O USO DE ABREVIATURAS EM COMUNICAÇÕES DE REDES SOCIAIS VIA INTERNET

UNIVERSIDADE PAULISTA

PIERPAOLO RONCORONI ROMERO - 1139124

O USO DE ABREVIATURAS EM COMUNICAÇÕES DE REDES SOCIAIS VIA INTERNET E SUA INFLUENCIA PARA A ELABORAÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS DURANTE O APRENDIZADO DA LINGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

SÃO PAULO 2013

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PIERPAOLO RONCORONI ROMERO - 1139124

O USO DE ABREVIATURAS EM COMUNICAÇÕES DE REDES SOCIAIS VIA INTERNET E SUA INFLUENCIA PARA A ELABORAÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS DURANTE O APRENDIZADO DA LINGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

Trabalho de conclusão de curso Para obtenção do título de graduação Em Letras Licenciatura Apresentado à Universidade Paulista - UNIP. Orientador: Prof. Bruno César

SÃO PAULO 2013

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ROMERO, Pierpaolo Roncoroni O uso de abreviaturas em comunicações de redes sociais via internet e sua influência para a elaboração de textos literários durante o aprendizado da língua portuguesa no ensino médio São Paulo – 2013 45p.

Orientador: Prof. Bruno César Trabalho de Curso 1. Abreviações 2. Língua portuguesa 3. Internet

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PIERPAOLO RONCORONI ROMERO - 1139124

O USO DE ABREVIATURAS EM COMUNICAÇÕES DE REDES SOCIAIS VIA INTERNET E SUA INFLUENCIA PARA A ELABORAÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS DURANTE O APRENDIZADO DA LINGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO

Trabalho de conclusão de curso Para obtenção do título de graduação Em Letras Licenciatura Apresentado à Universidade Paulista - UNIP. Orientador: Prof. Bruno César

Aprovado em: BANCA EXAMINADORA ________________________/__/___ Prof.

Universidade Paulista-UNIP ________________________/__/___ Prof.

Universidade Paulista-UNIP ________________________/__/___ Prof.

Universidade Paulista-UNIP

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família e a todos os profissionais e futuros profissionais. Espero que esta pesquisa venha auxiliar nossa carreira para fazermos um país melhor e formar cidadãos cada vez melhor preparados.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ser a minha força interior; À minha família, por terem me dado suporte para voltar aos estudos; À equipe de tutoria da UNIP por estarem disponíveis nas minhas dúvidas;

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“Sessenta anos atrás, eu sabia tudo.

Hoje sei que nada sei.

A educação é a descoberta Progressiva da nossa ignorância”.

(Will Durant)

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RESUMO Esta pesquisa tem o propósito de apresentar como estudantes do ensino médio no Brasil estão, ao mesmo tempo que recebem o ensino da língua portuguesa nas escolas, sendo influenciados por outros estilos incorretos de escrita, estilos fora da norma culta, ao se utilizarem de redes sociais via internet ou mensagens eletrônicas pelo aparelho de telefone celular. O hábito em usar palavras em formas abreviadas inventadas ou até palavras entrecortadas mas que são aceitas pelo seu grupo social como uma linguagem, causam um hábito prejudicial e conflitante quando for necessário o uso da língua culta para uma produção de textos literários ou para um diálogo digitalizado formal. Pode também, acarretar erros e vícios de escrita que comprometerão seu desenvolvimento escolar e até profissional mais adiante.

A internet surgiu nestas últimas décadas no Brasil, de forma crescente e cada vez mais globalizada.

A educação utiliza-se desta nova ferramenta inclusive para o ensino à distância.

Tal tecnologia de comunicação e de informação, avança e chega cada vez mais rápido para gerações mais novas.

A identificação e o interesse sobre estas novas formas de abreviações poderá auxiliar a mapear o mundo tecnológico em que os pré adolescentes convivem e, como ela influenciará o seu ensino, além de como o professor de português poderá preparar seu projeto de ensino e planos de aulas já em alerta para sempre ressaltar quanto ao cuidado com a escrita.

Palavras-chave: internet, ensino médio, abreviaturas, tecnologia, infomação, adolescente

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ABSTRACT This research shows how high school students while receiving the teaching of Portuguese in schools they are being influenced with other kinds of incorrect writing when using social networking via the Internet or by electronic messages on the cell phone. Those words in such invented way of shorthand or even using broken words are accepted by their social group causing a harmful habit and conflicting to the language when it is needed to use for a production of literary texts or while dialoguing formally by messaging. It also could turn into a bad habit of writing that will compromise later, their scholar development and professional skills.

The internet has emerged for recent decades in Brazil increasingly globalized.

Education uses this new tool for long distance learning.

Such technology and information advances and reaches increasingly faster for younger generations.

The identification and the interest about those new forms of abbreviations can help to identify better the technological world that Brazilian teenagers are living with and how it will influence their learning as well as the Portuguese teacher can alert and exemplify how careful they must be while writing.

Key-words: internet; teenagers, Social Networks; Twitter; English Teaching and Learning, teaching, Portuguese, abbreviation.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11 1.1 Objetivos..............................................................................................................12 1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................13 1.3 Justificativa...........................................................................................................13 1.4 Referências Teóricas............................................................................................14 1.5 Metodologia..........................................................................................................14 2 A INTERNET ..........................................................................................................15 2.1 Histórico................................................................................................................15 2.2Internet no Brasil...................................................................................................16 2.3 A Revolução das Telecomunicações...................................................................18 2.4 As gerações brasileiras da Internet......................................................................20 3 AS ABREVIATURAS NA LINGUA PORTUGUESA................................................23 3.1 O que são abreviaturas?......................................................................................23 4 O “INTERNETÊS” DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO...............................26 4.1As comunicações eletrônicas...............................................................................26 4.2 Os abusos em abreviações.................................................................................29 4.3 Revolução de palavras........................................................................................35 4.4 A classificação como sub-norma..........................................................................40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................42 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................45

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1 INTRODUÇÃO O ambiente educacional passa por uma profunda transformação em relação ao ensino devido o surgimento gradativo e, para ficar, do ambiente virtual como ferramenta para a educação. Quando falamos em ambiente virtual já é sabido que estamos considerando a ferramenta da internet como veículo de comunicação entre o professor e o estudante. Nossa sociedade já está moldada com esta nova metodologia mas, ao mesmo tempo este ambiente virtual que é utilizado para educar, também é utilizado para demais ações cotidianas de todas as gerações inclusive, para inter relacionamento.

Justamente nas gerações que ainda estão no ensino fundamental e médio, ocorre também o início da socialização tanto com amizades nas escolas quanto fora delas. A internet encurtou as distâncias e, com isto, as comunicações escritas, muito mais rápidas. Desta rapidez de comunicação informal, nasceram novos códigos de escrita digitalizada. São linguagens com novas formas de palavras que se confundem com o termo “abreviaturas” pois, na verdade, mais parecem palavras incompletas.

Tais formas “cortadas”, ou melhor, adulteradas, das palavras em português, foram assimiladas rapidamente pela garotada como um artifício de praticidade e rapidez pois, não só existe o computador como instrumento de comunicação, hoje temos meios eletrônicos cada vez mais compactos onde a digitação sobre teclas substituiu a caneta e o lápis e é ferramenta fundamental. Desta forma, a comunicação com estas novas formas reduzidas das palavras sem alterar seu significado natural, facilita ao escrever os textos a serem enviados e, rapidamente chega a resposta.

Para o educador de língua portuguesa, o interesse do aluno para com a aula deve ser a peça fundamental para que a matéria dada, seja aplicada em sua vida.

Aliás, esta matéria talvez seja a que mais rapidamente será aplicada. Mas o bloqueio acontece desta prática pois, sua escrita será digitalizada e, de uma maneira abreviada sem pontuações ou correções ortográficas.

