Programa clínicas de vacinação msd

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P r o g r a m a

CLÍNICAS DE

VACINAÇÃO O mercado de vacinação no Brasil

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P r o g r a m a

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CLÍNICAS DE

VACINAÇÃO 4

APRESENTAÇÃO

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1. SURGIMENTO DO MERCADO

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2. PÚBLICOS E OPORTUNIDADES

19 3. DESAFIOS 21 REFERÊNCIAS

APRESENTAÇÃO Desde o surgimento da vacina antivariólica (primeira de que se tem registro), ainda no século XVIII1, o mundo passou por mudanças significativas. A descoberta contribuiu para a erradicação de doenças que acometiam pessoas em vários locais do planeta e provocavam alto índice de mortalidade. Principais armas para prevenir enfermidades, as vacinas assumiram papel de grande importância na sociedade.

Mais do que proteger apenas aqueles que recebem a imunização, elas atuam sobre toda a comunidade, uma vez que quanto mais pessoas estiverem protegidas, menor será a chance de contaminação e disseminação de uma patologia.

Hoje, a vacina, como medida de prevenção e controle de infecções, está consolidada no Brasil, que tem um dos melhores programas de vacinação do mundo. Neste fascículo, então, nosso intuito é descortinar o mercado atual desse segmento da Saúde, mostrando que ainda há muito o que se fazer e crescer nesse campo, especialmente na rede privada das clínicas de vacinação.

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SURGIMENTO DO MERCADO

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Um marco importante a destacar na política de imunizações do Brasil foi a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que surgiu com dois objetivos: primeiro, coordenar as ações de vacinação, ampliando a área de cobertura e sua periodicidade; segundo, buscar a integridade das ações de imunizações em todo o território brasileiro2.

Embora o PNI tenha sido criado no âmbito público, pode-se dizer que ele está ligado ao surgimento do mercado privado de vacinação3.

Mesmo não havendo informações consolidadas sobre o tema, o pediatra Paulo Abrahão, que trabalhou como responsável técnico de três unidades de uma clínica privada de vacinação no Rio de Janeiro, acredita que as limitações existentes no PNI abriram espaço para o crescimento do mercado privado de vacinação no Brasil4. De acordo com José Gomes Temporão, médico e ex-ministro da Saúde, a expansão das chamadas clínicas de vacinação no país se deu, efetivamente, no final dos anos 1980, com a introdução da vacina recombinante contra a hepatite B no mercado5. Segundo Temporão, embora a cobertura populacional dessas clínicas seja menor, o volume de recursos mobilizados pelo segmento privado é semelhante ao do PNI. Assim, as clínicas de vacinação se tornaram um dos principais setores do mercado da indústria farmacêutica e um dos maiores da indústria biotecnológica do país.

Estão registradas, hoje, por meio do Programa de Acreditação de Serviços Privados e Imunização Humana (SPIH) da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), 167 clínicas acreditadas nas diversas regiões do Brasil6. Conforme Isabela Peixoto7, mestre em Biotecnologia, professora de Imunologia Clínica e integrante do laboratório de Virologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o mercado de vacinação vem crescendo e atingindo todas as faixas etárias da população. De acordo com a pesquisadora, dados do Ministério da Saúde apontam um crescimento de 95% na cobertura vacinal do Brasil nos últimos dez anos. Apesar de ter um dos melhores e mais complexos programas de imunização do mundo, oferecendo gratuitamente vacinas contra diversas patologias, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponibiliza todos os produtos disponíveis no mercado. “Com isso a vacinação privada tem crescido a Programa Clínicas de Vacinação | 5 |

cada ano, pois oferece vacinas que não são ofertadas pelo PNI, e que protegem contra doenças de alta incidência ou gravidade, principalmente para idosos e crianças, como as vacinas contra herpes-zóster e meningite meningocócica conjugada ACWY”, acrescenta. No passado, algumas vacinas, como as de varicela e hepatites A e B começaram a ser ofertadas pela rede privada, tendo sido incorporadas ao PNI posteriormente.

