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UNTILED COVID

O Covid19 descarrilou o curso da história e transformou irrevogavelmente o mundo tal como o conhecíamos. Isoladamente, observamo-lo a revelarse das nossas janelas, divorciado da realidade. Para onde vamos a partir daqui? A paragem do desenvolvimento, impulsionada pela pandemia, pôs de joelhos a economia global e os sistemas políticos de longa data. Apesar das circunstâncias serem terríveis, prevalência do lucro sobre as pessoas, modelo sintomático do nosso tempo, continua a manifestar-se, como nas protecções de patentes e nas fases da vacinacão. Apesar dos esforços multilaterais apresentados pela iniciativa COVAX da OMS, a natureza ad hoc da distribuição de vacinas provou ser um pesadelo logístico para as nações de baixos rendimentos, que carecem do financiamento operacional e planeamento. Historicamente, as pandemias forçaram o ser humano a romper com o passado. Os parâmetros de “normalidade” devem ser reanalisados, em vez de serem repostos, sem reflexão. O mundo em geral foi colocado em pausa, que em resumo, se traduz numa segunda oportunidade, que teríamos de ser loucos para desperdiçar. A forma como regressamos à vida pós-pandémica tem o potencial de iniciar transformações ambientais e socioeconómicas vastas e generalizadas, através de sistemas e mentalidades. Nós somos a mudança que temos estado à espera.

Sam Heydt (b. 1986, Estados Unidos da América, vive em Viena de Austria), a sua carreira académica percorreu Belas Artes pela Parsons School of Design em Nova York, Comunicação Social pela The New School Cooper Union, em Nova York e pela Universidade de Amesterdão e Linguística pela Universidade de Buenos Aires e La Sorbonne. Depois de completar os seus estudos, lançou o Jane Street Studio, L.L.C. em Manhattan. Na sua prática artística, Sam trabalha com um largo espectro de diferentes meios - filme, vídeo, instalação, fotografia, escultura, som, merchandising e texto e emprega uma gama de materiais que muitas vezes reinventam ou invadem a sua utilização associativa. A obra de Heydt apresenta uma proposta abstrata para um mundo na periferia da história, que não parece apenas assombrado pelos fantasmas do passado, mas também construído num mundo assombrado.Ancorada na defesa social, a sua arte tenta dar voz aos velados, aos esquecidos, aos exilados, aos condenados e aos silenciados. Considerada como uma das pioneiras do movimento dos meios de comunicação reciclados, o trabalho de Heydt tem sido exibido em todo o mundo, em inúmeras galerias, museus e feiras de arte e recebido variadissimos prémios notáveis. Além disso, os filmes de animação directa da Heydt também foram exibidos em centenas de festivais internacionais.

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Covid 19 has derailed the course of history and irrevocably transformed the world as we knew it. In isolation we watch it unfold from our windows, divorced from reality. Where do we go from here? The broken harmony of continuous crises has been met with paralysis. Despite circumstances being dire, the profit over people models symptomatic of our time manifests as patent protections and vaccine tiers. Despite the multilateral efforts put forth by WHO’s COVAX initiative, the ad hoc nature of vaccine distribution has proven to pose a logistical nightmare with the cold chain capabilities of many low-income nations lacking the operational funding and planning. Historically pandemics have forced humans to break with the past. The parameters of “normality” should be re-examined, rather than returned without reflection. The world at large was put on pause, it’s resume translates as a second chance we’d have to be insane to squander. How we return to life post-pandemic has the potential to initiate vast and widespread environmental and socio-economic transformations across systems and mindsets. We are the change we have been waiting for.

Sam Heydt, (b. 1986, USA, currently residing in Vienna) has lived/worked in Paris, Venice, Amsterdam, Athens, Buenos Aires, Sydney, Reykjavík, and Rajasthan. Her academic career traversed Parsons School of Design, The New School, Cooper Union, Universiteit van Amsterdam, Universidad of Buenos Aires, and La Sorbonne. In 2012, Heydt launched Jane Street Studio, L.L.C. in Manhattan. Since established, the photo studio has broadened its performance to provide both design and marketing consultation in addition to art direction. Its growing roster of clients spans Europe, North & South America, Asia, and Oceania. In addition to this entrepreneurial undertaking, Heydt has attended artist residencies in Iceland, Australia, and New Zealand, where she has documented different forms of environmental exploitation. A published author, producer, and lifelong activist, Heydt has undertaken a range of altruistic, non-profit work. Her art, anchored in social advocacy, attempts to give a voice to the veiled, forgotten, exiled, and silenced. Working across different media- film, video, installation, photography, sculpture, sound, and text, Heydt presents an abstract proposition for a world on the periphery of history, one that not only appears haunted by the ghosts of the past but built on it. Often reinventing or trespassing the associative use of the material in use, Heydt is esteemed as one of the pioneers of the recycled media movement. Her work has been shown in galleries, museums, art fairs, and film festivals worldwide.