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Inglês e espanhol para toda a comunidade

Estudar um novo idioma é algo possível para pessoas de todas as idades. Abre portas para oportunidades profissionais e acadêmicas.

Sabendo disso, a Diretoria de Assuntos Institucionais e Internacionais (Daiinter) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), com seus bolsistas, criou em 2022 as “Salas de Conversação” de inglês e espanhol. Logo a iniciativa passou a ser chamada de “English Shift”, para as aulas de inglês, e de “Charla Conmigo”, para as aulas de espanhol. Ambas têm o mesmo objetivo, ensinar um novo idioma de uma forma leve e descontraída.

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A tradutora e intérprete de Língua Espanhola e Assessora Especial do Daiinter, Paula Oliveira Pinheiro é coordenadora geral do projeto, e explica que as salas de conversação em espanhol têm uma proposta diferente de aulas de idioma. “É um momento onde pessoas de vários níveis de domínio no espanhol podem praticar a língua através da conversação. Definimos junto aos bolsistas todo o cronograma de temáticas para promover essa interação que favorece a prática e a fluência de idioma.”

O projeto foi registrado oficialmente esse ano, e já disponibiliza certificados de horas de extensão, tanto para os bolsistas quanto para os alunos inscritos. Em 2023, as atividades iniciaram em 2 de maio, já com novidades. Além da conversação ser ofertada tanto para a comunidade interna quanto externa, agora existe divisão por níveis.

Por fim, nas quintas-feiras a sala é dedicada para o nível básico/intermediário.

Além disso, nesse ano, as salas de espanhol contam com bolsistas nativos. “Dos quatro bolsistas de espanhol, três são nativos. É muito legal porque a fluência é melhor e trazem questões culturais na essência deles”, comenta Paula.

Todas as atividades são feitas em sala, fazendo uso de materiais extras que são disponibilizados pela plataforma digital Moodle, sendo majoritariamente ministradas de forma remota, via Google Meet. No entanto, algumas sessões presenciais são realizadas desde 2022.

Em Uruguaiana, foi possível realizar sessões de conversação em inglês no campus dada a alta demanda. Esse ano também foram abertas salas de conversação em espanhol de forma presencial em Santana do Livramento e Uruguaiana, cidades fronteiriças.

Em Bagé a mais de uma década

A Unipampa campus Bagé também oferece o curso de línguas em inglês e espanhol, através do Núcleo de Línguas Adicionais, criado e coordenado pela professora Valesca Brasil.

As aulas do projeto, criado em 2010, são ministradas pelos discentes do curso de Letras e Línguas Adicionais - Inglês e Espanhol, com a duração total de 20 horas. São ofertadas tanto de forma presencial como online, possuindo alunos de todas as idades. “Procuramos acolher todo mundo, colocando pessoas de diferentes idades dentro das mesmas turmas”, comenta Valesca.

As aulas são ofertadas em diferentes níveis para facilitar a aprendizagem. Em espanhol, há as rodas de conversação, turmas que buscam a língua para viagens ou que querem aprender o idioma através da música. No inglês, há turmas que escolheram aprender através de histórias em quadrinhos, enquanto tem aqueles que estudam assistindo séries.

Todos os professores e colaboradores do projeto focam na abordagem comunicativa do ensino. “Essa abordagem objetiva trabalhar as quatro habilidades linguísticas que são ler, falar, ouvir e a compreensão oral”.

As 20 horas não permitem alcançar a fluência no idioma, porém, é permitido fazer o curso várias vezes, e ao atingir 300 horas, o aluno já está apto para o nível intermediário. Para as aulas não serem sempre as mesmas para esses alunos, o Núcleo tem uma estratégia, que é diversificar os módulos de nível básico. Após seu primeiro certificado de 20 horas, o discente pode se matricular em cadeiras como “espanhol através da música” e “espanhol para o mercado de trabalho”. “Podem até repetir alguma estrutura gramatical que já foi estudada em outra turma, mas a ênfase vai ser no vocabulário, na temática”, explica a coordenadora. Com o crescimento do projeto o Núcleo está ficando cada vez mais conhecido, principalmente por meio do Instagram. Por conta disso, o número de pedidos por aulas online vem crescendo. “Muitos nos pedem por cursos online agora, inclusive para crianças, pessoas que estão até mesmo em outros estados”, revela Valesca.

Durante a pandemia, o curso foi ministrado de forma online. No período, houve um grande número de evasão por conta da exigência de manterem as câmeras abertas.“A tecnologia é apenas uma ferramenta, mas o que importa são as pessoas que estão lá para fazerem o curso, o quanto estão dispostas para aprender. Ainda temos muita resistência, mas em termos de aprendizado ele pode ser tão efetivo quanto uma aula presencial”, completa a coordenadora do projeto.

Nas salas de inglês são três possibilidades diferentes. Na terça-feira pela manhã é indicado para os iniciantes. Na quarta-feira o nível é básico/intermediário, sendo as temáticas abordadas focadas para o público mais jovem. Nas sextas-feiras é destinado para o público mais avançado. Maria Eduarda Fleck foi uma das bolsistas do English Shift e conta como a sala de conversação foi importante para a sua formação: “Foi uma experiência muito boa para mim, principalmente pela prática oral do inglês. Trabalhar a pronúncia foi algo que me ajudou bastante a me soltar na língua e a ter contato com outras pessoas”.

No espanhol, os horários foram organizados de modo que Paula pudesse estar nas três salas. Na segunda-feira é o nível avançado. Nas quartas o nível é básico, tendo conversações quinzenais destinadas para o público infanto-juvenil.

Além das classes que acontecem presenciais na Unipampa Campus Bagé, o Núcleo mantém parceria com as escolas municipais da cidade, para ministrar aulas às crianças da pré-escola ao primeiro ano, já que dentro do currículo escolar o inglês e o espanhol começam a ser ensinados a partir do sexto ano.

O projeto tem como expectativa aumentar a capacidade de atendimento para atender a demanda do público interno e externo da Universidade. Para isso, planejam mobilizar discentes do curso de Letras do campus responsáveis pelas aulas para que as continue ministrando. “A perspectiva é sempre atender o que a comunidade externa e as pessoas vão nos trazendo como feedback”, completa Valesca.

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