Patrimônio Cultural Edificado da Região Metropolitana de Curitiba - Catálogo 1977-2016/2022

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DAREGIÃOMETROPOLITANA DECURITIBA PatrimônioCulturalEdificado

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

P a t r i m ô n i o c u l t u r a l e d i f i c a d o d a r e g i ã o m e t r o p o l i t a n a d e C u r i t i b a : c a t á l o g o

1 9 7 7 - 2 0 1 6 / 2 0 2 2 / c o o r d e n a ç ã o L e t í c i a N a r d i . - -

1 . e d . - - C u r i t i b a , P R : F a r o l d o s R e i s , 2 0 2 2 .

V á r i o s c o l a b o r a d o r e s .

I S B N 9 7 8 - 8 5 - 6 9 1 2 6 - 1 0 - 2

1 . C u r i t i b a ( P R ) - H i s t ó r i a 2 . E d i f í c i o s

3 . P a t r i m ô n i o c u l t u r a l - C u r i t i b a ( P R )

4 . U r b a n i s m o - C u r i t i b a ( P R ) I . N a r d i , L e t í c i a .

EQUIPE

LETÍCIA NARDI

ARQUITETA E URBANISTA - COORDENADORA

MARIA LUCIA VIANNA BAPTISTA BORGES

ARQUITETA E URBANISTA

BERNARD CASSIANO GREIM ARQUITETO E URBANISTA

FÁBIO ANDRÉ CHEDID SILVESTRE ADVOGADO E CURADOR

FERNANDA CHEFFER MOREIRA

JORNALISTA

DANIELLE DALAVECHIA

EDITORAÇÃO

APOIO INSTITUCIONAL

COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – COMEC

MAIO DE 2022

Índices para catálogo sistemático:

1 . P a t r i m ô n i o c u l t u r a l : M e m ó r i a e p r e s e r v a ç ã o

3 6 3 . 6 9

A l i n e G r a z i e l e B e n i t e z - B i b l i o t e c á r i a - C R B - 1 / 3 1 2 9

PROFICE 6735

EDITAL No: 001/2017

SEEC - SECRETARIA ESTADUAL DE CULTURAINCENTIVO FISCAL/MECENATO SUBSIDIADO

ÁREA: PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL

SEGMENTO: INVENTÁRIO, PESQUISA E DIAGNÓSTICOS REFERENTES AO PATRIMÔNIO MATERIAL (MÓVEL E IMÓVEL), IMATERIAL E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

PROPONENTE: LETÍCIA NARDI

WWW.PATRIMONIORMC.COM.BR

CONTATO@PATRIMONIORMC.COM.BR

FOTO CAPA: PAÇO DA LIBERDADE (1977).

2 2 - 1 2 0 1 5 9 C D D - 3 6 3 . 6 9

PREFÁCIO

por Cyro Corrêa de Oliveira Lyra

O projeto cultural Patrimônio Edificado da Região Metropolitana de Curitiba, amparado na lei estadual de incentivo à cultura possibilita um reencontro com o acervo arquitetônico daquela região inventariado em 1977. Sob a competente coordenação da arquiteta Leticia Nardi, a equipe do projeto retomou de 2019 a 2022 a pesquisa iniciada em 2016, deslocando-se pelas estradas, caminhos e trilhas percorridas para elaboração do Plano de Preservação do Acervo Cultural da Região Metropolitana de Curitiba.

O Plano, desenvolvido em 1977, foi promovido pela Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) em conjunto com o Ipardes (instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) e resultou em um inventário de 1150 edificações situadas nos quatorze municípios que constituíam, na época, a Região Metropolitana de Curitiba. O trabalho

foi desenvolvido sob minha coordenação por uma equipe multidisciplinar composta por três arquitetos e dois historiadores, sendo a pesquisa de campo desenvolvida por estudantes universitários - treze de arquitetura e seis de história.

Assim como o projeto cultural aqui apresentado, aquele plano constituiu-se em mais uma das ações que conferem ao Paraná uma posição de destaque pela sua trajetória no campo da preservação cultural, marcada por uma série de iniciativas e ações desenvolvidas pelos governos do estado e de sua capital. É importante observar que o Paraná foi o terceiro estado a ter uma legislação de proteção. Foi precedido, apenas, por Pernambuco e Bahia.

