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INOVAÇÃO EM FARMÁCIA: como a tecnologia pode ser uma aliada das farmácias hospitalares Instituições têm investido cada vez mais na implantação de recursos tecnológicos, que ajudam a integrar e otimizar os processos farmacêuticos, resultando em mais segurança e agilidade

Por Paula Netto

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e há alguns anos os procedimentos farmacêuticos eram realizados manualmente, o que vemos hoje em dia é uma forte tendência tecnológica tomando conta do cenário. Com a possibilidade de otimizar

processos, exercer maior controle e fidelidade sobre as informações geradas e diminuir riscos de erros humanos, as instituições de saúde vêm lançando mão de diversas estratégias tecnológicas dentro de suas farmácias

hospitalares. E as vantagens não param por aí: a eficiência operacional proveniente do uso da tecnologia auxilia na gestão de custos e na assistência de qualidade aos pacientes, transmitindo maior segurança para o assistido.

A gestão eficaz de uma farmácia hospitalar caminha lado a lado com os recursos tecnológicos disponíveis no mercado atualmente. No que se refere aos processos que envolvem o funcionamento do setor, a tecnologia é uma importante aliada. Além de facilitar o monitoramento dos medicamentos em todas as suas etapas (tais como recebimento, distribuição, dispensação e administração no paciente), ajuda a controlar o estoque, a validade dos fármacos e, consequentemente, traz melhorias na gestão de compras do hospital.

Ciente dos benefícios que a tecnologia proporciona, o Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo vem passando por um processo de transformação na sua farmácia hospitalar, investindo na captação de novos recursos para a área. De acordo com João Bianchi, superintendente executivo de operações do hospital, a instituição investiu, recentemente, R$700 mil em obras para a revitalização do setor. “Ampliamos nosso espaço de estocagem de materiais e medicamentos em mais de 1.000m². Essa ação nos permitiu adequar o espaço e a operação da nossa farmácia central, que ficou dedicada ao atendimento das unidades de internação”, apontou.

Além do ganho físico, o investimento também trouxe como principais retornos melhorias na dispensação dos medicamentos e gestão de estoques, resultando em redução de custos. “Houve evolução também na qualidade do ambiente de trabalho e na motivação da equipe, que passou a exercer suas atividades em um local conveniente e preparado para entregar serviços com mais agilidade e eficiência”, acrescentou. De acordo com ele, em breve, o hospital deve adotar o sistema Tasy, importante software

de gestão em saúde, e automatizar os demais processos de logística, visando ganhar agilidade na separação dos materiais nas áreas de almoxarifado e centro de distribuição.

Sucesso internacional Seguindo a mesma linha de atuação, na Europa, o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), em Portugal, utiliza a prescrição eletrônica em todos os serviços de internação, além de contar com armários de dispensa semiautomática, assistido por programas de computador que permitem maior controle sobre o estoque.

O principal é o sistema “Armário Inteligente RFID” (Radio-Frequency Identification). O CHVNG foi, inclusive, o primeiro hospital público a implementar esse tipo de tecnologia no país.

Diretora do serviço farmacêutico do hospital, Aida Batista explica que a tecnologia RFID permite que toda a movimentação de estoque fique registrada no sistema e o hospital saiba exatamente o que foi prescrito e o que foi cedido. “Durante o processo de dispensa dos medicamentos, o

médico faz a prescrição eletrônica e logo que o paciente é identificado no sistema, a prescrição é validada pelo farmacêutico. Ao confirmar as quantidades a serem dispensadas, uma mensagem é enviada ao software de apoio dos armários, permitindo a retirada do medicamento pelo farmacêutico, que é obrigado a se identificar por meio de pulseiras ou cartões”, relatou. A movimentação dentro do armário é detectada mediante a leitura por rádio frequência de etiquetas que são colocadas em cada embalagem de medicamento.

Entre os principais resultados obtidos, Aida destacou a diminuição dos erros, principalmente em processos feitos anteriormente de modo manual, como o registro de lotes de medicamentos. “Baseados em uma experiência de pelo menos cinco anos, verificamos que falhas têm diminuído e que a tecnologia, quando bem utilizada, cumpre as expectativas”, afirmou. De acordo com Bianchi, “A combinação de processos eficientes e pessoas capacitadas associada à tecnologia adequada permite blindar instituição e paciente e evitar que certos erros humanos aconteçam”.

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