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confeccionista ANO VI - Nº 34 - JAN/FEV 2015

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O CONFECCIONISTA - ANO VI - Nº 34 - JAN/FEV -2015

2015 cenário é incerto

mas empresários estão otimistas

VERÃO 15/16 O que se vê lá fora INOVAÇÃO

É possível chegar lá

PRODUTIVIDADE

Motivação alavanca resultados

TRICÔ ganha as vitrines neste inverno


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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015


O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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CARTA AO LEITOR

O dólar subiu, e agora? Depois das eleições, achei que as coisas iriam piorar ainda mais, porém, com as recentes medidas do governo acredito que entramos no caminho que já deveríamos estar há muito tempo. Agora, quem começa a ficar preocupado são aquelas empresas que trouxeram grandes quantidades de produtos importados e que fizeram parcerias com fornecedores, principalmente asiáticos. O mercado nacional tem espaço para todo mundo só que, antes, as condições estavam pesando apenas para um lado da balança. Não tenho dúvidas de que o dólar em um curto espaço de tempo chegará a R$ 3,20 e, se os EUA aumentarem os juros, a R$ 3,50. É lógico que para a indústria de confecção isso seria muito bom, pois colocaria o produto nacional em condições de competir com o importado. Mas não é só isso que vem atrapalhando. O medo de uma recessão, a falta de ânimo para investir em novos equipamentos e tecnologias, o crédito mais caro e noticias desanimadoras na mídia fazem com que você, meu caro leitor, possa acreditar que mais um ano perdido está a caminho. Nada disso! Se eu pudesse lhe dar um conselho, diria para você acordar todos os dias e procurar por boas noticias, por fatos positivos, por pessoas que possam acrescentar alguma coisa boa no seu dia, com atitudes, com ações, com pensamento positivo e parceria. Vou começar dando uma boa noticia: você é um empreendedor - o sonho de quase todo brasileiro -, só precisa passar por mais esta onda que está chegando, pois acredito que agora estamos no caminho certo; vejo uma luz no fim do túnel e não é a do trem que vem em sentido contrário. Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios!. Um abraço

Júlio César Mello

Diretor-executivo Revista O Confeccionista juliocesar@oconfeccionista.com.br

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EDITORIAL

É preciso acreditar – mas brigar pelo o que se acredita

Linha Direta REDAÇÃO O CONFECCIONISTA editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769.0399

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Nem bem o ano começou, todos já estavam a postos, na expectativa em relação às medidas econômicas do Governo. Como bem disse o presidente da Abit e entrevistado do mês – Rafael Cervone – agora é a hora; ou vai... ou vai..”porque a indústria não aguenta mais responder por boa parte da arrecadação de tributos no País (1/3 do total) e ter seu desempenho e participação no PIB caindo a cada ano” (leia a entrevista e a matéria sobre o Balanço de 2014 do setor têxtil e de confecções). Sem dúvida, como falou Cervone, o Governo precisa dar um mínimo de previsibilidade quanto aos rumos do País e o que acontecerá com os impostos, o dólar, a inflação, etc, a fim de que as empresas possam se planejar para o médio e longo prazo, crescer – e continuar acreditando no Brasil. Em Jacutinga, a ‘capital das malhas’, as centenas de confecções lá localizadas já iniciaram a temporada de vendas para o inverno, investem em qualidade e em diferenciais que agreguem valor aos produtos e crescem ao ritmo de dois dígitos ao ano, segundo o presidente da associação comercial local. Inovar – seja em produto ou na gestão – e saber identificar oportunidades é também obrigação de empresários que desejam ser bem sucedidos. A reportagem ‘Oportunidade Lucrativa’ traz um belo exemplo disso. Damos também nesta edição uma pincelada sobre como serão as coleções de inverno dos lojistas do Megapolo Moda, em São Paulo – maior centro atacadista de moda da América Latina. Apresentamos ainda as confirmações do Verão 15/16 feitas pelo Senac Moda Infomação, e os temas para Lingerie, entre outras reportagens. Boa leitura

Vera Campos

Editora editora@oconfeccionista.com.br

confeccionista Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@@oconfeccionista.com.br Editora - Vera Campos (MTb 12.003) editora@oconfeccionista.com.br Editora de Arte - Marisa Ana Corazza marisacorazza@gmail.com Colaboraram nesta edição: Camila Guesa, Dario de Limas e Marcio Eugênio

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Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@@oconfeccionista.com.br Impressão - Indústria Gráfica Itu Ltda Tiragem - 14.000 exemplares. Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos

empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Impressão editora e publicidade Rua Alcides de Almeida, 184, Centro, S.Bernardo do Campo,SP. CEP: 09715-265 - Fone: (11) 2769-0399

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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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SUMÁRIO

confeccionista o confeccionista ANO VI - Nº 34

- JAN/FEV 2015

VERÃO 16

•Denims diferenciad •Moda praia os •Cores e Estampas

WWW.OCONFE CCIONISTA.CO M.BR impressão

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CHAMADAS

DE CAPA

VI - Nº 34 - JAN/

22 RODADA DE NEGÓCIOS Moda pernambucana conquista espaço

O CONFECCIONI STA - ANO

Ano VI - Número 34- janeiro/fevereiro 2015

2015

FEV -2015

24 GESTÂO Como economizar água na indústria

cenário é inc erto mas empresár estão otimistios as

VERÃO 15/16 for

O que se vê lá

30 PALAVRA DO PRESIDENTE Rafael Cervone, presidente da Abit

a

INOVAÇÃO

É possível cheg ar lá

44 INVERNO 15 Coleções desfilam no Megapolo Moda

capa confeccionista

PRODUTIVID

Motivação ala ADE vanca resultados

TRICÔ ganha as vi neste inverntroines

34.indd 1

CAPA

54 VERÃO 15/16 Inspirações para Lingerie

3/9/15 6:55 PM

34 INVERNO Tricô de Jacutinga (MG) se aprimora HUMANOS 38 RECURSOS Motivação alavanca resultados

50 INOVAÇÃO FOTO: MARCIA FASOLI

Sistema moovexx* - de Minas para o mundo

15/16 56 VERÃO As confirmações pelo Senac Moda Informação

Seções 12 EM DIA

DICA DO ESPECIALISTA

28 Produção 42 RH 48 Marketing

FOTO DE CAPA PORTAL TRICOT – .TOC

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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

MUNDO TÊXTIL

62 DENIM - Canatiba tenta retomar exportações 64 INVERNO 16 - Preview do couro 66 NOTAS EQUIPAMENTOS


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EM DIA DE OLHO NA SONEGAÇÃO

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vai apertar a fiscalização contra a informalidade e a sonegação dos valores devidos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). As medidas foram anunciadas em fevereiro pelo ministro Manoel Dias e devem elevar as receitas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do FGTS e da Previdência Social em R$ 5,2 bilhões até o final deste ano. No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade é estimada pelo Ministério em 20,9%. O estado é o segundo com o menor indicador de informalidade entre as unidades da federação, ficando atrás de Santa Catarina. O dado consta do Censo do IBGE. O Estado conta com 472 agentes de fiscalização do Ministério. Até o final de março, o MTE pretende implementar medidas que incrementem a arrecadação em mais de R$ 10 bilhões, coibindo fraudes e sonegações, com foco em empresas que mantenham funcionários sem a carteira assinada.

O cerco aperta

BEM MAIS SIMPLES

Desde 26 de fevereiro, todo o processo de encerramento de empresa poderá ser feito pelo Portal Empresa Simples (www.empresasimples.gov.br) ou na Junta Comercial dos estados. A baixa é mais um avanço das alterações do Simples Nacional, que se tornou possível após a sanção da Lei 147/14. As novas regras preveem a dispensa de certidões de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas para as operações de baixa de CNPJ. Também estão dispensadas certidões para as operações de extinção, redução de capital, cisão total ou parcial, incorporação, fusão, transformação, transferência do controle de cotas e desmembramento. A iniciativa é da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) do Governo Federal. O Programa Bem Mais Simples Brasil, que tem como objetivo simplificar o dia a dia dos cidadãos e das empresas de todo o País, se apoia em cinco pontos: eliminar exigências que se tornaram obsoletas com a tecnologia; unificar o cadastro e identificação do cidadão; dar acesso aos serviços públicos em um só lugar; guardar informações do cidadão para consultas; além de resgatar a fé na palavra do cidadão, substituindo documentos por declarações pessoais.

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A Medida Provisória nº 669, editada no final de fevereiro, eleva as alíquotas de contribuição previdenciária das empresas sobre receita bruta e cria a opção de retornar ao regime anterior, em que a contribuição patronal era de 20% sobre a folha de pagamento. Para Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, setor que representa a indústria de confecções e roupas em São Paulo, “o pior já chegou e quase nada resta à sobrevivência dos empregos e das empresas do setor de vestuário”. Pela Medida Provisória, o vestuário, assim como outros segmentos econômicos que recolhiam 1% sobre o faturamento a título de contribuição previdenciária na folha de pagamentos, passam a recolher 2,5% a partir de junho. Para Masijah, o setor de vestuário é um exemplo da deterioração da indústria de transformação. Com produção em queda, crescente concorrência dos importados, aumento de tributos e perspectiva de retração do PIB neste ano, “só se pode prever mais desemprego e fechamento de confecções em todo o País”, diz.


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EM DIA

DE OLHO NOS QUÍMICOS Brasil terá Norma que regulamenta o uso, em produtos têxteis, de quimicos danosos ao meio ambiente e às pessoas

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O Brasil é um dos poucos países que ainda não tem uma Norma que regulamente o uso de produtos químicos danosos em produtos têxteis. Para mudar essa situação, foi criado o Grupo de Estudo de Produtos Danosos, coordenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com o apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O Grupo se reúne para criar uma Norma voluntária sobre o uso de produtos químicos tóxicos em artigos têxteis. Vale lembrar que já existem dois comitês (CB–10/ química e CB17/ têxteis) que trabalham com esse assunto. Dentre a lista de substâncias danosas ao meio ambiente e à saúde que serão monitoradas pela Norma estão: Polifluorcarbonos 8C (PFC'S) PFOS e PFOAS, aminas aromáticas/corantes azo listados, alquil fenóis e nonil fenol, corantes dispersos alergênicos, metais pesados (chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e níquel), ftalatos, formaldeído, pesticidas, compostos organo estanosos e fenóis (pentaclorofenol e tetraclorofenol).

Estabecendo limites

Lourival Flor, diretor de Sustentabilidade do Sinditêxtil-SP e um dos coordenadores do Grupo de Estudo, explica que muitos países já têm regras e leis em relação à toxicidade em produtos têxteis. “As importações na União Européia, por exemplo, são muito controladas e certificados são exigidos dos exportadores. Quando a Norma voluntária for aprovada e colocada em prática no Brasil, o principal beneficiado será o consumidor brasileiro”. A Norma ABNT é voluntária, mas caso o INMETRO publique alguma Resolução ou Nota Técnica citando essa norma, ela passará a ser fiscalizada e os produtos que não estiverem de acordo poderão sofrer sanções e penalidades descritas pelo INMETRO ou ANVISA, dependendo do órgão responsável. A Norma brasileira não pretende banir nenhuma substância, apenas estipular limites para o seu uso na indústria têxtil e de confecção. Caso a Norma seja implantada, tanto os produtos têxteis fabricados no Brasil como os importados terão um prazo para se adequar aos limites das substâncias químicas citadas pela norma.

Normas pelo mundo

Muitas empresas - principalmente os grandes varejistas - já estão adaptadas às normas e regulamentações internacionais, em especial, ao ZDHC (ZERO DISCHARGE OF HAZARDOUS CHEMICALS), que é um programa internacional que visa banir algumas substâncias consideradas nocivas ao meio ambiente. EUA, Japão e Europa já controlam a utilização de substâncias nocivas em têxteis. Nos EUA, por exemplo, é adotada a norma CPSIA (The Consumer Product Safety Improvement Act (CPSIA) – 2008, que fiscaliza dentre outros aspectos: aparência após a lavagem, solidez à fricção, flamabilidade, PH, pontas afiadas e partes pequenas das roupas que podem se soltar. Já na Europa, existe o REACH – 2008 (Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemical substances), que tem como principal objetivo garantir uma elevação do nível de proteção da saúde humana e do ambiente. Para isso, introduz a obrigação de realizar um registro de todas as substâncias químicas comercializadas dentro do território da União Europeia.

