Pisca verao 2015

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Editorial

O abandono de educação e formação é um dos

nos homens do que nas mulheres. Se no conjunto

indicadores que melhor expressa as desigualdades

da UE essa diferença não ultrapassa os 3,5%, em

educacionais entre países. As taxas, abaixo indica-

países como Portugal a mesma ultrapassa os

das, de abandono precoce de educação e forma-

12%.

ção, correspondem ao indicador anteriormente

Há uma relação ambígua dos países ibéricos com

designado por abandono escolar precoce.

a educação. Porquê? Faltam trabalhos científicos

Os países com taxas de abandono mais elevadas

que ajudem a perceber o fenómeno. Por isso, não

são Espanha (24,9%), Malta (22,6%) e Portugal

me ficaria bem enveredar por uma opção retórica

(20,8%). Nos Açores, a taxa está nos 32,8%, sen-

que pusesse o enfoque nas altas taxas de desem-

do a mais elevada a nível nacional.

prego que se verificam em ambos os países ou

Os países com taxas mais baixas são: Eslovénia

numa sociedade altamente vocacionada para o

(4,4%), Eslováquia (5,3%), República Checa (5,5%),

consumo, altamente dependente do Estado (que

Polónia (5,7%), Lituânia (6,5%), Suécia (7,5%),

parte substancial das populações entende como

Áustria (7,6%), Luxemburgo (8,1%), Holanda (8,8%)

abusador e pejado de oportunismos), onde a fuga

e Finlândia (8,9%).

aos impostos ainda é muito elevada e onde o

Repare-se como as taxas são mais baixas nos

gosto pela cultura é ainda excessivamente baixo,

antigos países do bloco de Leste, ou seja, naque-

não havendo nem uma tradição de mérito nem

les que estiveram décadas sob órbita comunista.

uma propensão para o empenho e esforço. Isso

Países onde a educação foi considerada um

seria, insisto, uma leitura retórica.

desígnio nacional e coletivo. Só depois vêm os

A propensão para a retórica, sabemo-lo pela lite-

casos dos países nórdicos, aparecendo a tão pro-

ratura de Portugal e de Espanha, é algo fortemen-

palada Finlândia no último posto.

te enraizado, mormente entre quantos fazem do

Verifica-se uma grande variação no abandono de

serviço público uma profissão, sejam ou não polí-

educação e formação entre homens e mulheres.

ticos de carreira. Assim, não espanta que um

Com exceção da Bulgária, o abandono é mais

documento da importância do “ProSucesso”, que

elevado, em todos os países da União Europeia,

propõe um Plano Integrado de Promoção do


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Sucesso Escolar para a Região Autónoma dos

conjunto com a Secretaria Regional da Solidarie-

Açores, esteja também eivado dessa pecha. Isso,

dade Social.

apesar de ter contado com a colaboração de

A título de exemplo, refira-se a formação de adul-

uma prestigiada equipa de notáveis que se terá

tos, que não pode ser descurada, pois muitos

esquecido de mencionar os estudos científicos

destes pais formam-no em idades precoces, com

que legitimam as opções tomadas. Quiçá por

um referencial de valores e de perceção do mun-

urgência e imperativos europeus ou tão-só por

do desfasado, dando aso a uma visão destorcida

ainda se olhar para a educação e formação de

do papel da escola.

um ponto de vista algo amador, descurando aqui-

Os pais que poderão estar interessados em parti-

lo que é trabalho e obrigação das universidades.

cipar na escola fazem-no já, seja tendo assento

O documento elenca um conjunto de asserções

nos seus órgãos (Assembleia de Escola e Conse-

que não estão, pois, assentes em dados científi-

lho Pedagógico), seja através dos encontros regu-

cos e parte daí para a elaboração de propostas

lares que mantêm com diretores de turma e pro-

que terão o seu quê de boas intenções. E se

fessores. São pais de filhos sem problemas de

cada um de per se pode considerar esta ou

insucesso ou abandono.

aquela válida, não nos podemos esquecer que em

Porque o texto já vai longo, acrescentaria apenas

educação as experiências têm custos elevados,

que a escola do sucesso terá de ser mais do que

porque os ciclos de aprendizagem são muito mais

Português e Matemática, até por essas disciplinas

longos do que os ciclos eleitorais. E que se se

trabalharem, a nível cognitivo, com múltiplas

quer combater o problema é preciso investir a

variantes que podem ser interiorizadas através de

sério na sua resolução.

atividades lúdicas ou no âmbito de outras áreas

A família, que o documento refere de passagem, é

disciplinares, bastando para isso que a Região

sempre fundamental no ensino básico, porque é

invista de facto na formação de quantos a dese-

na família que as crianças interiorizam as regras

jam e promova a criatividade nas escolas, estimu-

básicas da convivialidade, o respeito pelo outro e

lando os docentes que dinamizam clubes de tea-

pela diferença, o bom desenvolvimento físico, cog-

tro, dança, música, rádio, cinema, expressões plás-

nitivo e emocional, maneiras de lidar com os fra-

ticas, ambiente, ciências, jogo do 24, história, jor-

cassos, as deceções e as dificuldades perante as

nalismo, escrita.

situações sociais adversas e opostas aos seus

Aqui se deixa, a título pessoal, um pequeno repa-

desejos e satisfações imediatas.

