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PRA QUEM OS TEM

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GREENWEEK

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O LANÇAMENTO DO NOSSO PODCAST FOI UMA DAS GRANDES NOVIDADES DA AEISA NESTE MANDATO. ATRAVÉS DO MESMO, CONSEGUIMOS ENTREVISTAR VÁRIAS ENTIDADES IMPORTANTES DO ISA, COORDENADORES DAS COMISSÕES DE CURSO, ENTIDADES DOS NÚCLEOS DA AEISA E DA APEF. ELABORÁMOS AINDA UM EPISÓDIO ESPECIAL, GRAVADO NO JARDIM BOTÂNICO DA AJUDA, COM A PROFESSORA ANA LUÍSA SOARES. NA RETA FINAL DE MANDATO, IREMOS LANÇAR MAIS EPISÓDIOS DE OUTRAS ENTIDADES IMPORTANTES, BEM COMO EPISÓDIOS ESPECIAIS DEDICADOS À I SEMANA CULTURAL AEISA. NÃO PERCAS!

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AQUI FICA A LISTA DOS EPISÓDIOS COM QUE JÁ PODES CONTAR:

1º episódio - Professor António Brito 2º episódio - Anabela "Belinha " Ferreira 3º episódio - Doutora Margarida Alho 4º episódio - Professor Miguel Mourato 5º episódio - Professora Cristina Oliveira 6º episódio - Bernardo Machado "NAgroISA" 7º episódio - Professora Paula Soares 8º episódio - Pedro Almeida "APEF" 9º episódio - Professora Leonor Morais 10º episódio - Rita Marques "NuBISA" 11º episódio - JBA - Prof. Ana Luísa Soares I 12º episódio - JBA - Prof. Ana Luísa Soares II

*I Semana cultural 13º episódio - Professora Cláudia Cordovil 14º episódio - Eva Ramos "NAISA" 15º episódio - Tim "Xutos e Pontapés " (I SC*) 16º episódio - Nuno Cortez "TUT" (I SC*) 17º episódio - Tunassa + Agricultuna (I SC*) 18º episódio - Maria de Fátima Silva (I SC*) 19º episódio - Paulo Pinto (I SC*) 20º episódio - Professor André Almeida 21º episódio - Joana Limão "ZooTecnISA" 22º episódio - Francisco Herdeiro " AlimentISA" 23º episódio - Professor António Mexia 24º episódio - Eng. ª Luísa Valério & Eng. º Nuno Rosado 25º episódio - Sr. Luís

PROJETOPROJETO NUTRI2CYCLENUTRI2CYCLE

Projeto Nutri2Cycle –

“Transição para uma agricultura com uso mais eficiente em carbono e nutrientes na Europa ”

Joana Prado, David Fangueiro Instituto Superior de Agronomia, 1349-017 Lisboa

O projeto Nutri2Cycle é financiado pela União Europeia, através do programa de investigação e desenvolvimento Horizonte 2020, é coordenado pela Universidade de Gent e tem também parceria com mais 12 países europeus. O Instituto Superior de Agronomia (ISA) é parceiro neste projeto, contando com uma equipa multidisciplinar que inclui o Professor David Fangueiro (coordenador nacional), o Professor Henrique Ribeiro, a Professora Paula Alvarenga e o Professor Ricardo Braga. A equipa do projeto integra também duas alunas de Doutoramento em Engenharia Agronómica no ISA, a Catarina Esteves (Mestre em Engenharia Agronómica) e a Joana Prado (Mestre em Engenharia Agronómica), e com o Arejacy Antônio Silva, Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Brasil), que também está a realizar o seu Doutoramento em Engenharia Agronómica no ISA. Qual o enquadramento deste projeto? No passado, a produção agrícola e a pecuária estavam fortemente ligadas: a agricultura produzia alimentos para a população e para os animais. Por sua vez, os animais produziam dejetos sólidos ou líquidos, normalmente chamados estrumes ou chorumes, que eram utilizados como fertilizantes orgânicos na própria exploração agrícola. Tínhamos assim um ciclo fechado. No entanto, a modernização e especialização da agricultura e pecuária levou a uma separação destas duas atividades. O principal objetivo do projeto Nutri2cycle é criar mecanismos para que se recupere esta “ circularidade ” tradicional, aproximando a agricultura e a pecuária, levando ao desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável nos diferentes sistemas agrícolas na Europa. Isso pode ser feito através da recuperação e reciclagem de nutrientes, procurando solucionar as atuais lacunas nos ciclos do N, P e C, contribuindo para a implementação de sistemas de gestão de recursos existentes, com uma boa articulação entre a produtividade, qualidade e segurança alimentar e impacte ambiental. No entanto, esta reaproximação deverá acontecer sem prejudicar os altos níveis de produções atingidos nos últimos anos e deverá incluir um novo elemento: o processamento dos alimentos e dos sub-produtos destas duas atividades. Mas como será isto possível?

PROJETOPROJETO NUTRI2CYCLENUTRI2CYCLE

Isto só é possível aproximando todas as partes envolvidas nos sistemas de produção agrícola, animal e agroindustrial. Usando um termo muito em voga, os chamados stakeholders ou agentes setoriais, tais como as Associações e Confederações de Agricultores, Associações de Produtores Suinícolas, Empresas de Fertilizantes, Empresas de Alimentos para Animais, Institutos de Investigação e de Regulamentação, representantes dos media, investigadores e alunos. E porquê? Porque todos desempenham um papel importante em cada um dos seus diferentes sectores e é importante que cada um dê a sua perspetiva de como é que eles podem ser integrados neste projeto, contribuindo para que se atinja o seu objetivo. É importante trabalhar numa solução que se adeque à realidade e responda às necessidades de quem está no meio, para que não surjam soluções teóricas, mas sim soluções práticas e realistas, que permitam reduzir o distanciamento dentro do sector agrícola, facilitando o diálogo e, muito importante, melhorando a comunicação com o “ público ” . De facto, este é um dos grandes problemas dos resultados da investigação científica, não “ saltarem os muros ” dos Centros de Investigação e das Universidades.