A ação paranaense tem início em 1948 com a criação do Conselho Consultivo do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná. Naquele momento, o patrimônio cultural

material protegido através da inscrição nos Livros do Tombo do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), totalizava 453 bens, sendo que somente 6 estavam situados em território paranaense.

Além do mais, essa meia dúzia de bens tinham sido tombados em 1938, ou seja, havia dez anos que nenhum bem situado no Paraná era reconhecido como de valor a nível nacional.

Sete anos depois da criação do Conselho, foi aprovada a lei estadual de proteção baseada no decreto lei 25 que, até hoje, regula a proteção federal dos bens culturais de expressão nacional. Foram iniciativas pioneiras, pois nessa época a proteção do patrimônio cultural, na maioria dos estados brasileiros, era feita exclusivamente pelo órgão federal, devido à omissão dos governos estaduais.

Entre as cidades brasileiras, Curitiba também foi pioneira na tarefa de proteção do patrimônio edificado através da legislação de

uso do solo urbano ao definir seu centro histórico, em 1966, no contexto do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

O patrimônio edificado na região metropolitana de Curitiba, inventariado em 1977, é singular devido à multiplicidade cultural resultante da diversidade étnica que moldou a sociedade paranaense contribuindo para o surgimento de edificações representativas da sociedade gerada, na região metropolitana da capital, pela convivência dos luso-brasileiros com os imigrantes, alemães, italianos, poloneses e ucraniano, que chegaram ao planalto no final do século XIX.

A consciência de que edifícios de valores culturais não se limitavam ao âmbito do município, mas que se estendiam à toda sua região metropolitana foi o que motivou, em 1977, o Plano de Preservação do Acervo Cultural da Região Metropolitana de Curitiba. No desenvolvimento desse projeto foi realizado um inventário de 1150 edificações situadas nos 14 (quatorze) municípios que constituíam, na época, a região metropolitana de Curitiba. Entre os resultados desse inventário situa-se a o Decreto nº 1547/79 que classificou um total de 586 edificações como Unidades de Interesse de Preservação (UIPs). Em Curitiba, a proteção das UIPs situadas no âmbito municipal, valeu-se do instrumento legal de transferência de potencial construtivo, abdicando-se dessa forma do uso do tombamento.

O projeto Patrimônio Edificado da Região Metropolitana de Curitiba nos traz um retrato atual do acervo descrito em 1977. Ao informar o que foi preservado e o que se perdeu, noticia também as iniciativas locais onde se destaca o estabelecimento de legislação de proteção, medida já implantada na metade dos municípios da região. Semdúvidas, o projeto se constitui em mais um capítulo da história da preservação do patrimônio cultural do Paraná.

Foto: 06.012.06 (1977)

SUMÁRIO I Apresentação 7 II Plano de 1977 11 III Projetos Culturais 2016-2022 21 IV A Região Metropolitana de Curitiba 29 V Catálogo dos Municípios 33 VI Eventos Culturais - Oficinas e Seminários 136 VII Considerações Finais 138

O projeto cultural Patrimônio Edificado da Região Metropolitana de Curitiba tem como ponto de partida a pesquisa realizada em 1977 para o Plano de Preservação do Acervo Cultural (PPAC-RMC), contratada pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento

Econômico e Social (Ipardes) para conhecer o patrimônio cultural edificado da região e gerar ações de planejamento a partir desse conhecimento.

Foto: 14.004 - São Jose dos Pinhais (1977)

APRESENTAÇÃO

A pesquisa realizada em 1977 revelou um acervo diverso que evidencia a presença e a influência de diversos grupos étnicos, de diversos ciclos econômicos vivenciados nessa região, além das expansões e estagnações inerentes à dinâmica urbana.

