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Que o Evangelho seja a orientação para a nossa vida
from Jornal Evangélico Luterano - Ano 49 - nº 835 - Janeiro e Fevereiro 2020
by Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
Jornal Evangélico Luterano | Ano 49 | Jan-Fev 2020 | n o 835
Podemos transformar o mundo a partir da nossa disposição para ouvir a Palavra e da nossa união para praticar a vontade de Deus. O Espírito de Deus age em nós e, para Deus, não há impossível!
Ministério Pastoral encantador

Histórias que nos inspiram
Palavra Formação
Mudar vidas e realidades

Diversidade
VOCAÇÃO & MINISTÉRIO
Ministério Pastoral encantador
Pa. em. Rita Marta Panke | Santa Cruz do Sul/RS

Nasci em um lar cristão. Os meus pais, membros na Comunidade de Rio Pardinho/RS, foram meus Catequistas, narrando históricas bíblicas e orando comigo antes de dormir. Após a minha Confirmação, fui Orientadora de Culto Infantil. Também participei da Juventude Evangélica, colaborei nas festas da Comunidade, integrei o Coral Misto Centenário e acompanhei a minha mãe nas visitas a pessoas idosas e enfermas. Tudo contribuiu para sentir que a Seara é grande, mas os trabalhadores são poucos (Lc 10.2). Senti-me chamada para o trabalho na Seara do Senhor sem perguntar em que instância isto aconteceria, fosse como Catequista, Diaconisa, Pastora ou Professora. Pelo estudo do Evangelho, descobri a riqueza da vida com a qual Deus havia me presenteado e queria compartilhar esses dons com as pessoas que iria encontrar no caminho.
Senti como a Boa Nova revelada em Jesus Cristo e presente pela ação do Espírito Santo me fazia vibrar nos momentos de alegria e me dava forças para enfrentar as dificuldades (Sl 18.32). Sou grata a Deus por tudo que vivi e que sou.
No meu Ministério, tive momentos de alegria nas visitas às famílias, em que pude falar sobre o grande amor que Deus tem pelos por seus filhos e suas filhas desde o Batismo. Sempre expliquei que cada pessoa é importante e está convidada a ocupar o seu lugar no Sacerdócio Geral (1Pe 2.9). Nessa caminhada, Celebrações, Cultos e Encontros foram momentos especiais para anunciar a Boa Nova, que Deus está conosco em todos os dias da nossa vida.
COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
Necessidades e expectativas
Cat. Dra. Haidi Drebes | Secretária da Habilitação ao Ministério da IECLB
Em 2018, esse espaço abordou as Competências requeridas para Ministério com Ordenação na IECLB. Na sequência da descrição do conceito ‘Competência’, a cada mês, um Ministro ou uma Ministra escreveu sobre uma das 18 Competências.
As Competências requeridas querem refletir as condições, em termos de conhecimento, habilidade e atitude, que a Igreja entende como necessárias para exercer o Ministério com Ordenação na IECLB. O conhecimento, a habilidade e a atitude das 18 Competências se expressam das mais diversas formas por meio das atividades exercidas tanto com relação ao conteúdo como ao jeito de atuar.
Quando falamos em Ministério com Ordenação de quem formou-se pelo Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) antes de 2015, essas pessoas não foram acompanhadas com base nas Competências. Pelo menos não de forma sistematizada e formal. Quando o Grupo de Trabalho (GT) se ocupou em definir as Competências, usou como parâmetro a necessidade das Comunidades, tendo em vista a Igreja como um todo e a prática/ atuação de Ministros e Ministras. Isso significa que as Competências Ministeriais fazem parte do dia a dia da vida ministerial. A tarefa do GT foi sistematizar necessidades, expectativas e a atuação prática e transformá-las em Competências, visando ao acompanhamento e à formação de futuros Ministros e futuras Ministras. Desde 2015, Candidatos e Candidatas ao Ministério que ingressam no PPHM vêm sendo acompanhados e avaliados com base nas Competências. A partir do resultado das avaliações no Exame de Admissão, Candidatos e Candidatas elaboram um plano de desenvolvimento individual para que, durante o PPHM, possam desenvolver aspectos ligados às Competências.