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EM DIA FÓRUM TECNOTÊXTIL DE INFORMAÇÃO

ANOTE NA AGENDA São Paulo recebe em abril a Tecnotêxtil-Feira de Tecnologia para Indústria Têxtil, Seritex Feira de Serigrafia e Tecidos para a Indústria Têxtil e a nova ENT Brasil - Exposição de Equipamentos e Insumos para a Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos A Tecnotêxtil Brasil 2015 – Feira de Tecnologia para Indústria Têxtil, tem sua terceira edição entre os dias 07 e 10 de abril em São Paulo, no ExpoCenter Norte. Durante o evento, os confeccionistas poderão ver de perto o que há de mais moderno em termos de equipamentos e sistemas para o desenvolvimento e produção na fábrica. Além de expositores nacionais, o evento tem a participação de empresas vindas da Alemanha, Argentina, China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Itália, Índia, Japão, Paquistão, Portugal, Taiwan e Turquia, entre outros países. “São Paulo é a principal porta de entrada para as empresas internacionais interessadas em atuar no mercado brasileiro. O resultado será uma maior gama de opções de fornecedores globais de tecnologia, equipamentos e matéria-prima”, diz Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente da FCEM Feiras,

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Congressos e Empreendimentos, empresa promotora do evento. E completa: “E esses expositores internacionais estarão presentes também na Maquintex 2015, que acontece em Fortaleza, no mês de agosto”. No mesmo local, em paralelo à Tecnotêxtil Brasil 2015, ocorrem a Seritex – Feira de Serigrafia e Tecidos para a Indústria Têxtil e a estreante ENT Brasil - Exposição de Equipamentos e Insumos para a Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos. Os eventos apresentam os principais lançamentos tecnológicos para os diversos elos da cadeia têxtil – de fibras e filamentos, máquinas de corte, costura, bordadeiras, teares, matéria-prima, automação industrial, acabamento, aviamentos, fios, etiquetas até máquinas e equipamentos para estampagem, estufas, gravadoras, impressoras têxteis digitais e suprimentos.

Sustentabilidade é o foco da segunda edição do Fórum de Informação, que acontece durante a Tecnotêxtil com palestras e debates organizados em uma programação que contará com a presença de profissionais considerados referências em moda, mercado e processos industriais. Serão apresentados temas que envolvem desde a matéria-prima, processos de transformação, produção, passando pelo comportamento de consumo, tendo como base a sustentabilidade.

FÓRUM TECNOTÊXTIL DIGITAL BY USEFASHION Ainda durante o evento ocorrerá o Fórum Tecnotêxtil Digital, um espaço onde serão apresentadas ao público informações sobre as tendências por meio da reprodução de conteúdo multimídia produzido pela Usefashion, grupo atuante no serviço de pesquisas e informações para negócios de moda. Além do conteúdo, serão apresentados materiais e matériasprimas direcionados aos diversos profissionais da moda e design, envolvendo toda a cadeia têxtil.

SEMINÁRIO TECNOLÓGICO ABTT Outra opção para o visitante da Tecnotêxtil é o Seminário Tecnológico ABTT. Com palestras abordando temas relevantes para o setor como planejamento de produção, tratamento de efluentes e sustentabilidade, serão destaque em uma programação detalhadamente elaborada em parceria com a ABTT – Associação Brasileira de Técnicos Têxteis.


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EM DIA BALANÇO 2014/2015

Cenário incerto Após mais um ano com fraco desempenho, indústria espera que em 2015 governo acene com uma política econômica e fiscal que aqueça a produção e as vendas nacionais e internacionais

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O ano de 2014 foi de resultados negativos para a indústria de transformação no Brasil, com a produção física despencando ladeira abaixo. No setor têxtil e de confecções não foi diferente. Todos os indicadores – emprego, produção, exportação, investimento e faturamento - registraram queda, exceção feita à importação, que cresceu 4,8% em valores, superando o índice de 2,4% computado em 2013 (veja quadro). A balança comercial pesou novamente para as compras feitas no exterior (que somaram US$ 7.081 milhões) ante US$ 1.176 milhões das exportações, o que resultou num déficit de US$ 5,9 bilhões. Os dados foram divulgados em 22 de janeiro pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Rafael Cervone, durante coletiva de imprensa na sede da entidade. ➤


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EM DIA BALANÇO 2014/2015

Consumo cresce

A discrepância, segundo a Abit, fica evidente ao se comparar a performance do varejo em relação à produção nacional. O consumo aparente (resultado da soma da produção com as importações, menos as exportações) cresce ano a ano desde 2009, enquanto a fabricação de produtos têxteis e a confecção de artigos do vestuário e acessórios desde 2010 vêm em escalada descendente. Em 2014, a produção de vestuário foi de 6 bilhões de peças, 2% a menos que de 2013. Já a de têxteis atingiu 2,1 milhões de toneladas, volume esse 5% inferior ao do período anterior. Juntas, essas empresas faturaram US$ 55,4 bilhões em 2014. Em dólar, esse valor foi 4,8% menor que o de 2013; mas em Reais (R$ 130,2 bilhões) foi 3,6% superior. Para complicar, a produtividade da indústria do vestuário (produção em dólar dividido pelo número de trabalhadores), item essencial para a competitividade, vem despencando desde 2011, enquanto os salários, depois de oscilarem para baixo entre 2011 e 2012, retomaram a curva ascendente. RESULTADOS 2014 Var.% em relação ao mesmo período do ano anterior

2013

2014*

Emprego

+7.273

-20.000

1,6 milhão

Produção Vestuário

-1,3%

-2,0%

6 bilhões peças

Produção Têxtil

+0,2%

-5,0%

2,1 milhões de toneladas

Exportação

-1,5%

-6,7%

US$ 1.176 mi

Importação

+2,4%

+4,8%

US$ 7.081 mi

Investimento

-27,3%

-30,0%

US$ 1,1 bilhão

-0,34%

-4,8%

US$ 55,4 bilhões

R$ 130,2 bilhões (+3,6% sobre 2013)**

1,5%

5,9%

-

Faturamento Inflação (IPP - Confecção)

Perfil 2014*

2015: cautela

2015 começa com inquietação em relação ao futuro da economia no País e, consequentemente, com cautela por parte dos empresários. Estimativas de mercado indicam que o PIB não crescerá em 2015. Embora isso possa acontecer, a Abit estima, numa visão otimista, que a produção têxtil crescerá 0,3%, a das confecções e acessórios 0,7% e o varejo de vestuário 0,4%. O faturamento, no entanto, poderá despencar para US$ 51,5 bilhões e o saldo da balança comercial deverá ser ainda pior que o registrado em 2014: déficit de US$ 6,13 bilhões. Os cenários traçados pela Abit para o ano se baseiam em fatos como: desaceleração da economia (que resulta em menor consumo, inflação em queda, mas impacta negativamente a produção e o emprego), desvalorização do Real frente ao dólar, ajuste fiscal (risco de cortes nas desonerações, de aumento da carga tributária e potencial aumento da confiança de investidores), alta na taxa de juros/revisão das linhas do BNDES (como resultado, encarecimento do investimento e maior redução da atividade econômica) e crise da água e de energia (que podem acarretar aumento de custos, possibilidade de paralisação da produção e aumento dos preços dos produtos e insumos). “O Governo precisa definir qual o papel da indústria no atual cenário”, frisou o presidente da Abit Rafael Cervone. Para ele, são as condições internas, e não crises internacionais, que atravancam o PRODUTIVIDADE E SALÁRIOS Número Índice 450,00

400,00

382,67

350,00

Fonte: MTE, IBGE, ALICEWEB, BNDES e IEMI – * Projeção (exceto exportação e importação) ** – Dólar médio de 2014 = 2,35 Elaboração: Abit

348,51

300,00

256,02 250,00

239,55

PRODUÇÃO X VAREJO

200,00

109,91 103,95 100,00

107,89

156,00

155,31

150,60

135,17

100,00 100,00

145,71 50,00

140,40

Produtividade Têxtil

131,34

112,65

110,20

103,91 98,86

97,98

2004

2005

2006

2007

2008

Salário Têxtil

2009

2010

Salário Vestuário 2011

2012

2013

Produtividade: Produção (em US$) / nº de trabalhadores Câmbio utilizado = câmbio médio de cada ano

104,70 100,78

99,37 97,38

94,07

2003

Fonte: MTE e IBGE Elaboração: Abit

106,81

108,30

102,63

Produtividade Vestuário

0,00

126,88

123,97

110,08

150,00

Início da crise internacional

Consumo Aparente de Vestuário 2014 (P) : 1,4 mi de toneladas 2025 (P) : 2,1 mi de toneladas

212,75 207,33

199,70

103,61

92,02 87,08 83,02

91,53

89,70

PERSPECTIVAS

83,22 79,06

Com base nisso, estimamos para 2015: 2003

2004

2005

2006

Produção - Fabricação de Produtos Têxteis

2007

2008

2009

2010

2011

Produção - Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios

2012

2013

2014

Fonte: IBGE e RTCC Elaboração: Abit

Estimativas do mercado indicam que, em 2015, o PIB não crescerá.

Fonte: RC Consultores e Bacen Elaboração: Abit

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Produção Confecção

0,7%

Produção Têxtil

0,3%

Varejo Têxtil e Confecção

Varejo de Vestuário

0,4%

Faturamento do Setor Têxtil e de Confecção

US$ 51,5 bi

Geração de Empregos

Perda de 4 mil postos

Exportação

+2,7% (US$ 1,21 bi)

Importação

+3,6% (US$ 7,34 bi)

Saldo da Balança Comercial

Déficit US$ 6,13 bi


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RODADA DE NEGÓCIOS

Moda pernambucana C

Cerca de 4 mil pedidos, 8 mil peças vendidas e R$15 milhões em negócios. Esse foi o saldo da 19ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, que aconteceu em Caruaru entre 4 e 6 de fevereiro. Durante o evento, 120 expositores do estado de Pernambuco colocaram à disposição dos compradores mais de 4,5 mil itens dos segmentos de moda masculina, feminina, infantil, jeanswear, bebê, íntima, surf, streetwear e praia & fitness. Centro produtor de moda, Pernambuco tem mais de 15 mil indústrias ligadas ao setor do vestuário. “Precisamos apresentar esse potencial produtor a todo o Brasil. Esperamos incentivar o desenvolvimento econômico de toda a região do Polo da Moda do Agreste de Pernambuco e de todo o estado por meio da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana”, declara o presidente da ACIC (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru) Osíris Lins Caldas Neto. Os maiores compradores desta edição foram os lojistas do Mato

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Grosso, responsáveis por negócios de quase R$4 milhões; em seguida, vieram os varejistas de Roraima, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Amazonas, Pará, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco. Entre os segmentos mais procurados, o jeanswear reinou, respondendo por cerca de 1/3 do valor dos negócios efetuados. A 19ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana faz parte de uma série de ações da ACIC Caruaru, Sebrae Caruaru e Sebrae de Recife que visam a incentivar a formalização e o aprimoramento da gestão das confecções como forma de estimular resultados. “Em Caruaru e região mais de 35% das empresas estão formalizadas e atuando no mercado nacional e países de fronteira com o Brasil de maneira série e continua. Esse é um cenário bastante positivo e que repercute para o mercado inteiro. As empresas ampliaram seu mix de produtos, tem departamentos de estilismo e a região oferece uma série de cursos em suas faculdades estaduais e federais instaladas em Caruaru”, assinala o presidente da ACIC.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Evento em Caruaru reuniu 120 expositores da confecção de vestuário e promoveu R$ 15 milhões em vendas


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GESTÃO

Uso inteligente

da água Procedimentos simples podem resultar em resultados positivos e significativos, sem comprometimento da produção

A

situação crítica dos reservatórios de água de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo impõe a adoção de medidas de contingência por todos os segmentos da sociedade. Tal situação pode comprometer também a atividade produtiva; portanto, o setor industrial deve se manter alerta e preparado. Atenta a essa possibilidade, as áreas de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) apresentam uma série de sugestões que podem ser implantadas no curto prazo, conforme as características de cada indústria e sua localização. ➤

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GESTÃO

Principais dicas

A primeira medida é conhecer todos os usos da água na empresa, bem como as fontes de abastecimento, medindo cada ponto para então poder implementar medidas para a redução. Procedimentos simples como uso racional da água nos toaletes, torneiras e na limpeza, entre outros, podem trazer resultados significativos (veja quadro). • Desligue o fornecimento de água quando não estiver em uso • Evite jatos intensos e elimine vazamentos • Utilize redutores de pressão/fluxo e dispositivos de fechamento automático • Providencie treinamento e instruções claras para os operadores e colaboradores • Evite limpeza desnecessária • Troque o uso de mangueiras por varreduras onde for possível • Considere o reuso e a reciclagem de água de lavatórios ou enxágues • Utilize alternativas para refrigeração onde for apropriado • Considere a utilização de água servida do processo industrial como água de refrigeração • Instale medidores para medir o consumo e verifique frequentemente os vazamentos • Faça o mapeamento do sistema de água e esgoto de sua fábrica • Campanhas educativas e treinamentos com vistas à redução do consumo e do desperdício de água são ações que visam ampliar a conscientização dos colaboradores.