ro crítico e uma breve sugestão, por se entender

Creio que a Secretaria Regional da Educação e da

que todos devemos procurar contribuir para a

Cultura terá na sua posse dados concretos sobre

melhoria da educação e formação nos Açores.

os casos de insucesso e abandono precoces. Casos que poderiam ser minorados num trabalho

Carlos Bessa (coordenador do Pisca de Gente) Capa e contracapa de Susana Pestana


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1.ツコ ciclo

Ilustradores: Afonso Costa e Gustavo Landeiro

Trabalhos do 4.ツコ ano


Ilustradores: Renata Faria e Samuel Coelho

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Ilustradores: Cristiano Leal e Miguel Sousa

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Ilustradores: Bruno Reis, Tiago Wang e Tomテ。s Borba

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Ilustradores: Gonテァalo Matos, Jテコlio Ourique e Letテュcia Costea


Ilustradores: Gonテァalo Teテウfilo e Tiago Morais

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Ilustradores: Luana Cunha, Rafaela Faria e Simテ」o Sousa

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educação especial

Comemoração do 10.º aniversário do eTwinning

A turma UNECA 3 comemorou o aniversário

multilingue “O Sol Brilha Alto”, pelos alunos da tur-

eTwinning convidando o Conselho Executivo e as

ma UNECA 3, em conjunto com as turmas A, B, F e

turmas do 1º ciclo, das professoras Matilde Bor-

G do 6.º ano sob a coordenação da professora de

ges e Catarina Simões, para um evento que

música Cláudia Rocha.

constou de uma videoconferência com a escola

A atuação dos alunos pode ser vista no seguinte

parceira CEIP San Xoán Becerreá e divulgação

endereço:

do eTwinning com a distribuição de balões e

https://www.youtube.com/watch?v=ZsNIlWkHWfU

bandeirolas pelo recinto escolar. Deste evento constou ainda da atuação, em direto, dos dois países, interpretando a canção

Profs. Paula Matos e Rosa Medeiros


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Dia mundial da criança

Grandes emoções

A turma UNECA 3 festejou o Dia Mundial da

Cruz, Fonte do Bastardo e S. Brás (donativos).

Criança no mar dos Açores, observando baleias

A todos o nosso obrigado.

e golfinhos.

Foi uma viagem inesquecível!

Tal só foi possível graças à colaboração da empresa EVT (bilhetes grátis), Aguiatur (desconto na viagem) e às Juntas de Freguesia de Sta.

Profs. Paula Matos e Rosa Medeiros


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oportunidade

Visita de estudo a Angra do Heroísmo

Alunos do Programa Oportunidade – III, das tur-

Como primeira etapa desta visita de estudo, os alu-

mas F e H, efetuaram uma visita de estudo a

nos puderam apreender a organização defensiva da

Angra do Heroísmo, no dia 11 de março transa-

baía de Angra, muralhada e com forte poder de

to, integrada numa abordagem alternativa ao

artilharia, o que a tornava inexpugnável a quaisquer

estudo d’Os Lusíadas, de Luís de Camões. Esta

navios intrusos. No Castelinho, esperava-os, em

iniciativa constou de uma contextualização histó-

generosa disponibilidade, o dr. Maduro-Dias, o qual,

rica da época das grandes navegações atlânti-

com grande sentido pedagógico, soube transmitir

cas portuguesas, partindo da importância geoes-

àqueles jovens toda a sua sapiente informação his-

tratégica da ilha Terceira e da cidade de Angra

tórico-militar a respeito.

em particular.


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De seguida, os alunos, acompanhados pelos professores Nelson Lourenço e Filipe Sancho, dirigiram-se ao Castelo de S. João Baptista, onde foram guiados pelo tenente-coronel Luís Silveira, que amavelmente se ofereceu para tal e expôs diversos temas, esclarecendo vários aspetos importantes referentes à construção e existência temporal daquela fortaleza. Por fim, o grupo rumou ao Museu de Angra do Heroísmo e aí tiveram os alunos a recepção dedicada e bondosa do seu serviço educativo,

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Atlântico”, acompanhados da competente informação didática pela dra. Ana Lúcia Almeida. O regresso à Escola deu-se ao fim da tarde, após um longo percurso de 4 horas, sempre nas duas carrinhas gentilmente cedidas pela Confederação Operária Terceirense e pela ADREP, que tornaram possível esta deslocação, e às quais entidades se agradece em nome da Escola Básica Integrada da Praia da Vitória, bem como ao sr. Presidente do Conselho Executivo, pelo apoio recebido na concretização desta visita de estudo.

que ofereceu a uns então já esgotados jovens um pequeno lanche; depois, percorreram a exposição “Do Mar e da Terra… uma História no

Prof. Filipe Chantal


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2.º ciclo

Conto maravilhoso Era uma vez uma princesa que vivia num reino

assustada.

distante, perto de uma floresta que ninguém

– Ninguém te vai aparecer. Tu agora és a minha

conhecera. A princesa sonhava com aquela flo-

princesa! – Dizia o ogre malvado.

resta, imaginando como poderia ser e quem

E passaram-se dias, meses, anos e ninguém apare-

habitava nela, mas sabia que seus pais a acha-

ceu...

vam perigosa. Um dia, a princesa não aguentou

Um dia, um cavaleiro de outro reino estava a pas-

mais a sua curiosidade e perguntou a seus pais:

sear na floresta e ouviu uma bela voz a pedir

– Mãe, pai, podem dar-me permissão para ir à

socorro. Então, saltou para o cavalo, entrou na

floresta? – Implorava a princesa.

casa do ogre e combateu-o. No fim, o cavaleiro

– Claro que não, é muito perigoso! Imagina se

matou o ogre e salvou a princesa.

te perdêssemos! Talvez quando fizeres dezoito

– Como lhe posso agradecer? – Dizia a princesa

anos... Talvez aí tenhas mais maturidade.– Diziam

com os olhos enternecidos nos do cavaleiro.

os pais, concordando.