Uma redação bem redigida poderá se distanciar cada vez mais da realidade do estudante brasileiro por falta de hábito ou interesse. Uma redação, será o grande desafio e não apenas uma produção de um texto literário.

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Ao longo desta década, as gerações de adolescentes já nascem com a internet à disposição para seu cotidiano com os mais distintos propósitos, da mesma forma como, para algumas gerações anteriores, foi a televisão.

A escrita, acabou sendo remodelada para teclas e a criação de um novo vocabulário com abreviações de palavras ou de textos com palavras incompletas, de tal modo que o termo “abreviatura” está sendo utilizado para denominar formas de palavras novas que mais parecem erros de digitação.

Esta otimização do tempo que se fica conversando em um bate papo virtual acaba sendo uma prática diária que, durante a fase adolescente, fase esta de formação, traz um prejuízo no desenvolvimento exigindo um trabalho de atenção redobrada quando se trata de língua culta.

Sabemos que existem ferramentas de correção ortográfica e de concordância automática onde por sua vez fazem com que se evite o raciocínio do jovem. Tais ferramentas na verdade, existem como auxílio para o uso profissional, no entanto, para o estudante, pode acarretar numa acomodação e dependência.

Estas formas adulteradas de formação de novas palavras por pedaços de palavras sobrepostas, apesar de serem fruto de uma comunicação sendo aceita por internautas brasileiros não somente jovens, estas abreviações, no entanto, não são consideradas como formas aceitas pela norma da língua culta.

Estamos justamente neste momento de mudanças comportamentais que podem ou não, gerar novas palavras e novas utilizações da língua, mas ainda temos a divisão entre língua culta e língua falada informalmente. Cabe a nós educadores , termos ciência disso e sempre que possível, interagir com esta realidade para que possamos aproveitar os exemplos atuais de formas de digitação incorreta para trabalhar no planejamento das aulas de língua portuguesa.

1.1 Objetivos O objetivo desta pesquisa é apresentar aos profissionais da área de ensino, uma amostragem das abreviações existentes na “web” além dos códigos de signos frutos, que por sua vez, são uma metamorfose através das diversas ferramentas e utensílios eletrônicos os quais tenham a capacidade de digitar textos ou iniciar um diálogo via web onde, a compreensão sofre influência do fator tempo o qual, para

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ser minimizado durante o diálogo, tais abreviações ocorrem em até 100% da conversa.

1.2 Objetivos Específicos Segue abaixo, as importâncias de se evidenciar esta realidade no campo literário: 

Estimular a revisão textual inclusive em diálogos informais;



Reeducar as pessoas com o embasamento desta pesquisa para eliminarem

este “vicio digital”; 

Reavaliar e discutir se estas abreviações serão incluídas na língua culta;



Despertar o interesse de educadores e futuros professores para conhecer

mais a fundo, este campo fértil de textualização virtual para futuras pesquisas secundárias; 

Um gráfico sobre o crescimento da utilização da internet no Brasil;

1.3 Justificativa É de suma importância fazer uma pesquisa a respeito, pois o estudante será o profissional do futuro e deve levar em sua bagagem de formação, os cuidados para se redigir um texto literário digitalizado ou não, de acordo com as regras e normas da língua culta.

Esta pesquisa tem o compromisso de mostrar aos responsáveis da área da educação, novas informações a respeito destas abreviações e o cuidado de se aplicar em sala, alguma metodologia que tenha como intenção, a erradicação destes vícios na formação do estudante de ensino médio, algo que, assim como os vícios de linguagem populares, tal vício de digitação é fato, e o acompanhará ao longo de seu desenvolvimento. Para que se possa fazer um planejamento para sala de aula de forma adequada, esta analise poderá auxiliar na metodologia a ser aplicada para alcançar o interesse dos estudantes sem haver uma repreensão que cause a não aceitação dos mesmos. fazendo-os utilizarem mais ainda forma errada ao invés da culta, como em alguns casos com a língua falada apenas por protesto.

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Estes futuros profissionais, poderão deparar-se com situações de utilização de tais ferramentas de comunicação eletrônicas como o email e o “chat” que é um bate papo online, onde muitas vezes é uma conversa formal e a escrita digitada requer uma ortografia de acordo com as normas da língua culta.

Para evitar que tais falhas ocorram durante uma comunicação séria, o treino deve feito quando ainda em formação acadêmica mas muitas vezes, é passado desapercebido pelos educadores pois os mesmos são de gerações que não havia tamanha quantidade de comunicações eletrônicas.

1.4 Referências Teóricas As referências teóricas para um assunto como as abreviações aplicadas na internet são aquelas que tem um foco sócio cultural, sócio educativo além de obras de caráter didático ou de psicologia do desenvolvimento. Outras referências estão voltadas à literatura e a seus estilos literários.

1.5 Metodologia Para a realização deste trabalho fiz uma pesquisa bibliográfica em diversas fontes de pesquisa tais como livros, sites, artigos e dissertações, bem como o estudo de gráficos como do IBGE e outros.

Também haverão exemplos ilustrativos da realidade do mundo de comunicação via web.

Embasarei assim meu texto apresentando as informações coletadas.

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2 A INTERNET 2.1Histórico O termo Internet é derivado da junção de duas palavras em inglês: INTERCONNECTED NETWORK que em português significa “rede interconectada”.

Tal termo designa a rede mundial pública chamada de “web”, que interliga todos os computadores por cabos ou via sinal de rádio (wireless = sem cabo). Este conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores que dá acesso a informações e transferência de dados é mais conhecido como mundo virtual. (MLCZ, MARTHA 2012) A receita desta revolução nas comunicações mundial é a soma da informática e computação com as tecnologias de comunicação.

Este conglomerado, alcançou um nível de uso e de necessidade pela sociedade que já superou a televisão na rapidez das informações. Hoje é um mundo em paralelo do nosso. Neste mundo virtual, é possível uma interação entre pessoas e empresas por meio de correios eletrônicos, “chats” que seriam os bate-papos simultâneos, transferências de arquivos e informações compartilhadas, tudo à baixo custo e à velocidade da luz.

Desta internet, surge o famoso “www” – World Wide Web - que designa um dos serviços oferecidos para distribuição ou visualização de documentos localizados em um endereço eletrônico exclusivo na forma de página, chamada de página Web com a capacidade de visualização mundial.

A Internet com este crescimento, foi dividida em redes com maior controle de informação que são: 

Intranet, uma rede interna para circulação de informações a grupos

específicos. Como exemplo as redes web dentro das empresas; 

Extranet, maior alcance de atuação onde as informações são

permitidas a todos os internautas;

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Na tabela 01, vemos um gráfico do crescimento do número de computadores de 1994 até o ano 2000 sendo que, em 1997, a ascensão mais vertical de 10 milhões de computadores conectados até 72,4 milhões. Enquanto isto ocorria no país, nos demais países, o crescimento também foi considerável como aparece na representação deste mapa mundi.

2.2 Internet no Brasil Conforme a pesquisa educativa de Martha “MCLZ”, a internet chega no Brasil em 1991, os computadores já conectados em todo o mundo, estão na marca dos 600.000 aparelhos e neste momento nasceu a World Wide Web (www), que

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transforma a rede para alcance mundial e tem-se início o fenômeno chamado de Globalização.

Em 1992, inicia-se nos Estados Unidos, o comércio eletrônico com a Amazon.com. Nesta época, os computadores conectados chegam na marca de 1 milhão.

Em 1995 o Brasil tem 4 milhões de aparelhos conectados e também dá início ao comércio eletrônico com as pioneiras: Pizza Hut, Bradesco Internet Banking, além de varejistas com vendas online: Livraria Cultura, Grupo Pão de açúcar, Lojas Americanas, Marisa e a conhecida Submarino.

Todas elas possuíam um registro “.com” exclusivo para o Brasil através do final “br” que identicaria as mesmas na web como sendo empresas brasileiras.