Evite desperdícios

O principal vilão do desperdício de água é o vazamento desconhecido. Vale a pena criar rotinas para monitorar e evitar a ocorrência de vazamentos nos sistemas hidráulicos. Entre as principais ações para evitar desperdícios estão: • Torneiras: colocar dispositivos para regular a vazão • Chuveiros: colocar regulador de vazão (tipo restritor ou redutor) • Bacias sanitárias: substituir os vasos sanitários por bacias que utilizem volume de descarga reduzido •Hidrômetros: criar rotina de manutenção, leitura e troca de hidrômetros antigos (5 anos), caso necessário; setorizar o consumo interno, o que possibilitará verificar e controlar os desperdícios e, ainda, estabelecer responsabilidades e benefícios por redução e atingir metas estabelecidas para cada setor.

Garantindo o abastecimento

• Aumentar a capacidade de armazenamento de água: otimizar as instalações existentes, ampliar o armazenamento de água bruta, água de chuva ou tratada utilizando reservatórios temporários e/ou modulares na empresa ou até mesmo fora dela • Estudo de mananciais para nova captação superficial: considerando que algumas plantas têm localização estratégica por estarem situadas próximas a mais de um corpo d’água superficial, as empresas podem avaliar a possibilidade de implantar nova captação, mediante autorização dos órgãos responsáveis.

REDUÇÕES MÉDIAS A tabela a seguir indica valores de redução média que podem ser alcançados com a adoção de algumas ações para economizar água

Aplicações Toaletes, chuveiros e torneiras Circuito fechado Circuito fechado com trata/o Limpeza na planta (CIP) Reuso de água de lavatórios Enxágues contracorrentes Desperdícios Spray/Jet upgrades Fechamento automático Redução da pressão

por projeto

40% 90% 60% 60% 50% 40% 30% 20% 15% Variável

Fonte: Departamento de Meio Ambiente da FIESP e CIESP

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por planta


e-mail: elielanselmo@terra.com.br O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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DICA DO ESPECIALISTA PRODUÇÃO

Ações essenciais Aprimorar a gestão, pesquisar as necessidades do mercado e fazer o bom uso da tecnologia são alguns dos caminhos para o desenvolvimento das confecções no APL do Agreste Pernambucano DARIO DE LIMAS é Consultor e Professor, Engenheiro de Vestuário, Técnico em Estudos de Tempos e Movimentos, Técnico em MTM (MethodsTime Measuremet) e tem 50 anos de experiência em confecção

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Ver o crescimento da atividade confeccionista na região Nordeste do nosso país nos remete de imediato a alguns pontos conflitantes e carentes que impedem o seu pleno desenvolvimento. É, sim, uma região com amplas possibilidades de apresentar bons resultados, o que já acontece com um limitado número de empresas fornecedoras de produtos confeccionados para a rede varejista ou mesmo com um eficiente e bem delineado processo de comercialização sadio de seus artigos. É marcante a presença de um ciclo vicioso que impede a melhoria dos procedimentos comerciais, pois pouco se tem investido na modernização das atividades gerenciais e nos conhecimentos tecnológicos. Produzir qualquer coisa na esperança de que alguém comprará é a tônica das ações aplicadas em elevado número nos empreendimentos locais. São procedimentos adotados e fruto da falta de planejamentos estratégicos de médio alcance, e que deixam de viabilizar um bom número de nossas empresas. Investir na mudança cultural, preferencialmente das novas gerações, tem nos parecido a alternativa na mudança de procedimentos gerenciais e na solidificação da atividade, que aqui encontra ainda, um bom número de pessoas sem emprego formal e interessadas na qualificação profissional de costureira ou mesmo de costureiro. E o que nos impede então, de atingirmos este patamar que só beneficiaria a região? Certamente a falta de um conjunto de ações coordenadas e com fins específicos capaz de suprir as reais deficiências tecnológicas e gerenciais, tão flagrantes em nosso meio. Ações têm sido aplicadas, mas com resultados duvidosos, frutos de interesses de autopromoção de entidades e de pouco ou nenhum conhecimento sobre os assuntos desenvolvidos. Vemos ações governamentais incentivando a solidificação e ampliação da atividade na região, em sua grande maioria, sem planejamentos e atividades competentes e a procura de resultados imediatistas. Tentar qualificar operadores sem avaliar as reais

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potencialidades dos mesmos, adquirir qualquer tipo de equipamento, produzir artigos para atendimento apenas a classes de baixa renda, não pesquisar as necessidades e tendências do mercado mais amplamente, produzindo artigos comuns e sem valor agregado, de modelagem duvidosa e fora dos padrões estabelecidos, sem a definição dos custos próprios do produto para o estabelecimento de preços de comercialização e antes, a possibilidade da avaliação da viabilidade de seu lançamento, são ações amplamente empregadas na região. Possuímos produtos desenvolvidos e manufaturados que podem orgulhar a indústria local em especial em jeans, praia e aeróbica. Elevado número de empresários já sente a necessidade da instalação de programas gerenciais integrados e executados por informática, programas estes que muitas vezes engessam a empresa, pois exigem mudanças em seus procedimentos nem sempre compatíveis, pois já se encontram formatados e não respeitam peculiaridades da empresa. A adaptação e implantação de mapas e relatórios gerenciais com as posições do andamento do processo produtivo, dos resultados alcançados em períodos estabelecidos e outros procedimentos correlatos fornecerão os índices e números capazes de indicar o grau de saúde financeira da empresa, possibilitando a aplicação das ações sadias de gerenciamento. Pela ótica da tecnologia e suas aplicações, vemos boas ações incrementadas por empresas fornecedoras que tentam a venda de sistemas e equipamentos, mas pouco tem sido desenvolvido na rotina operacional, na aplicação de métodos racionais de produção, de guias, aparelhos e suportes e no próprio posicionamento dos operadores. Avançar e cobrir estas lacunas continuarão sendo os grandes desafios a nos motivar rumo ao encontro de tornar a região a grande supridora de artigos confeccionados para todo o nosso país.


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A PALAVRA DO

PRESIDENTE

Rafael Cervone, presidente

do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)

A hora é agora! À frente de uma associação que representa um setor que congrega ao redor de 80 mil empresas, Cervone diz que a indústria brasileira chegou ao seu limite e que este é o momento de pressionar o Governo para solucionar velhos problemas que afetam a produtividade e a competitividade, para assim voltar a crescer Mal os novos Ministros da República foram empossados, Rafael Cervone e membros da diretoria da Abit já se sentavam com representantes das pastas de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, da Fazenda e da Micro e Pequena Empresa para apresentar um leque de propostas para aumentar a competitividade do setor, além de discutir alguns dos principais pontos que travam o bom desempenho, como o custo Brasil, o teto do Simples e a necessidade da reforma tributária, entre outras demandas. Apesar desses esforços e da ciência dos ministros em relação ao papel da indústria no crescimento do País, o Governo insiste em aumentar a carga tributária como forma de ampliar sua arrecadação, prejudicando ainda mais o desempenho industrial no País.

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No final de fevereiro, o Governo publicou a Medida Provisória nº 669, que eleva as alíquotas de contribuição previdenciária das empresas sobre receita bruta e cria a opção para retornar ao regime anterior, em que a contribuição patronal era de 20% sobre a folha de pagamento. Assim, a partir de junho, o setor têxtil e de confecção passará a recolher 2,5% e não mais 1% sobre a receita bruta, mantidas as deduções vinculadas às vendas canceladas e descontos incondicionais. Como recebeu a medida? A Abit considera a MP extremamente prejudicial à competitividade industrial e lutará contra esta medida que não levou em conta as diferenças setoriais vinculadas à existência ou não de concorrência internacional direta, como é o caso da indústria de transformação e, em particular, a situação da indústria têxtil e de confecção, pioneira na implementação


desse regime, intensiva em mão obra e que emprega mais de 1,6 milhão de trabalhadores diretamente. As alterações propostas aprofundarão as perdas da produção e emprego do setor industrial. A produção de têxteis e de artigos de vestuário e acessórios vem caindo desde 2010. Só em 2014, cerca de 20 mil empregos deixaram de ser criados pelo setor. Os investimentos, que são um dos caminhos para a modernização e aumento da competitividade, vêm despencando desde 2013 a índices entre 27% e 30%. Já o consumo aparente (o que se vende no varejo) continua em ascensão, o que indica aumento do peso dos importados nas vendas. Estamos perdendo mercado? No Brasil, diferentemente do resto do mundo, temos potencial de consumo, um varejo que cresce, somos um dos poucos países que detêm know how de todos os elos da cadeia e temos potencial exportador. Está tudo na mão. Falta um governo que dê condições para o país e a indústria crescerem. Não se pode colocar tudo nas costas da indústria. Veja a indústria como uma ferramenta de crescimento e a deixe crescer. Há risco de desindustrialização? O que isso pode significar? A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) tem um estudo muito bom sobre isso e que foi entregue nas mãos da Presidenta Dilma há cerca de um ano e meio. O estudo mostra que países que dobraram o PIB per capta/ano de US$ 10 mil para US$ 20 mil em até 15 anos só o fizeram com a indústria respondendo por, no mínimo, 25% do PIB do País. A indústria brasileira já chegou a ter esse peso, mas hoje sua participação no PIB é metade disso, 12,6%. A conclusão a que o estudo chegou é que o País não cresce sem a indústria. O mercado – e a Abit – prevêem crescimento zero ou até negativo do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, as taxas de juros e a inflação estão subindo... o cenário é desanimador? Ano de crescimento zero é uma grande oportunidade para resolver os problemas históricos do país. Ou o Brasil entende que é preciso este ano resolver seus problemas e atacá-los de uma vez por todas ou

vai quebrar se continuar desse jeito. Precisamos da reforma política, da reforma tributária, da reforma trabalhista, previdenciária. Estamos, mais uma vez, mostrando para a Presidenta que a indústria está tão estrangulada que não suporta mais esse modelo nem representar 12,6% do PIB e 1/3 da arrecadação total de tributos no País. Se a indústria não for tão importante para o atual governo, que ele tire então das nossas costas a responsabilidade de pagar 1/3 da arrecadação fiscal do País. Qual sua expectativa em relação ao novo Governo? Este novo velho governo parece que finalmente entendeu que o País não cresce sem a indústria. A própria Presidenta Dilma já percebeu que o modelo econômico adotado em seu primeiro mandato não foi vencedor; pelo contrário. Este ano queremos recolocar o Brasil nos trilhos. Para isso - e eu já falei com vários ministros a respeito - precisamos de previsibilidade. Mas como as empresas podem planejar vendas, avaliar seus custos diante da perspectiva incerta de um apagão, de falta d’água? Que custo vamos ter de computar? Teremos ou não o Reintegra? Se sim, qual sua alíquota? São coisas básicas. O país não cresce sem uma visão de longo prazo. E não temos visão nem de um dia, quanto mais de dez anos! Precisamos de uma visão de 20 anos. O que falta no Brasil é o papel de um estadista. Não é plano de poder nem de governo, e sim um plano de País de longo prazo porque sem isso ninguém governa. Não dá mais para atribuir o mau desempenho da economia à crises internacionais? Acho que a causa de 80% dos problemas que o Brasil enfrenta são de ordem interna e não consequência de um contexto externo. É uma lição de casa que há 20 anos não se faz no Brasil. Os problemas vão surgindo, se acumulando, não são resolvidos e a pilha deles só aumenta, enquanto o restante do mundo é mais rápido nas decisões. Ficamos discutindo problemas que não se resolvem, como por exemplo a falta de competitividade do pais e a baixa produtividade da indústria. Não fazemos acordos internacionais com ninguém, o governo não consegue resolver problemas como o da energia elétrica e quer que paguemos a conta. A verdade é que os gastos do governo crescem o dobro do que a arrecadação. ➤ O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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A PALAVRA DO

PRESIDENTE

A maior parte das confecções brasileiras é de micro e pequeno porte. Esse empresário está preocupado com produtividade ou com preço? De que forma o microempresário vai buscar produtividade se ele gasta 150% do seu tempo para apagar incêndios, entender a questão tributária, tentar pagar os juros do banco? Como é possível sobreviver a juros do cheque especial nas alturas, de mais de 200% numa inflação de 6%? Ele tem de passar metade do seu tempo negociando dívida com banco. Não dá... O sr. não está tirando a responsabilidade do empresário de administrar bem o seu negócio e colocando toda a culpa no Governo? O empresário tem de fazer sua parte – e faz. Ele já entendeu que precisa agregar valor, trabalhar a inovação. Nós, da Abit, estamos dando bastante ferramentas a ele. Estamos com comissão de inovação. O investimento do setor, no entanto, despencou 30% no ano passado e isso é sintomático. Se você não enxerga o amanhã, como investir? O que mais restringe o crescimento das confecções? Um dos grandes problemas da confecção é o teto do Simples, que há séculos não sai de RS 3,6 milhões/ano. Estamos lutando para aumentar esse limite para R$ 14 milhões. Isso vai ajudar e muito. Das 78 mil confecções acima de um funcionário, 70.200 estão no Simples, 7000 fazem suas declarações pelo Lucro Presumido e 800 pelo Lucro Real. Precisamos de um projeto estruturante, que possibilite às empresas crescerem, se estruturarem. Há dois anos apresentamos ao Governo a proposta do Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC), que consiste em reduzir a tributação média bruta da confecção de 18,1% para 5%, sem teto. Na ocasião, o ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio apoiou o projeto, deu seu Ok, mas a Fazenda não aprovou. Apresentei o projeto ao novo Ministro do Desenvolvimento e ao do Planejamento e o reapresentamos na Fazenda. O Governo precisa ser mais veloz em suas ações.