– Mostrando-me a floresta maravilhosa. – Respondeu

Então, esperou anos e anos, até ter dezoito, e

-lhe o cavaleiro apaixonado.

quando estes chegaram a princesa saltou da

E ficaram até à noite, passeando os dois no cavalo

janela do seu quarto, pendurada por lençóis. De

branco do cavaleiro. Ao amanhecer, o cavaleiro

manhã, os reis encontraram os lençóis pendura-

levou-a até ao castelo, onde estariam os pais à

dos na janela do quarto da princesa e imagina-

sua espera. Quando a princesa chegou, abraçaram-

ram o que se estava a passar. Enquanto guar-

se e perdoaram-na.

das do reino procuravam a princesa, esta anda-

– Cavaleiro, como salvaste a vida da minha filha,

va pelos campos da floresta, a cheirar as flores,

dou-te a mão dela em casamento. – Disse o rei

a ver os animais e a cantar. Mais tarde, a prin-

eternamente grato.

cesa tinha-se perdido na floresta. De imediato,

E a princesa contou o que tinha feito aqueles anos

sentiu muita fome e decidiu procurar alguém

todos, trancada na masmorra.

para pedir comida. Após ter andado muito tem-

– Mãe, pai, tragam o povo até à floresta. Quero-vos

po, encontrou uma casinha, e decidiu entrar.

mostrar uma coisa! – Exclamou a princesa.

– Olá, está alguém em casa?

Quando chegaram lá, toda a floresta estava ilumi-

Mas ninguém apareceu e ela foi-se embora.

nada por pirilampos e pela luz do luar. Enquanto o

Antes de abrir a porta, um ogre lançou-lhe uma

povo admirava a beleza da floresta, o cavaleiro e a

jaula por cima e levou-a à masmorra.

princesa ficaram enternecidos a olhar as estrelas

– Socorro, tirem-me daqui! – Gritava a princesa

em cima do cavalo branco. Inês Costa, 5.º F


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Há muitos anos, numa aldeia desconhecida, vivia

lá entrado, estava preocupada por não ter bolinhos

uma família muito pobre. A filha chamava-se

para vender, mas sim pedras.

Clara e era uma rapariga bonita e bondosa que

A meio do caminho encontrou um cesto tapado

tudo fazia para ajudar os pais, mas tinha um

com um pano, mas, lembrando-se do que tinha

grande defeito: ser muito curiosa.

acontecido na casa da bruxa, continuou o seu

Num certo dia, Clara foi vender bolinhos à

caminho. Mais à frente apareceu-lhe uma fada, que

aldeia mais próxima, mas tinha de passar pela

lhe perguntou:

floresta, que era assustadora. Carregando o ces-

– Clara, porque não viste o que estava no cesto?

to com os bolinhos, avistou uma casa coberta

– Não fui ver porque o cesto não era meu e apren-

de musgo, sem janelas e só com uma porta de

di a lição que não devo mexer naquilo que não é

madeira. Não resistiu à curiosidade e resolveu

meu sem autorização. – Respondeu a Clara muito

bater

triste.

à

porta.

Como

ninguém

abriu,

Clara

empurrou a porta e entrou começando a esprei-

– Como já aprendeste a lição, vou transformar

tar. Nisto, viu, a sair de uma das divisões, uma

essas pedras, que tens no teu cesto, em ouro. –

bruxa muito feia toda vestida de preto.

Afirmou a fada e assim o fez.

A bruxa furiosa, pela ousadia da rapariga, trans-

Assim, Clara voltou feliz, para casa, sabendo que

formou todos os bolinhos em pedra e mandou-a

agora já poderia ajudar a sua família.

embora. Clara muito triste, pois sabia que não devia ter

Inês Monteiro, 5.º F


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Conto maravilhoso

Era uma vez uma princesa que andava a obser-

Passado algum tempo apareceu um príncipe que viu

var a natureza. Quando olhou para baixo viu

essa mesma casa. Tentou abrir a porta, mas como

que estava a crescer um lindo trevo de quatro

estava trancada, ia-se embora, quando ouviu:

folhas.

– Socorro, alguém me ajude! Por favor!

Sentou-se ao pé dele. De repente apareceu-lhe

Logo quando o príncipe ouviu, correu para a porta

um velho monstruoso que a agarrou e a colo-

e arrancou-a. Entrou e espreitou todos os quartos,

cou dentro de um saco.

só um é que estava trancado e daí é que vinha a

A princesa assustada ainda conseguiu apanhar o

voz. Consegui arrancar outra vez a última porta e

trevo de quatro folhas para que lhe desse sorte.

salvou a princesa. Correu pelos bosques e florestas

O velho monstruoso empurrou-a para dentro de

com ela no cavalo e assim viveram os dois felizes.

uma casa velha, rodeada de erva. Trancou-a dentro da casa. A princesa fizera tudo para tentar sair, mas nada, a porta estava trancada e as janelas fechadas.

