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Governo incentiva prevenção ao câncer do colo do útero durante abertura da Campanha Março Lilás

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta quarta-feira (8), a abertura da Campanha Março Lilás. Com o tema “Vamos Prevenir?”, o objetivo da ação é incentivar a prevenção contra o câncer de colo do útero no Maranhão.

“Nossa intenção é potencializar as ações realizadas no SUS, a fim de que a mulher não busque atendimento somente quando notar algum desconforto, mas que faça isso de forma preventiva. Assim nós fortalecemos a vigilância em saúde, reduzimos o surgimento de agravos e conseguimos identificar patologias ainda em sua fase inicial”, disse o superintendente de Atenção Primária da SES, Willian Ferreira.

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A campanha Março Lilás tem por objetivo mobilizar a população sobre a prevenção e detecção precoce do câncer de colo uterino para a população feminina na faixa etária de 25 a 64 anos. A doença é a terceira causa de câncer que mais acomete as mulheres em todo o Brasil, ficando atrás apenas do câncer de mama e colorretal.

A mobilização também busca incentivar a vacinação de crianças de nove e 14 anos contra o vírus HPV junto a pais e responsáveis. Para isso, a SES tem como estratégia fortalecer o diálogo com as prefeituras, capacitando os profissionais da Atenção Primária, principalmente dos que atuam nos programas Saúde da Família (PSF) e Saúde na Escola (PSE). De acordo com a chefe do Departamento de Atenção à Saúde da Mulher, Ana Cleide Vieira, o combate ao câncer é feito com prevenção e promoção da saúde. “Neste mês em que o cuidado com a saúde da mulher é intensificado, a SES tem mobilizado as prefeituras a partir de suas Unidades Básicas de Saúde. Com isso, nós reduzimos a morbimortalidade e facilitamos o acesso a consultas, exames e tratamento”, destacou.

Segundo a coordenadora do PSF de Paço do Lumiar, Raquel Carvalho, prevenção e educação trabalham juntas. “Buscamos orientar a população no sentido de que a saúde é o bem mais precioso. Assim, prover acompanhamento é essencial para que essas mulheres recebam o atendimento de que precisam”.

Presente na solenidade, o diretor geral do Hospital de Câncer do Maranhão, Sérgio Catardo, celebrou a realização da campanha. “O trabalho con- junto entre a SES e as gestões municipais possibilitou que em 2022 alcançássemos 62% a mais de consultas gerais. Por isso, é fundamental contar com o apoio da rede básica para que os pacientes entrem preventivamente no sistema a fim de que o cuidado seja minimizado”.

Também participaram da abertura da Campanha Março Lilás a superintendente de Assistência à Saúde da SES, Josélia Alves; a superintendente de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças da SES, Tayara Pereira; a chefe do Departamento de Saúde da Família da SES, Patrícia Pinheiro; a diretora administrativa da Escola de Saúde Pública do Maranhão (ESP-MA), Ana Lúcia Nunes, e o diretor clínico do Hospital de Câncer, Leoberth Araújo.

O Ministério da Saúde informou hoje (8) que vai assegurar a oferta de absorventes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na população que está abaixo da linha da pobreza. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou nesta quarta-feira um decreto que cria o Programa de Proteção e Promoção da Dignidade Menstrual.

De acordo com o ministério, cerca de 8 milhões de pessoas serão beneficiadas pela iniciativa que prevê investimento de R$ 418 milhões por ano.

A nova política segue os critérios do Programa Bolsa Família, incluindo estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas, pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade social extrema.

Também serão atendidas pessoas em situação de privação de liberdade e que cumprem medidas socioeducativas. O ministério acrescenta que o programa, voltado a todas as pessoas que menstruam, alcançará mulheres cisgênero, homens trans, pessoas transmasculinas, pessoas não binárias e intersexo.

De acordo com Ana Nery Lima, especialista em gênero e inclusão na ONG Plan International Brasil, que promove os direitos das crianças e a igualdade para meninas, é urgente pensar em ações e políticas públicas que garantam que meninas, mulheres e pessoas que menstruam tenham acesso a condições dignas de gerenciamento do seu ciclo menstrual. “Por isso, medidas como a anunciada hoje são tão importantes para garantir a distribuição de absorventes para os públicos que convivem com a pobreza menstrual, para que consigam, minimamente, conviver com dignidade”, disse. “A dignidade menstrual também diz respeito à dignidade humana.

Quando as pessoas acessam instalações e insumos seguros e eficazes para administrar sua higiene menstrual, são capazes de administrar sua menstruação com dignidade”, concluiu.

Ministério Público Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF) reforçou um pedido na Justiça para que a União apresentasse plano de distribuição de absorventes a estudantes de baixa renda da rede pública, a mulheres em situação de vulnerabilidade social extrema, a detentas e a jovens em conflito com a lei internadas.

A distribuição é garantida pela Lei Federal 14.214 de 2021, mas o governo anterior foi contra a política. O texto, aprovado pelo Senado em setembro de 2021, foi sancionado pelo então presidente da República Jair Bolsonaro que, no entanto, vetou a distribuição gratuita dos absorventes.

O veto presidencial foi derrubado em março do ano seguinte pelo Congresso Nacional. No mesmo mês, Bolsonaro decidiu regulamentar a distribuição. Em novembro, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, com a promessa de atender a 4 milhões de mulheres.

Em outubro, a organização não governamental (ONG) Criola havia entrado com ação na Justiça Federal, pedindo que o governo federal apresentasse, em 15 dias, os planos para distribuição dos absorventes.

“A ideia era desenvolver essa política o mais rápido possível, com a urgência [de] que ela necessitava, visto que as pessoas que serão beneficiadas desta política são pessoas em situação de vulnerabilidade”, lembrou a coordenadora-geral da ONG Criola, Lúcia Xavier.

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