O QUE É ACREDITAÇÃO8

A acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade dos serviços de saúde, de caráter educativo e voltado para a melhoria contínua. O processo é pautado por três princípios fundamentais: voluntariedade (é feito por escolha da organização de saúde); periodicidade (com avaliação das organizações de saúde para certificação e durante o período de validade do certificado); discrição (as informações coletadas em cada organização de saúde no processo de avaliação não são divulgadas).

A ACREDITAÇÃO DAS CLÍNICAS DE VACINAÇÃO PRIVADAS SEGUNDO A SBIM9

• A SBIm considera como serviços privados de imunização humana as unidades assistenciais de saúde que não façam parte da rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), legalmente credenciadas para a aplicação de vacinas e outros imunobiológicos destinados à profilaxia de doenças imunopreveníveis.

• Assim, a finalidade do Programa de Acreditação de Serviços Privados de Imunização Humana (SPIH), da SBIm, é avaliar o serviço que tenha pelo menos um sócio filiado à sociedade.

Ainda, visa certificar que a instituição obedece às recomendações federais consideradas mínimas pela Comissão de Acreditação da SBIm, por meio da concessão de declaração pública de mérito, fundamentada no reconhecimento da excelência dos profissionais que dela participam, de suas instalações, de sua organização administrativa e funcional e da obediência à legislação pertinente em vigência no Brasil.

• Com a obtenção do certificado de acreditação, a SBIm concede ao serviço aprovado o Selo de Qualidade, válido por dois anos.

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O fenômeno da vacinação privada não é exclusivo do Brasil. De acordo com Isabela Peixoto7, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relata uma elevada cobertura vacinal em três regiões mundiais: nos países do Pacífico Ocidental, chega a 96%, mesmo índice registrado na Europa. A região das Américas fica um pouco atrás, com 90%. A cobertura é ligeiramente menor na região do Mediterrâneo Oriental (em torno de 82%), no Sudeste da Ásia (77%) e na África (75%). O grupo mais vacinado, de acordo com as estatísticas citadas pela pesquisadora, é o das crianças – e o objetivo é protegê-las das doenças mortais para essa faixa etária.

Contudo, nos últimos anos, um movimento contra a vacinação começou a ser propagado nos Estados Unidos e na Europa, o que já apresenta reflexos, como o aumento na incidência de doenças como coqueluche e sarampo em crianças. “Em relação ao Brasil, estamos no grupo de países que mais vacinam e desenvolvem vacinas no mundo. Quanto à expansão no mercado de vacinas, o país tem se tornado um valioso parceiro para a promoção na saúde mundial”, explica.

COBERTURA VACINAL NO MUNDO

82%

96%

77%

Europa 96% 96% Pacífico Ocidental

90%

Américas

Mediterrâneo Oriental

75%

Sudeste Asiático

África

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PÚBLICOS E OPORTUNIDADES

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O processo crescente de desenvolvimento e produção de vacinas no país contribuiu para ampliar a competitividade na área e, consequentemente, para a geração de novos negócios, como as clínicas de vacinação.

Esse mercado tem sido fundamental para garantir a imunização dos indivíduos, mas é importante frisar que ele não se sustenta sem boa gestão e um olhar atencioso para as aberturas que surgem5.

Ao gerir uma clínica, é preciso saber quais são os pontos fortes e fracos, a fim de identificar situações favoráveis e possíveis ameaças que existam no ambiente. Dessa forma, é possível se posicionar melhor perante o mercado, definir estratégias e aumentar a competitividade, enfatizando os diferenciais da clínica frente à concorrência. A ação exige “pensar fora da caixa”, ou seja, estar sempre atento à área da Saúde e, principalmente, a como atender às expectativas e necessidades de clientes que exigem cada vez mais10.

Na prática, o que se vê são diferentes públicos que precisam ser vacinados11. Assim, é importante enxergá-los como fontes de oportunidades na área e atendê-los da maneira mais ágil e completa possível. Veja, a seguir, a importância dos imunizantes para cada público, de acordo com a SBIm: Prematuros: a imunização dos nascidos com menos de 37 semanas de gestação é essencial, pois, nessa fase, as doenças podem se desenvolver de maneira mais grave. Os prematuros são mais vulneráveis, entre outros motivos, porque apresentam peso menor, menos reserva energética e receberam menos anticorpos da mãe pela placenta. Por isso, esse público é alvo de um esquema especial de vacinação.