Inês Pereira, 5.º F


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Entre a terra e o mar

Era uma vez uma rapariga de doze anos, de

os olhos, mas quando voltou a olhar, o rapaz esta-

nome Marta, com longos cabelos pretos, alta e

va novamente a olhar para ele e de repente soltou

sempre de sorriso no rosto. Todos os anos,

uma grande gargalhada e disse-lhe:

durante as férias de verão, os pais alugavam

- Não, não estás a sonhar. Só não sabes se sou

uma casa perto do mar, adoravam o cheiro a

um rapaz ou um peixe. Sou um pouco dos dois.

maresia e os longos banhos na água límpida do

Chamo-me Martim e tu?

mar.

Ainda um pouco atordoada, a rapariga respondeu: -

Marta esperava ansiosamente, todo o ano, pelas

Marta, o meu nome é Marta.

férias na praia. Gostava de andar descalça na

- Fantástico! Já reparaste que ambos os nossos

areia, de apanhar conchas para a sua coleção,

nomes começam com a palavra MAR?

do sol quente e radioso e principalmente de

- Pois é. Eu adoro o Mar! Como é possível existir

mergulhar na água fresca e sonhar com todas

alguém como tu?

histórias que a avó lhe contava sobre os segre-

- Acho que foi um naufrágio, não tenho a certeza,

dos do mar, como a “Pequena Sereia”, “A Meni-

era muito pequeno, fui acolhido por criaturas fan-

na do Mar” ou o “Peixinho Vermelho”.

tásticas do fundo do mar e com o passar dos anos

Num desses dias quentes de verão, Marta des-

o meu corpo foi-se transformando.

cansava em cima de uma rocha, à beira da

Marta respondeu-lhe: - Já ouvi muitas histórias de

água e adormeceu. Após algum tempo, acordou

sereias e outros seres fantásticos, mas nem sei o

com um certo ruído, sentou-se olhou à sua vol-

que dizer.

ta e viu um rapaz, que aparentava ser da mes-

Martim falou-lhe então de todas as maravilhas do

ma idade dela. Este

incessantemente

fundo do mar, das mil cores dos corais, da dança

para Marta, depois mergulhou no mar. Foi então

das medusas, das enormes baleias, das diferentes

que a rapariga se apercebeu de algo estranho,

rochas e baias que conhecia.

escamas de inúmeras cores e mais reluzentes

Marta, por sua vez contou-lhe das flores que cres-

que a lua cobriam parte do seu corpo, e tinha

ciam na terra, das árvores enormes, das frutas, dos

também um grande cauda, como as dos peixes.

castelos, do conforto das casas, das viagens que

Não podia ser, devia estar a sonhar, esfregou

tinha feito com os pais.

olhava


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Martim exclamou: - Se eu pudesse andar!

curiosidades

Marta exclamou: - Se eu pudesse no fundo do

imagens de jardins e alguns edifícios e Marta con-

mar respirar!

tava-lhe sobre os que já tinha visitado e combina-

Martim então disse-lhe que era preciso acreditar

vam inúmeros passeios por todo o mundo; visitar a

para a magia se realizar: - Tudo é possível

grande muralha da China, mergulhar nas águas

quando abrimos o nosso coração e deixamos o

quentes do México, entre outras experiências que

nosso

desejavam partilhar juntos.

pensamento

voar.

Deram

os

dois

as

acerca dos

mesmos;

viam também

mãos, fecharam os olhos e sobre o calor do sol

Martim trazia-lhe búzios e conchas para a sua cole-

e o som das marés deixaram a imaginação flu-

ção, Marta trazia-lhe fruta e algumas guloseimas

tuar.

para partilharem.

Marta viu os lindos corais, ouviu o cantar das

Os dias foram se passando. As férias terminaram,

sereias, nadou junto dos golfinhos, viu inúmeros

Martim e Marta despediram-se ao Pôr-do-sol, apre-

peixes diferentes, mergulhou durante muito tem-

ciando toda a natureza à sua volta.

po sem se cansar. Martim, por sua vez cheirou

Martim: - Se eu pudesse andar!

todas as flores da terra, saboreou diferentes

Marta: - Se eu pudesse no fundo do mar respirar!

frutos, sentiu o vento no rosto, como quando se

Prometeram nunca se esquecer um do outro.

anda de bicicleta, visitou castelos e monumen-

Encontraram-se todos os anos, nas férias de verão.

tos.

