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nutrição
nutrição florestal: ciência x prática
Em 1968, o Prof. Helládio do Amaral Mello, fundador do IPEF e do curso de Engenharia Florestal da Esalq, defendeu sua tese de Livre docência cujo objetivo principal era responder à seguinte pergunta: É viável adubar plantações de eucalipto?
Atualmente, não há dúvida sobre a viabilidade e a importância da fertilização em plantações de Eucalipto e de outras culturas fl orestais, visto que essa prática resulta em ganhos médios de produtividade na ordem de 30% a 50%. São poucos os solos que possuem fertilidade sufi cientemente elevada para dispensar a fertilização, mas é crescente o número de áreas em que, sem fertilização, não é possível estabelecer uma plantação fl orestal. A importância do conhecimento da nutrição e da fertilização cresce concomitantemente à produtividade das plantações e ao aumento da intensidade da colheita fl orestal.
No âmbito da pesquisa, os estudos evoluíram muito desde a publicação da tese do Prof. Helládio. A importância da adubação para a produtividade e a sustentabilidade da produção fl orestal já é bem conhecida, embora ainda haja divergências quanto ao método de recomendação de fertilizantes. Estudos recentes estão focados em entender os seguintes aspectos: 1) importância da nutrição na qualidade da madeira; 2) importância da nutrição na tolerância ao ataque de pragas e doenças; 3) importância da nutrição na adaptação dos materiais genéticos às condições edafoclimáticas encontradas nas novas fronteiras fl orestais, que são mais desafi adoras; 4) relação entre nutrição e expressão genética dos materiais plantados; 5) produção de fertilizantes com maior efi ciência agronômica e melhores propriedades físico-químicas; 6) importância da fertilidade biológica do solo na nutrição e produtividade das fl orestas, dentre outros.
A nutrição pode afetar a qualidade da madeira e a tolerância das plantas ao ataque de pragas e doenças. De modo geral, elevadas doses de fertilizantes, especialmente os nitrogenados, aumentam a concentração de açúcares nas folhas, deixando as plantas mais susceptíveis ao ataque de pragas e doenças.

José Henrique Tertulino Rocha Professor de Solos e Nutrição da FAEF - Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral

Além disso, altas doses de fertilizantes podem elevar demasiadamente o índice de área foliar da fl oresta, aumentando o risco de mortalidade em condição de défi cit hídrico prolongado. Altas taxas de crescimento também podem resultar em redução na densidade básica da madeira. Em contrapartida, uma equilibrada nutrição, com macro e micronutrientes, aumenta a tolerância das plantas ao ataque de pragas e doenças.
Inovar e crescer: esse é o caminho
Antonio Tatagiba
No mercado há 18 anos, a INFLOR vem revolucionando a gestão de ativos biológicos. A empresa, líder na América Latina no desenvolvimento de soluções que ajudam os clientes a maximizarem o desempenho no gerenciamento de florestas, se prepara para expandir a presença no mundo, principalmente nos Estados Unidos. Recentemente, fomos reconhecidos por uma publicação americana como uma das 50 companhias mais inovadoras às quais o mercado deve estar atento.
A cultura de inovação está muito presente na empresa, temos uma área focada em pesquisa e desenvolvimento que avalia constantemente novas tecnologias e ferramentas que possam ser aplicadas à nossa solução e à realidade de nossos clientes.
Incentivamos nossas equipes a inovarem e estamos constantemente pesquisando, aprendendo e ajustando nosso ambiente, a fim de criar condições que favoreçam o envolvimento de todos na busca das melhores soluções, em um movimento de co-criação.
Entendemos que a inovação deve ser um processo participativo. Inovação, inclusive, é um dos nossos valores, juntamente com Compromisso, Competência, Colaboração, Foco em Resultados, Qualidade e Integridade. Atualmente estamos trabalhando na próxima geração do INFLOR Forest, que é o nosso principal produto, e vamos oferecer aos clientes novas possibilidades, como IoT, inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise de big data. planejamento de médio e curto prazo de operações florestais, como silvicultura e colheita, todas suportadas por otimizadores.
O reconhecimento da
The Silicon Review, que
nos apresenta como
INFLOR Anannuallistingofthe“50innovativecompaniestowatch”that celebratesnotonlythegloryoftheirhighlyvaluedproducts/services, butalsorecognizestheircontributioninbusinessandtechnologymarketplace.









GIVEN IN 2019 AT NEW JERSEY.
SreshthaBanerjee
Editor-in-chief Managing Editor
VishnuVardhan Kulkarni
uma das 50 companhias mais inovadoras a serem acompanhadas em 2019, confirma que nos

sas ações, bem como nossas soluções, que ajudam os clientes a reduzirem custos operacionais a partir de um bom planejamento e gerenciamento de recursos de forma mais eficaz, estão em linha com os processos de inovação. sos de inovação.

