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Entre o palco e o pão
Dono de uma carreira brilhante na tevê, teatro e cinema, o ator Milhem Cortaz descobriu a panificação artesanal durante a pandemia
O ator que iniciou, “por brincadeira” a carreira aos onze anos, na Mooca, foi descoberto pelo ator Walmor Chagas que o levou ao teatro. Tempos depois, passou uma temporada com uma tia na Itália e lá, “para ter amigos e quem sabe, trocar uns beijinhos fiz um curso de teatro e não parei mais de atuar”, conta o ator que mora em Perdizes há mais de 20 anos,
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“quando casei” com a também atriz Zizi Brisola e são pais de Helena, adolescente de 15 anos.
Na atualidade, Milhem está em cartaz no teatro do Sesi na comédia “De Perto, Ninguém é Normal”. E na TV com a série “Os Outros”. “Sou um ator de drama mas estou muito feliz em fazer a minha primeira comédia no SESI. Divirto o público e também me divir- to a cada apresentação. Com o humor, podemos falar das coisas mais complicadas”, explica. Além de inúmeras peças, Milhem passou por diretores fundamentais como Antunes Filho. Está ensaiando o seu primeiro trabalho solo “Diário de um louco”, texto de Nicolai Gogol e que deverá estrear no segundo semestre, “ainda não sei se será em São Paulo ou no Rio”.
Com trabalhos marcantes em telenovelas desde 1983 nas em várias emissoras – Globo, SBT, Record e nos canais fechados, HBO, Disney e Globoplay onde interpretou vários personagens, Milhem está em cartaz na GloboPlay na série “Os Outros” como um dos protagonistas. “A história se passa dentro de um condomínio da Barra da Tijuca. Meu filho entra em atrito com outro garoto e a partir daí o conflito surge entre as famílias”, informa ele que mesmo sendo figura constante na telinha, “não vejo tevê”, diz.
Para completar, o cinema é outra mídia que Milhem sempre está presente, desde 1996 quando participou pela primeira vez. A partir daí com sua interpretação firme e voz marcante, uma das suas características, a lista de filmes que participou é extensa e cresce a cada ano. Esse empenho, lhe valeu prêmios e participações em filmes como “Carandiru”, “Tropa de Elite I e II”, “Lula, o filho do Brasil”, “O lobo atrás da porta” e mais recentemente “Bob Cuspe”, entre outros longas. Com todo esse currículo, Milhem ainda não se aventurou na direção. Mas quem sabe... diz. Afirma que aproveita todas as oportunidades que a vida lhe apresenta para obter novos conhecimentos e experiências artísticas e pessoais. Uma delas, sua imersão na fabricação de pães. “Por conta da pandemia, fiquei um ano ganhando salário e sem ter que trabalhar. No primeiro momento pensei em fazer marcenaria na garagem de casa, mas preferi fazer pães artesanais. Fui atrás de mais conhecimento, conheci padeiros e aprender mais com mestres padeiros. Me equipei como forno e moedor de trigo.
Dedicado à família, Milhem conta que seu pão é de longa fermentação e só utiliza produtos nacionais. Uma desses produtos que usa em seus pães são as farinhas produzidas pela Fazenda Vargem. “Meu pão me remete à minha família. Ao fermento que utilizo dei o nome de Ozilio Avanti, meu avô materno e figura que me marcou. Ele me remete à roça, à rua de barro e de chuva, da minha infância. Meus pães simbolizam a minha história com a minha família.
São dois tipos de pães que a Cortaz o Pão, nome que ele deu à sua padaria faz. Atualmente fornece para alguns restaurantes como o Del Jaguar, na Barra Funda, e Cozinha do Fred, no Paraíso e outros. Ao público final, eles podem encomendar os pães que Milhem produz com muita paixão em sua casa em Perdizes.
Essa ligação com Perdizes, Milhem cita alguns endereços que frequenta com assiduidade. Próximo de sua casa, “vou ao Tiquim, ao Carnes Perdizes, gosto da padaria Real, que tem uma história próxima com o início da tevê brasileira”. Gosta de nadar no Palmeiras, mas não se define como torcedor de futebol. Para se manter em forma aos 50 anos, completados no ano passado, faz musculação na Competition, na unidade da Oscar Freire.
A pandemia lhe aproximou da panificação e por outro lado, o obrigou a fechar o bar Cortaz que abriu para o pai. “Optei por fechar o bar e meu pai pode se aposentar finalmente. Não teria condições de arcar com o aluguel do imóvel, sem clientes e nem tínhamos entrega”. Mas esse revés não mudou a sua opinião positiva em relação ao bairro. “É bom, tranquilo, familiar, como eu”. Ele projeta para o futuro ir morar em uma pequena cidade do interior para continuar a fazer pão artesanal, poder criar empregos e doar parte dessa produção” e continuar a atuar. Certamente, não faltarão convites!
@cortazopao
@milhem tel. 94743-5152 Whats