Ao longo do tempo, o processo social de transmissão das heranças culturais e históricas é abarcado por um processo oficial, que escolhe e regulamenta normativas para a preservação do patrimônio edificado. Em Curitiba, essa preservação se torna parte da política municipal de forma mais efetiva a partir de 1966 com o estabelecimento de diretrizes no Plano Diretor e em 1971 quando delimitado o Setor Histórico de Curitiba. Nesse contexto, a pesquisa de 1977 é uma das mais aprimoradas e amplas sobre o acervo de edificações antigas da região.

Coordenada pelo Arquiteto e Urbanista Cyro

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 7
Preservar os edifícios antigos e suas localidades ilumina o passado, materializam-se partes da história e das memórias urbanas, torna-se possível compreender as primeiras fases de ocupação desse território metropolitano.

Corrêa de Oliveira Lyra, a equipe, ampla e multidisciplinar, pesquisou mapas e caminhos antigos, ciclos econômicos, a história oficial e a história oral, percorreu estradas, estradinhas e becos para encontrar, escolher e registrar o acervo cultural a partir de uma base de informações regionais e de peculiaridades locais.

Configurando uma das etapas do PPAC-RMC, a pesquisa se configurou em um inventário com aproximadamente 1150 edificações pesquisadas, localizadas em Curitiba e nos 13 municípios que, à época, configuravam sua Região Metropolitana. Com uma abrangência maior, em Curitiba foram pesquisadas 577 edificações, das quais 363 foram inventariadas em uma etapa de aprofundamento de coleta e sistematização de informações. Essa pesquisa serviu de base para compor a lista constante no Decreto nº 1547/79, que definiu 586 edificações como Unidades de Interesse de Preservação (UIPs).

Na maioria dos municípios da Região Metropolitana, é uma pesquisa única, sem antecedentes, e muitas vezes desconhecida das gestões municipais mais recentes.

As informações ali presentes contribuem de diversas maneiras por meio dos dados históricos e arquitetônicos, das informações das localidades e das fotografias da época, que configuram um retrato importantíssimo desses municípios há quatro décadas, sendo base para pesquisadores, técnicos e gestores.

Para retirar esse acervo documental da prateleira e contribuir com a produção e difusão de conhecimentos sobre esse acervo patrimonial, o projeto cultural se propôs a rever o conteúdo do Plano de Preservação do Acervo Cultural (PPAC-RMC), cujos documentos originais pertencem à Comec. Iniciamos em 2016, com o projeto cultural Patrimônio Edificado de Curitiba: armazenamento digital e sistematização de informações das Unidades de Interesse de Preservação (UIPs), no âmbito da Lei de Incentivo à Cultura de Curitiba; e, seguimos de 2019 a 2022, com o projeto Patrimônio Edificado da Região Metropolitana de Curitiba, amparado na Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Paraná.

Nessa revisão, as etapas executadas se configuraram na pesquisa no acervo

da Comec referente à documentação existente sobre o PPAC-RMC; na sua digitalização integral; na atualização do registro fotográfico de edifícios e lugares inventariados em 1977; e na organização e sistematização, em ambiente digital, das informações pesquisadas, produzidas e digitalizadas. A intenção é que as informações existentes possam ser utilizadas de uma forma ampla e possam se relacionar facilmente com as informações existentes nas instituições gestoras do patrimônio edificado.

Nesse processo, um momento marcou: a realização do encontro com alguns membros da equipe que fez a pesquisa em 1977, os coordenadores Cyro Correia Lyra, José La Pastina Filho, Maria Lucia Vianna Baptista e Janir Simiema, além dos então estagiários, José Tadeu Smolka e Miguel Ostoja Roguski. Ficou evidente que as experiências e recordações daquele trabalho marcaram a vida profissional de cada um.

8 PATRIMÔNIO
CULTURALDA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

Para além do trabalho de pesquisa documental e de percorrer os municípios para a atualização fotográfica dos edifícios inventariados em 1977, esse projeto cultural conversou com os gestores municipais para conhecer as ações e políticas públicas voltadas para a preservação do patrimônio cultural local. Também, foram realizadas oficinas de educação patrimonial na maioria dos municípios envolvidos no projeto, com gestores, técnicos, membros de conselhos de cultura e patrimônio cultural, professores.

