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para pacientes
from 01.03.2023
trabalho aqui há três anos e é muito gratificante ver que o nosso trabalho e esforço estão sendo reconhecidos”, comentou.
Área de Vivência humanizada
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Os pacientes do HCM e seus familiares também contam agora com uma nova área de vivência, espaço arborizado dentro do hospital, que visa humanizar o período de internação dos usuários, como explica o diretor-geral do hospital, Edilson Medeiros.
Cientistas desenvolvem gelatina que simula corpo humano em testes balísticos
O Maranhão é o primeiro estado da região Nordeste a contar com um hospital público de Alta Complexidade com certificado de Acreditação Nível I, emitido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).
O selo de qualidade foi conferido ao Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira (HCM), da Rede Estadual de Saúde. O certificado foi conferido após a unidade ter cumprido padrões de qualidade e segurança em 70%, ou mais, definidos internacionalmente.
Na manhã desta terça-feira (28), o governador Carlos Brandão esteve no HCM e participou da solenidade de recebimento da certificação. O momento também foi marcado pela inauguração da nova área de vivência do hospital.
“É o primeiro estado do Nordeste a ser certificado no serviço de alta complexidade. Isso nos coloca em uma posição de destaque, mostrando, para a sociedade, que o hospital presta serviços de qualidade. Fico muito feliz em ver que um hospital público está competindo com hospitais privados. Receber essa certificação é um estímulo e a demonstração clara de que o nosso serviço está de primeira qualidade”, comemorou o governador.
Apenas o Ceará e a
Bahia já possuem unidades de saúde certificadas pela ONA. Além do Hospital Dr. Carlos Macieira, em 2022, a Unidade de Especialidade Odontológica – “Sorrir Centro” conquistou a Acreditação Nível I pela ONA, sendo a primeira iniciativa do segmento no Brasil, via Sistema Único de Saúde (SUS), a conquistar a certificação.
“É um orgulho para a população maranhense, porque no Brasil, hoje, temos aproximadamente
1.050 instituições acreditadas e, desse total, apenas 17 são do SUS. Nesse sentido, a população vai contar com toda uma infraestrutura acreditada dentro dos padrões internacionais, fazendo parte de um universo de mais ou menos 17% das instituições públicas acreditadas em todo o Brasil”, aponta o presidente do Instituto de Planejamento e Pesquisa para Acreditação em Serviços de Saúde (Ipass), Adriano Antunes.
Para conquistar a certificação, que tem validade de dois anos, são avaliadas todas as áreas de atividades da instituição, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. A Acreditação é um método de avaliação e certificação que busca, por meio de padrões e requisitos previamente definidos, promover a qualidade e a segurança da assistência no setor de saúde.
O processo de certificação do HCM teve início em abril do ano passado com a elaboração de um plano de ação, a partir da implantação de novos protocolos assistenciais e um novo organograma. Em seguida, todos os colaboradores, núcleos e equipes foram treinados para atingir a excelência no cumprimento dos indicadores exigidos pela ONA.
“Isso comprova a dedicação desses profissionais. A gente tem um grande objetivo que é ampliar esse selo de qualidade para todas as nossas unidades hospitalares”, frisou o secretário de Estado da Saúde do Maranhão (SES), Tiago Fernandes.
O governador Carlos Brandão lembrou que a Acreditação é uma conquista de todos os servidores do HCM. “A gente tem que dividir esse prêmio com os profissionais envolvidos, médicos, enfermeiros, administrativo e aqueles que contribuíram para a construção desses requisitos que conquistaram a certificação”, ressaltou Brandão.
Tamires Lisboa é servidora do HCM há três anos. Ela falou do orgulho em fazer parte do “time” de profissionais do hospital. “É um orgulho fazer parte do time do HCM. Já
“A área de vivência é uma área específica que quebra com aquele ambiente hospitalar, deixando uma área de harmonia e de convivência para os pacientes que estão internados, juntamente com seus familiares, que podem usufruir deste local de forma harmoniosa, melhorando, assim, a resposta terapêutica ao tratamento”, destaca o diretor-geral do HCM.