Anos mais tarde, Marta aprendeu a mergulhar, com

Este momento foi de pura magia para os dois.

ajuda de algum equipamento, pode ver toda a bele-

Quando abriram os olhos falaram durante muito

za do fundo do mar junto com Martim e sempre

tempo sobre tudo o que tinham visto.

que visitava alguma praia em algum lugar do plane-

Então o sol começou a pôr-se, despediram-se,

ta, recebia a visita dele e juntos continuaram a par-

prometendo voltarem a se encontrar no outro

tilhar momentos e sonhos, porque a imaginação

dia.

não conhece limites e tudo é possível, basta acredi-

E foi assim durante todo o verão. Encontravam-

tar.

se e partilhavam inúmeras histórias e presentes. Ouviam música no tablet da Marta e viam imagens de seres marinhos, e Martim explicava-lhe

Marta Câmara, 6.º B


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Os peixes não se medem aos palmos Era uma vez um peixe que muitos achavam que

Então teve uma ideia extraordinária. Lembrou-se de

não era digno de se chamar peixe, pois tinha o

procurar uma coisa que nunca nenhum peixe des-

tamanho da formiga mais pequena da maior

cobrira, a Atlântida! Talvez com essa descoberta lhe

galáxia.

passassem a dar a importância devida e a respeitá-

Esse peixe chamava-se Tobias, mas todos os

lo. Era a sua esperança!

outros peixes, sem contar com a família, chama-

Na sua cidade, próxima de uns recifes de corais,

vam-lhe “Invisível” quando o viam. Ao avistá-lo

encontrou um navio naufragado onde vivia uma tar-

fingiam que não o viam e davam-lhe encontrões,

taruga muito sábia que não aceitava visitas. Era

sabendo que ele estava ali. O pobre Tobias

uma tartaruga que dormia muito e não gostava de

estava farto! Tão farto que houve um dia que a

ser incomodada. Já tinha mais de trezentos anos e

sua cabeça parecia ia explodir! Ia explodir de

dormia meses a fio. Mas o Tobias desconfiava que

raiva, aquela revolta que desde a creche o per-

aquela tartaruga poderia saber a resposta que pro-

turbava!

curava para o seu desafio. Tinha de ganhar cora-

Todas as noites, Tobias punha a cabeça fora da

gem e falar com ela.

água e perguntava à lua: “Porque sou assim, do

Certo dia ele aventurou-se a entrar no navio nau-

tamanho da formiga mais pequena da maior

fragado, onde muitos peixes diziam existir das pio-

galáxia?”

res criaturas marinhas. Quando o Tobias lá entrou

Dia após dia, ele era alvo de troça e todas as

não viu monstros marinhos, apenas a tartaruga dei-

noites perguntava a mesma coisa à lua. Até que

tada em cima de um leme tombado. Respirou fundo

um dia a lua respondeu: “Eu não te vejo como

e avançou, apesar da tartaruga ser temida por

os outros te veem, eu vejo-te como o peixe

saber artes marciais.

mais sonhador e de maior coração de todo o

A tartaruga nem viu o peixe graças ao seu pequeno

mar e oceanos e os outros irão perceber isso

tamanho, mas o Tobias queria que a tartaruga

um dia e pedir-te desculpas por tudo o que te

reparasse nele, por isso meteu-se debaixo de uma

estão a fazer.”

lupa e gritou, aflito: “Senhora Tartaruga, não me

Ele ficou comovido pelas palavras da lua e pen-

bata por ter entrado em sua casa.”

sou para si: “Como vou mostrar aos outros que

- Eu não te bato porque acabei de acordar da

sou assim como diz a lua?”

minha sesta de três anos. Estás com sorte! A que


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vens? Será que queres umas lições de karaté?-

gens fantásticas e tremendas aventuras. Fora sem-

perguntou a tartaruga.

pre uma tartaruga honesta, corajosa e empreende-

- Não, não – esclareceu o Tobias, muito ame-

dora. - A vida das tartarugas não é fácil, não pen-

drontado.

ses, Tobias! – desabafou a tartaruga Catarina.

- Não te preocupes, lindo peixinho, eu não te

- Claro que não, claro que não! – respondeu sem

vou fazer mal! – tranquilizou-o a tartaruga.

hesitar o Tobias, que não tinha coragem de contra-

Logo a seguir apresentaram-se e o peixe Tobias

riar a tartaruga.

e a tartaruga Catarina travaram uma conversa

Após umas boas refeições e algumas informações

amistosa.

sobre a localização da Atlântida, despediram-se e a

“Quem diria que esta tartaruga seria tão simpá-

tartaruga, percebendo o que afligia o Tobias, deu-

tica”, pensou o Tobias. “O melhor é aproveitar a

lhe um conselho: “ainda que encontres a Atlântida,

sua boa disposição, não vá ela mudar de humor

terás de te encontrar primeiro a ti, nunca te esque-

e aplicar-me um golpe fatal de karaté”.

ças disso. Sê forte Tobias, e nunca desistas de

Então Tobias ficou a saber a história da tartaru-

seres tu mesmo”. O Tobias sorriu e ficou muito

ga Catarina. Ela tinha 296 anos, tinha tido mais

pensativo naquelas palavras que lhe pareceram mui-

de 300 filhos, mas estava solteira há mais de

to sábias.

30 anos.