OBSERVAÇÕES FEITAS PELA SBIM EM RELAÇÃO AOS PREMATUROS12

Recém-nascido hospitalizado: deverá ser vacinado com as vacinas habituais, desde que clinicamente estável. Não usar vacinas de vírus vivos, como pólio oral e rotavírus.

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Profissionais de saúde e cuidadores: todos os funcionários da Unidade Neonatal, pais e cuidadores devem ser vacinados contra influenza, varicela (se suscetíveis) e receber uma dose da vacina tríplice acelular do tipo adulto, a fim de evitar a transmissão dessas infecções ao recém-nascido.

Vacinação em gestantes e puérperas: a imunização da gestante contra influenza (em qualquer idade gestacional) e pertússis (a partir da 20ª semana de gestação) constitui uma ótima estratégia na prevenção dessas patologias em recém-nascidos nos primeiros seis meses de vida, época em que eles ainda não estão adequadamente imunizados. A prevenção do tétano neonatal não deve ser esquecida, e o momento do puerpério é oportuno para receber as vacinas para doenças às quais a puérpera seja suscetível: hepatites A e B, rubéola, sarampo, caxumba e varicela.

Vacinação de contactantes: a prevenção de doenças infeciosas em lactentes jovens e prematuros pode ser obtida com a vacinação de crianças, adolescentes e adultos que têm contato frequente com ele (mãe, pai, irmãos, avós, babás e outros) – que podem ser fontes, principalmente, das seguintes infecções imunopreveníveis: coqueluche, influenza, varicela, sarampo, caxumba e rubéola. A vacinação desses contactantes, inclusive a mãe, se não ocorreu antes ou durante a gravidez, deve ser feita o mais precocemente possível após o nascimento do bebê, de preferência no período do puerpério.

Fonte: SBIm

Crianças de 0 a 10 anos13: a imunização durante esse período é fator de importância para a obtenção de uma saúde perfeita no futuro. A vacinação em crianças promove melhora não só na própria qualidade de vida, mas na de toda a família.

Adolescentes14: fase da vida em que os comportamentos e hábitos mudam, a adolescência é um momento de transição importante e que expõe ainda mais os jovens a determinados fatores, como atividade sexual precoce, possível maior quantidade de parceiros, risco maior de acidentes de trânsito e viagens, entre outros, daí a importância de se vacinar nessa época.

Adultos: é preciso manter a vacinação em dia na vida adulta, pois a proteção oferecida pelas imunizações nas primeiras fases da existência, em alguns casos, não dura a vida toda, e muitas pessoas não se atentam

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de que precisam repetir as doses. O surgimento constante de novas vacinas também reforça a importância de se imunizar nessa fase.

Mulheres e gestantes15: hoje as mulheres contam com um calendário especial que contempla as diferentes fases da vida, como infância, adolescência e gestação. Em busca de proteção, elas podem lançar mão de vacinas de extrema importância, incluindo as gestantes, que podem evitar problemas como: complicações por doenças infecciosas durante a gravidez, aborto, parto prematuro e malformações no feto, entre outros.

OBSERVAÇÕES PARA O CALENDÁRIO DAS MULHERES16

• Mesmo que previamente infectadas, as mulheres podem se beneficiar da vacinação; • Vacinas de vírus atenuados são de risco teórico para o feto, sendo, portanto, contraindicadas em gestantes; • Hepatite A é vacina inativada, portanto, não contraindicada em gestantes. Já que no Brasil as situações de risco aumentado de exposição ao vírus são frequentes, a vacinação de gestantes deve ser considerada. A vacina combinada contra as hepatites A e B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada; • A melhor época para a aplicação da vacina dTpa em gestantes é entre a 27ª e a 36ª semana de gestação (permite a transferência de maior quantidade de anticorpos maternos para o feto), mas pode-se recomendar a partir da 20ª semana até o momento do parto. Mulheres não vacinadas na gestação devem ser vacinadas no puerpério, o mais precocemente possível. A vacinação com dTpa deve ser repetida a cada gestação. A vacina está recomendada mesmo para aquelas que tiveram a coqueluche, já que a proteção conferida pela infecção não é permanente.