Em 1999 um susto: o mundo real sofre com especulações para com o mercado “.com” culminando com estouro da bolha sobre projetos e acarretou a queda em ações 440% de um dia para o outro, resultando uma falência generalizada. Na virada para 2000 houve outra especulação com o “bug” milênio resultado do “fim dos tempos” que algumas religiões acreditavam. Também acarretou um pânico mundial generalizado.

Em junho de 2010, 1,96 bilhão, quase 28,7% da população mundial estava conectado enquanto no Brasil, deste total, 30 milhões eram nossos.

A rádio CBN, em uma pesquisa por eles divulgada, mostrou que até 2013, 20 milhões de novos internautas se utilizavam dos serviços da web.

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Na tabela 02, podemos perceber o avanço em nosso território em milhões de usuários. De 2.7 milhões em 1998 chegamos em 2005 a 12 milhões usuários conectados para os mais diversos fins assim como a faixa etária.

2.3 Revolução das telecomunicações Esta nova revolução tecnológica alcançou a vida doméstica quase que na sua totalidade ao longo de 15 anos aproximadamente. Tal fato, originou um novo mundo denominado de “virtual” onde tudo existe como um reflexo da realidade. Deste novo modelo de vida moderna, a escrita passou a ser quase que digitalizada para tudo e todos.

As telecomunicações se fundiram com a tecnologia da informação e, aos poucos, não somente pelos cabos da rede, eram transmitidas informações mas passou a se utilizar para a comunicação. O que era feito pelo telefone e sua rede de telefonia, com o advento de telefone móvel ou aparelho celular, os aparelhos passaram por progressos que, não mais eram ferramentas de comunicação, mas também seriam os responsáveis pela passagem de informações assim como respectivamente o computador seria também um aparelho de comunicação.

As telecomunicações, graças a sua tecnologia avançada, onde as informações são enviadas pela rede mundial internet, passaram por uma revolução pois, viram que na rede. todos já estão conectados e por um custo menor fica mais viável investimentos neste setor. Surgem os aparelhos de telefone móvel onde se pode navegar na internet suprindo a necessidade de ter em mãos um computador portátil.

Alguns conceitos do mundo web: 

e-commerce – electronic commerce ou comércio eletrônico que designa

qualquer tentativa de oferecer produtos ou serviços através da internet; 

e-bussiness – electronic bussiness que conceitua toda e qualquer tentativa

de movimentação de negócios via internet; 

e-learning – literalmente é o ensino à distância, foi desenvolvido quando o

terreno virtual já estava mais sólido e a ferramenta já podia exercer um ponto em que pudesse haver uma comunicação presente pela internet dentre os educadores e alunos. Isto somente foi possível quando houvesse a possibilidade de imagem e áudio a serem transmitidos com rapidez e definição.

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O livro também já tem reflexo virtual chamado de e-book. Ou seja, um livro em que não é manuseado com as mãos mas sim através de seu computador ou aparelho funcional eletrônico como tablets. Desta forma, podemos ler e virar páginas tudo com o auxílio do teclado, mouse ou até pelo toque na tela.

Com o progresso tecnológico das telecomunicações e aparelhos híbridos que tanto transmitiam informações quanto “voz” (termo para indicar a telefonia), a sociedade passa a se utilizar de aparelhos móveis os quais são carregados para qualquer lugar desde que houvesse o sinal de telefonia na região e este, não mais servia para falar e ouvir somente, mas poderia se enviar mensagens digitadas pelo teclado. Na tabela 03, temos uma

amostragem do número de usuários que se

utilizam da internet e outras telecomunicações.

A digitação veio para ficar. Seria este o começo do fim da escrita a mão?

Preferível ainda, é tirar uma foto do próprio aparelho celular que, em alguns casos é mais rápido e eficiente do que redigir um texto para que o destinatário entenda o seu recado, sabendo onde está, que horas foi tirada e se você está gostando ou não.

Esta foi a revolução das telecomunicações que acarretou no nascimento do ambiente virtual chamado popularmente de Rede Social, onde, fora a troca de dados e informações e da telecomunicação, os usuários teriam a possibilidade de gerar uma página sobre sua personalidade e vida pessoal para a integração e

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socialização com usuários internautas afins que estaria armazenada em uma rede social.

Este é o ponto focal de pesquisa para este trabalho.

2.4 As gerações brasileiras da Internet Como vimos anteriormente, a Internet chega ao Brasil em 1991 e de lá para cá, o crescimento de internautas nas diferentes faixas etárias só aumenta na mesma medida que as facilidades em se obter este tecnologia nos aparelhos eletrônicos, também aumenta. Hoje já temos internet em escolas, assim como a utilização para fins didáticos de tablets e computadores.

Se contarmos de 1991 até 2013, teremos 12 anos de atividade da internet e por conseguinte, a geração que nasceu em conjunto, com a internet no Brasil, hoje são nossos pré adolescentes na faixa dos 11 aos 13 anos. Pré adolescentes os quais, frequentam a escola no ensino médio.

Designei assim estas gerações, como sendo as gerações da Internet pois são usuários que as utilizam para aumentar a sua integração no mundo e na sociedade através da comunicação com amigos e das rede sociais, apesar de sabermos que tais redes informam a faixa etária permitida.

Para vermos esta geração pelo lado da educação e da assimilação e desenvolvimento da aprendizagem, coloco em pauta a teoria de Jean Piaget sobre a forma em que o desenvolvimento de aprendizado acontece de acordo com as fases de crescimento do indivíduo.

Segundo Jean Piaget, é durante a fase pré adolescente, que vai dos 12 aos 16 anos onde ocorre o período das operações formais, sendo esta a última fase de desenvolvimento cognitivo, além da última fase de aquisição de conhecimentos do ser humano. É quando se desenvolvem estruturas mentais novas sobre as anteriores. O indivíduo é capaz de raciocinar já prevendo situações possíveis e determinar quais as válidas e as que não vão servir. É o ápice do desenvolvimento da inteligência com a distinção entre o real e o possível. Ele vai entender que nem sempre vai conseguir tudo aquilo que quer. O individuo Já pode libertar-se do concreto, pode abstrair a realidade, utilizar-se de um campo hipotético para a compreensão da realidade.

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Pode calcular probabilidades e já é capaz de pensar sobre os próprios pensamentos e raciocinar de modo mais realista sobre o seu futuro. O individuo tem a capacidade de simbolizar e já consegue entender um duplo significado nas palavras, nas metáforas, nas caricaturas e até mesmo as ideologias políticas.

Tudo parte de um modelo abstrato para a compreensão da realidade. Nesta idade, apresenta-se várias alternativas a partir de analise combinatória, dificultando uma única decisão. Ao ter que apresentar uma única opção não pode ainda, ouvir uma negativa do outro, muitas vezes de seus pais, sem que haja uma explicação ou uma discussão muitas vezes “eterna”, a respeito para convencer o motivo da negativa. É nesta fase das operações formais que o individuo torna-se um idealizador de um mundo perfeito e as religiões, políticas, estruturas sociais hoje existentes, são deficitárias. Elas podem melhorar e, segundo sua visão: “Eu consigo melhorar!”.

(Fonte: Psicologia do Desenvolvimento da Aprendizagem, livro didático UNIP, 2011.

SILVA, prof. WANDERLEI SERGIO DA,) É a internet, a qual trouxe um mundo virtual de inúmeras possibilidades, que assume a tão sonhada perfeição que o pré adolescente busca.

Lá se pode conversar, desenhar, mandar e receber fotos, mensagens, opinar, fazer amizades e, se em determinada hora do dia o adolescente é obrigado a ficar em casa, o bate-papo com amigos continua só que desta vez, pela internet.

Estudos sobre estas gerações já existem e, inclusive, foram já apelidadas.

As gerações que aparecem durante e depois do ano que a internet chega ao Brasil, recebem denominações seguindo a geração “X”.