Agradeceu à Tartaruga e partiu. Pensou para si

- Estou velha e sem paciência para me casar

mesmo: “Após este tempo com a tartaruga até

outra vez! – declarou a

parece que me sinto maior”.

tartaruga. Agora quero

ficar no sossego deste navio e destas águas

Dias depois após uma viagem pelas profundezas

calmas e profundas. Mas hoje estou com muita

dos oceanos, lutando contra correntes muito fortes

paciência, talvez a pequena sesta de três anos

e escondendo-se de muitos predadores, o Tobias

tenha alterado a minha habitual má disposição:

encontrou o caminho que o conduziu à descoberta

“Ainda bem”, pensou o Tobias, sem coragem

da Atlântida. Ao entrar no misterioso mundo da

para o dizer em voz alta. E assim, durante três

Atlântida, Tobias encontrou enormes riquezas e uma

dias – sim, porque a longa vida de uma tartaru-

civilização perfeita e harmoniosa, em que todos

ga não se conta em três horas – ela contou-lhe

tinham um lugar a desempenhar e se respeitavam

toda a sua vida, a qual estava repleta de via-

mutuamente. “Óh, como eu aqui seria feliz! Ninguém


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iria fazer troça de mim por ser tão pequeno” –

“Invisível”.

pensou Tobias.

Tobias queria regressar a casa e só olhava em

O rei e a rainha da Atlântida quiseram saber

frente e não pensava nos amigos, na família mas

como ele descobrira aquele local que se manti-

pensava na glória da chegada a casa. O Tobias

vera impenetrável durante milhares de

anos,

não olhava para trás, já tinha passado por tempes-

suplicando-lhe para que ele mantivesse esse

tades, nadado pelo meio de tubarões e conhecido

segredo e mistério, pois temiam que os curiosos

uma tartaruga extraordinária, pelo que agora queria

e estranhos viessem perturbar todo o equilíbrio

regressar para o conforto do lar. Queria esquecer

e beleza daquele lugar. Tobias ficou apreensivo

todas as suas atribulações. Queria ser só o Tobias,

e não sabia o que fazer. Mandara até já um

ainda que maltratado pelos outros.

telegrama a informar que descobrira a Atlântida!

Então, quando viram que era verdade, Tobias come-

“E agora?” – pensou hesitante. “Sim...agora é

çou a ser o peixe mais respeitado e conhecido de

que iriam troçar ainda mais de si. Iam ridiculari-

todo o mar, depois de ter casado com Luana. A

zá-lo, certamente. Já estou a imaginar: “olha, o

altura não diz o tamanho do coração.

tolo do Invisível não descobriu nada! É o que vão

dizer.”

Tobias

lembrou-se

das

palavras

sábias da tartaruga Catarina e jurou pela sua vida que jamais contaria a localização da Atlântida. Não posso ser egoísta e pensar só em mim, só porque quero acabar com a troça que fazem de mim. Esta gente vive tão feliz e são tão amáveis e bondosos.” Espalhou-se a notícia, todos os jornais do mar continham

na

capa

as

palavras:

“O

peixe

“Invisível” encontra a Atlântida”. Na escola todos riam e riam, nos hospitais só se ouvia “Invisível” e risos e muitos escritores já se preparavam para escrever a biografia do

Miguel Franca, 6.º B


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2.º ciclo

1.º concurso regional Palavras com História ambiente das histórias, valorizando-se a criatividade, a imaginação e o uso das tecnologias. Este concurso foi promovido pela Rede Regional de Bibliotecas Escolares, em colaboração com a Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, a Direção Regional da Juventude e o Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da Universidade dos Açores, e que teve como objetivos, entre outros, a promoção do gosto pela leitura e escrita e o desenvolvimento do gosto pelos valores da identidaOs alunos da EBI da Praia da Vitória, do 6.º

de, da cultura e da língua portuguesa.

ano, Marta Câmara e Miguel Franca, ambos do

Parabéns aos nossos alunos pela sua brilhante par-

Clube de Leitura, obtiveram uma extraordinária

ticipação.

prestação na I Edição do “Concurso Regional Palavras com Histórias”, subordinado ao tema “O mar”, respetivamente o 1.º e 2.º lugar. Com apenas dois vencedores por escalão, os nossos alunos foram os únicos laureados no 2.º escalão do concurso (alunos de 5º e 6 ano), cujo magnífico desempenho – criação de um conto centrado no tema “o mar” – nos orgulha a todos. Não poderia ter sido melhor a participação da nossa escola. A EBI da Praia da Vitória apresentou a concurso cinco produções escritas de alunos do 6.º ano, na modalidade de conto, acompanhadas de vídeo comprovativo da divulgação da história junto dos alunos da escola. Não bastou escrever mas também houve necessidade de recriar o

Prof. Augusto Oliveira


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EVT Perspetiva A perspetiva é o método que permite a representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais (papel de desenho, telas, etc.), através de determinadas regras geométricas de projeção, que Leonardo da Vinci expôs no Tratado de Pintura e que são frequentemente conhecidas por “regras de Leonardo”. Trata-se de um recurso gráfico que utiliza o efeito visual de linhas convergentes para Luz Na disciplina de Educação Visual e Tecnológica e no âmbito do P.A.A., as turmas do 5.ºF e 6.ºG, realizaram diversos trabalhos usando o programa Microsoft Office PowerPoint. O tema comum a estes trabalhos foi “A luz”.

criar a ilusão de tridimensionalidade do espaço e das formas. Leonardo da Vinci (séc. XV) acreditava que a compreensão da perspetiva era fundamental para a pintura e o desenho. É essencial para quem pretende desenhar a aparência de volume dos objetos, a profundidade e espaço de ambientes ou paisagens e todo o tipo de esquemas gráficos que queiram criar a sensação de tridimensionalidade do mundo real. Os alunos das turmas A, B e G do 6.º ano utilizaram a perspetiva com ponto de fuga para a realização dos trabalhos, de que se mostram exemplos:

Prof. Helena Louro


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3.º ciclo

Organisations de solidarité Médecins sans Frontières (MSF)

Aujourd’hui, le principal centre d’attention est le Né-

MSF est une organisation internationale non

pal.

gouvernementale et à but

MSF a reçu le Prix Nobel de la Paix en 1999 en

non lucratif qui offre aide

reconnaissance pour leur travail.

médicale et humanitaire aux populations dans des

Leonardo Nunes, 9.º C

situations d'urgence. MSF agit dans des cas comme: guerres, catas-

Les Restos du Cœur

trophes naturelles, épidémies ou la faim et aide

Les restos du cœur est une

aussi les réfugiés.

association Française fondée

C’est la plus grande organisation d’aide, en san-

par Coluche en 1985. Les

té, dans le monde.

Restos du Cœur est une as-

MSF a été créée le 20 décembre 1971 en Genè-

sociation loi de 1901, recon-

ve, Suisse, par des jeunes médecins et journalis-

nue d'utilité publique, sous le

tes; dirigés par le médecin français Bernard

nom officiel de «Les Restaurants du Cœur - les Re-

Kouchner.

lais du Cœur».

Actuellement, cette organisation a des missions

Objectif

dans plus de 70 pays.

Ils ont pour but «d'aider et d'apporter une assistan-

Ses interventions ne permettent pas discrimina-

ce bénévole aux personnes démunies, notamment

tion raciale, de religion, de philosophie ou de

dans le domaine alimentaire par l'accès à des repas

politique.

gratuits, et par la participation à leur insertion so-

Cette organisation a environ 30 mille volontaires

ciale et économique, ainsi qu'à toute action contre

de diverses nationalités: spécialistes de maladies

la pauvreté sous toutes ses formes.»

infectieuses (SIDA, tuberculose, paludisme), chi-

Périmètre d'action

rurgiens, infirmières, physiothérapeutes, nutrition-

L'activité de l'association ne s'exerce que sur le ter-

nistes…

ritoire français métropolitain.

Missions et Prix Sa première intervention a été au Nicaragua en 1972 après un tremblement de terre.

Diogo Ávila, 9.º C


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Les Scouts

Comic Relief a recueilli plus de £78,000,000 pour

Les scouts sont un mouvement mondial qui vise

Red Nose Day.

à aider les enfants à se développer physiquement, mentalement et spirituellement.

Red Nose Day

Les scouts aident aussi d’autres institutions comme la Croix-Rouge et la Banque Alimentaire

Red Nose Day est un téléthon, l'un des plus impor-

de La Loire.

tants

d'Angle-

Les origines des scouts

terre,

qui

Les Scouts ont été créés

lieu en mars.

par Robert Baden-Powell,

C’est

ou BP, à la fin du 19ème

tous les deux

siècle, mais sont devenus

ans, où les gens de tout le pays peuvent travailler

un grand mouvement seu-

ensemble et faire quelque chose de drôle pour ré-

lement après la publication

colter de l'argent à la maison, à l'école et au tra-

de "Scouting for Boys" par

vail.

le

a

jour,

BP en 1908.

Comic Relief est lancé en direct sur BBC1, à Noël

Activités

1985, d’un camp de réfugiés au Soudan.

Les activités les plus courantes des Scouts sont:

L'un des principes fondamentaux de l'organisation

camping (et d’autres activités liées à la vie dans

est le « Golden Pound Principle » selon lequel tout

la nature), des actions de bienfaisance et animer

l'argent issu des dons est intégralement consacré

des messes.

aux projets caritatifs. Tous les coûts opérationnels Pedro Perpétua, 9.º C

sont payés par les sponsors et les intérêts de l'argent placé en attendant d'être utilisé. Qui aide? En 2001, J.K. Rowling écrit 2 livres, "Fantastic Beast

Comic Relief

and were to find them" et "Quidditch trough the ages", dont les bénéfices sont tous reversés à Comic Relief. Comic

Relief est

une organisation

caritati-

ve fondée au Royaume-Uni, en 1985, par Richard Curtis et Alexander Mendis en réaction à la famine en Éthiopie.

En

2015,

les

artistes Sam

Smith et John

Leg-

end reprennent le titre “Lay Me Down” du chanteur britannique. Vitória Ferreira, 9.º C


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projeto

Educação Alimentar da Saúde Escolar

O projeto da Educação Alimentar da Saúde Escolar desta Unidade Orgânica dinamizou no dia 30 de abril diversas atividades alusivas à Educação Alimentar. Este projeto escolheu a semana em que se celebrou o dia Mundial do Sorriso para mostrar as suas atividades e, durante toda a semana, estiveram em projeção, no átrio da escola, informações alusivas ao tema, assim como o traba-

lho desenvolvido pelo projeto durante o ano letivo. No dia 30 de abril, durante todo o dia, foi possível assistir às seguintes palestras:

Alimentação Vegeta-

riana, pela professora Helena Meireles; Jogo pedagógico “Prevenir é o melhor remédio”, pelo cardiologista Paisana Lopes e ainda Açúcar o Doce Vene-

no, pela Nutricionista Ana Carrapa. Também decorreu um workshop sobre Sumos Detox e a feira de produtos hortícolas. Prof. Helena Meireles


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Oficina musical

No passado dia 8 de maio, os alunos da Ofici-

Os alunos tocaram e cantaram temas tradicionais

na Musical da EB1,2,3/JI Francisco Ornelas da

da Terceira e também cantaram o tema «Ilhas de

Câmara participaram na sessão solene de encer-

Bruma» com os já poucos alunos americanos que

ramento da Escola Americana da Base das

se encontram a frequentar a escola neste momento.

