
2 minute read
Alex Passos dos Santos, Maxitree
Índice produtores de florestas além de máquinas e equipamentos
Modernização pode ser entendida como a substituição de sistemas, métodos e equipamentos antigos por outros modernos, acompanhando a evolução e as tendências do mundo atual. Dentro desse conceito, será que realmente estamos conseguindo modernizar, de modo efetivo, o processo de produção de madeira de eucalipto no Brasil? Ou somente estamos adotando alguns modismos (aquilo que aparece e passa rapidamente, coisas de características efêmeras)? Provavelmente, as respostas a esses questionamentos vão ser elaboradas e justificadas seguindo duas vertentes, uma na forma de autoelogio corporativo, colocando o setor como referência absoluta sob todos os aspectos da modernização, e outra reconhecendo que houve modernização em vários aspectos, mas algumas estratégias não tiveram os êxitos esperados, havendo a necessidade de autocrítica e reconhecendo que readequações devem ser feitas para realmente seguirmos o caminho de uma modernização mais efetiva e abrangente.
Em relação ao respeito ao meio ambiente, às questões sociais, de governança, como práticas de valorização da segurança no trabalho, da diversidade, de inclusão e a incorporação da cultura do compliance no dia a dia das empresas do setor, sem dúvida aconteceram grandes avanços nos últimos anos, que devem ser valorizados e fortalecidos. Nesse caso, houve grande aderência dessas ações às tendências do mundo atual e, portanto, podemos considerar que houve modernização. Entretanto muitas das metodologias que estão sendo utilizadas para garantir incrementos na produtividade dos plantios e na redução dos custos de produção da madeira foram pouco efetivas, indicando que existe um grande espaço para ações de modernização direcionadas a reverter essas tendências.
Analisando a evolução da produtividade dos plantios de eucalipto no Brasil nos últimos anos e o comportamento dos custos de produção da madeira nesse período, uma conclusão plausível seria a de que foram adotados mais modismos, ou metodologias pouco eficientes, do que realmente implementando processos de modernização robustos e efetivos. Essa consideração pode ser feita a partir da análise das taxas de ganho de produtividade do eucalipto no Brasil, que têm sido nulas ou até mesmo negativas nos últimos anos.
Quando trabalhamos com produção vegetal, seja no setor agrícola ou florestal, se questões aparentemente básicas não estiverem muito bem resolvidas, o uso de máquinas e implementos de 'última geração' terá pouco efeito em contribuir para a real sustentabilidade do processo de produção de madeira. "