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Quais os resultados da adoção do RTCC? Esse é um projeto vencedor, que se paga em menos de três anos e pode contribuir para, até 2025, aumentar a produção da confecção em 126% e gerar 1, 1 milhão de postos de trabalho. Com isso, no médio prazo, a arrecadação do Governo aumentará. O estudo foi feito pela Abit em parceria com a LC Consultores, de Paulo Rabello de Castro, não tem nada de chute. Mostra ainda que conforme o porte das empresas cresce, os salários tendem a melhorar. Isso gera um ciclo positivo na economia e reduz a informalidade, que é um outro problema, pois representa uma competição desleal dentro do próprio País. E com relação à questão trabalhista... O governo morre de medo de discutir com as centrais sindicais. Houve recentemente uma reunião e foi uma saia justíssima. Os sindicatos dos trabalhadores estão preocupados com esse assunto e, muitas vezes, quando as centrais vão discutir com o governo, elas batem e o governo recua. Mas se as indústrias quebrarem aí não tem emprego nem centrais sindicais. O que fica muito claro é que o aumento dos salários reais não foi acompanhado, na mesma proporção, do aumento da produtividade da mão de obra no Brasil.


Há muito o que fazer, mas estamos buscando condições para o setor voltar a crescer" A quem cabe a responsabilidade pela produtividade, não é ao próprio empresário? Sim, mas nos últimos dez anos os investimentos de US$ 2 bilhões/ano em equipamentos e máquinas não compensaram o aumento dos custos da mão de obra, em especial na confecção.. A Abit tem alguma proposta em relação aos custos da mão de obra? Sim, a modernização das leis trabalhistas. Estamos num modelo da era Getúlio Vargas, em que tudo vai sendo incluído na Constituição e acaba engessando cada vez mais a legislação. O que acha da atual política de valorização do salário mínimo? Acho que política de salário mínimo é uma coisa e ganhos reais de salário é outra. Concordo que o trabalhador tem de ser respeitado e deve ter um poder aquisitivo cada vez maior. Mas isso, de alguma forma, tem de estar atrelado à produtividade. E aí que está o problema. Os trabalhadores estão tendo cada vez mais direitos e menos obrigações. Isso está fazendo com que nossa mão de obra seja cada vez mais descompromissada com a produtividade e com o trabalho. Diante desse cenário, que recomendações o sr. daria para o empresário do setor? Eu diria que o ano é de pressão brutal nos governos para resolver esses problemas que nos afligem há tanto tempo. Momento melhor não há para bater de frente e encarar os problemas. É o momento também de nos prepararmos para o crescimento. O Brasil não aguenta mais um ano ruim e sem solução. Cai o governo se isso acontecer. Partindo do princípio de que o governo vai ter de solucionar esses problemas – e a

sociedade vai pressionar demais e essa pressão tem de aumentar - é um ano de preparar a volta do crescimento. O setor têxtil e de vestuário tem um poder de recuperação rápido. É um setor que sempre quando tem problemas se recupera antes dos outros. Nós aqui da Abit vamos pressionar o governo e fazer uma plataforma de crescimento para o setor. Que ações a Abit desenvolve para ajudar a confecção a crescer de forma sustentável e até conquistar o mercado externo? Temos alguns projetos muito relevantes, como o da Confecção do Futuro.Vamos estudar e tentar perceber como será a confecção do futuro, qual será a influência da automatização dos processos na confecção? Qual será o modelo da mão de obra e como será essa capacitação? Ela realizará outras atividades além de costurar, será uma colaboradora com conhecimento mais abrangente, visão de cadeia mais ampla, visão mais ampla do processo produtivo? Os resultados desse estudo irão mostrar como os empresários devem se preparar no futuro, se planejar. Outro estudo importante é a inserção do setor nas cadeias globais de valor. Ver como a confecção e todos os elos da cadeia de conectam as oportunidades das redes globais de valor. É uma visão para o futuro mesmo... A ‘Confecção do Futuro’ se amarra ao Plano Prospectivo Setorial para 2025 e há todo um projeto estruturante para a gente chegar nisso. É um plano de visão de futuro, para saber como se estruturar para isso. Com todos esses projetos estamos construindo um novo modelo, uma plataforma bem estruturada de crescimento para o Brasil . E em relação às exportações? Desde 2000 a Abit mantém o Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, em parceria com a Apex Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Para o período 2015/2016 temos mais de 700 ações aprovadas. Hoje, mais de 70%% das confecções que participam do programa são micro e pequenas empresas. Mas há muita lição de casa para fazer, sem duvida. É por isso que é importante que se dê condições para as empresas crescerem. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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CAPA

Portal Tricot

Portal Tricot

Coleção Outono e Inverno das malharias de Jacutinga (MG) promete alavancar vendas em ano de mercado desaquecido

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O

O tricô continua em evidência e neste ano não poderia ser diferente. A coleção Outono-Inverno 2015 de malhas retilíneas produzidas em Jacutinga, no sul de Minas, já está à disposição dos compradores nos showroom e vitrines da pacata cidade conhecida como “a capital das malhas”. Referência nacional e até internacional no segmento, lá estão concentrados mais de 1.200 fábricas de micro, pequeno e médio porte e quase 750 lojas que atendem o atacado e o varejo. De 29 de maio a 14 de junho acontece e a 38ª. Fest Malhas, evento tradicional em que os fabricantes aproveitam para escoar seus estoques. E a torcida é para que o frio venha e seja intenso, pois assim o produto importado não dará conta de abastecer o mercado e o fabricante nacional poderá ampliar vendas.

FOTOS: .TOC

Tricô em alta


“A estratégia de competição dos empresários locais está focada, de forma intensa, no fast fashion e no conceito de agregar cada vez mais qualidade e design aos produtos, como forma de se diferenciar do artigo asiático”, assegura o presidente da Associação Comercial de Jacutinga (ACIJA) Dennys Bandeira. Ou seja, as coleções hoje buscam seguir tendências da moda e não competir apenas com preços baixos. E essa estratégia vem dando certo. Em 2014, auxiliadas também pela valorização do dólar frente ao real e pelas baixas temperaturas, as vendas foram 20% maiores que no ano anterior, conta Bandeira. Para 2015 as expectativas são ainda melhores. “A elevação do dólar e a possível falta de matérias-primas (lã, no caso) no mercado estão fazendo os grandes magazines anteciparem os pedidos e, se o frio ajudar, as vendas podem crescer entre 25% e 30%”, avalia o presidente da ACIJA.

Público seleto

Um bom exemplo dessa estratégia é a Portal Tricot. Fundada em 1982, a empresa produzia, de início, para o segmento infantil, mas logo optou pela linha feminina. “Percebemos que quanto mais elaborada a

peça melhor eram o lucro e o resultado das vendas”, conta a proprietária Elza Docema. O público-alvo da empresa passou então a ser a jovem senhora e, para atendê-la, a Portal Tricot começou a produzir peças mais enfeitadas, rebuscadas, porém de bom gosto. “Utilizamos um fio diferenciado, sintético, porém de alta qualidade e mais durável que os demais”, salienta Elza. As coleções são desenvolvidas com base no que se vê nas vitrines de França e Itália e, em seguida, as tendências são adaptadas para o clima e o gosto brasileiros. Como as peças são mais elaboradas, com bordados e/ou apliques, o volume produzido não é grande. Assim, a Portal Tricot optou por não fornecer para grandes magazines e sim para lojistas de menor porte. “Os magazines costumam trabalhar com roupas mais básicas e com quantidade, o que não é o nosso caso”, explica Elza. Outra forma de atingir os compradores é por meio da participação em showrooms que acontecem no primeiro semestre do ano no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados onde o frio tradicionalmente é mais intenso. Outro estado em que seus produtos são bem aceitos é Minas Gerais. ➤

Portal Tricot Portal Tricot

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CAPA

Menos sofisticação

cod. 300

cod. 020

cod. 050

cod. 15100 (M - G - GG)

Para o inverno deste ano, a coleção da Portal Tricot destaca casacos mais despojados, abertos, jogados, com bicos na frente ou nas laterais. Entram aí também blazers e spencer trabalhados com pedrarias e bordados à mão, o que agrega valor. As primeiras vendas, no entanto, indicam que o mercado não está aquecido. “Esperávamos negócios superiores ao do ano passado, mas até agora (fevereiro) só conseguimos empatar em vendas”, diz Elza. No entanto, ela acredita que 2016 será melhor. “Toda a crise tem um limite, não dá para o mercado ficar estagnado durante muito tempo, isso é prejudicial para o País”, assegura.

Já a marca Alex Tricot optou por produzir peças mais básicas para mulheres da classe C. “É o público que dá mais retorno, as peças saem mais rápido e o resultado das vendas é melhor”, avalia o proprietário Alex Aparecido Rodrigues. A linha é ampla, composta desde blusas básicas, cacharréis até casacos. Os tamanhos vão até o plus size. Cerca de 2% da produção é destinada ao público masculino. Na coleção Outono Inverno o destaque fica por conta do trabalho ‘rendado’, seguido pelo jacquard, e em cores neutras. Entre os fios, as apostas recaem sobre o mousse, o poliéster e os brilhos. Rodrigues procura competir com preços baixos, porém oferecendo itens de qualidade. Seus compradores são lojistas de shopping centers e outros, sobretudo da região sul. Além da produção em sua fábrica, a Alex Tricot conta com o reforço de oito malharias locais. Os desafios, no entanto, não são poucos. “Esse mercado está muito disputado, o lucro já não é o mesmo e isso acaba pedindo redução de custos e de mão-de-obra”, diz. Além da concorrência com os produtos asiáticos, que considera desleal, ele cita como complicador o aumento de preços da matéria-prima. “o preço do quilo da lã, pago á vista, passou de R$ 16, R$17 para R$ 26. Com 1 kg de lã se produz duas peças. Ou seja, com esse aumento, o preço por peça subiu mais que R$ 5”, comenta. Apesar desses entraves, Rodrigues prevê que 2015 será um ano bom, mas que é preciso agir com pé no chão. “As vendas tendem a ser melhores porque tem menos gente produzindo em função da inadimplência ou da falta de capital”, justifica.

O tricô está em grande evidência na estação, marca presença em diversos desfiles e, neste inverno, as coleções deverão ser caracterizadas tanto pela elegância como pelo despojamento. É o que afirma a fashion design Samanta Marinho. Fios felpudos e metalizados serão os grandes protagonistas. Se misturando nas coleções com fios mesclados e com características rústicas, darão a harmonia exata entre luxo e despojamento. De acordo com Samanta, o Inverno 2015 traz a releitura de movimentos como a art decó e inspirações voltadas para o boho em etnias inspiradas no Oriente e também em artes gráficas da África e geometrias indígenas. “Na art decó temos

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diversos motivos decorativos como inspiração para jacquards e estampados, como vitrais com geometrias e arabescos estonteantes e cores voltadas para os tons terrosos, os dourados e gamas de vinhos e uvas,” explica. A modelagem chama a atenção para os vestidos e capas. Segundo a fashion design, a tendência está voltada para os contos de fadas que trazem um toque de fantasia à estação, deixando os tons e a estética mais sombria em grande evidência. “Para balancear, vemos a grande presença de diversos tons rosados como o nude e o rose delineando uma tendência mais feminina e confortável com texturas aconchegantes e cores claras,” finaliza.