Micronutrientes, como o B e o Cu, estão relacionados com a biossíntese da lignina; macronutrientes, como o K e o Mg, estão associados ao controle estomático e à proteção do aparato fotossintética, respectivamente.
Na edição Op-CP-43 da Revista Opiniões, o Prof. José Leonardo de Moraes Gonçalves, discorrendo sobre os avanços científicos na área de nutrição florestal, destacou dois pontos: um relacionado à lixiviação de nutrientes e parcelamento da fertilização e outro relacionado à importância do B para a expressão de alguns genes relacionados à adaptação de árvores de eucalipto ao déficit hídrico. O artigo do Prof. Leonardo foi publicado em 2016 apresentando resultados de pesquisas publicados desde 2010, mas esses temas ainda são frequentemente discutidos nas reuniões sobre fertilização florestal, e muitos silvicultores, receosos em aplicar esses resultados na prática, continuam parcelando a fertilização de cobertura em 2 a 4 aplicações.
O uso de fertilizantes com maior tecnologia agregada em plantações florestais tem aumentado nos últimos anos. Diversos produtos foram lançados no mercado, e, em geral, consistem de: 1) fontes de N de baixa volatilização (comum em ambiente florestal) e enriquecidas com S ou micronutrientes; 2) fontes de P complexadas com substâncias húmicas, objetivando a redução das perdas por fixação; 3) fontes de K menos salinas, permitindo a aplicação de toda a adubação em uma única dose, sem prejudicar as mudas; 4) misturas granuladas, ou seja, todos os nutrientes no mesmo grânulo, o que melhora as propriedades físicas dos fertilizantes e reduz o problema da segregação, sendo este de grande importância para os micronutrientes; 5) fontes de micronutrientes mais solúveis e de maior eficiência agronômica tanto para aplicação foliar (especialmente para B) quanto via solo, dentre outras.
A chamada fertilidade biológica do solo também vem ganhando destaque nas discussões sobre nutrição florestal. Em um experimento de longa duração instalado na Estação Experimental de Itatinga, pertencente à Esalq-USP, observou-se que a remoção dos resíduos florestais após a colheita reduziu drasticamente o teor de matéria orgânica e consequente atividade biológica do solo, sem afetar a produtividade de madeira quando os nutrientes removidos com os resíduos foram repostos via fertilização. Entretanto, na segunda rotação com remoção consecutiva dos resíduos florestais, mesmo com a aplicação de altas doses de fertilizantes, houve redução de 14% na produtividade de madeira. Isso indica que a importância da matéria orgânica do solo e da manutenção dos resíduos florestais sobre o solo vai além do fornecimento de nutrientes.
Após duas rotações de cultivo, na área onde os resíduos florestais foram mantidos, observou- -se maior teor de matéria orgânica, maior atividade biológica, maior atividade enzimática (fosfatases), maior densidade de raízes finas e, consequentemente, maior produtividade. Apesar de todos esses avanços, o tema nutrição florestal está longe de ser dado por esgotado pela ciência, há ainda muito a ser estudado.
Após descrever brevemente o que acredito ser alguns dos grandes avanços científicos da nutrição florestal nos últimos anos, atrevo-me a fazer algumas considerações sobre o que está sendo realizado na prática. Quando analisamos o setor de florestas plantadas no Brasil, podemos identificar dois “mundos” completamente distintos: o primeiro, das empresas verticalizadas, que possuem técnicos altamente qualificados e departamentos de pesquisa, e o segundo, dos produtores florestais, que, grosso modo, possuem baixo acesso a recomendações técnicas especializadas.
No mundo das empresas verticalizadas, salvo algumas infelizes exceções, vemos recomendações de fertilização feitas no nível do talhão, embasadas na análise de solo e na produtividade esperada, executadas com auxílio de implementos com tecnologia de precisão embarcada e monitoramento nutricional subsequente. Isso, quando associado ao uso de fertilizantes de qualidade, resulta em alta uniformidade de aplicação, alta eficiência agronômica, adequada nutrição e consequentemente elevadas produtividades. Essa é a receita de sucesso utilizada por diversas empresas; entretanto problemas financeiros, metas muito ousadas de plantio ou decisões equivocadas podem fazer com que essa receita não seja seguida, o que resulta em perdas de produtividade, degradação do solo e aumento do custo de exaustão da madeira.
No mundo dos produtores florestais, também salvando as devidas exceções, comumente vemos a ausência completa da fertilização ou a aplicação de uma mesma dose em vastas áreas, sem levar em consideração a disponibilidade de nutrientes do solo e o potencial produtivo do sítio florestal (a famosa “receita de bolo”). Isso, associado ao uso de fontes de nutrientes de baixa qualidade e baixa uniformidade de distribuição, resulta em florestas pouco produtivas e pouco rentáveis, além de degradação do solo.
Além da ciência, precisamos avançar muito na extensão. Não há validade no conhecimento científico se este não resultar em mudanças tecnológicas que aumentem a rentabilidade e a sustentabilidade das plantações florestais. Precisamos melhorar a agilidade e o dinamismo na transferência de tecnologia. Mesmo em empresas verticalizadas, há uma morosidade na aplicação do conhecimento científico. n