O local foi totalmente revitalizado e recebeu, além de uma área verde com árvores e outras plantas, serviços de pintura e construção de uma passarela, possibilitando ao paciente e acompanhante, um ambiente acolhedor e receptivo. O novo espaço conta com novos bancos, caramanchão e utensílio paisagístico de estrutura rústica, utilizado para criar sombra em ambientes abertos.
Valdecir Campos está internada, há um mês, no HCM. Ela aprovou o novo espaço do hospital.
“Eu achei bacana! Muito bom sair do quarto para pegar um solzinho. Eu gostei, enquanto eu estiver aqui eu venho para essa área”.
O HCM é referência em assistência de alta complexidade em São Luís. O atendimento multiprofissional é um diferencial que inclui as áreas de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, serviço social, nutrição e psicologia.
Com 2.200 funcionários (diretos e indiretos), a unidade conta com mais de 37 especialidades. A unidade é gerenciada pelo Instituto Acqua.
A gelatina balística a 10% é um produto que simula com boa precisão os tecidos moles do corpo humano sem utilização de barreiras como, por exemplo, coletes à prova de balas. O produto é utilizado para auxiliar na prática pericial em balística forense e na segurança pública e defesa nacional como, por exemplo, em testes balísticos da Polícia Militar e do exército.
Após anos de testes com diferentes formulações, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) alcançaram o desenvolvimento de uma gelatina balística a 10%, com formulação padronizada, de acordo com o protocolo do FBI, o departamento federal de investigação dos Estados Unidos, referência no assunto.
O trabalho contou com a participação dos pesquisadores João Paulo Mardegan Issa, professor da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP, e Lucas Meciano Pereira dos Santos, doutorando da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, com apoio do Departamento de Patologia e Medicina Legal da FMRP.
Para desenvolver o projeto, o especialista aliou a ampla experiência com biomateriais à trajetória como professor de anatomia humana, envolvendo a área de Medicina Legal e Patologia. Segundo ele, a pesquisa científica com foco na balística forense ainda é pouco explorada no Brasil e guarda uma relação fundamental com a área da saúde.
Por conta de estudos na graduação e na pós-graduação, orientados por ele, “surgiu a necessidade de desenvolver um produto brasileiro devido ao alto custo com importações”, afirma Issa.
Também é citada em pesquisas como “gelatina nua”, a gelatina balística é um produto comum, que pode ser feito a partir de receitas caseiras. No entanto, o uso como material em simulações de perícias criminais e em pesquisas científicas é permitido somente em gelatinas balísticas que contam com padronização metodológica. O rigor técnico é necessário para tornar os resultados do uso confiáveis para a comunidade científica em termos de praticabilidade e reprodutibilidade. O produto desenvolvido tem registro de patente aberto pela Agência USP de Inovação (Auspin), o que impede revelar sua composição por enquanto. Ele visa de imediato, segundo Issa, a atender a área pericial ligada à medicina legal e odontologia legal, contemplando a área da segurança pública e defesa nacional via interfaces científicas com a balística forense.

No futuro, a tecnologia poderá ser adaptada para outras funções, como simulações cirúrgicas, considerando que o produto é capaz de substituir os tecidos moles humanos com bastante fidedignidade, principalmente na reprodução de fatores como a bioelasticidade inerente a este tipo de tecido, por exemplo.
O pesquisador da USP avalia que o material desenvolvido, segundo Issa, pode ter forte impacto no teste de munições de uso das forças de segurança pública e defesa nacional e também na perícia de crimes cometidos com armas de fogo.
“Se há uma suspeita em relação a calibre, por exemplo, e se existem determinadas características de projéteis em um crime ocorrido, é possível realizar testes neste material e analisar o desempenho balístico suspeito, como quanto o projétil expandiu, quanto o projétil teve de retenção de massa ou quanto o projétil penetrou no corpo da vítima”, afirma o professor.
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