Fonte: SBIm

Um dos assuntos mais comentados, recentemente, quanto à prevenção das mulheres é a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). Embora tenha se tornado mais conhecido nos últimos tempos17, o HPV foi descoberto há 40 anos, sendo responsável pela doença sexualmente transmissível mais frequente do mundo18 e podendo acometer aproximadamente 75% da população sexualmente ativa exposta ao vírus. É considerado, também, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo uterino.

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PANORAMA DO HPV

Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca)19, o câncer do colo do útero, causado pela infecção persistente por alguns tipos do HPV, é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás dos cânceres de mama e colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, totalizando 5.430 óbitos. Para o ano de 2016, a estimativa é de que surjam 16.340 novos casos. Prova de que o país avançou no diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva, ou seja, do estágio mais agressivo da patologia. Atualmente, 44% são de lesão precursora do câncer, chamada in situ, isto é, uma lesão localizada.

Em nível mundial, as maiores prevalências são observadas na África, no México e na América Central18. Nos Estados Unidos, a estimativa é de que 1% da população sexualmente ativa apresente infecção. Na América Central e na América do Sul, os cinco tipos de HPV mais prevalentes são o 16, 18, 45, 31 e 33. No Brasil, o HPV 16 é o mais predominante em todas as regiões20; Até agosto de 2015, 2,5 milhões de meninas de 9 a 11 anos haviam sido vacinadas contra o HPV no Brasil somente no sistema público, o que representou 50,4% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de crianças do sexo feminino nessa faixa etária 21; Os dados evidenciam a importância da vacinação contra o vírus não só no Brasil, mas também no mundo. Hoje, a vacina é licenciada em mais de 130 países, sendo utilizada como estratégia de saúde pública em mais de 60, e totalizando mais de 180 milhões de doses aplicadas, desde 200622. As doses já aplicadas em todo o mundo atestam a segurança e a eficácia da imunização e movimentam milhões no mercado. Por essa razão, é importante manter as ações preventivas, investindo não só no desenvolvimento de pesquisas e novos imunizantes possíveis, como em conscientizar a população.

Homens: assim como as mulheres, os homens também possuem um calendário próprio, com pequenas diferenças, se comparado ao delas. É importante frisar que a vacina contra o HPV, frequentemente associada ao público feminino, também é indicada para os homens. Já se sabe que o vírus atinge ambos os sexos, sendo as verrugas genitais e anais as manifestações clínicas relacionadas ao HPV mais comuns nos homens23. A infecção

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pode causar, ainda, problemas como os cânceres de boca e garganta, anal e de pênis18.

Idosos: uma observação simples da curva de crescimento populacional brasileiro indica que após 2030, o número de pessoas acima dos 60 será maior que o de crianças e adolescentes até 14 anos. Em 2050, os idosos representarão o dobro dessa população jovem. As diminuições da mortalidade infantil e adulta, combinadas à redução da natalidade, moldam um novo perfil brasileiro. Tudo indica que o único grupo populacional que vai crescer a partir de 2040 será o de pessoas com 55 anos ou mais24.

Esse panorama acende o alerta para uma necessidade maior de cuidados com a saúde, uma vez que os idosos tendem a ficar mais fragilizados. O objetivo da vacinação nessa fase é diminuir o risco de quadros infecciosos e melhorar a qualidade e expectativa de vida da terceira idade. A maioria das vacinas existentes são voltadas para maiores de 60 anos, época em que há maior incidência de problemas de trato respiratório, tétano, difteria, pertússis e herpes-zóster, entre outros25.

O PERIGO DO HERPES-ZÓSTER COM O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA

• O herpes-zóster tem origem na reativação do vírus da varicela no corpo. A primeira manifestação ocorre, geralmente, na infância, sendo também conhecida como catapora ou cobreiro.