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Tendências Inverno 2015


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RECURSOS HUMANOS

união

Quando a faz a força Empresas se fazem, essencialmente, de produtos/ serviços a serem oferecidos para um determinado mercado. Mas, de nada valeria a excelência do que é oferecido se não houvesse funcionários para fazer acontecer tudo o que o cliente quer. No atual momento, em que pequenas variáveis podem ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso

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de um negócio, garantir a satisfação e a motivação do quadro de funcionários deve ser tão importante para o empresário quanto a qualidade do produto e/ ou serviço que ele oferece. Portanto, seus esforços também devem estar concentrados em mantê-los envolvidos para com os objetivos da empresa. Estudos do Hay Group Insight comprovam isto: segun-

ILUSTRAÇÕES: FREEPIK.COM

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Motivar e envolver os funcionários com os objetivos da empresa pode fazer a diferença no resultado final Por Camila Guesa


do a empresa de pesquisa, colaboradores altamente comprometidos têm capacidade para melhorar até 30% o seu desempenho e os funcionários totalmente comprometidos têm 2,5 vezes mais possibilidades de ultrapassar as expectativas de desempenho do que os seus colegas “descomprometidos” Portanto, quando os colaboradores são convidados a participar e contribuir na gestão, a empresa ganha por eles entenderem os desafios do negócio, surgem ideias e propostas de melhoria, se reduz o nível de ruído e conflitos, se acelera a implementação dos projetos e há ganhos na motivação, produtividade e engajamento das pessoas. “Empresas mais fechadas, centralizadoras e pouco participativas não percebem que o mundo empresarial mudou com a chegada das novas gerações, abertas para pensar, questionar e se comunicar. Com isso, desperdiçam o talento humano, convivem com o baixo desempenho e se conformam com pouca produtividade e alta rotatividade. Dificilmente conseguem atrair e reter talentos, pois estes têm poder de escolha e preferem as empresas abertas aonde podem contribuir, aprender e realizar para valer”, afirma o diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), Luiz Edmundo Rosa.

AVALIANDO O ENVOLVIMENTO Para avaliar o nível de envolvimento do colaborador com a empresa e sua satisfação, o primeiro passo é entender que envolvimento provém de pessoas que sabem o que se espera delas, que têm oportunidade de opinar e contribuir, que podem errar na busca de fazer o que for melhor e que finalmente serão reconhecidas pelos seus méritos, sem favoritismos. “As pessoas podem trabalhar em um emprego entediante por muitos anos simplesmente pelo salário, benefícios ou segurança. Por outro lado, funcionários comprometidos com a missão da instituição executam suas tarefas com entusiasmo e estão sempre dispostos a ajudar seus colegas de trabalho e clientes”, lembra o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo de São Paulo (Sebrae/SP), Júlio Alencar. “A avaliação da situação na empresa pode ser feita por meio de entrevistas, pesquisa, grupos focais etc., assim como, pelas ideias colocadas em prática, pela qualidade dos produtos e serviços e a satisfação dos clientes”, pontua Luiz Rosa. De acordo Júlio Alencar, a baixa taxa de rotatividade e poucos problemas com faltas podem ser bons indicadores de que os empregados valorizam seus trabalhos. Por outro lado, a falta de cumprimento de

horário é um avaliador negativo, pois pode ocasionar dispersão por parte dos colaboradores, interferindo diretamente na concentração e foco. Outro avaliador da desmotivação é a falta de comprometimento com prazos, horários, participação em reuniões, silêncio e ausência de ideias. “Geralmente as pessoas com sinais de desmotivação apresentam alteração no humor e em alguns casos, tornam-se propensos a criar conflitos e a se excluírem da equipe. Outro indicador é a queda no desempenho”, lembra o consultor do Sebrae/SP. Quem não está feliz no trabalho não conseguirá atingir ou superar suas metas, pois não faz mais do que o necessário, isso quando consegue, se tornando, a cada novo dia, um opositor a qualquer novo processo de mudança que apareça.

CHAVE DA MOTIVAÇÃO O ambiente de trabalho, a falta de perspectivas de carreira ou de conhecimentos apropriados à sua função, processos mal estruturados, a falta de reconhecimento, problemas de relacionamento com o superior ou colegas são apenas alguns dos fatores para a baixa da motivação de um funcionário. Motivação é conseqüência, e não causa. Para mantê-la ou resgatá-la, é preciso que o empregador ou o líder dedique-se a profundamente à sua equipe, pois cada individuo tem suas razões e é necessário inspira-los a darem o melhor de si, a assumir riscos, a pensar de forma empreendedora e a libertar o potencial que possuem. E, apesar de importante, nem sempre o salário é a principal variável para a motivação de uma equipe, pois ela está intimamente ligada aos significados e valores pessoais dos indivíduos. A motivação é um processo, não um evento isolado. Entender as razoes de sua falta, saná-las e evitar que esse problema volte e se dissemine para os outros funcionários pode parecer complicado, mas é o melhor caminho para garantir a produtividade da sua empresa.

MUDANDO ESSE QUADRO Segundo o diretor da ABRH-Nacional, a relação líder-liderado é importantíssima para manter alguém engajado, produtivo e feliz. “Para conquistar o melhor do potencial de participação e engajamento de sua equipe, a empresa precisa preparar bem seus líderes para uma gestão moderna de pessoas. Líderes que saibam inspirar, educar e mobilizar para conseguir os melhores resultados, com elevado grau de satisfação das pessoas”, sugere. Oferecer bonificação em dinheiro ou prêmios _ ➤ O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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RECURSOS HUMANOS

como viagens, almoços, livros, – aos que atingirem metas preestabelecidas influencia positivamente no trabalho e nas atitudes dos colaboradores. As bonificações também podem ser oferecidas aos que sugerirem inovações capazes de diminuir custos e aumentar a produtividade. “Remuneração e prêmios precisam fazer parte de um ambiente saudável, ético, respeitoso, estimulante e produtivo. Precisam ser acima de tudo justos e adequados. Quando isto ocorre, motivam muito além do valor pago”, avalia Luiz Edmundo Rosa. Por isso, os empresários devem ficar atentos para não incentivar demais a competição entre os funcionários, já que o ideal é que trabalhem como uma equipe. Proporcionar treinamentos ou subsidiar, inteiramente ou em parte, os estudos é uma das formas de investir nos colaboradores, aumentando o potencial do quadro de pessoal. “A criação de planos claros de carreira é outra ótima fonte de motivação. Conversar com os profissionais sobre os resultados esperados e os alcançados, além das possíveis formas de melhoria, é uma atitude que reforça a importância do trabalho individual para o crescimento coletivo”, indica Júlio de Alencar. As pessoas são diferentes, bem como suas necessidades. Para algumas delas, alimentação e moradia são mais importantes que a realização pessoal. Para aqueles que já atingiram o patamar das necessidades básicas, o trabalho tem que trazer satisfação pessoal, tem que realmente gostar do que fazem.

• Parabenize o profissional diante dos colegas – ter o trabalho reconhecido pelo chefe aumenta a autoestima. • Permita que os funcionários trabalhem em nível de igualdade, assim, eles irão dedicar-se juntos para obter melhores resultados. • Peça sugestões sobre como chegar a um resultado – para eles, é importante saber que podem contribuir com projetos e sugestões. • Ressalte os pontos fortes de cada um – elogios incentivam o comprometimento com uma boa atuação. • Realize atividades em grupo durante o ano – isso cria laços entre os colaboradores. • Proporcione contato com novas experiências, através de cursos extras, por exemplo, propondo trocas temporárias de setor.

• Faça uma pesquisa de satisfação: ela irá mostrar que a empresa está interessada na opinião dos funcionários e dará uma visão à gerência sobre possíveis obstáculos para a satisfação no trabalho dos funcionários. • Observe os funcionários no trabalho. Caminhe ao redor do local de trabalho. Observe a linguagem corporal dos envolvidos. Procure por sorrisos e funcionários que fazem contato visual quando você se aproxima. Será que eles caminham lentamente ou em passos rápidos? Denotam postura decidida? Funcionários engajados são animados, amigáveis e acessíveis. Não sentem insegurança quando colegas lhes solicitam ajuda. Estão sempre dispostos a prestar auxílio. • Preste atenção no relógio de ponto. Se os funcionários ficam em volta do relógio de ponto à espera do horário de saída, isso demonstra que o trabalho tem menor importância quanto seu próprio tempo. Gerentes que saem mais cedo ou demoram no retorno do almoço dão um mau exemplo para o resto da equipe. Por outro lado, os gerentes que trabalham em conjunto com suas equipes, sem levar em conta o relógio, ou seus estômagos na hora de cumprir um prazo dão um bom exemplo. • Analise a participação nas reuniões. Reuniões que consistem em uma pessoa falando o tempo todo, enquanto o resto boceja, olha para o relógio ou verifica secretamente o e-mail por debaixo da mesa, indicam que as pessoas estão entediadas e desinteressadas. Uma medida do envolvimento dos funcionários é se eles acreditam que a sua opinião é valorizada em discussões e decisões, se é bem-vinda e considerada. Pouca ou nenhuma discussão e relutância em desafiar ou fazer perguntas são sinais de desinteresse do empregado. • Procure referências. Empregados satisfeitos indicam a empresa para seus amigos virem trabalhar. Eles querem compartilhar o ambiente de trabalho positivo que eles têm. Eles gostam da ideia de ter seus amigos como colegas em um trabalho divertido e desafiador. Eles também constroem relações de trabalho positivas que podem se transformar em amizades, tornando o trabalho ainda mais agradável. Eles têm um chefe que valoriza seus talentos e opiniões e está disposto a dar feedback positivo e negativo, a fim de ajudá-los a crescer e ter sucesso.

Fonte: Sociedade Brasileira de Coaching

Fonte: Sebrae/SP

Como motivar sem gastar dinheiro

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Analisando o envolvimento dos funcionários

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DICA DO ESPECIALISTA RH

Etiqueta empresarial RICARDO BARBOSA é diretor executivo da Innovia Training e Consulting

Pessoas que não têm habilidade para criar relacionamentos e manter ‘etiqueta’ no convívio têm menores chances de sucesso nas empresas É comum as pessoas encararem com estranheza o termo ‘etiqueta empresarial’ por não terem a real noção da sua importância. Mas adotar um conjunto de cerimônias regidas pela boa educação, bom comportamento, convenções sociais, ética profissional e prescrições oficiais ajuda a reduzir conflitos, preconceitos, atritos, dúvidas, suspeitas e mal entendidos, criando um clima de conhecimento, compreensão, confiança, cooperação e parceria entre as partes que se relacionam. Um estudo da universidade americana de Harvard que mostra que dois terços das demissões nas empresas são causadas por dificuldades de relacionamento com os colegas. Isso explica, em parte, porque pessoas altamente profissionais e competentes acabam sendo demitidas enquanto outras – nem tão competentes assim - permanecem, atingindo promoções e melhores oportunidades de carreira. Logo, podemos concluir que competência técnica não é tudo e que aquelas pessoas que não têm uma boa habilidade para criar relacionamentos, ou seja, etiqueta no convívio, acabam tendo menores chances de sucesso. Etiqueta empresarial, portanto, se resume à capacidade de escolher o comportamento correto para o convívio social dentro de uma empresa, para que se alcance o sucesso nas relações de negócios e para que se estabeleçam relações sólidas entre os clientes e colaboradores. Essa preocupação deve abranger todo o contexto da empresa, desde o office-boy até o presidente: todos devem ter uma imagem coesa de etiqueta empresarial.

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Algumas dicas de etiqueta empresarial: 1. Pontualidade deve ser ponto de honra no ambiente empresarial. Assumindo um compromisso, este se torna sua responsabilidade, principalmente o horário. Organize-se para chegar na hora todos os dias e para cumprir com os prazos propostos. Caso perceba que não será possível cumprir com o compromisso no horário, ligue ou peça para ligarem informando sobre o atraso. 2. A vestimenta diz muito para as outras pessoas assim é recomendável roupas discretas, sem modismos. Decotes e cores berrantes, dentre outros erros devem ser evitados, sob pena de perder com a seriedade. Tome cuidados com higiene pessoal. 3. O ditado a primeira impressão é a que fica deve ser levado a sério; assim, sempre seja cordial e prestativo já em um primeiro contato, saiba ouvir e falar na hora certa. 4. Ao entrar em um local sempre peça licença, busque cumprimentar todas as pessoas que ali estiverem, mas só estenda a mão se o interlocutor o fizer primeiro, e só se sente se for convidado por ele. 5. Comunique-se corretamente com as pessoas, busque olhar nos olhos, demonstre atenção no que estão falando, não se distraia durante a conversa e busque estabelecer um diálogo. 6. Mantenha uma postura correta, não cruze os braços, evite se sentar de qualquer jeito, jogando o corpo na cadeira, como também não se sente na beirada da cadeira. É importante uma boa acomodação, mas mantendo a postura ereta e de forma adequada.