Então, as gerações “internet” seriam a “Y”, “Z” e até a geração “@”.

Segundo Shinayashiki, a geração Z engloba todos que nasceram após 1990.

Esta é a geração do Orkut, Twiter, Facebook, entre outras redes sociais. Os "Z" estão totalmente integrados com as tecnologias. Valorizam a comunicação virtual e fazem várias coisas ao mesmo tempo. Com a revolução das comunicações eletrônicas, a Revista TIME, apresentou na sua capa uma seguinte geração de adolescentes, como mostra a figura 01.

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A geração “me,me,me” (uma sequência do pronome pessoal em primeira pessoa) , indicando a geração que já não mais escreve, mas sim relata o que ela é, onde está, o que faz e como faz. Literalmente seria a geração “EU,EU,EU”, ou seja, eu estou aqui, eu estou fazendo isso, aquilo...

E com as redes sociais, é feito desta maneira justamente, para seguir o “eu” das pessoas, como é o caso do Twitter, do Facebook e do Instagram.

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3 AS ABREVIATURAS NA LINGUA PORTUGUESA 3.1 O que são Abreviaturas?

O termo Abreviatura é definido como: Abreviatura ou abreviação: expressão ou frase, usada em geral na escrita, onde freqüentemente se utiliza com um ponto final para se indicar que se trata de uma forma incompleta. Adj. é a abreviatura de adjetivo; máx., de máximo; V. Ex.ª de Vossa Excelência; A/C e Ref. são abreviaturas de aos cuidados de e referência (fórmula usada em cartas comerciais). Eles criaram as abreviaturas no século XIX para poder se comunicar com facilidade.

(WIKIPEDIA-internet)

Segundo o site educacional Só Português.com.br, a abreviatura é um recurso convencional da língua escrita que consiste em representar, de forma reduzida, certas palavras ou expressões. A regra geral para abreviatura das palavras é simples. Basta escrever a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba, seguidas de ponto abreviativo.

A abreviatura deve ter metade ou menos da metade da palavra original, caso contrário, é preferível escrever a palavra por extenso.

Deve-se evitar ao máximo o uso de abreviaturas em textos corridos, utilizando-as preferencialmente em quadros, tabelas, listas, ou em documentos específicos, como dicionários, manuais técnicos e almanaques; Antes de abreviar uma palavra, deve-se consultar dicionários e outras fontes de informação, a fim de verificar se já existem formas padronizadas; se isso não for possível, a palavra abreviada deve terminar em consoante e não em vogal.

Veja os exemplos: bras. (brasileiro); num. (numeral); Observações: a) Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, as duas farão parte da abreviatura.Exemplos: 

pess. (pessoa);



constr. (construção);



secr. (secretário);



diss. (dissílabo);

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b) O acento gráfico ou hífen existente na palavra original deve ser mantido na abreviatura.Exemplos: 

séc. (século);



dec.-lei (decreto-lei);



adm.-financ. (administrativo-financeiro);

c) Algumas palavras apresentam abreviatura por contração, ou seja, pela supressão de letras no meio da palavra. Exemplos: 

bel. (bacharel);



cel. (coronel);



cia. (companhia);



dr. (doutor);



Ilmo. (Ilustríssimo);



ltda. (limitada);

d) Algumas palavras não seguem a regra geral para abreviatura. Exemplos: 

a.C. ou A.C. (antes de Cristo);



ap., apart. ou apto (apartamento);



btl. (batalhão);



cx. (caixa);



D. ( digno, Dom, Dona);



f. ou fl. ou fol. (folha);



id. (idem);



Ex.:;



ed. (edição);



mús. (música);

Deve-se evitar a utilização de abreviaturas que remetem a mais de uma palavra, ou a um grupo de palavras que têm a mesma raiz, tal como bibl., raiz de bibliografia, bibliologia, biblioteconomia; nesse caso, deve-se abreviar de forma a não ocasionar dúvidas quanto ao significado.Ex.:

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

Bibliogr. (bibliografia);



Bibliol. (bibliologia);



Bibliotecon. (biblioteconomia);

Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural nas abreviaturas que representam títulos ou formas de tratamento e naquelas em que a concordância exigir. Ex.: 

Drs. (doutores) ;



V. Exas. (Vossas Excelências);

Deve-se evitar o uso de etc. no fim de uma enumeração de itens, pois este não acrescenta outra informação senão a de que está incompleta, recomendandose, para tanto, o uso de entre outros e de e outros. Ex.: Os ingredientes utilizados na preparação do bolo foram: açúcar, farinha, fermento, ovos, leite, entre outros.

Nas abreviaturas de caráter internacional, não se utiliza o ponto abreviativo.

Ex.: h, kg, km, kw, l.

As abreviaturas dos nomes dos estados brasileiros são constituídas de duas letras, ambas maiúsculas e sem ponto. Ex.: 

BA (Bahia);



SC (Santa Catarina);

O ponto da abreviatura também serve para indicar o final do período.

Ex.: "O professor respondeu a Pedro Marcolino Jr." (Não há a necessidade de repetir a pontuação.).

Visto isto, a norma padrão é clara quanto ao uso e a colocação das abreviaturas, desta forma, cabe ao professor ilustrar e exibir o que são as abreviaturas aceitas e suas colocações aceitas considerando que este assunto hoje, é de suma importância para que o adolescente entenda que aquilo que ele escreve na internet com o chamado “internetês”, são novas formas linguísticas ou sub-formas ainda não aceitas na língua padrão e, se antes o assunto era posto em segundo plano, hoje pode ser um tópico tão importante quanto os tempos verbais.

Veremos a seguir, as sub formas do “internetês” que impactam na aprendizagem da língua culta.

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4 O “INTERNETÊS” DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO 4.1 As comunicações eletrônicas Existem variedades linguísticas na internet? Ou a língua da internet, é uma variedade

linguística?

A

comunicação

nos

ambientes

virtuais

é

ainda,

essencialmente escrita. A língua usada na Internet pode ser considerada norma padrão ou norma padrão emergente? Assumimos a posição de que o uso da língua em ambientes virtuais não se trata de uma variedade e também não possui variedades linguísticas, pois a comunicação da Internet minimiza as diferenças dialetais, restritas a marcas lexicais características de falares de diferentes regiões do Brasil. Expressões com bah, tri,

características do falar rio-grandense,

uai(mineiro), e ainda a variação tu/vc, etc., são frequentemente encontradas em chats, blogs e Messenger.

Desde meados da década de 90, o uso de computador deixou de forma “catastrófica” uma nova maneira de escrever. Observe-se, nessa última opinião, maior naturalidade em se aceitar uma forma supostamente habitual de se escrever na rede – ainda que “catastrófica”.

Os profissionais vinculados às ciências da linguagem, devem à sociedade um posicionamento científico a respeito dessa maneira de escrever na internet. Estudos têm sido realizados, nesse sentido, por pesquisadores brasileiros (cf. BRAGA, 1999; XAVIER & SANTOS, 2000; MARCUSCHI, 2005; ARAÚJO, 2004, 2005, 2007),

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apesar de nem sempre convergirem, teoricamente, em relação a concepções centrais, como a de escrita, de texto e de discurso. Em trabalhos anteriores (cf. LUIZ SOBRINHO, 2007, 2008; FUSCA,2007, 2008), procuraram refletir sobre a escrita na internet no âmbito dos estudos linguísticos, de modo a apresentar fatos de linguagem que possam fundamentar ações e metodologias de ensino, por parte de profissionais envolvidos com educação, no que se refere à prática escrita de jovens no chamado mundo virtual.