Passado esse processo, o vírus permanece latente no organismo e, após uma baixa do sistema imunológico, ele pode ser reativado, vindo a causar lesões na pele, semelhantes a bolhas, associadas a dor aguda em apenas um lado do corpo, principalmente na região do tórax, abdômen e rosto. A doença é preocupante por causa da diminuição da resposta imune dos idosos, que geralmente acontece após os 60 anos, tornando-os um grupo de risco para a manifestação da doença7; • A propagação ocorre pelo contato com a pele (apertos de mão ou abraços) e por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro)26; • De acordo com Isabela Peixoto7, dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC-EUA) apontam que uma a cada três pessoas desenvolverá herpes-zóster durante a vida, chegando a 50% entre os indivíduos que atingem os 85 anos de idade. Segundo o Hospital Albert Einstein26, o Brasil registra mais de 2 milhões de casos por ano;

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• A principal medida preventiva é a vacinação, que pode ser administrada mesmo que o paciente já tenha tido um episódio de herpes na vida. O problema é que, como ela não é ofertada pelo PNI, o valor pode ser um fator negativo na adesão ao tratamento7.

Saúde ocupacional: envolve ações que visam exclusivamente à saúde do trabalhador, focadas na qualidade de vida, oferecendo para os funcionários bem-estar físico e emocional, em um ambiente de trabalho propício. A vacinação é uma dessas iniciativas que as empresas promovem, buscando a prevenção de doenças e outros problemas que possam se originar no trabalho e influenciar na produtividade dos funcionários27. Muitos trabalhadores se tornam mais vulneráveis a determinadas infecções, o que pode gerar consequências ainda maiores no futuro. Nessa categoria se encontram pessoas que vivem com HIV, os transplantados (de órgãos ou tecidos), pessoas em uso de medicação imunossupressora e as portadoras de condições ou doenças crônicas, como diabetes, pneumopatias ou cardiopatias.

Para vacinar seus funcionários, as empresas podem direcioná-los à rede pública ou a um serviço privado de vacinação devidamente credenciado – o que é cada vez mais comum. Ao optar pela clínica, os colaboradores podem ir ao local para receber as doses, ou uma equipe se dirigir à empresa para realizar a imunização. O movimento, no entanto, pode ser inverso: em vez de esperar que a empresa procure sua clínica, por que não ir até ela?

Identificar oportunidades é, acima de tudo, antecipar-se aos fatos28.

Os gestores de clínicas que desejam explorar esse nicho de mercado podem mapear e abordar as empresas interessadas, a fim de oferecerlhes algum tipo de convênio para promover a vacinação dos funcionários.

Em vez de tirá-los de seu ambiente de trabalho – o que poderia impactar na produtividade da empresa, por exemplo – a clínica pode oferecer seus serviços de atendimento local. Assim, tanto a empresa quanto a clínica desempenham seus papéis – e o profissional se sente mais motivado para a realização de seus trabalhos, valorizado e, acima de tudo, protegido.

A SBIM POSSUI UM CALENDÁRIO ESPECÍFICO PARA A VACINAÇÃO OCUPACIONAL, RECOMENDANDO QUAIS PÚBLICOS DEVEM SER IMUNIZADOS29

• Profissionais da área da Saúde: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, patologistas e técnicos de patologia, dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pessoal