7. A maioria das corporações possui códigos de ética e de conduta a serem seguidos. Procure se informar sobre isso. 8. Seja organizado e demonstre isso. Planeje adequadamente seu tempo e sua mesa, mantenha os papéis e arquivos de computador nos devidos lugares, onde não só você, mas qualquer membro da empresa consiga localizar quando necessário. 9. Respeite os colegas e o espaço de trabalho. Não precisa ficar mudo durante o expediente, mas evite ao máximo assuntos que exponham o seu lado pessoal ou o de alguma outra pessoa. Fofocas nunca combinaram com o ambiente profissional. Além disso, adeque a altura da sua voz ao ambiente. 10. Cuidado com a utilização de celulares no trabalho, evite ligações pessoais e caso estas ocorram, busque ir para um local privado. Não fale demasiadamente alto e muito menos utilize termos de baixo calão. Cuidado com o toque do celular, o correto é deixá-lo no modo silencioso. 11. Além do celular, também é necessário cuidados

com outras ferramentas tecnológicas e principalmente com as redes sociais. As empresas antenadas possuem políticas para utilização destas, por isso busque saber os limites; 12. Amizades no ambiente de trabalho é um tema delicado. É importante diferenciar amigos de colegas de trabalho, principalmente no ambiente da empresa. Esse limite pode ser útil quando for necessário realizar uma cobrança ou fazer um feedback. 13. Bom humor é uma necessidade nas empresas. Quando estiver tendo um dia difícil, reflita se alguém do trabalho tem a obrigação de compartilhar as dificuldades com você. Contudo, cuidado com as brincadeiras. Um ambiente de trabalho descontraído é positivo desde que sejam feitas apenas brincadeiras saudáveis, que promovam um ambiente alegre e equilibrado. 14. Busque ter “jogo de cintura” na hora de imprevistos e ouça a opinião dos outros muitas vezes de opiniões divergentes se chega a um ponto em comum correto. É preciso saber argumentar e, também, ceder.

ETIQUETAS

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Temporada de

compras

Mega Fashion Week reúne nas passarelas 1.400 looks de 350 atacadistas e muitas celebridades para apresentar as coleções da temporada mais fria do ano

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As coleções outono/inverno de lojistas do Mega Polo Moda, maior shopping atacadista do país, foram apresentadas a varejistas durante o Mega Fashion Week, em São Paulo. Em três dias de evento desfilaram coleções de 350 lojas, um total de 1400 looks. Entre os principais destaques da temporada estão as cinturas altas para as calças, listras, bordados e o couro fake. As cores bordô, vermelho, marsala, mostarda, azul marinho e o preto são as apostas da estação, além dos tons verdes e dos terrosos. A seleção de peças e a produção do evento seguem as tendências internacionais de moda, em sintonia com novidades e o vocabulário fashion das próximas estações. O Mega Fashion Week tem a assinatura da Cia Paulista de Moda e a direção é do consultor de tendências Reginaldo Fonseca.

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FOTO: MARCIA FASOLI

OUTONO/INVERNO 15


Confira o que vem por aí O Boho traz para o inverno 2015 uma mistura de diversos estilos. Com inspiração no universo hippie, étnico, folk, vintage e romântico, traz looks despojados. A tendência chega com muitas franjas, tecidos fluídos e um toque artesanal. Para dar um ar mais sofisticado, os fashionistas apostam no boho chic: a combinação de peças despojadas com acessórios e outras peças que inspiram ➤ modernidade.

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OUTONO/INVERNO 15

As estampas continuam firmes. O grafismo é uma delas e se faz presente em uma variedade de peças, principalmente em vestidos e casacos. Inspirado nos anos 70, traz para nova estação estampas geométricas, abstratas e muitas listras. O efeito vazado chega para dar sensualidade ao look básico. Presente principalmente em tecidos como o couro, camurça e veludo, promete ser um dos grandes destaques do inverno 2015 e chega para substituir a renda. O jacquard traz luxo e glamour para diversas peças. Com um ar vintage totalmente repaginado, vem com aparência de bordado. Destaque para os detalhes metalizados. Com sofisticação, o jacquard traz um brilho discreto e moderno em suas estampas. 46

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A calça flare de cintura alta promete ser a queridinha do inverno 2015, principalmente no jeans com lavagens mais escuras. Inspirada nas antigas calças boca de sino, o modelo valoriza a cintura, alonga a silhueta e confere ao look um ar hippie chic. O couro é destaque em calças, saias, shorts e jaquetas. O couro fake substitui o couro animal. Entre os Acessórios, as botas na altura do joelho, sapatos cheios de fivelas, franjas e amarrações e colares, brincos e pulseiras com muitas pedras com aparência próxima ao natural prometem enriquecer os looks da temporada. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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DICA DO ESPECIALISTA MARKETING

Marketing Digital sem mistérios MARCIO EUGÊNIO é especialista em e-commerce e sócio fundador e responsável pela área comercial e marketing da D Loja Virtual, fornecedora de plataformas de loja virtual para micro e pequenas empresas, treinamentos e consultoria

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As diversas ferramentas do Marketing Digital servem para promover os produtos e serviços da empresa, atuando em canais eletrônicos que permitem a sua marca chegar a mais consumidores, de forma mais eficiente e rápida

O conceito de Marketing Digital inclui todas as ações de comunicação, persuasão e manutenção de clientes de que o Marketing convencional se utiliza, mas aplicadas no meio digital. Ou seja, quando estamos falando de Marketing para um e-commerce não significa que precisamos desenvolver um raciocínio completamente novo sobre Marketing ou mesmo esquecer todo o conhecimento acumulado na área nos últimos cem anos, mas sim adaptar essas técnicas para o meio digital, com o intuito de atingir a finalidade principal de qualquer lojista: vender. Ok, constatado esse fato, é hora de definir então as práticas que norteiam as ações de Marketing Digital. Basicamente, três características deverão ser buscadas no planejamento: conhecer, confiar, comprar. Conhecer diz respeito a fazer com que a sua marca seja vista no mercado; confiar representa o efeito de produzir segurança no cliente para que ele escolha o seu produto ou serviço; e comprar é a consolidação dos esforços anteriores, resultando na conversão por parte do cliente. As diversas ferramentas existentes no mundo do Marketing Digital servem para promover os produtos e serviços da empresa, atuando em canais eletrônicos que permitam a sua marca chegar a mais consumidores, de forma mais eficiente e rápida, mas sempre com o foco naquele verbo já citado: vender.

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Esteja nas redes sociais Uma das principais ferramentas no Marketing Digital são as redes sociais. De alguns anos para cá, elas têm desempenhado um papel cada vez mais decisivo nos desenlaces da sociedade moderna. Evidentemente, esse impacto se refletiu no comércio, com muitas empresas buscando presença digital através das redes sociais. Mas, por que as empresas investiriam tempo e dinheiro em algo que não diz respeito a conversões diretamente? Bem, dados do Ibope revelam que o Brasil ultrapassou a quantidade de 100 milhões de internautas, e uma pesquisa recente promovida pela eMarketer, empresa de pesquisas nas esferas de marketing, mídia e comércio, apontou que cerca de 80% dos usuários de Internet no país estão presentes nas redes sociais. Muitos estudiosos citam o Brasil como o futuro das redes sociais, e não precisa ser nenhum teórico para perceber que o grande diferencial neste momento é a quantidade de pessoas para quem falar nesses sites. E isso inclui falar sobre a sua marca e, eventualmente, vender. Para isso, é fundamental investir fortemente em conteúdo. O perfil em uma rede social (não importa se Twitter, Instagram, Facebook ou Pinterest) precisa falar de assuntos que vão além da venda do produto. É uma loja de acessórios? Dicas de moda, comportamen-


to e beleza podem ajudar a atrair mais seguidores, que por consequência, conhecedores da sua marca. Não é preciso estar em todas as redes sociais só porque apareceu uma nova. Você precisa é saber onde seu público está e falar a linguagem deles. O inevitável é: se você não tem, você precisa ter uma fan page no Facebook. É lá onde todo mundo está (se esse artigo fosse escrito seis anos atrás, certamente seria o Orkut) e onde a maioria das pessoas irá elogiar e criticar (e às vezes muito) sua marca. E você quer ficar sem saber o que eles falam?

Dicas básicas Existem algumas dicas básicas para a publicação de conteúdo nas redes sociais. Procure postar ao menos uma vez por dia. Esse é o mínimo dos mínimos. Se for possível, poste de duas a três vezes, em horários espaçados. É possível programar essas postagens, de forma a otimizar seu tempo. Utilize fotos e links em abundância. Pesquisas mostram que posts contendo fotos e links atraem um engajamento (curtidas, comentários e compartilhamentos) muito maior que posts só com frases.

E-mail marketing, o queridinho dos e-lojistas Esta ferramenta é uma das que mais geram conversão de vendas para sua loja. Então não marque bobeira com ele! Se você é criativo nas redes sociais, nos blogs e no seu site, não é no e-mail marketing que você vai relaxar. Mescle conteúdo informativo com os seus produtos no e-mail marketing. Torne este espaço um e-mail atrativo para o cliente, e não apenas mais um folder de promoções. Para que o envio de um e-mail marketing gere conversões, concentre suas forças em um título que seja atrativo ao seu cliente, isso irá valer a pena. Pense que seu e-mail será apenas mais um em um monte de outros e-mails na caixa de entrada. Se ele passar por um email com título sem graça e que não chame sua atenção, esqueça: ele não irá abrir a mensagem e lá se vai a chance de conversão de vendas. Além disso, você não precisa mandar o mesmo e-mail no mesmo horário paras as mesmas pessoas.

Segmentar os produtos para grupos específicos pode ser vantajoso. Crie grupos diferentes dentro de cada grupo. Pode ser por gênero, produtos consumidos, idade, preferência musical… você escolhe! Aproveite também para realizar “testes de audiência” com os e-mails enviados. Não sabe qual horário é melhor para enviar o e-mail marketing? Separe dois grupos para realizar o envio em horários separados, e mais tarde analise as taxas de abertura e conversão. Com esses dados você pode ter um envio mais efetivo.

Google Analytics Esta ferramenta da Google é uma das mais importantes para mensurar o tráfego de visitantes. É possível verificar a página que possui maior quantidade de cliques, a origem destes cliques (se veio do site de busca, do e-mail marketing ou redes sociais, por exemplo), o navegador que elas utilizaram, entre outras disponibilidades. Utilize o Analytics para gerar relatórios e analisar os resultados de cada campanha realizada, afinal, não dá pra ficar jogando dinheiro e promoções ao vento, não é mesmo? Anunciou que durante uma semana as compras terão frete grátis? Gere um relatório para observar se houve um aumento de tráfego ou não! Não sabe de onde seu cliente te olha mais? O Analytics também pode ajudar! Existem outras ferramentas de mensuração, como o Bing Analytics e o Facebook Analytics. O primeiro realiza as mesmas funções que o Google Analytics, porém focado no Bing. Sabemos que ele não é o buscador mais popular no país, mas uma ferramenta gratuita nunca é demais, não é mesmo? Já o Facebook Analytics é focado para fanpages criadas na rede social. É possível analisar quantidade de clliques, curtidas e abrangência que um determinado post. Além disso, é possível também promover alguma postagem ou anúncio dentro do Facebook. Escolhendo as ferramentas certas e sabendo como as utilizar, você colocará seu nome na boca do povo, das redes sociais e dos emails de seus clientes. .

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INOVAÇÃO

Oportunidade

lucrativa

Como uma solução simples, porém inovadora, pode ajudar a alavancar uma confecção e ganhar o país e o mundo Por Vera Campos

D A jovem empresária Renata Iwamizu e o moovexx*, inovação que pode conquistar o mundo

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Das dificuldades podem surgir oportunidades. E tanto maiores elas serão se em vez de reclamar ou se acomodar o empresário procurar identificar algo que possa ser melhorado em sua confecção, pesquise caminhos e parceiros que o ajudem a ampliar conquistas, superar obstáculos e alargar horizontes. Esse é o espírito do verdadeiro empreendedor, aquele que não deixa a empresa parada, à mercê do mercado, que está sempre antenado, em busca de melhorias. Isso tudo exige, é claro, conhecimento, ânimo para enfrentar desafios, acreditar em suas ideias e não ser imediatista em relação a resultados. Com esse espírito, em 2003, aos 20 anos de idade, a então estudante de moda Renata Iwamizu se viu diante da necessidade de ter sua própria marca e abrir uma confecção, após o encerramento das atividades da empresa do pai. A Kanzo começou pequena, em Iturama (MG), direcionada ao público masculino e a lojas multimarcas. “De início, as dificuldades financeiras para manter a empresa foram muitas”, recorda. Eram apenas cinco funcionários, um gerente e seu pai na área comercial. Para ampliar sua visão do negócio e melhor desempenhar sua função, a empresária, após terminar a faculdade, em 2005, fez MBA em Administração de Empresas.