Para finalizar, foi realizado o seminário Patrimônio Cultural da Região Metropolitana de Curitiba: diálogos presentes, perspectivas futuras, nos dias 08 e 09 de dezembro de 2021, na plataforma virtual Google Meet, com a participação da COMEC, Superintendência do Iphan no Paraná, Coordenação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Comunicação e Cultura e de diversos representantes das gestões municipais que participaram mais ativamente do projeto.

O processo de pesquisa e principalmente esses momentos de interação com técnicos e gestores municipais, estaduais e federais evidenciaram a reflexão sobre a tônica metropolitana da preservação do patrimônio cultural, empreendida de modo primordial em 1977 e esquecida durante as décadas que se passaram, mas que agora se apresenta potencial, em função de novos marcos legais, como o Estatuto da Metrópole e da facilidade de estabelecer redes e conexões de gestão e de integração metropolitana, inerentes ao território da Região Metropolitana de Curitiba. Fica aí uma semente e uma base para começar a pensar nas ações.

Foto: 06.044 - Campo Largo(1977)

Foto: 05-010 - Campina Grande do Sul (1977)

O Plano de Preservação do Acervo Cultural da Região Metropolitana de Curitiba (PPAC-RMC) se configurou em uma pesquisa contratada pela Comec e Ipardes que visava produzir conhecimento sobre o acervo edificado que, na Região Metropolitana de 1977, constituísse exemplares expressivos como representantes da arquitetura edificada dos séculos XVIII e XIX por diferentes grupos étnicos.

O PLANO DE 1977

O registro dos antigos edifícios, por meio da metodologia do inventário, e a proposta de diretrizes para a sua preservação tiveram o propósito de embasar as políticas públicas do Estado para a salvaguarda desses bens culturais e constituir instrumento de apoio cultural aos projetos de desenvolvimento econômico programados para a região.

As etapas do PPAC-RMC foram executadas em 14 municípios que compunham a Região Metropolitana de Curitiba. Nesse contexto bastante abrangente, foi necessária uma logística que rendeu aproximadamente 20.114 quilômetros rodados e 3.420 fotografias. Envolveu uma grande equipe para a pesquisa de campo e para a sistematização de informações, principalmente, profissionais e estudantes da área de arquitetura e história.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 11
O contexto já apresentava urbanização mais intensa, implantação de indústrias e modificação dos hábitos e costumes, aspectos compreendidos como fatores determinantes da modificação do habitat, que acarretaram a destruição de uma gama desses exemplares.

O Plano se configurou em duas etapas distintas: o Inventário Analítico do Patrimônio Cultural e a definição de Diretrizes para a Preservação do Patrimônio Cultural.

Etapa 1 – Inventário Analítico do Patrimônio Cultural

Foi elaborado conforme modelos recomendados pela Unesco, aplicados em várias partes do mundo. Como ponto de partida, os pesquisadores recorreram às informações fornecidas pela iconografia antiga, tanto cartográfica, quanto artística; detiveram-se em textos relacionados a pesquisas históricas e descrições de viajantes; além das referências da tradição. Como base cartográfica, apoiaram-se no levantamento aerofotogramétrico realizado em 1972 pelo Governo do Estado. O Inventário foi executado em cinco etapas distintas:

1. PESQUISA DOCUMENTAL

Foi realizada a triagem de dados bibliográficos e cartográficos baseando-se no estudo da documentação referente à ocupação da região.

Os mapas históricos que tiveram maior serventia para a pesquisa foram os datados de 1728 e 1877.

Nessa etapa foi definido o quadro histórico da ocupação, considerando as seguintes temáticas: Economia do Ouro, Sesmarias e Fazendas, Os Caminhos Antigos, Indústria da Erva-Mate, Imigração e A Madeira e o Processo de Industrialização.

Essa etapa resultou em uma lista de exemplares arquitetônicos que serviria como ‘fio da meada’ para a realização da pesquisa de campo, considerando a existência de residências, capelas, moinhos e engenhos. Porém, ao verificar as condições de aproximadamente 200 edifícios elencados inicialmente, concluiu-se que apenas aproximadamente uma dezena estava em condições de preservação.