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de apoio, manutenção e limpeza de ambientes hospitalares, maqueiros, motoristas de ambulância, técnicos de RX e outros profissionais lotados ou que frequentam assiduamente os serviços de saúde, como representantes da indústria farmacêutica e outros; • Profissionais que lidam com alimentos e bebidas: pessoas que trabalham em empresas de alimentos e bebidas, cozinheiros, garçons, atendentes, pessoal de apoio, manutenção e limpeza; • Militares, policiais e bombeiros: especificamente para aqueles que atuam em locais com riscos epidemiológicos e possibilidade de surtos por doenças imunopreveníveis; • Profissionais que lidam com dejetos, águas contaminadas e coletores de lixo: mergulhadores, salva-vidas, guardiões de piscinas, manipuladores de lixo e/ou esgotos e/ou águas pluviais, alguns profissionais da construção civil; • Profissionais que trabalham com crianças: professores e outros profissionais que trabalham em escolas, creches e orfanatos; • Profissionais que entram em contato frequente ou ocasional com animais: veterinários e outros profissionais que lidam com animais, frequentadores ou visitantes de cavernas; • Profissionais do sexo: risco para as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e outras doenças infecciosas de transmissão por contato interpessoal, por via aérea ou secreções; • Profissionais administrativos: que trabalham em escritórios, fábricas e outros lugares, geralmente, fechados; • Profissionais que viajam muito: risco aumentado de exposição a infecções endêmicas em destinos nacionais ou internacionais; • Receptivos de estrangeiros: operadores e guias de turismo, profissionais da hotelaria; transporte público, seguranças de estabelecimentos como estádios, ginásios, boates, entre outros; • Manicures, pedicures e podólogos: risco de acidentes perfurocortantes e exposição ao sangue; • Profissionais que trabalham em ambientes de confinamento: agentes penitenciários e carcerários, trabalhadores de asilos, orfanatos e hospitais psiquiátricos, trabalhadores de plataformas marítimas e embarcações radares para exploração de petróleo;

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• Profissionais e voluntários que atuam em campos de refugiados, situações de catástrofes e ajuda humanitária: risco de exposição a doenças endêmicas, condições de trabalho insalubre, risco aumentado para transmissão de doenças infecciosas; • Atletas profissionais: recebem alto investimento e têm obrigação de apresentar resultados; vivem situações de confinamento e viajam frequentemente; passam por fases de treinamento intenso com prejuízo da resposta imunológica; esportes coletivos facilitam a transmissão interpessoal de doenças, com maior risco para surtos.

Consulta ao viajante: empolgadas pela oportunidade de viajar, muitas vezes, as pessoas se esquecem de um detalhe importante e que faz a diferença: a vacinação. Isso acontece porque estamos habituados com a realidade local e, na hora de arrumar as malas, não levamos em conta que muitas doenças com as quais não temos contato aqui – algumas por já terem sido erradicadas – ainda circulam no exterior, representando um perigo para o viajante e para seu país de origem como um todo, já que essa mesma pessoa pode reintroduzir um vírus ao retornar. A malária, por exemplo, é considerada uma das mais importantes ameaças de doenças infecciosas para os viajantes13. Outras patologias, como febre amarela, cólera, raiva e hepatites A e B, também podem ser adquiridas durante uma viagem. Por isso, prevenir é sempre a melhor escolha.

Montar um serviço específico para atender ao viajante, que possibilite sanar dúvidas e o oriente da melhor maneira possível pode ser uma boa oportunidade de investimento para as clínicas de vacinação. Oferecer palestras sobre o tema “vacinação para viajantes” também é uma excelente iniciativa, bem como promover a conscientização por meio de folhetos e cartazes informativos.

Uma alternativa que possibilita ainda mais interatividade são os canais diretos de comunicação com o público. Seja por telefone ou mesmo um chat dentro do próprio site da clínica, tudo é válido para estreitar o contato com os clientes. Plataformas como WhatsApp podem ser úteis para o envio de dicas e informações, não só sobre doenças para as quais a vacinação é rotineiramente administrada, mas alertando para outros tipos de riscos (como o meio ambiente, lesões, violência e saúde psicológica) e, ainda, lembrando horários e datas das próximas doses da(s) vacina(s). É importante que o cliente sinta que pode contar com o serviço a qualquer momento que precisar.

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Planos de vacinação: oferecer um plano de vacinação pode ajudar os clientes a se planejarem e mudarem seus hábitos de vacinação. Por meio dessa iniciativa, a clínica pode montar um programa, visando à imunização individual ou familiar, com base nos calendários recomendados pelo PNI, pelas entidades da área e nas vacinas indicadas pelo médico. O maior diferencial do plano deve ser o preço e as formas de pagamento.

Oferecer vantagens de acordo com o número de participantes e descontos em longo prazo podem ser boas estratégias para fidelizar o cliente30.