Conforto e bem-estar

Renata sempre defendeu a necessidade de aliar conforto ao design, priorizando o se ‘sentir bem’ no uso de uma roupa. E foi por conta dessa preocupação que ela se debruçou, durante alguns anos, na busca uma solução para melhorar a estética do cós de bermudas e calças que levavam elástico na cintura, suprimindo o franzido por uma solução que conferisse elegância no vestir, porém sem apertar o abdômen. ➤


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INOVAÇÃO

Batizada moovexx*, a inovação foi ‘o pulo do gato’ para que a Kanzo, até então uma marca como tantas outras, agregasse um forte diferencial aos seus produtos e conquistasse maior respeito do mercado. Simples, a solução consiste de um sistema de elástico embutido nas laterais do cós que, além de evitar que a peça enrugue no abdômen, ajusta-se confortavelmente às diferentes posições e movimentos do corpo, sem prejuízo da estética da roupa. Isso, sem dúvida, teve reflexos positivos nas vendas da Kanzo, que vêm crescendo a índices superiores a 20% ao ano desde 2012, quando a solução foi introduzida nas peças. Isso estimulou Renata preparar o lançamento, para este ano ainda, de uma nova marca de roupas que utilizem a solução, porém voltada ao público feminino. “Qualquer evolução é consequência de uma necessidade. No nosso caso, a necessidade era atender bem um público masculino experiente e seguro, que não consome por impulso e nem quer sofrer para ter estilo. Esse público sinalizava: conforto e qualidade precedem à estética”, coloca a empresária.

Alçando voos

Diante da boa aceitação do novo sistema de cós, Renata enxergou aí a oportunidade de licenciar o uso do mooveex* para outras marcas no Brasil e no mundo. Já estão na mira Estados Unidos, Japão e União Europeia. Para isso, a empresária logo tratou de requerer patentes nacionais e internacionais para o novo produto. A produção do moovexx* continuará a cargo da Kanzo e será complementada por parceiros terceirizados. Do cós de calças para o desenvolvimento de cintos com o mesmo sistema foi um pulo. E nova patente já foi requerida. Com a perspectiva de alçar voos para novos mercados, a mooveex* se transformou em uma empresa independente, com equipe dedicada ao desenvolvimento de estratégias, de novos mercados e produtos. Mais que um produto, moovexx* se tornou um conceito que engloba não só o conforto e melhora do estilo ao consumidor final, como também um leque de benefícios às marcas clientes, tais como inteligência em processo produtivo, consultorias e política adequada de entregas e de comunicação institucional sobre a nova tecnologia. Um “pacote” que visa garante o sucesso e a qualidade do produto. “Uma invenção só pode ser chamada de inovação se for sustentável; isto é, consiga se viabilizar econômica e socialmente desde o processo produtivo até o consumidor final, com uma estratégia de produção, comercialização e distribuição adequadas a todos os níveis da cadeia”, defende a empresária. Para Renata, mais que o sucesso financeiro do negócio, o que vale é fazer a diferença, ver que seu trabalho está sendo reconhecido. “O sucesso financeiro é apenas consequência dessa visão”, diz.

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Para abrir caminhos para o mercado externo, Renata logo inscreveu a moovexx* no Texbrasil - Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira desenvolvido pela Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção em parceria com a Apex-Brasil.

Premiações e conquistas

Em 2013, o sistema moovexx* foi vencedor do Prêmio de Destaque inovação do IDEA BRASIL 2013 (versão nacional do IDEA AWARDS de Chicago, com 53 anos de tradição), bastante representativo no reconhecimento dos talentos do design nacional. Naquele ano, a moovexx* foi convidada também para representar o Brasil no evento BeBrasil em Nova Iorque, ao lado de outras importantes empresas nacionais, como Embraer, Brasken, Melissa, Havaianas e Rhodia. A fim de tornar os custos do sistema mais competitivos, a equipe de Renata desenvolveu um projeto de automação da produção do moovexx*, que até então era manual. A iniciativa rendeu frutos e foi a selecionada, em 2014, pelo Edital de Inovação do Senai, o que rendeu um valor em dinheiro para ajudar a bancar os custos do desenvolvimento do projeto e terá o envolvimento da equipe do Senai Cetiqt (RJ) e do Senai SP. Mas não é só. Ciente da necessidade de promover a melhoria contínua no produto, bem como desenvolver novas soluções, Renata criou uma terceira empresa, a Texlab Soluções e Comércio de Produtos Têxteis Ltda, um laboratório de estudos e testes de produtos. Para não ter de arcar com recursos próprios para a ampliação dos negócios (leia-se Texlab e Kanzo), a empresária bateu à porta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e teve sucesso. No final de 2014, obteve financiamento de R$ 1,17 milhão, liberados no âmbito do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), subprograma Inovação e Máquinas e Equipamentos Eficientes. O recurso corresponde ao valor total a ser investido no projeto. Os investimentos em propriedade intelectual contemplam o depósito de patente e registro de marca, em vários países, do moovexx*. “Estamos apenas no começo de um negócio com grande potencial. Mas como pretendemos explorar mercados ainda desconhecidos por nós, precisamos nos preparar para conseguir aproveitar as oportunidades. Para isso, desde 2012 estamos nos estruturando, delineando estratégias, formando equipes, avaliando possíveis investidores”, conta ela. “É fundamental saber onde queremos chegar e em que velocidade conseguiremos tal feito para, assim, delinear os passos nessa direção”, assegura.


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VERÃO 15/16

As várias faces da

lingerie

Confira as tendências de moda íntima apresentadas pela marca LYCRA® para a temporada mais quente do ano

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A marca LYCRA® reuniu tecelagens, malharias, confecções, varejo e imprensa especializada para apresentar as tendências de moda em moda íntima para o verão 2015/16, como mais um serviço oferecido aos seus clientes. Desenvolvido há mais de dez anos, esse trabalho é resul-

tado de uma pesquisa global que inspira e norteia a confecção de coleções de lingeries em todo o mundo, explica Silvana Eva, gerente de Moda Íntima da marca. Para a temporada, a inspiração vem da obra do pintor Henri de Toulouse Lautrec e resultou nos seguintes temas:

Belle Dame

Predominância do luxo minimalista, que ressalta a feminilidade com peças que modelam o corpo da mulher e valorizam as formas Com foco na sensualidade e sofisticação, esta tendência está voltada para mulheres que apreciam cores neutras e clássicas. Tons nude em contraste com o preto evidenciam a delicadeza das peças. Preto com preto também compõe esta inspiração, assim como preto com o branco. “O corte a laser, uma inovação que no segmento de lingerie, reforça as curvas da mulher e valoriza seu corpo”, acrescenta Silvana Eva.

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Avant-Garde

Estampas florais e cores fortes prevalecem nesta tendência, bem como bordados e rendas sobrepostas e abertas. Amora, roxo, rosa-apagado, azul, verdeesmeralda e creme são tons que estão presentes. É a combinação do clássico e do contemporâneo, ideal para mulheres que não abrem mão de peças que sejam elegantes mas tenham um ar de modernidade.

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Lingeries com tecidos leves e sedosos e cores delicadas em estilo vintage. As alças largas estarão em alta e mais confortáveis. Para reforçar o visual suave e doce, as cores predominantes serão o rosa, coral, verde e azul, todos em tons pasteis. “O romantismo é um tema constante nas tendências de lingerie, mas no verão 2015/16 ele virá com inspiração retrô combinadas com o contemporâneo”, diz Silvana.

Olympique

Os Jogos Olímpicos, realizados no Brasil em 2016 vão celebrar o esporte. Por isso, a lingerie se transforma em uma peça funcional e elegante, que une beleza à performance. Aparecem composições de tons fortes de azul, laranja, rosa-chiclete, cores neons, verde e amarelo com peças de laise e renda. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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VERÃO 15/16

Leve e

descontraído Ênfase aos anos 1970, romantismo dos 1950, leveza zen e esportes devem marcar a temporada mais quente do ano Referência na área há 23 anos, o Senac Moda Informação é realizado duas vezes por ano, em edições de verão e inverno. Traz a confirmação de tendências e apresenta informações adaptadas ao mercado nacional a varejistas, estilistas, designers, compradores e profissionais de marketing. O conteúdo exclusivo é fruto da pesquisa de um time de consultores especialistas em seus segmentos, que percorre os principais polos da moda validando o que estará nas vitrines do país nas próximas estações. O evento se trata de uma ótima oportunidade para todos os participantes da cadeia produtiva da moda, que desejam obter mais assertividade no desenvolvimento de suas coleções. Depois de viajar e pesquisar o que está chegando nas vitrines de Nova Iorque, Londres, Paris, Hong Kong, Berlim, Barcelona e Milão – principais centros de moda do mundo – os consultores do Senac Moda Informação segmentaram as tendências para o Verão 16 em quatro grandes temas: Newstalgia 70, Yin Yang, Summer Lady e Playtime.

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NEWSTALGIA 70 O tema explora a transformação da moda em diferentes períodos, influenciado pelos anos 1960 nas ruas de Londres, pela ebulição social e geopolítica do início dos anos 1970 e termina no final dessa década com muita festa e brilho. O geometrismo, etnofolk e disco glam são determinantes para a construção dos looks do tema. Tecidos Malhas encorpadas, texturizadas; malhas fluidas com brilho laqueado, lurex, paetês; malha tricô; tecidos sintéticos; transparências; tecidos naturais (linho, índigo, voil); couro, suede; perfurados; tricô; jacquards, veludo; chiffons, georgettes, creponados; sarjas e jeans. Cores Terrosas, laranjam amarelo, fúcsia, azul, vermelho, verde. Estampas Listrados multicoloridos; geométricos; florais etnofolk; tiedye; sombreados; patchwork, foulard, pele de cobra e onça; fundo de mar; camuflagens de batalhas e jardins. Formas e Detalhes Linha A em saias e vestidos curtos, fluidez em vestidos longos, decote V profundo; laçagem cruzada; babados; pontas; fendas; franjas; total look; macacão; camisa; calça flare; batas e túnicas; saião e sainha; saharienne; camisão militar.

SUMMER LADY É o tema que invoca os anos 1950, as silhuetas de aparência elegante, femininas e delicadas. O toque de malícia fica por conta da marcação e exposição da cintura em vestidos e na saia lápis em dupla com top cropped. Destaque também para a forma ampulheta, justa em cima e ampla embaixo. Os tecidos são menos fluidos e mais estruturados e têm papel fundamental na construção de peças de corte geométrico simples. Aparecem aqui desenhos em pequenos relevos geométricos. Transparências suaves e ocasionais pontuam os looks, especialmente os da noite. Tecidos Seda; shantung; organza;crepes leves e pesados; cetim com elastano; tricô leve; rendas; laise; sarja acetinada; croco; malhas dubladas; tweed de verão; tecidos bordados; jacquard; chiffon; esmadado 3D. Cores Claras e suaves, em composição com neutros, luminosas e preto; branco, off-white, nude, rosa, amarelo, cinza, pêssego, azul-claro, verde-água e coral. Estampas Florais com contraste entre tons suaves e luminosos; florais bicolores; grandes flores abstratas; vichy; poá; listrado náutico. Formas e Detalhes Saia com volume amplo; franzidos; alfaiataria; pregas profundas; plissados; saia curta e reta acima do joelho; saia lápis; jaqueta curta; casaquetos e tops em forma de trapézio; corpete curto; cós estreito; manga curta; decote redondo; ombros descobertos; top e camisa cropped; cava americana; decote colarete; tomara que caia; bordado floral; ruffles; vestidinhos soltos ou estruturados; conjuntos; corpetes. ➤

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VERÃO 15/16 PLAYTIME Elementos do mundo esportivo continuam causando e inspiram looks jovens impregnados de vibração e humor. Na ocupação de espaços públicos para a prática de esportes radicais ou pura diversão, todos os estilos relacionados a moda, música e arte se misturam num processo contínuo de interinfluências. Regras são quebradas ou renovadas e novos fundamentos surgem a cada instante fazendo rodar, em alta velocidade, a engrenagem alegre e criativa do estilo jovem. Tecidos Malhas sintéticas; malha tricô leve; rib; neoprene; mesh; arrastão; couro sintético; moletinho; mesclados; malhas texturizadas; tule; malhas e tecidos tecnológicos; jeans. Cores Vibrantes: pink, azul, amarelo, verde; branco; rosa. Estampas Números; grafite; escritos; logos; mensagens; estrelas; poás; boquinhas; listras; listrado faixa de solo; bloco de cor; ilustrações surrealistas; quadricromia; camuflagens. Formas e Detalhes Short boxer; bermuda ciclista; bermudão; camisetão; team shirt; nadadora; regata; body; camiseta polo; bata polo; t-shirt pull; vestido camiseta; calça jogger; jaquetinha bomber; saia skater; recortes ergométricos; recortes transparentes; recortes vazados; zíper; matelassê; retilíneas; elástico.