2. PESQUISA DE CAMPO PRELIMINAR

Foi executada uma varredura nos municípios, tendo como base a pesquisa documental e informações orais coletadas nos locais. Com a utilização de uma ficha específica, foram coletados dados preliminares, como:

localização, características tipológicas, técnicas construtivas, estado geral.

A documentação fotográfica foi registrada em fichas documentais de detalhes arquitetônicos. Essa etapa findou com a listagem de 1145 edificações que passaram por uma avaliação na etapa seguinte.

3. AVALIAÇÃO DA ARQUITETURA

Foram definidos critérios de avaliação para o enquadramento dos edifícios em três categorias.

A) obras de características excepcionais segundo os critérios semelhantes aos ditados pela legislação do patrimônio brasileiro. Considerou-se o valor histórico não só o relacionamento com fatos ou figuras históricas, mas também sua correlação com os ciclos econômicos da história regional.

B) são aquelas obras de valor documental. Não possuindo qualidades excepcionais como peça histórica ou artística, apresentam, contudo, um valor documental essencial para a leitura da história da região.

C) abrangem as unidades desprovidas de qualidades plásticas, de significado histórico

12 PATRIMÔNIO CULTURAL
REGIÃO METROPOLITANA
CURITIBA
DA
DE

ou documental, mas que podem eventualmente ser incluídas em diretrizes de preservação a nível municipal na medida em que sua salvaguarda se torne importante para a comunidade.

Foram excluídas, nessa etapa da pesquisa, as edificações que não se enquadravam em pelo menos uma dessas três categorias.

4. PESQUISA HISTÓRICO-ARQUITETÔNICA

Nessa etapa, a pesquisa de campo aprofundou a coleta de informações sobre alguns edifícios. Para as edificações classificadas nas categorias A e B foram realizados levantamento histórico e arquitetônico. Por meio de fontes orais e documentais foram coletadas informações sobre a história e a origem de cada uma. A partir de levantamentos arquitetônicos, foram elaborados desenhos em planta na escala 1:100. Para todas as edificações, as informações foram complementadas, assim como a documentação fotográfica.

5. ANÁLISE QUALITATIVA DO INVENTÁRIO

Após reunir informações quantitativas e qualitativas, a última etapa delineou um quadro evolutivo da arquitetura pesquisada, definindo períodos – Anterior a 1850, 1850-1890, 1890-1920 e 1920-1940 – e uma classificação tipológica baseada em fatores como origem cultural, programa de uso, técnica construtiva e linguagem formal, classificando os edifícios em: arquitetura lusobrasileira; arquitetura neoclássica e eclética com vocabulário

Foto: 05-010 - Campina Grande do Sul

MUNICÍPIOS

01. Almirante Tamandaré

02. Araucária

03. Balsa Nova

04. Bocaiuva do Sul

05. Campina Grande do Sul

06. Campo Largo

07. Colombo

08. Contenda

09. Curitiba

10. Mandirituba

11. Piraquara

12. Quatro Barras

13. Rio Branco do Sul

14. São José dos Pinhais

neoclássico; arquitetura romântica tipo “chalet”; arquitetura eclética com influência do imigrante alemão; arquitetura romântica tipo neogótica; arquitetura do imigrante polonês; arquitetura do imigrante italiano; arquitetura do imigrante alemão; e arquitetura aculturada.

No total, foram classificados e inventariados 760 edifícios na área de pesquisa, conforme descrito no Resumo do Inventário.

Etapa 2 – Diretrizes para a Preservação do Patrimônio Cultural

A definição de diretrizes para a preservação do acervo edificado se pautou no entendimento de que não era possível preservar todos os exemplares de arquitetura antiga existentes e na necessidade de definir linhas de ação diversas, devido à heterogeneidade do acervo e à diversidade na capacidade de atuação de cada município.

