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O rei da noite
por Fernando Fernandes
Presumo que não exista quase ninguém que, em pesadelos ou numa qualquer situação em que sonhamos acordados, não tenha ficado aterrorizado ao ver a criatura com os seus longos caninos salientes e ensanguentados, avançar de forma imponente para nós com o simples objetivo de morder o nosso pescoço e, consequentemente, fazer com que assumamos a sua sinistra forma. Falamos, claro está, de uma das mais icónicas figuras de sempre: Conde Drácula. É óbvio que nem toda a gente teve pesadelos ou sonhos com o vampiro, mas a forma como “aterroriza” a sociedade ao longo dos tempos, é claramente notória. A sua imortalidade vincou-se com a escrita da obra do irlandês Bram Stoker intitulada de Drácula. Contudo, a possível origem de tão misteriosa criatura remonta à Europa do século XIII, geograficamente falando, na zona onde se situa atualmente a Roménia. Vlad Tepes foi um príncipe que, além de governar, ficou sobejamente conhecido pela barbaridade com que tratava os seus inimigos. O pai de Vlad era membro da sociedade Cristã do Dragão, recebendo a alcunha de Dracul. Como tal, o seu filho seria apelidado de Draculae que significa Filho do Dragão. As atrocidades cometidas contra os seus inimigos e, por vezes, contra o seu próprio povo, sobretudo aqueles mais supersticiosos, levam a crer que esta seja a principal causa para a inspiração de Bram Stoker. Mas, todos nós sabemos que Drácula é um morto vivo que vagueia pela noite e se esconde num caixão durante o dia para evitar a luz do sol. Segundo reza a lenda, Vlad, numa das suas inúmeras batalhas foi golpeado violentamente na cabeça, facto que o deixou em coma. Vendo o seu líder tombado, o seu exército bateu em retirada levando o corpo consigo a fim de evitar que fosse capturado pelas forças inimigas. Pouco depois, Vlad acordou como se nada fosse e liderou os seus homens a uma estrondosa vitória, nascendo daí a crença de que voltou dos mortos.
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A lenda verdadeiramente dita surge com o primeiro filme em 1931 interpretado pelo húngaro Bela Lugosi, mas ganhando a sua fama mundial quando, em 1958, o primeiro filme a cores é magistralmente interpretado por Christopher Lee. Outras metragens foram realizadas, mas sem alcançarem o almejado sucesso das séries originais e talvez do realizado por Francis Ford Coppola em 1992. A mediatização dos vampiros é enorme nos dias que correm, com inúmeras referências literárias e cinematográficas, mas Conde Drácula há apenas um. Por isso fechem bem as janelas, tenham alho pendurado ou um simples crucifixo de prata à mão, não vá o morcego fazer-nos uma visita.