Mesmo que as Competências requeridas sejam comuns como referencial para formação, a metodologia requer um acompanhamento individualizado e permite uma formação integral potencializando habilidades e jeitos pessoais, desde que estejam de acordo com o esperado para a função. As especificidades de perfil de cada Ministro ou Ministra enriquece a ação ministerial e permite atender à diversidade cultural que constitui a vida comunitária.
Nesse sentido, durante 2020, esse espaço vai compartilhar testemunhos sobre como Candidatos e Candidatas ao Ministério desenvolveram Competências durante o seu PPHM.
ESTUDANTES EM FORMAÇÃO
Cat. Ma. Débora Raquel Klesener Conrad | Secretária de Formação da IECLB Nos últimos anos, a partir do Programa de Acompanhamento a Estudantes de Teologia, temos ouvido histórias de vida de muitas pessoas que tiveram os seus dons e a sua vocação despertados e sentiram o chamado de Deus para servir por meio do Ministério com Ordenação.
Aceitar este chamado significou, para a maior parte dos e das estudantes, viver longe do núcleo familiar e inserir-se em um novo contexto ou abrir mão de uma trajetória profissional já consolidada em outra área do conhecimento ou, ainda, migrar com toda a família e confiar na mão bondosa e protetora de Deus. Cada estudante que opta pelo estudo da Teologia, almejando o ingresso no Ministério com Ordenação, traz a sua história de vida e a sua experiência de fé, além de muitas expectativas em relação à aprendizagem e ao seu desenvolvimento pessoal. Durante a trajetória acadêmica, cada estudante tem a oportunidade de se apropriar de conteúdos próprios e específicos da área teológica e aprofundar o seu conhecimento, mas também é necessário dar atenção especial para o desenvolvimento e o aprimoramento de outras habilidades, como a comunicação e o exercício da liderança. Na formação, estudantes têm a oportunidade de aplicar o que aprenderam no estágio, cada vez mais relevante no processo de aprendizagem e preparo para a atuação ministerial. Na maior parte das situações, o período de estágio também propicia o contato com contextos distintos da Comunidade de origem, o que amplia o olhar para a atuação na IECLB.
Durante este ano, estudantes de Teologia irão compartilhar reflexões sobre as suas escolhas e as suas experiências de aprendizagem nas etapas da formação teológica. Teremos pela frente histórias de superação, descobertas e experiências!
EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
Histórias de vida e fé
Viver o Batismo
Celita Holler | Comunidade Trindade de Ivoti/RS *
Nasci no dia 4 de janeiro de 1933, em Ivoti/RS, na época, Bom Jardim. Fui batizada em 12 de fevereiro de 1933 e confi rmada em 3 de dezembro de 1944, pelo Pastor Probst, na Comunidade Sião de Ivoti (hoje, Comunidade Trindade). Frequentei o Ensino Confi rmatório na época da Segunda Guerra Mundial e o único material disponível era o Catecismo Menor. Não havia Bíblia nem hinários, porque a Língua Alemã estava proibida. Os Cultos aconteciam de três em três semanas.
Sempre ajudei na OASE. Em 1961, participei de um Congresso da OASE em Estrela/RS. Auxiliei nos Chás da OASE, trabalhando na cozinha, cortando os bolos, lavando louças e servindo as mesas.
Fiquei dez anos fora dos grupos da Comunidade para cuidar da minha mãe. Um ano e meio depois da sua morte, o meu marido faleceu. Depois deste período,