Como resultado, a pesquisadora propôs a existência de pelo menos quatro processos formadores de abreviaturas: 1. Registro gráfico do primeiro grafema de cada sílaba: vc (você),tc (teclar); 2. Modo de enunciação oral: taum (estão), bele (beleza); 3. Simplificação de dígrafos: aki (aqui), ki (que); 4. Empréstimo linguístico: add (adicionar); No interior desses processos, Fusca (2007, 2008) observou a vinculação do escrevente de bate-papos ora mais diretamente a práticas letradas, ora mais diretamente a práticas orais, o que caracteriza, da perspectiva adotada, não a interferência do falado no escrito, mas a heterogeneidade da escrita (CORRÊA, 2004). Se nos detivermos na abreviação do tipo (1), por exemplo, observamos que o escrevente, ao abreviar, considera aspectos da constituição silábica dos vocábulos já que privilegia a omissão de grafemas que ocupam a posição da rima silábica, em detrimento dos grafemas que ocupam a posição do ataque.

Nesse sentido, para Fusca, o processo de abreviação na internet não consiste em mero “corte” aleatório de letras/grafemas, mas, sim, em um recurso linguístico do português, utilizado por usuários de bate-papo de maneira sistemática e regular (FUSCA, 2007). O processo em análise pode ser explicado por meio da noção de sílaba, pois se observa relativa estabilidade na omissão/representação gráfica de elementos que, em uma visão normativa da escrita, seriam necessários à compreensão do enunciado por parte do interlocutor.

As salas de bate-papo abertas, objeto deste estudo, consistem em endereços eletrônicos disponíveis na World Wide Web (www), aos quais podem ter acesso, qualquer indivíduo conectado à internet. Esse tipo de página eletrônica é destinado à “conversação” em tempo real e pode ser acessado por meio de provedores de

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internet, os quais oferecem, gratuitamente (embora, em alguns casos, o acesso gratuito seja restrito a determinado número de usuários), a opção “bate-papo”. Em geral, a capacidade máxima de salas de bate-papo abertas é de 50 (cinquenta) usuários. Nesse ambiente digital, o internauta pode se comunicar com quantos participantes quiser: basta que ele selecione com um “clique”, à direita da página, o apelido (nickname) daquele com quem quer interagir – e, nesse ponto, a identificação ou a repulsa entre os usuários dá-se por meio da imagem suscitada por esses apelidos.

Não é possível que o escrevente eleja mais de um interlocutor de maneira simultânea para a interação digital; no entanto, essa “limitação” imposta pelo suporte não impede que os escreventes se comuniquem com quantos queiram – basta que eles selecionem, rapidamente, um interlocutor por vez. Como a quantidade de escreventes que entram e saem de salas de bate-papo é relativamente grande, é comum que os participantes sintam-se inseguros, já que seu(s) interlocutor(es) pode(m) sair da sala a qualquer momento. Esse é um dos fatores que possivelmente contribui para a emergência do processo de abreviação gráfica, muito comum na internet.

Para aumentar a rede de relacionamentos, os participantes necessitam economizar tempo, garantindo, assim, o sucesso no processo de interação, isto é, a participação do outro no diálogo. A solução é, então, abreviar(-se). A abreviação de vocábulos contribui para que se agilize a digitação, o que ajuda, por sua vez, na manutenção do(s) outro(s) na interação. O resultado, além da abreviação gráfica, é a curta duração temporal das “conversas” na internet. “Conversa-se” com muitos, em pouco tempo e sobre assuntos determinados (por exemplo, sobre dados pessoais dos participantes – nome, idade, local de onde “fala”, tipo físico, interesses pessoais). Afinal, os temas de “conversação” também precisam ser abreviados, em virtude da possibilidade quase que infinda de interações.

Essa é a característica principal dos relacionamentos digitais: são efêmeros.

Mas, apesar de fugazes e passageiros, os relacionamentos em rede são “íntimos”, marcados pela informalidade e pela tentativa de proximidade. Como os participantes do diálogo comunicam-se em tempo real, mas se encontram afastados espacialmente, é necessário promover um ambiente de familiaridade, de proximidade. Esse também é, em nossa visão, o papel da abreviação gráfica. Dito

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de outra maneira, as abreviaturas consistem na manifestação gráfica do desejo de aproximação do(s) outro(s) junto a si.

No domínio dos estudos sociológicos, Bauman (2004) observa que, cada vez mais, as pessoas preferem falar em “redes”, não mais em parceiros, pois, diferentemente de “relações”, “parentescos” e “parcerias” – que exigem engajamento mútuo – uma rede serve de matriz tanto para “conectar” quanto para “desconectar” (é o que ocorre, por exemplo, em salas de bate-papo aberto). É nesse contexto que surgem as abreviaturas. As reduções gráficas consistem em importantes indícios da maneira como se dão os relacionamentos em rede. Mais do que mero “corte” de palavras, abreviar é aproximar o interlocutor do batepapo, fisicamente separado de seu parceiro – e simultaneamente a ele vinculado – pela tela do computador.

4.2 Os abusos em abreviações O papel da metodologia de aprendizagem dos educadores em relação às revoluções da língua portuguesa com as comunicações eletrônicas, é de suma importância para que seus alunos, na fase das operações formais, possam dissociar a linguagem escrita informal eletrônica chamada de “internetês”, no momento em que se exige do mesmo, uma utilização da língua portuguesa seguindo os padrões da norma culta.

Uma análise sugere que, para se comunicar em ambientes virtuais, o internauta deve dominar a norma padrão de sua língua. Um internauta que não domina a norma padrão não pode valer-se, por exemplo, da reestruturação paralinguística. A recuperação de vogais elididas só pode ser feita por um internauta que tenha intuições linguísticas aguçadas, tanto para o usuário remetente, que codifica, como para o destinatário, que decodifica. Observe-se: Oieee: Vc Tb eh tranks com essa língua kbca da garotada ou eh de fik tipow assim contra 9da10 blz?

Se o internauta receptor da mensagem não domina a norma padrão da língua, por consequência, não tem intuição linguística para decodificar a seguinte

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mensagem “Oi, você também é tranquilo com essa língua cabeça da garotada ou é de ficar tipo assim contra as novidades beleza?”

Relativamente ao estatuto da língua utilizada em ambientes de comunicação virtuais, constatamos que: i)

as convenções do “internetês” são estabelecidas a partir da norma padrão;

ii)

para se comunicar em ambientes virtuais é preciso dominar a norma padrão, e também dominar as máximas de interação;

iii)

as diferenças dialetais são minimizadas;

Com base nestas constatações, sugerimos que a modalidade de língua utilizada nos ambientes virtuais é uma espécie de sub-norma. O prefixo sub, deve ser entendido não com significado pejorativo, como em subdesenvolvido, mas com significado de contingência como em subconjunto da norma padrão. A norma padrão e a sub-norma utilizada na Internet estão relacionadas de modo unívoco ou seja, é preciso dominar a norma padrão para dominar a sub-norma.

A necessidade do domínio da norma padrão para o uso da língua da Internet é também evidenciada na análise da interação em inglês por internautas não-falantes nativos. Muitos jovens afirmam que aprendem inglês nas interações virtuais na Internet. Porém, a língua inglesa que é utilizada nestas interações é muito diferente do inglês padrão. Observem-se os excertos em inglês, provavelmente americanos: 

Hay suga havent spoken 2u 4 ages! How ru? U had xams.had 4got 1 2 moro. the hardest +im scared.u got hopuse yet 4 nxt ear? Don’t even know im gona live with yet.Rx



I i’ll be there l8r today.what time r u coming?



R u ok?

As abreviaturas presentes e a sintaxe do texto tornam-a complexa, senão difícil ao ponto de não ser possível a tarefa de decodificação das mensagens para internautas que não tem a intuição linguística de falante da língua inglesa. Para o êxito na decodificação, é necessário o domínio da norma padrão da língua inglesa.

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Aqui abaixo, nas imagens 3 e 4, temos a certeza de que realmente são subformas e que a decodificação necessita de que se tenha ciência do vocabulário do idioma.