Figura 1: Ciclo agropecuário de atuação do projeto Nutri2Cycle.

PROJETOPROJETO NUTRI2CYCLENUTRI2CYCLE

O projeto Nuti2Cycle desenvolve-se maioritariamente através dos trabalhos de doutoramento dos três alunos referidos, pelo que aqui fica o testemunho de cada um deles e o seu papel dentro deste projeto:

“Eu tenho apostado na combinação de estrumes e chorumes com ou sem tratamento, para produção de fertilizantes orgânicos com rácios de N:P mais adequados às necessidades das culturas e usualmente utilizados pelos agricultores quando recorrem aos adubos minerais. Neste sentido, têm sido testadas duas escalas de atuação, ao nível da Exploração e ao nível de uma Central de Processamento. No primeiro cenário, ao nível da Exploração, será utilizado o estrume e/ou chorume de uma única espécie animal como base para o fertilizante orgânico, ao qual são adicionadas as quantidades de adubos convencionais necessárias para se alcançar os referidos rácios. No segundo cenário, projeta-se uma central de processamento de estrumes e chorumes animais, na qual se faz a gestão de excedentes de efluentes pecuários de diferentes espécies animais, recorrendo a possíveis misturas e tratamentos, para se atingir os rácios desejados. Em ambos os cenários, será feita uma análise criteriosa do ciclo dos nutrientes para compreender o comportamento dos mesmos e garantir que a solução que é oferecida é de facto viável e não conduz a um aumento dos impactos ambientais, tais como maiores emissões de gases com efeito de estufa ou lixiviação de nitratos (Figura 2). Posteriormente, serão selecionadas as melhores misturas de ambos os cenários para avaliar a sua eficiência agronómica. Deste modo, será garantida a melhor utilização de um recurso disponível, os efluentes pecuários, com a ressalva de se reduzir a pegada carbónica associada à produção e utilização de adubos minerais. ” Joana Prado

Figura 2: Ensaios de Medição de gases (cima à esquerda), Incubação Aeróbia (cima à direita) e de Lixiviação (baixo).

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“O desenrolar do meu trabalho irá possibilitar-me o estudo da implementação da agricultura de precisão em vinha, utilizando estrumes, e em pomares, aplicando tanto estrumes como chorumes. A minha primeira linha temática inclui um ensaio em pomar de macieiras, no Instituto Superior de Agronomia, onde avalio a possível substituição parcial de fertilizantes minerais pela aplicação de efluentes pecuários. Foram utilizados chorume de bovinos de leite, com e sem acidificação (que permite reduzir as emissões de amoníaco), um estrume de bovino e um estrume de aves. As análises foliares em 2020 revelaram que as folhas das macieiras onde foram aplicados os tratamentos orgânicos (que receberam 25% da fertilização necessária através dos efluentes pecuários e o restante através da fertirrega) continham maior teor de fósforo, potássio e boro, o que indica que os efluentes foram eficazes na nutrição da cultura, sem quebra de produtividade relativamente ao controlo. Neste segundo ano de ensaio, iniciado em março de 2021, foi aumentada a taxa de substituição dos fertilizantes convencionais para atingir um valor de 50% e, para além dos parâmetros habituais de controlo das propriedades do solo e da produtividade, estão a ser avaliadas as emissões de gases com efeito de estufa consequentes da aplicação dos materiais orgânicos ao solo (Figura 3). Os resultados preliminares indicam que a solução aqui tratada permite manter os níveis de produção e, simultaneamente, reduzir a pegada de carbono associada à produção de maçã. ” Catarina Esteves

Figura 3: À esquerda, medições de gases com efeito de estufa no pomar do ISA, e à direita a aplicação dos efluentes pecuários no pomar.

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Em março de 2021 iniciou-se um ensaio de campo na Quinta da Cholda, onde se pretende avaliar a substituição de parte da fertilização convencional por materiais orgânicos (composto de aves e chorume de porco) na cultura do milho, estudo que está inserido no trabalho de doutoramento do Arejacy António Silva. No seu trabalho de doutoramento, serão avaliadas as diferentes estratégias de tratamento e aplicação de efluente pecuários em solos cobertos por resíduos vegetais, com sementeira direta, cujo objetivo é encontrar soluções viáveis para substituir adubos minerais, mas que garanta a produção vegetal e a mitigação das emissões gasosas. O trabalho de campo realizado na Quinta da Cholda conta com três locais de ensaio e são utilizados um compostado de estrume de aves e chorume de porco em alternativa ao fertilizante mineral na adubação de fundo de milho grão (Figura 4). Esta vertente do projeto não podia ser realizada sem a colaboração do Engº João Coimbra, do Engº Nuno Tomé, e do estudante de Engª Agronómica do ISA Francisco Coimbra. Estarão em breve disponíveis os primeiros resultados que serão divulgados na newsletter da Task force nacional do projeto Nutri2cycle.

Figura 4: Ensaio na Quinta da Cholda, e à direita o compostado que foi aplicado.

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