Lajes, na presença de toda a comunidade esco-

Foi gratificante ver assim reconhecido o trabalho

lar, pais e comandante da base americana e

desenvolvido pelo grupo de Educação Musical, para

base portuguesa.

além dos portões da nossa escola.

Foi uma cerimónia muito emotiva onde foram enaltecidas as participações dos alunos da nossa escola em eventos anteriores e a amizade que se travou entre alunos e as professoras intervenientes durante estes últimos anos.

Profs. Madalena Pereira e Paula Moniz


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clube

Clube de proteção civil da EBIPV

Socorrismo e Suporte Básico de Vida

A chegada de um meio de socorro ao local, ainda que muito rápida pode demorar tanto como... 6

Quando surge uma paragem cardiorrespiratória

minutos! As hipóteses de sobrevivência da vítima

as hipóteses de sobrevivência para a vítima

terão caído de 98% para... 11%, se as pessoas que

variam em função do tempo de intervenção. A

presenciaram a situação não souberem atuar em

medicina atual tem meios que permitem recupe-

conformidade.

rar para a vida ativa, desde que sejam assegu-

Em condições ideais, todo o cidadão devia estar

rados os procedimentos adequados em tempo

preparado para saber fazer “SBV”.

adequado. Se o episódio ocorrer num estabelecimento de saúde, em princípio, serão iniciadas

A cadeia de sobrevivência

de imediato manobras de suporte básico e

À luz do conhecimento atual, considera-se que há

avançado de vida, pelo que existe uma maior

três atitudes que modificam os resultados no socor-

probabilidade de sucesso. No entanto, a grande

ro às vítimas de paragem cardiorrespiratória:

maioria das paragens cardiorrespiratórias ocorre

1. Pedir ajuda, acionando de imediato o sistema de

fora de qualquer estabelecimento de saúde. No

emergência médica; 2. Iniciar de imediato manobras

mercado, no café, em casa, no centro comercial

de SBV de qualidade; 3. Aceder à desfibrilhação tão

ou no meio de uma estrada. A probabilidade de

precocemente quanto possível, quando indicado.

sobrevivência e recuperação nestas situações,

Estes procedimentos sucedem-se de uma forma

depende da capacidade de quem testemunha o

encadeada e constituem a Cadeia de Sobrevivência

acontecimento saber como pedir ajuda e iniciar

composta por quatro elos, em que o funcionamento

de imediato Suporte Básico de Vida (SBV).

adequado de cada um e a articulação eficaz entre


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os vários elos é vital para que o resultado final

porada o mais cedo possível na vida de cada cida-

possa ser uma vida salva, sendo determinante a

dão.

intervenção de cada cidadão nos dois primeiros elos.

Suporte Básico de Vida Precoce

Os quatro elos da cadeia de sobrevivência são:

Para que uma vítima em perigo de vida tenha maior

1. Reconhecimento e pedido de ajuda (112);

hipótese de sobrevivência é fundamental que sejam

2. Início precoce de Suporte Básico de Vida;

iniciadas de imediato, no local onde ocorreu a

3. Desfibrilhação precoce;

situação, manobras de Suporte Básico de Vida. Isto

4. Cuidados pós-reanimação (Suporte Avançado

só se consegue se quem presencia a situação tiver

de Vida).

a capacidade de iniciar o Suporte Básico de Vida. O S. B. V. permite ganhar tempo, mantendo alguma

Reconhecimento e acesso precoce ao sistema

circulação e alguma ventilação até à chegada de

de emergência

socorro mais diferenciado para instituir os procedi-

O rápido acesso ao sistema de emergência

mentos de Suporte Avançado de Vida (SAV).

médica assegura o início da cadeia de sobrevi-

Tendo em conta a cultura de protecção civil, em

vência. Cada minuto sem chamar socorro reduz

que cada cidadão é um agente ativo, a formação

a possibilidade de sobrevivência da vítima.

em SBV é importante, tendo já sido realizados na

Para o funcionamento adequado deste elo é

nossa escola dois cursos. Recentemente, a turma

fundamental que quem presencia uma determi-

do Vocacional de Desporto, contou com a presença

nada ocorrência seja capaz de reconhecer a

de um instrutor do SRPCBA, com quem passaram

gravidade da situação e saiba ativar o sistema

um dia a abordar e a treinar as temáticas do

de emergência, ligando adequadamente 112

Socorrismo e SBV.

(para poder informar o quê, onde, como e quem). A consciência de que estes procedimentos podem salvar vidas humanas deve ser incor-

Adaptado do Manual de Suporte Básico de Vida Adulto do SRPCBA

Prof. Rafael Coutinho


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projeto

Projeto currículo adaptado


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