Os emoticons, hoje tão característicos das interações virtuais, com versões animadas e sonoras, também não são inovações da Internet. Voltando às salas de aula do período anterior à Internet, era muito frequente a troca de bilhetes (ao invés de torpedos SMS) entre colegas com a mensagem: “você é d+!”, acompanhada de um sorriso carismático “ :) ” .

Acredita-se que os atuais emoticons sejam decorrentes de um sistema criptográfico desenvolvido durante a Guerra Fria, cuja técnica de decodificação, é baseada na rotação a 270º dos caracteres digitados (Godim, 1994). É só mais um modismo, como o dos alunos do Colégio Pedro II nos anos 40.

A regra era simples: substituir, nas palavras, as vogais por ‘ai’, ‘enter’, ‘imis’, ‘ober’, e ‘uft’, pronunciando ainda o nome da consoante quando não fosse possível leitura

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corrente. “Eu fui ao cinema Domingo” ficava uma frase irreconhecível: Enteruft fuftimits aiober cimisentermai dobermimisenegober.

Por isso, quando aparecer um “elemento estranho” no texto dos alunos, como uma abreviatura ou um smiley, mesmo que em uma avaliação, o professor não pode culpar a Internet.

Apesar das práticas das abreviaturas e iconografias procederem da Internet, a sociedade cobra um posicionamento da escola, mais especificamente, dos professores de língua portuguesa: proibir, ignorar ou aceitar a sub-forma que emerge?

Educadores posicionam-se favoravelmente à inclusão da nova linguagem no rol dos conteúdos de língua portuguesa. Ramal (2000), propõe que a escola deva valorizar também a linguagem codificada que os alunos usam em ambientes de comunicação virtual, porém, mostrando as diferenças de uso de acordo com o contexto. Assim como uma tese exige linguagem formal e um bate-papo no bar, descontração, a comunicação na Internet precisa de códigos e sinais mais rápidos e curtos. Gírias com os amigos e abreviaturas no computador são adequadas a determinadas situações comunicativas, num currículo ou carta comercial, a norma padrão é requisitada.

Algumas pessoas sentem arrepios de pavor quando leem, na internet ou em mensagens de celular, aqueles textos caracterizados por abreviações ou transformações gráficas - a exemplo de cmg (comigo), 9dad (novidade) e naum (não) - e onomatopeias, como hahaha para designar uma gargalhada. Trata-se do miguxês*, uma variação da língua portuguesa que virou mania principalmente entre os adolescentes. O miguxês, é uma corruptela da palavra amiguxo, ou seja, amiguinho. Porém, há quem ache que esse, digamos, estilo de escrita, ao invés de emburrecer, pode até melhorar as nossas habilidades linguísticas.

Pelo menos é o que concluiu Beverly Plester, professora de psicologia da Universidade de Coventry, na Inglaterra, depois de acompanhar os hábitos de 88 estudantes de 10 a 12 anos. Para Plester, tais abreviações fonéticas são positivas porque possibilitam uma forma de envolvimento voluntário com a linguagem escrita motivada pela diversão: "Quanto mais experiência uma criança tem com o mundo da escrita e quanto melhor é seu conhecimento dos fonemas, mais forte é sua habilidade de ler e escrever. E, claro, nos damos melhor nas atividades que fazemos por diversão".

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Nem todo mundo concorda com o raciocínio de Beverly. Para o radialista e apresentador de TV inglês John Humphrys, os adeptos das abreviações e onomatopeias são verdadeiros vândalos gramaticais. "Eles estão pilhando nossa pontuação, brutalizando nossas sentenças, violando nosso vocabulário. E precisam ser impedidos", disse no artigo "I H8 Txt Msgs" (Eu odeio mensagens de texto), publicado no jornal britânico Daily Mail. O título brinca com uma adaptação bastante comum na língua inglesa: unir a sonoridade da palavra "oito" (eight) a uma letra. No caso, o "H", formando o som da palavra "hate" (odeio).

David Crystal, professor de linguística da Universidade de Wales, chama isso de “pânico moral” em seu livro Txtng - the Gr8 Db8 ("Texting - o Grande Debate", ainda sem versão em português). Para o acadêmico, não há provas de que as novas maneiras de se comunicar por torpedos ou a linguagem abreviada que se usa na internet estejam detonando o inglês.

No Brasil a realidade entre os jovens é semelhante. Segundo Carmen Pimentel, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, muitos pais e professores estão preocupados com a escrita eletrônica, e acreditam que com isso, os seus filhos e alunos estão desaprendendo o português. Para a pesquisadora, não há muito com o que se preocupar. "Pelas entrevistas que tenho feito, eles sabem que cada variante linguística tem seu espaço para se manifestar. Um ou outro admitiu deixar 'escapar' um vc (você) ou um tb (também) de vez em quando numa redação escolar. Mas, no geral, eles se policiam e procuram não misturar as situações", diz.

Outros estudos mostram a influência do internetês na comunicação dos adolescentes brasileiros. Em sua pesquisa de mestrado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a professora Cássia Batista aplicou 40 questionários a alunos de 15 e 16 anos de um colégio particular em Osasco, na Grande São Paulo. Como resultado, encontrou uma grande proximidade dos textos dos questionários com a linguagem falada: informalidade, respostas curtas, uso de abreviaturas, ícones (os emoticons) e vocabulário típico de internet.

Mas ela concorda que não há motivo para preocupação em relação a uma possível substituição da linguagem escrita formal, desde que a escola oriente o aluno em relação aos usos adequados de diferentes linguagens e entenda que o computador faz parte da sala de aula.

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Abaixo, esta Tabela expõe o índice de registro gráfico de cada possibilidade de coda simples, levando em conta, nos 178 vocábulos abreviados, as 295 possibilidades de registro de coda simples:

Algumas

abreviaturas,

como

qtos

(quantos)

e

to

(estou),

têm,

respectivamente, duas posições de coda silábica. Essas possibilidades de registro de coda simples se referem às 295 possibilidades observadas nos vocábulos especificadas na tabela. Logo, temos 02 abreviaturas e 04 possibilidades de registro de coda, sendo que apenas uma dessas possibilidades foi grafada pelo escrevente de chat.

Atentamos que os vocábulos qtos e to, assim como as demais abreviaturas, são recorrentes na conversa analisada, sendo cada aparição somada às 178

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abreviaturas enfocadas. De modo geral, o processo de abreviação na internet se caracteriza, basicamente, pelo recorrente apagamento da vogal que representa a posição de núcleo da sílaba na constituição de abreviaturas. Devido a esse apagamento, supomos que cresça a importância de representação gráfica das consoantes do ataque e da rima, a fim de que a compreensão da abreviatura seja garantida. Procuraremos observar, neste ponto desta reflexão, em quais momentos o escrevente opta por registrar, graficamente, o elemento da posição de coda e se todos os elementos consonantais (e as semivogais), que podem ocupar essa posição são igualmente registrados.

Os dados apresentados na Tabela apontam para uma tendência à não-representação das consoantes que ocupam a posição de coda: apenas 15 registros em 295 possibilidades, ou seja, 5% do total de possibilidades. Essa tendência à eliminação pode ser explicada, em primeiro lugar, pela própria característica acústica da posição de coda da sílaba e, em segundo lugar, por uma tendência da língua portuguesa em haver o enfraquecimento e/ou apagamento de segmentos em coda.

4.3 Revolução de palavras Há quem diga que os adeptos dessa linguagem são verdadeiros vândalos gramaticais. Pesquisas mostram que o texto de celulares e e-mails ajuda a desenvolver habilidades linguísticas.

Apesar de não ser simplista, nem de caótica, muitos educadores ainda temem a língua da internet. Vejamos, a seguir, os principais problemas elencados para desprestigiar a sub-norma dos ambientes virtuais,e as alternativas para contorná-los.