retomei a minha participação na OASE. Tinha muita fome e sede da Palavra de Deus. Na OASE, tínhamos um grupo que se reunia para orar, ler e refl etir sobre as leituras. Aprendi muito!
Durante muito tempo, tive o sonho de ensinar trabalhos manuais. Um dia, abri as portas da minha casa para ensinar tricô às moças do grupo de jovens.
A ideia passou a dar certo quando a Pastora Marli Brum, do Instituto Ivoti, assumiu o programa Tecendo Memórias. Durante quatro anos, ensinei os pontos antigos do bordado até chegar aos Wandschoner. Hoje, muitas alunas vendem os seus bordados em feiras em vários lugares. Sempre gostei de passar adiante aquilo que sei fazer, por isso agradeço a Deus todos os dias da minha vida.
* Trecho do livro Histórias de vida e fé Org. Martin Dreher - Oikos Editora (2012).
JUVENTUDE

A música do Congrenaje
Conselho Nacional da Juventude Evangélica
É com grande alegria que divulgamos a Música-tema do 2020 Congrenaje!
De autoria dos jovens Edson Aguiar Ott e Vinícius Ost Dockhorn, do Sínodo Espírito Santo a Belém, Qual a tua essência? é uma canção contagiante, que, no ritmo alegre do samba, chama a Juventude Evangélica para cantar que Jesus é a essência da nossa fé. //:Qual a tua essência? Fragrância de valor Vivendo o Batismo dando frutos do amor.:// 1. Cristo entregou sua vida por nós como um perfume que foi derramado. Jesus, essência da fé! Jesus, essência da fé! 2. Tenha compreensão e promova união. Viva o ser, não se prenda ao ter. Jesus, essência da fé! Jesus, essência da fé! 3. Servindo com gratidão e compaixão. Vivendo a paz, juventude em ação. Jesus, essência da fé! Jesus, essência da fé!
No Portal Luteranos e no Facebook da JEIECLB, você pode ter acesso à música e à partitura. Compartilhe com o seu grupo de Juventude! Queremos chegar cantando em Domingos Martins! A gente se vê no 25º Congrenaje!
MISSÃO CRIANÇA Histórias que inspiram
Rosane Welinski | Blumenau/SC
Alegrem-se, porque o nome de vocês está escrito no céu. Lucas 10.20
Olá! O meu nome é Rosane e fui convidada pela primeira vez para ser Madrinha de Oração em 2007. Para mim, foi uma grande alegria receber esse convite para participar do Culto de Batismo da criança e orar por ela durante o ano. Na ocasião, a equipe do Missão Criança sugeriu que fi cássemos no anonimato como Madrinhas.
No Culto comemorativo de um ano de Batismo, fi caria a nosso critério se quiséssemos nos identifi car para a criança e os seus familiares.
Ao longo dos meus 13 anos como Madrinha de Oração, foi gratifi cante ver que fui mais uma pessoa a pedir bênçãos e proteção aos pequeninos.
Sei do retorno que o trabalho do Missão Criança traz, pois fui Orientadora do Culto Infantil na Paróquia Blumenau - Itoupava Seca/SC por mais de 30 anos. É lindo ver as crianças frequentarem os encontros durante a sua infância.
Deus realmente ouve as nossas orações!
No Batismo, Deus nos chamou pelo nome e o escreveu no céu. O Programa Missão Criança quer nos ajudar a viver o Batismo em nosso dia a dia, fortalecendo a comunhão, o ensino e a vivência da fé cristã.
P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS
Ao descer no aeroporto, o Escritor israelense Amós Oz (1939 - 2018) toma um táxi para a sua casa. O motorista comenta sobre um dos confl itos recentes entre palestinos e israelenses, que, há décadas, se repetem, e que matou algumas pessoas. Sem pestanejar, o motorista afi rma: ‘É preciso matar todos os palestinos’. Amós busca uma resposta, pois não é fácil responder a quem tem como solução fazer aos outros o que foi feito aos seus, ou seja, matar como solução.
Rapidamente, o autor dá uma resposta com a qual não concorda. ‘Sim, vamos matar a todos os palestinos de uma rua para vingar os nossos compatriotas. Você pega uma arma e eu

pego outra. Vou de uma ponta da rua e você vem da outra, sem deixar ninguém vivo. No meio da quadra, com todas as pessoas mortas, ouvimos o choro de uma criança. Ela sobreviveu. Então, decidimos quem a matará’. Diante de tal extremismo, o motorista se calou. Talvez tenha percebido a insanidade da sua solução ‘fácil’ para vingar os seus.
Com essa história, o Escritor inicia o seu livro que traz como refl exão a pergunta: Como convencer um extremista fundamentalista cuja solução é matar quem pensa diferente? Também em nosso meio crescem a intolerância religiosa e política. Para as pessoas intolerantes, a solução é eliminar as pessoas que pensam diferente. Com cada vez mais armas nas mãos, parece que a solução está à distância de uma bala... e autoridades reforçam a matança. O contexto geográfi co da conversa que fez o motorista pensar e se calar nos lembra a história de Caim e Abel. O pastor de gado pequeno, Abel, é morto por Caim. Na lógica absurda do ‘dente por dente e olho por olho’, Caim deveria ser vingado, após ter recebido o castigo divino da perda da terra e, consequentemente, ser transformado em fugitivo, errante. (Gn 4.8-16). Entretanto, Deus coloca um sinal em Caim para que não seja vingado. Quem matar Caim, será vingado sete vezes. Com estes sinais, a violência é contida.
A queda do avião de uma empresa da Ucrânia matou 176 pessoas inocentes. Forças Militares do Irã admitem o erro. Há 30 anos, Forças Militares dos Estados Unidos derrubaram, por engano, um avião do Irã, matando mais pessoas que desta vez. Violência gera violência! Os extremistas, donos da verdade, estão nos diversos lados dos confl itos e se promovem com a matança de inocentes em suas campanhas eleitorais.
As mensagens bíblicas do início do novo ano ainda repercutem o tema da paz do Natal. Entre elas, está o Salmo 29, tema da pregação, cujo versículo 11 nos anuncia: O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor abençoa com paz. Logo, deduzimos o seguinte lema: Deus acima de tudo; a paz acima de todas as pessoas!
Meu fi lho, escute o que o seu pai ensina e preste atenção ao que a sua mãe diz. Os ensinamentos deles vão aperfeiçoar o seu caráter. Provérbios 1.8-9
D Ê C O N T I N U I D A D E A O S S E U S E S T U D O S C O M A S E S P E C I A L I Z A Ç Õ E S E A D D A F A C U L D A D E S E S T