YIN YANG A realidade mundial contemporânea expõe suas faces contrastantes em tempo real via internet: guerra e paz; conflito e harmonia; high and low, ou hi-lo; leve e pesado; speed and slow; oriente e ocidente; rígido e flexível. O poder do espírito zen para reequilibra a violência e qualidade de vida. A praticidade do estilo utilitário, com grandes bolsos-bolsas, e o conforto do design despojado se complementam e formam um par perfeito em looks marcadamente urbanos e modernos. Tudo a ver com o reality show da vida. Parcas, coletes e calças cargo fazem dobradinha cool com pijamas e quimonos. Largos, porém não largados. Tecidos Algodão; mistos; texturizados; linho; voal; sarjas; liocell; seda; nylon paraquedas. Cores Verde-militar, areia, neutros naturais, branco, off-white, preto, branco & preto. Estampas Florais orientais; camuflagens clássicas e florais; listrados; listrados geométricos. Formas e Detalhes Formas amplas e retas em tops e bottoms; linha H; bolsões aplicados; botão redondo de metal; insígnias; patches; assimetrias; fechamento envelope; pantacourt; calças cargo; túnicas; mangas amplas; coletes; camisas e vestido chemisier; transpasse e amarração quimono; parcas.

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FEIRA DE FORNECEDORES DA INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES 25 a 27 de Junho de 2015

PAVILHÃO 1 SAÍDA DE EMERGÊNCIA

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

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COMERCIAL

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PARANATEX AVENIDA 06

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MÁQUINAS

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REALIZAÇÃO:

APOIO

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ATUALIZAÇÃO: O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015 16.12.2014


VERÃO 15/16

Tecidos cores

e padronagens As coleções internacionais estão assumidamente comerciais e reciclam formas, usam texturas e relevos

Tecidos

Tecidos sintéticos como poliéster e viscose em inúmeras variações dominam a cena. Os crepes, porém, são soberanos nas formas de estilo hippie ou minimalista. Puxado pelo denim, o algodão retorna como tecido plano em diversas interpretações e também na malharia. Peças de estilo minimalista ou esportivo são confeccionadas com tecidos e malhas estruturados ou duplos. A influência do japonismo aparece forte.

Cores

Cores vivas e luminosas, cosméticas e pasteis se sobressaem, assim como o contraste de preto e branco ou off-white, uma dupla constante nas coleções que já aparecem nas vitrines internacionais.

Estampas

Alegre, otimista e divertida, a estação ainda pede florais e

estampas de inspiração boho/étnicas dos anos 1970.

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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

TOP 10 entre os Tecidos

• Crepes • Voal e popeline de viscose • Jacquards • Alfaiatarias • Cestarias e tweeds de verão • Piquês e gorgurão • Malhas jacquard e neoprene • Rendas • Bordado inglês e laise • Telas e redes

TOP 10 entre as Estampas • Étnicas • Florais • Listras • Geométricos e mini geométricos • Barrados • Figurativas • Lenços • Artísticas • Pele de bicho • Xadrezes (Vichy)

FOTOS: DIVULGAÇÃO

O estilo dos anos 70 continuará na ordem do dia no Verão 16, bem como a estética dos anos 90 e o lado romântico e arrumadinho dos anos 50/60, destaca Luciana Parisi, responsável pela pesquisa de Tecidos, Cores e Padronagens para o SENAC Moda Informação. As coleções assumem o caráter comercial e reciclam formas, usam texturas e relevos tanto em tecidos mais fluidos como nos estruturados.


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MUNDO TEXTIL

A

todo o vapor

Um dos maiores fabricantes de denim do País, a Canatiba se prepara para retomar as exportações

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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015


E

Embalada pela valorização do dólar em relação à moeda brasileira, a Canatiba, uma das maiores fabricantes de denim e sarja do País, com produção de 10 milhões de metros/mês, se prepara para retomar as exportações e reforçar sua presença no mercado nacional. As vendas da empresa para o mercado externo já chegaram a representar 15% do volume de produção, mas foram reduzidas para 3% nos últimos anos, em função do baixo valor da moeda norte-americana. Agora, com o câmbio apreciado, o diretor de Marketing Fabio Covolan acredita ser este o momento de reconquistar as vendas externas e ampliar presença no mercado nacional. “Mesmo sem saber ao certo se essa valorização será mantida, pretendemos aproveitar a oportunidade para reconquistar o espaço que os importados ganharam no mercado nacional e ampliar presença no mercado internacional”, disse. Segundo ele, de dois anos para cá a empresa vem desenvolvendo um trabalho mais consistente em países da América do Sul, Europa e nos Estados Unidos. “Já há algum tempo estamos preparando equipes para atuar fora do Brasil”, acrescentou. Apesar das incertezas quanto aos rumos da política econômica e cambial no País, Fabio Covolan acredita que o ano será bom para os negócios. “Teremos de trabalhar muito, pois a concorrência no mercado de moda é acirrada, mas não vamos deixar de investir em produto, inovação, ou seja, em todos os aspectos que nos tornem mais competitivos”. Na Canatiba, os investimentos em pesquisas e inovações tecno-

lógicas são uma constante, mas a empresa não quer ser vista pelo mercado como uma indústria focada no segmento Premium. “Produzimos desde tecidos com alto valor agregado até os mais simples”, afirma a gerente de Marketing Ivna Barreto. Segundo ela, no Brasil, os magazines, que se caracterizam pelas compras volumosas e competem com preços, são clientes da marca. “Eles já perceberam a importância de seguir a moda e oferecer produtos de qualidade”, coloca. Ao abrir, em São Paulo, o 1° Canatiba Denim Day – um encontro com parceiros clientes para a apresentação de tendências nacionais e internacionais no mercado de jeanswear, produtos e novidades da empresa – o diretor comercial Darci Covolan se disse otimista em relação a 2015. “Acredito na força da indústria brasileira e nos parceiros da cadeia. Não podemos recuar, temos de avançar porque acredito que no mundo ninguém é mais criativo que o brasileiro. Se nos esforçarmos, certamente teremos um grande ano. Vamos vencer esta parada assim como já vencemos tantas outras. Nunca recuamos, sempre andamos para a frente”, enfatizou. Um dos palestrantes do evento, o diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) Fernando Pimentel ressaltou que o cenário de 2015 ainda é conturbado, mas as oportunidades da indústria brasileira podem crescer neste contexto, apesar dos desafios. “Acredito que, para nós, o patamar ideal do dólar seja de US$ 2,85”, disse.

Direções criativas para o Denim no Verão 15/16 *

*Fonte: Bia Aidar

Ticket to anywere – década de 1970. Denim cada vez mais presente em blusas, maxiblazers, túnicas, vestidos camisa, macacões, saias midi, maxi, calça flare, calça wide, boyfriend • Detalhes são fundamentais, estilo militar mais limpo, abotoamentos, tom verde militar, bolsos bem revelados, linhas de pespontos mais largos • Broches, bordados, aplicações e laçadas; pathwork. • Cartela de Cores: tons terrosos, verdes, bronze metalizado com aspecto envelhecido. Follow the Sun - o Japão como fonte de inspiração, ritmo mais lento. Técnica e tradição são palavras-chaves. Conforto é a prioridade neste tema. • Tingimentos japoneses artesanais,

técnicas de bordados e estamparia • Peças de grandes volumes, envelopes, transparências, bases mais leves para T-shirts e PT. Quimonos, macacões, wrap pant, lounge pant, wide crop com formas amplas, • Cartela de Cores: os azuis são o pano de fundo, aliados a tonalidades suaves e ao metalizado/dourado Be Happy - o olhar para trás, resgate de coisas de décadas passadas 60’s, 50’s, pinceladas dos 70’s, dos 80’s e menos dos 90’s), porém de forma divertida, funny. Estilo esportivo. • malhas denim, padronagens, listras • saias rodadas, midis, bermudas esportivas com patchs coloridos • Cartela de Cores: alegre, vibrante, amarelo ao fundo

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MUNDO TEXTIL PREVIEW INVERNO 16

Ostentação

e simplicidade Um inverno luxuoso, cuja temática gira em torno da ‘ostentação’. Assim pode ser descrita a Preview do Couro – Inverno 2016, apresentada em primeira mão durante o Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Materiais, realizado em janeiro, em São Paulo. Nessa estação, o couro que servirá de matéria-prima para calçados, bolsas e acessórios terá acabamento sofisticado. O nobre material ganhará contornos mais apurados, além de efeitos como brilho, bordados e finalizações em laser, que o tornarão ainda mais requintado. Destaque também para os tons perolados, as texturas que lembram a madrepérola e o verniz. As palavras-chaves da estação são: ostentação, simplicidade, híbrido, costurado, aspecto cru, amassado, espatulado, canelado, irregulares, facetado, martelado, pespontos, perolizado, verniz, dourado. Para seguir o alinhamento designado para a estação a proposta são de cores com tons iluminados, que procuram as sombras invernais para ficarem mais brilhantes e sedutoras, e rosas bipolares, que acentuam a ambiguidade dos sentidos. No couro vacum

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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

são explorados acabamentos inspirados em aspectos metalizados, principalmente o dourado, em efeitos lisos, martelados e com estampas animais, como as de zebra e de cobra. Aspectos perolizados e envernizados ganham força se misturando a estampas geométricas. Em contraponto a isso, artigos naturais de acabamento atanado e com efeitos de brilho escovado e caseinado. As peles de peixe e as exóticas cobras python, valorizam especialmente a cor dos artigos, com acabamento em tingimento único, de aspecto natural, ou levemente perolizado. O Preview do Couro é um projeto realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçado e Artefatos (Assintecal), Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Integram o Núcleo de Design para o Preview do Couro o Coordenador do Núcleo de Design da Assintecal Walter Rodrigues e os consultores Ramon Oliveira Soares e Marnei Carminatti.

FOTO: DIVULGAÇÃO

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O couro que servirá de matéria-prima para calçados, bolsas e acessórios terá acabamento sofisticado e efeitos de brilho, bordados e finalizações em laser


O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015 feiras e eventos

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MUNDO TEXTIL NOTAS

NOVA PRENSA TÉRMICA

A Metalnox lança, em março, a prensa térmica EL 900. O equipamento foi desenvolvido para proporcionar o melhor aproveitamento na aplicação de transfers sublimáticos. De acordo com o coordenador do Marketing Alexandre dos Santos, a EL 900 é uma excelente opção para quem busca alto rendimento em um equipamento manual com baixo custo de investimento. “O modelo é capaz de atender altos ritmos produtivos, possibilitando melhor aproveitamento das peças e maior retorno produtivo em uma área útil de 700x1100mm”, acrescenta. A fôrma inferior da prensa tem abertura em gaveta, o que torna o equipamento mais ergonômico e de fácil operação, completa. Disponível nas versões monofásica/bifásica, a EL 900 tem resistência fundida em alumínio e dois controladores digitais de tempo e temperatura, a fim de garantir a uniformidade de temperatura na fôrma, o que garante, segundo a Metalnox, excelente termo transferência às peças. O lançamento oficial ocorrerá na Feira FESPA Brasil 2015, que acontece de 18 a 21 de março em São Paulo, no Expo Center Norte.

Silmaq assume a Bullmer no Brasil A Silmaq, maior importadora de máquinas e equipamentos têxteis para a América Latina, acaba de fechar contrato de exclusividade para venda e manutenção, no Brasil, dos produtos da marca Bullmer, fabricante de equipamentos para corte automático de tecido. A empresa já vinha trabalhando com a marca, porém agora passa a ter o controle da operação brasileira, oferecendo para os clientes o atendimento, suporte e qualidade em padrão internacional. Antes do contrato de exclusividade, a Silmaq era responsável pela operação chinesa da Bullmer e a Kehl Máquinas, de Novo Hamburgo/RS, respondia pela operação alemã. Agora, a Kehl passa a ser parceira da Silmaq como revenda autorizada para a região do Rio Grande do Sul. Além das marcas já citadas, a Silmaq detém os direitos de distribuição exclusiva de outras dez marcas internacionais, Juki (Japão), Siruba e Racing (Taiwan), Kornit (Israel), M&R (Estados Unidos), DTG (Austrália), SWF e SunStar (Coreia), Seit (Itália) e Veit Kannegiesser (Alemanha).

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O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

DEKKEN, AGORA PARCEIRA DA TAJIMA

Diversificando a linha de equipamentos com as quais trabalha e visando agregar maior valor ao mercado de produtos relacionados ao bordado, a Tajima do Brasil firmou parceria com a Dekken, empresa especializada em solução dobrável para a indústria têxtil com mais de 45 anos de tradição. Um dos destaques da marca é a T-APPAREL, que dobra e empilha todos os tipos de roupas , como camisetas, polos , coletes , tops, calças , etc. As camisas podem ter mangas curtas ou longas. O equipamento vem com opções de: sistema de monitoramento de produção; duas máquinas sincronizadas com um transportador de distribuição comum , o que reduz a necessidade de espaço e oferece a possibilidade de direcionar as pilhas diretamente para a máquina de embalagem. Proporciona maior produção com apenas dois operadores; várias estações de empilhador para a classificação automática.


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