A proliferação de abreviaturas, hoje característica comum às variedades de ambientes virtuais, já aconteceu na norma padrão em outros períodos históricos, mais especificamente, em textos do português medieval, podemos encontrar uma profusão de abreviaturas, também motivadas por pressões decorrentes da tecnologia da época.

Antes da invenção da imprensa, o trabalho de divulgação e reprodução do conhecimento era feito pelos monges copistas, nos mosteiros medievais. A tarefa árdua da cópia fez com que se desenvolvesse o hábito das abreviações. Não havia

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tratado ou convenção regendo as abreviações; elas eram decorrentes da intuição do copista, e por isso, variáveis, assim como hoje ocorre a sub-norma dos ambientes virtuais. Com o passar do tempo, algumas abreviaturas foram normatizadas e estão presentes na língua atual. A abreviatura de professor e professora – prof. E profª.- é um exemplo do que acontecia com os nomes de profissões nas cópias medievais, presente até hoje.

Segundo Possenti o “objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou talvez mais exatamente, o de criar condições para que seja aprendido. Qualquer outra hipótese, é um equívoco político e ideológico” (POSSENTI, 1996:17-18)”.

O que não é português padrão é considerado como ‘variedade’. Seria a língua utilizada nos ambientes de comunicação virtual, mais uma variedade do português?

Para tanto, faz-se necessário discutir os conceitos de norma-padrão e variedades linguísticas, que não costumam ser uniformes.

Perini (1998:26) define a norma padrão como “variedade da língua que se manifesta de maneira uniforme nos textos técnicos e jornalísticos de todo o país”. A definição de norma-padrão proposta por Perini é fundamentada no registro escrito, e é reiterada por Faraco(2002).

A cultura escrita, associada ao poder social, desencadeou também, ao longo da história, um processo fortemente unificador (que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas) que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado deste processo e esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de norma-padrão ou língua padrão.(FARACO,2002).

Diversos estudos apresentam descrições da língua portuguesa utilizada nos ambientes de comunicação virtual, como chat e Messenger.

Tais descrições são englobadas pelo estudo de Thurlow & Brown (2003), que sistematizam o uso da língua em ambientes virtuais em três máximas: 1.Máxima dupla da brevidade e velocidade:  Abreviação de itens lexicais;  Uso mínimo de letras maiúsculas e sinais de pontuação; 2.Reestruturação paralinguística: 

- Homofonia letras e números;

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

-Recuperação de vogais elididas;

3. Aproximação fonológica.

A primeira máxima está relacionada aos condicionamentos de tempo e espaço impostos à interação. Abreviar as palavras, sempre que possível, resulta em economia de espaço e de tempo, pois as interações de letras maiúsculas, segundo o código de etiqueta da internet, significa que o internauta está GRITANDO. A pontuação é praticamente abolida porque é desnecessária, pode ser recuperada.

A segunda máxima está relacionada às intuições linguísticas do internauta.

Condicionado pela Necessidade de economia e rapidez, o internauta procura alternativas para comunicar mais, com menos espaço e mais rápido. O uso de números no lugar de sequências de letras, aproveitando-se da homofonia, é uma alternativa muito engenhosa com apenas um caracter do número, o internauta pode suprimir algumas letras, agilizando a interação. No inglês, “l8r” (later) representa a economia de dois caracteres para expressar o mesmo conteúdo.

A capacidade de recuperação de vogais também requer a intuição linguística dos internautas remetente e receptor. O internauta remetente não pode elidir toda e qualquer vogal, deve elidir apenas aquelas que o remetente recuperará sem ambiguidade.

E a máxima da aproximação fonológica representa a quebra das convenções ortográficas em favor da economia e agilidade na comunicação virtual. Se ‘ch’ tem valor de ‘x ‘ e se ‘qu’ tem valor de ‘k’, a opção utilizada na comunicação virtual é a mais curta.

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Ao procurar desconstruir as razões que justificariam o império da escrita, Corrêa (2004) defende que a escrita é permeada pela fala, ou seja, que a escrita é heterogênea – idéia que caracteriza a noção de modo heterogêneo de constituição da escrita, central nos estudos desse autor. Fala e escrita, dessa forma, são consideradas dois sistemas semióticos distintos, mas que se inter-relacionam, por meio de uma indissociabilidade entre fatos linguísticos e sociais da oralidade/fala e do letramento/escrita.

O fato é que existe um imaginário social a respeito da maneira como a escrita deve se caracterizar. Essa representação atinge não apenas o escrevente, mas os demais sujeitos que entram em contato com a escrita, participando de sua recriação. A escrita configura um caráter de não acabar: é um processo (real) e não um produto (acabado e ideal) que se materializa na forma gráfica. Tomar a escrita como processo é se contrapor à ideia de que um texto, escrito ou falado, seja concebido como produto caracterizado pela (imagem de) pureza (CORRÊA, 2004).

Conceber a escrita como processo permite, ainda, segundo Corrêa, que o pesquisador reflita sobre a circulação do escrevente pelo imaginário social sobre escrita a partir de três eixos – os quais constituem um recurso metodológico proposto pelo autor –, a saber: (a) a representação da gênese da escrita; (b) a representação do código escrito institucionalizado; (c) a dialogia com o já falado/escrito.

Os três eixos de circulação do escrevente dialogam e se relacionam constantemente entre si, o que indicia uma circulação dialógica do escrevente, reflexo da dialogicidade da linguagem, irrestrita à escrita. Com base na concepção de escrita proposta por Corrêa (2004), assumimos que determinadas práticas de

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escrita na rede – como as já citadas abreviaturas, dentre outras ocorrências – consistem em um lugar privilegiado para que seja observada a heterogeneidade da escrita.

Sem se restringir aos bate-papos virtuais, a escrita sempre será constituída por aspectos considerados pertencentes à oralidade/fala, independentemente de a situação de letramento/escrita ser mais, ou menos, formal. Na reflexão que empreendemos, centramo-nos, sobretudo, no primeiro eixo proposto por Corrêa (2004), ou seja, aquele que diz respeito aos momentos em que o escrevente toma a (sua) escrita (ao registrar ou não as codas de sílabas abreviadas) como representação, termo a termo, da oralidade – em uma suposta gênese da escrita, segundo a qual o sujeito escrevente procura plasmar, na escrita, aspectos da oralidade.

Para tanto, consideramos em nossas análises que, além de haver uma imagem de escrita compartilhada pelos escreventes participantes da “conversa” online, há, ainda, a imagem de outras instituições que cerceiam e legitimam essa atividade de escrita, como a da escola e a da família, as quais costumam considerar esse gênero supostamente, forma correta de escrita.

Conheça um tradutor de miguxês no site www.coisinha.com.br/miguxeitor, como vemos na imagem 06.

Tomando a sílaba como unidade em torno da qual os segmentos (falados e escritos) se organizam, este trabalho buscará observar o registro e a ausência de

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registro de elementos consonantais e semivogais que ocupariam a posição de coda de sílabas de vocábulos que apresentam, convencionalmente, essa posição preenchida.

Para

Selkirk

(1982),

enquanto

unidade

fonológica,

as

sílabas

são

internamente estruturadas em constituintes, como demonstra a representação abaixo:

Na imagem 07, vemos a representação da sílaba de acordo com a teoria métrica. Como se pode deduzir dessa representação gráfica, a sílaba é dotada de uma estrutura não-linear de constituintes. Assim, uma sílaba teria dois constituintes imediatos, um ataque (A) e uma rima (R); a rima, por sua vez, apresenta um núcleo (Nu) e uma coda (Co). No modelo de Selkirk, qualquer categoria, exceto o núcleo, pode ser vazia ou não preenchida.

4.4 A classificação como sub-norma Acredita-se que o uso da língua em ambientes de comunicação virtuais está indo em direção ao surgimento de um subconjunto da norma padrão – uma espécie de sub-norma – condicionada pelas pressões do meio. Cabe salientar que não se trata de mais uma variedade, mas sim de uma sub-norma, um subconjunto da norma, pois não podemos fazer a associação entre variedade e região. A sub-norma da Internet não tem pátria; não apresenta características dialetais, apenas um subconjunto do ‘núcleo-duro’ da norma padrão.