Parceria com planos de saúde: as limitações do SUS e do PNI têm provocado uma verdadeira corrida às clínicas privadas, sobretudo nas épocas das campanhas de vacinação realizadas pelo Governo Federal.

Entretanto, boa parte dos consumidores não consegue arcar com os custos das vacinas – muitas vezes por já pagarem um plano de saúde. Há quem vislumbre, nesse cenário, uma oportunidade interessante: a parceria com os planos de saúde, na forma de descontos aos segurados ou no sistema de reembolsos31,32.

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DESAFIOS

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Ao contrário de outras épocas, em que a vacinação e sua responsabilidade na proteção contra doenças não eram bem esclarecidas – vide a “Revolta da Vacina”, que ocorreu no Rio de Janeiro há pouco mais de cem anos –, hoje, a população entende e reconhece o valor da imunização.

Entretanto, o desenvolvimento de vacinas é um processo cientifico demorado (ao todo, pode levar entre dez e 30 anos) e envolve muitas etapas na pesquisa, como o descobrimento da melhor molécula antigênica, os testes em animais, a melhor via de inoculação, e o teste em humanos – uma das etapas mais complexas.

Segundo Isabela Peixoto7, a principal dificuldade para o licenciamento de mais vacinas está no desenvolvimento de novos métodos, que devem ser mais seguros, eficientes, baratos e com o mínimo de efeitos adversos. “Isso representa um gargalo até a liberação para o mercado. No entanto, existe muito investimento na área vacinal”, declara. A pesquisadora destaca os investimentos para vacinas contra organismos extremamente patogênicos e com alta taxa de mortalidade (como a malária e o HIV), de ampla circulação em alguns países (como a dengue e a zika), agentes responsáveis por infecções hospitalares (Pseudomonas aeruginosa e Clostridium difficile, por exemplo) e para a fabricação de produtos mais eficientes – mesmo existindo os licenciados, como os destinados à hepatite B e tuberculose.

Quanto ao mercado de vacinação privada no Brasil, a tendência é que aumente a demanda por parte do público. “É um serviço que tende a aumentar nos país devido ao fácil acesso às vacinas e às informações em relação ao procedimento. A cada dia, novos micro-organismos circulam, mais vacinas são desenvolvidas, e o custo da proteção total da população para o governo é muito grande”, explica.

Entretanto, muitas vezes essas informações são ignoradas, e uma parcela da população ainda tem resistência à vacinação, desconfiando desse processo. “Muitos indivíduos ainda acreditam que todas as vacinas são produzidas pelo método atenuado, com perigo de reativação do micro-organismo, ou mesmo efeito placebo. Por isso, afirmam ter Programa Clínicas de Vacinação | 19 |

sintomas das doenças contra as quais foram vacinados”, comenta a especialista7. A melhor forma de desmistificar essa crença, segundo a pesquisadora, é levar o máximo de informação ao público, alertando sobre a importância da vacinação, e esclarecendo as principais dúvidas de forma clara.

VACINAS NEM SEMPRE GERARAM CONFIANÇA

Se hoje as vacinas são encaradas como a melhor forma de prevenção a várias doenças, em outra época elas foram motivo de revolta e descontentamento da população. Em novembro de 1904, ocorreu, no Rio de Janeiro, a “Revolta da Vacina”33, um levante marcado por conflitos urbanos violentos entre cidadãos e forças do governo (policiais e militares).

A principal causa do descontentamento popular foi a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, realizada pelo governo brasileiro e comandada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz.

A maioria da população, formada por pessoas desinformadas e de condição social humilde, não conhecia o funcionamento de uma vacina e seus efeitos positivos. Por isso, o clima era de total desconfiança, e muitos se recusaram a receber o imunizante.

Durante a revolta, as pessoas se negavam a receber a visita dos agentes públicos, destacados para aplicar as vacinas, e reagiam com violência. No auge da confusão, prédios públicos e lojas foram atacados e depredados, trilhos foram retirados e os bondes (principal sistema de transporte da época) virados. Diante do cenário caótico, o Governo Federal suspendeu temporariamente a vacinação obrigatória, decretando estado de sítio na cidade. A revolta só foi controlada com o uso da força policial. Cerca de 30 pessoas morreram, outras 100 ficaram feridas e diversas foram presas e deportadas para o Acre. Controlada a situação, a campanha de vacinação obrigatória teve prosseguimento. Em pouco tempo, a epidemia de varíola foi erradicada da cidade do Rio de Janeiro.

