. A Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP)) engloba áreas de âmbito nacional, regional e privado.

Em Lisboa e região temos o Parque Natural de SintraCascais e o Parque Natural da Arrábida. São considerados paisagens naturais de interesse nacional, representam um bioma ou região natural e podem estabelecer uma integração harmoniosa com seres humanos.

As Reservas Naturais da região são os Estuários do Tejo e do Sado, zonas limitadas e controladas para preservar a fauna e flora locais com o mínimo de interferência humana.

Áreas com paisagens naturais ou seminaturais (sofreram pequenas intervenções humanas), são preservadas para que não se percam o valor estético e as características naturais, caso da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.

Existe também a classificação de Monumento Natural, quando por questões ecológicas, estéticas, científicas ou culturais se faz necessário a preservação cuidadosa de toda a área. Na região de Lisboa é o caso do Carenque, uma jazida de pegadas de dinossauros situado na freguesia de Belas, concelho de Sintra. E também dos Monumentos Naturais dos Lagosteiros, da Pedreira do Avelino e da Pedra da Mua, todos com pegadas de saurópedes, em Sesimbra, Distrito de Setúbal. Ainda no Distrito de Setúbal, se encontra a Gruta do Zambujal com formações cristalinas singulares e, por este motivo, recebeu o título de Sítio Classificado de Interesse Espeleológico.

Estuário do Tejo

ZITO COLAÇO

FELIPE FIRIX

Arriba Fóssil Monumento Natural da Pedra da Mua