Para entender a influencia do meio no surgimento desta sub-norma, resta saber se a sub-norma da Internet, é um meio de evitar ou dificultar a bisbilhotice dos mais velhos?

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Uma das árduas tarefas do professor de língua portuguesa, é instigar seus alunos a identificar e respeitar as diferentes variedades sócio-estilísticas da língua.

Com o advento das novas tecnologias e a difusão do acesso à internet, defendemos a ideia de emergência de uma sub-norma da língua ainda não prevista nas gramáticas, e nem sempre aceita pelos professores, a sub-norma da Internet não é nem simplista, nem caótica como aparenta ser, conforme aponta Thurlow (2003). Está sujeita a regras, convencionalizadas pelo uso, nos novos gêneros discursivos que surgem no ambiente virtual, como o chat, fórum, lista de discussão, Messenger, blog, etc. Cabe ao professor integrar a sub-norma dos ambientes virtuais ao rol das variedades sócio-linguísticas da língua.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como visto, a língua utilizada na comunicação em ambientes virtuais não pode ser taxada de desregrada, nem de simplista. Muito pelo contrário, existem regras complexas e dependentes do conhecimento da norma padrão. Então, por que o temor quanto a influência(negativa) da Internet no ensino da língua portuguesa na escola?

O cidadão preparado para o futuro tem que dominar tantas linguagens quantas forem as janelas que se abrirem para ele.(RAMAL) A internet vem revolucionando a comunicação como nenhuma outra invenção foi capaz de fazer antes. A invasão do “internetês”, especialmente entre os jovens em fase escolar, tem preocupado aos pais e professores, receosos quanto à influência desta modalidade no ensino/aprendizado da norma padrão da língua portuguesa. É necessário discutir mais profundamente, o uso da língua na internet e a sua relação com o ensino da norma padrão.

Neste trabalho, assumimos os pressupostos de norma-padrão e variedades da sociolinguística para discutir algumas questões relativas à língua portuguesa e o seu uso em ambientes virtuais. Mais especificamente, pretendi também definir o estatuto da língua nestes ambientes: se dentro do padrão ou se é alguma variedade do padrão. Tal discussão é essencial para que o professor de língua portuguesa adote, em sala de aula, uma abordagem da língua usada nos ambientes virtuais.

Como visto, a língua utilizada na comunicação em ambientes virtuais não pode ser taxada de desregrada, nem de simplista. Muito pelo contrário, existem regras complexas e dependentes do conhecimento da norma padrão. Então, por que o temor quanto a influência(negativa) da Internet no ensino da língua portuguesa na escola?

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Foi discutido as principais críticas feitas ao uso da língua da Internet, utilizada na comunicação em ambientes virtuais, e o papel da escola na questão.

Apesar da inclusão, não se pode deixar de lado o ensino da norma padrão, pois a capacidade de decodificar as mensagens na interação virtual está atrelada à intuição linguística aguçada.

Com relação à Internet e o ensino, podemos observar que: 

os jovens lêem hoje, cada vez mais por causa da Internet;



os jovens também escrevem cada vez mais por causa da Internet.

Qual o papel do professor de língua portuguesa, diante desse quadro, já que a leitura e a escrita estão sendo estimuladas pelas inovações tecnológicas?

A resposta pode estar atrelada à relação entre as variedades linguísticas e os gêneros textuais. O campo da pesquisa dos gêneros textuais emergentes no novo contexto de interação foi ainda pouco explorado. Novos gêneros surgem, outros são adaptados, cada qual com suas peculiaridades linguísticas. A escola fica responsável pela correlação entre a norma e o uso da língua, adequada aos gêneros discursivos, novos emergentes.

A análise das abreviaturas digitais permite colocar em discussão, as diferentes informações linguísticas que o escrevente leva em consideração ao abreviar. Essas informações linguísticas (vindas tanto de práticas orais quanto de práticas letradas) condicionam, a nosso ver, a emergência de abreviaturas. O uso da abreviação, considerado por muitos como “excessivo”, parece estar relacionado, também, a aspectos discursivos, ou seja, às condições de produção (PÊCHEUX, 1990) dos textos de bate-papos virtuais.

Neste trabalho entretanto, limitamo-nos à análise de fatores fonéticos, fonológicos e morfológicos que parecem influenciar a grafia de abreviaturas na internet. Tais fatores nos ajudam, pois, a compreender a prática de escrita em batepapos virtuais em aberto, muitas vezes repudiada pela mídia, pelos profissionais que lidam com a Língua Portuguesa, com a Educação e pela sociedade em geral.

Quando o escrevente omite o grafema da posição de núcleo da sílaba (o mais frequentemente omitido), aumenta a importância de se registrar os grafemas do ataque e da coda silábica (quando o vocábulo apresenta essas posições preenchidas). O que é importante observar é que nem todos os elementos consonantais da coda são registrados e, quando ocorre o registro gráfico, esse se

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dá, provavelmente, pelas características acústicas do segmento grafado ou por alguma informação morfofonológica relevante.

A análise dos dados de escrita digital permite observar que o registro ou a ausência do elemento consonantal da posição de coda das abreviaturas, está condicionado(a) a diferentes fatores. Informações acústicas dos segmentos e informações morfofonológicas parecem ser levadas em consideração pelo escrevente, quando esse opta por grafar ou não, o elemento da coda do vocábulo abreviado.

No caso da coda nasal, mais frequentemente registrada, consideramos que as características acústicas do segmento nasal parecem ser determinantes para que o escrevente preencha a posição de coda com a consoante nasal. Aliada às características acústicas, a tonicidade da sílaba também consiste em um fator que acarreta a marcação da coda nasal.

No caso dos glides e das vibrantes, as características acústicas desses segmentos não parecem influenciar a ausência de registro gráfico. Nesse caso, o escrevente parece levar em consideração na grafia de abreviaturas o que já utiliza em práticas orais.

No que tange à grafia da fricativa em posição de coda, essa ocorreu sobretudo relacionada à marcação da noção de plural, ou seja, quando aliada a informações morfológicas. Verificou-se, portanto, uma vinculação de ocorrências gráficas de <s> em casos em que se observa sua relação com as práticas letradas/escritas dos usuários de bate-papos virtuais.

Esse registro da fricativa, com base na concepção de heterogeneidade da escrita, vem confirmar que o chamado “internetês” não se resume a uma suposta “transcrição” de aspectos orais no gráfico. A escrita em chats da internet reflete, pois, a constante dialogia que existe entre modos de enunciação da linguagem, dialogia esta, que constitui a heterogeneidade da linguagem (não apenas da escrita).

Merece, assim, ser foco de atenção de pesquisadores e educadores, os quais, ao invés de se oporem à escrita na internet e defenderem uma escrita pura e homogênea, podem buscar maneiras de interpretar os dizeres que compõem as interações síncronas que ocorrem na Web. Esses dizeres parecem não se resumir a uma forma simplista, desregrada e/ou a uma transcrição fonética da fala. Conforme atentamos ao longo do trabalho, as ocorrências não-convencionais encontradas em batepapos virtuais – como as

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grafias das abreviações de sílabas com coda – podem ser agrupadas em regularidades linguísticas. Dito de outro modo, na internet, a língua também se materializa (e significa) com base em aspectos formais e estruturais que mostram o incessante diálogo existente entre práticas orais/faladas e letradas/escritas pelas quais o internauta circula.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, JÚLIO C., COSTA, SAYONARA MELO e DIEB, FREITAG, RAQUEL MEISTER KO e SILVA, MARINEIDE FONSECA. Uma análise sóciolinguística da lingua utilizada na internet: implicações para a lingua portuguesa.

Disponível

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