As clínicas privadas podem exercer um papel decisivo na educação dos clientes. Com profissionais preparados para esclarecer as dúvidas da população, é possível atrair mais interessados em aderir à imunização. Esse trabalho deve ser contínuo e focado nos públicos aos quais as clínicas se destinam. De acordo com o pediatra Paulo Abrahão 4, que também já trabalhou com Medicina Escolar, se as clínicas tiverem a iniciativa de propagar conceitos junto aos bancos escolares, por exemplo, elas, logicamente, vão

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forçar um upgrade na relação de prevenção. “O entendimento da vacinação deve crescer junto com a família. Compreendo que, no Brasil, isso tem que ser passado nos bancos escolares, desde o ensino fundamental. É interessante haver alguém ligado à Medicina Escolar, informando quais são as vacinas mais importantes e quais as principais doenças que podem ser evitadas, como era feito antigamente”, sustenta.

Assim como as crianças são capazes de exercer, na família, um poder de influência – e, por isso, devem ser o foco em um trabalho de sensibilização –, os idosos também merecem atenção especial. A relação dos idosos com as vacinas é algo cultural, pois eles têm pró-atividade ao buscar as informações que precisam e, naturalmente, se preocupam em relação à saúde. “Os idosos são mais disciplinados porque sabem que a vacina pode fazer toda diferença”, observa o especialista. Abrahão reforça a importância da educação precoce em uma família com pessoas de várias faixas etárias: “Os idosos que são avós de crianças imunizadas sofrem de menos doenças.

Um neto doente, contudo, pode passar doenças para o avô ou avó”.

De acordo com o especialista, outro desafio importante a ser superado é o chamado “conceito de oportunidade perdida”. Para ele, o momento em que uma criança é vacinada deve ser aproveitado para estender a imunização aos pais e familiares. “Essa é uma concepção que está dentro da OMS. Quando você está vacinando uma criança, vacine também outro membro da família. Não seria muito interessante, ao imunizá-la, aproveitar e vacinar a mãe, a tia, a avó, o maior número de pessoas possível? Isso é feito lá fora, e faz crescer a abrangência e o elo de cobertura. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a propagação de doenças”, avalia.

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4 Entrevista com o pediatra Paulo Abrahão, realizada por telefone, no dia 28 de maio de 2016, pela repórter Paula Netto.

5 Temporão JG. A indústria de vacinas: o Brasil no contexto mundial. I seminário sobre o complexo industrial da Saúde/BNDES [Internet]. 2003 [Acessado em: 9 maio 2016]. Disponível em: <http://www.bndes.gov. br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/seminario/Saude06_6.pdf >.

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7 Entrevista com a biomédica Isabela Peixoto, realizada por e-mail, no dia 30 de abril de 2016, pela repórter Carol Herling.

8 Acreditação. Immunitas Vacinas [Internet]. [Acessado em: 9 maio 2016]. Disponível em: <http://www. immunitas.com.br/informacoes/artigos/as-diferencas-e-como-funciona-a-imunizacao-ativa-e-passiva>.

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Programa Clínicas de Vacinação | 21 |

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VACC-1200693-0003 IMPRESSO EM DEZEMBRO/2016 VÁLIDO POR 2 ANOS

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O SENTIDO DA VIDA É ESTAR BEM Queremos fazer a diferença na vida das pessoas. É para isso que a MSD e seus funcionários no Brasil e em todo o mundo trabalham incansavelmente: para descobrir, desenvolver e disponibilizar medicamentos e vacinas inovadores que proporcionem bem-estar e salvem vidas. Mas, ao longo do tempo, também aprendemos que para fazer a diferença, é preciso ir além da produção de medicamentos, contribuindo com ações que levem informação, educação e acesso ao maior número de pessoas. Nós construímos esta história todos os dias. Este é o sentido da nossa existência.