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Fiocruz e instituto chinês assinam acordo de cooperação científica

ou primeiro trimestre do ano que vem, para que identifiquemos pontos de conexão e potenciais contratos”, disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

“Este acordo reforça a cooperação em saúde pública”, comentou Shi Yi, diretor executivo do CEEID.

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O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) continua levando atendimento oftalmológico para região Tocantina. Nesta quarta-feira (12), foi realizada a segunda etapa do mutirão de triagem para realização de cirurgias oftalmológicas de catarata e pterígio, na sede da UemaSul em Imperatriz. Quase 600 pacientes de 40 cidades da região receberam atendimento.

integra uma região muito importante que atende tanto às pessoas da própria cidade quanto dos municípios próximos, ” disse o presidente da Emserh, Marcello Duailibe.

Catarata

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou hoje (12), em Pequim, um acordo de cooperação na área de ciência e tecnologia com a instituição chinesa CAS-TWAS Centro de Excelência para Doenças Infecciosas Emergentes (CEEID, na sigla em inglês). Entre as medidas, está prevista a criação do Centro Sino-Brasileiro de Pesquisa e Prevenção de Doenças Infecciosas (IDRPC). Uma sede vai ser em Pequim e a outra no Rio de Janeiro, no Campus Manguinhos.

A parceria é voltada especialmente para prevenção e controle de pandemias e epidemias, e de doenças infecciosas. Entre elas, covid-19, influenza, chikungunya, zika, dengue, febre amarela, oropouche e tuberculose. Também existe o compromisso de desenvolver bens públicos de saúde global, como testes de diagnósticos rápidos, terapias, vacinas e fármacos.

Segundo a Fiocruz, as conversas para assinar o acordo começaram antes de 2019, mas houve atraso por causa da pandemia e de questões políticas. O órgão atribui à mudança no governo federal a razão pela qual foi possível firmar a parceria agora e reaproximar os interesses de Brasil e China.

“Além da cooperação já em curso no campo da genômica, nós também queremos dar um caráter mais tecnológico a essa parceria e desenvolver produtos para a saúde. Também estamos considerando fazer editais conjuntos relacionados a projetos específicos e aumentar o fluxo de pesquisadores entre a China e o Brasil. E um dos pontos de destaque é a realização de um seminário até o último trimestre desse ano

Tanto a sede em Pequim como a no Rio de Janeiro vão ter pesquisadores dos dois países. Além da troca de conhecimentos e tecnologias, estão previstos projetos conjuntos, como o desenvolvimento de novas vacinas, anticorpos terapêuticos e medicamentos para doenças infecciosas agudas e crônicas, além de colaborações em medicina tropical. Em Pequim, o centro funcionará no Instituto de Microbiologia. No Brasil, ficará no prédio do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), ainda em construção, com previsão de entrega no fim de 2024.

“Pela primeira vez vamos estabelecer dois centros físicos, que serão usados por pesquisadores brasileiros e chineses. Estamos transformando eventos que eram de curta duração, como as visitas de pesquisadores, em atividades permanentes. A ideia é ter aqui cientistas chineses por longos períodos, um mês, um ano, dois anos”, disse Carlos Morel, coordenador do CDTS.

Intercâmbio de conhecimento

Dentre as trocas de conhecimento, a China tem interesse especial na produção da vacina contra a febre amarela, tecnologia que a Fiocruz já domina há um tempo. As obras chinesas de infraestrutura na África aumentaram e trabalhadores do país asiático têm contraído a doença. Para o Brasil, é interessante ter acesso ao processo de produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), usado em vacinas como a da covid-19.

Histórico científico

Brasil e China começaram a se aproximar mais no campo científico com a visita de uma delegação liderada pelo cientista George Fu Gao, então diretor do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/China), em junho de 2017. No mesmo ano, Gao e Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz à época, assinaram um Memorando de Entendimento para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e tecnologia. Participaram também o ministro da Saúde no Brasil, Ricardo Barros, e o vice-ministro chinês, Guoqiang Wang. Desde então, comunicações entre os cientistas dos dois países têm aumentado, com realização de seminários, artigos e intercâmbios acadêmicos.

Dona Terezinha de Jesus Porto Pereira, de 89 anos, foi a paciente mais idosa atendida nesta segunda etapa do mutirão. Paciente de Alzheimer em estágio moderado, ela veio acompanhada pela nora e precisou de atendimento especial por conta de sua condição. Apesar da gravidade do estágio de sua catarata, ela saiu com a cirurgia agendada. “Eu só quero voltar a enxergar direto. Só ver vultos é ruim demais”, comentou.

O mais jovem atendido na ação foi o autônomo Felipe Aires da Silva, de 25 anos. Diagnosticado com catarata por impacto, com descolamento de retina, seu caso precisará de uma cirurgia especial que resolverá os dois problemas e já foi agendada. “A sensação é de alívio por finalmente ter uma solução. Há 3 anos sofri um acidente no descarregamento de toras de madeira e até hoje não conseguia atendimento. Agora tenho a esperança de poder voltar a enxergar”, comemorou.

Promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), a ação vem garantir o compromisso firmado pelo governador Carlos Brandão para atendimento da demanda por cirurgias oftalmológicas na região.

“O governador Carlos Brandão anunciou a realização de mil cirurgias oftalmológicas para a região tocantina e vamos beneficiar quase 1.200 pessoas ao todo. Na primeira etapa foram 545 pacientes operados e hoje atendemos quase 600 pessoas nesta segunda etapa. Importante ressaltar que Imperatriz

Maior causa de cegueira reversível no mundo, a catarata, é causada por fatores genéticos e ambientais, sendo condicionada na maioria dos casos ao envelhecimento. Já o pterígio se constitui pelo crescimento anormal de tecido na lateral do olho, com possível invasão do globo ocular. Segundo o cirurgião-oftalmologista Paulo Jácome, que realizou a triagem durante o mutirão, cerca de 80% dos casos indicados para cirurgia são por diagnóstico de catarata. “É gratificante participar de uma ação como esta, pois exercemos a efetivação do SUS enquanto política pública que muda a realidade das pessoas. São cirurgias na maior parte das vezes simples, mas que mudam completamente a vida do paciente”, comentou.

O aposentado Oswaldo Paulo da Silva, de 82 anos, foi um dos primeiros atendidos no mutirão. Natural da cidade de Senador La Rocque, ele veio a Imperatriz acompanhado da esposa, a também aposentada Mariana Cecília da Silva, 60 anos, especialmente para o mutirão. Ambos foram diagnosticados com catarata. “Tenho esse problema há muitos anos, mas não tinha como ir atrás de cirurgia. Agora tenho certeza que vai dar certo”, comemorou.

No mesmo sentido, dona Mariana Cecília agradeceu a iniciativa. “Graças a Deus e ao Estado agora eu tenho dia certo para enxergar melhor. Chega dá um alívio no coração”, disse.

Mutirão www.atosefatos.jor.br

A primeira etapa do mutirão de triagem em Imperatriz foi realizada em 25 de março, quando 545 pacientes foram atendidos e já realizaram suas cirurgias. Em 2022, foram realizadas 20.909 cirurgias oftalmológicas em todas as regiões do estado, beneficiando milhares de maranhenses.

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