GESTÃO DE OSCS E MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS CULTURA POP
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR E NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ENSINO RELIGIOSO
BÍBLIA
ACONSELHAMENTO PASTORAL
NOVO TESTAMENTO
Misericórdia, compaixão e diaconia Mudar vidas e mudar realidades!
P. Olmiro Ribeiro Júnior | Secretário da Ação Comunitária da IECLB
Viver o Batismo é caminhar com Cristo, com os seus irmãos e as suas irmãs, enfrentar cotidianamente os caminhos floridos e verdejantes, o vale da sombra e da morte e as vielas empoeiradas da injustiça.
Estar unido em Cristo é pertencer a um Corpo, uma Comunidade que vive, luta, celebra e sofre. Igualmente, comprometer-se em ser sal e luz no mundo, divulgando o Evangelho, o Reino em atos e ações que cuidam

da vida, restabeleçam a dignidade e promovam a justiça.
Jesus viveu em uma época de contrariedades e injustiças sociais. O serviço ao próximo, a diaconia, acontecia na prática de esmolas, oração e jejum. Entretanto, ele transformou o distanciamento da vida cotidiana, a omissão ao sofrimento do próximo, ensinando que a prática da justiça, compaixão e misericórdia estavam fundamentadas pelo Mandamento do Amor (Mt 5.7) e não em ritos. Ensinou com a parábola do Bom Samaritano (Lc 10.30-37) e a história do Grande Julgamento - nas Obras de Misericórdia (Mt 25. 31-46).
Tanto a parábola do Bom S a m a r i t a n o como as Obras de Misericórdia nos convidam a pensar, refletir e orientar a nossa vida sobre os princípios da: - misericórdia: ter um coração, uma vida compadecida com o próximo, olhar as pessoas com os olhos de Cristo, pensar nas pessoas com o amor de Deus e viver com elas mediante o perdão de Deus. - compaixão: sentir a dor da outra pessoa e envolver-se no seu sofrimento, despertando o desejo de ajudar, partilhando o peso da dor e solidarizando-se em assumir a sua paixão para estar junto, cuidando. - diaconia: viver a vida de fé em serviço ao próximo, com o compromisso de mudar vidas e realidades mediante a vivência da fé, do Batismo, trazendo graça, esperança e dignidade.
A vivência da fé em Cristo tem encorajado e sensibilizado à misericórdia, à compaixão e à diaconia na sua vida e na vida da Comunidade em que participa? O que tem feito pelas pessoas que estão abandonadas pelas ruas, que sofreram violência, discriminação, por sua cor, gênero e condição social em sua cidade, nos arredores do templo?
Da mesma forma, como tem reagido diante das pessoas doentes, isoladas, abandonadas e encarceradas... Famintas, sedentas e desabrigadas?
Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos? Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos não fizestes, não o fizestes a mim (Mt 25.44-45).
Jesus Cristo diz: Eu estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.
Mateus 28.20b PRONUNCIAMENTO
Compromisso de fé
A fé em Cristo leva à ação em favor do próximo. Sempre que essa ação faltar, na verdade há falta de fé e desobediência à vontade de Deus. É por isso que, ao dirigirmos esta palavra às Comunidades da IECLB, apontando para a responsabilidade social que nos cabe como cristãos, devemos, antes de mais nada, confessar que muito temos pecado diante do Senhor, pela nossa omissão. Jesus, passando fome, não lhe demos de comer; estando Jesus com sede, não lhe demos de beber; sendo Jesus forasteiro, não o hospedamos; estando Jesus nu, não o vestimos; estando Jesus enfermo, não o visitamos; estando Jesus preso, não fomos vê-lo (Mt 25.35-36).
Posicionamento Nossa Responsabilidade Social (1978)