Foram propostas cinco linhas de ação:

1. Revitalização de uso através da reciclagem de edificações antigas;

2. Dinamização cultural através da implantação de um programa de Casas de Cultura Municipais;

3. Complementação cultural através da criação de museus a nível regional – Museu do Mate e Museus do Colono;

4.Desenvolvimento turístico através da equipamentação de polos e do estabelecimento de um roteiro turístico das Colônias;

5. Instrumentos a nível estadual e municipal – atuação do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (tombamentos, atualização constante do inventário, orientação técnica e realização de obras de reestruturação e manutenção indicadas no inventário); criação de um Setor de Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental do Município de Curitiba; criação de uma legislação de proteção paisagística para a proteção da escala urbana antiga de Araucária, São José dos Pinhais e Campo Largo; isenção ou redução de imposto predial como incentivo a nível municipal; estabelecimento de programas de financiamento municipal de obras de restauração e conservação.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 15

Equipe de elaboração e execução do Inventário de 1977

ARESTA ARQUITETURA E RESTAURO LTDA COORDENAÇÃO

Cyro Corrêa de Oliveira Lyra - Coordenador Geral

Janir Simiema Pusch

José La Pastina Filho

Maria Lucia Vianna Baptista Borges

HISTÓRIA

Maria Ivone Bergamini Vannuchi

Teresa Furtado

Consultoria Geral

Newton Carneiro

Assessoria de História

Brasil Pinheiro Machado

Edwino Tempski

Ruy Christovam Wachovicz

Foto: 08-021 - Contenda (1977)

Pesquisa de Campo

HISTÓRIA

Isa Betina Jurk

Elinah Gonçalves Figueiredo

Miguel Antônio Leoni Gaissler

Nadia Vivian Rodrigues

Priscila Ribeiro Ferreira

Vera Regina Biscaia Vianna Baptista

ARQUITETURA

Dalmo Vieira Filho

Elisabete França

Francisco Vaz Lino Faria

Joaquim Waltrick

José Tadeu Smolka

Luiz Fernando Braga

Maria Cristina Wolff de Carvalho

Maria Leonor Roguski

Miguel Ostoja Roguski

Sergio Fressato

Suely Barata Moutinho

Viviany Santos

Waldir Assis Filho

APOIO

Maria Teresa Wolff de Carvalho

Paulo Roberto Gasparin

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PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA Foto:
01-010-12 (1977)
Foto:
14-001-04 (1977)
Foto:
06-031-06 (1977)
PATRIMÔNIO CULTURAL DA
METROPOLITANA DE
19
REGIÃO
CURITIBA
Foto: 02-031-02 (1977) Foto: 12-002-10 (1977) Foto: 06-050-02 (1977) Foto: arquivo COMEC, 1977.

Foto: 01-002 - Almirante Tamandaré (1977)

A pesquisa realizada em 1977 foi tão grandiosa que foi necessária a execução de dois projetos culturais distintos para abrangê-la em sua totalidade.

PROJETOS CULTURAIS 2016-2022

O objetivo de ambos foi revisitar e digitalizar o conteúdo do Plano de Preservação do Acervo Cultural da Região Metropolitana de Curitiba (PPACRMC), realizado em 1977. Esse processo iniciou-se com o acervo referente à Curitiba, no primeiro projeto, e foi complementada pelo acervo dos demais municípios envolvidos na antiga pesquisa, no segundo projeto.

Em 2016, foi executado o projeto cultural Patrimônio Edificado de Curitiba: armazenamento digital e sistematização de informações das Unidades de Interesse de Preservação (UIPs), por meio da Lei de Incentivo à Cultura de Curitiba, com recursos do Fundo Municipal de Cultura (Edital nº 27/2015). Entre 2019 e 2022 foi executado o projeto cultural Patrimônio Edificado da Região Metropolitana de Curitiba, contemplado no 2º Edital do Profice.

A documentação original referente ao PPAC-RMC encontra-se, há mais de quatro décadas, bem acondicionada na Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Encadernações, fichas, pranchas em papel vegetal e negativos fotográficos estão guardados em suas pastas, capas e caixas de origem, que, de um modo geral, bem conservam os suportes físicos das informações.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 21

Ao longo desse tempo, a documentação foi pesquisada pelos municípios, por profissionais e pesquisadores que se dispuseram a ir até o local. Também era possível consultar essas informações em instituições como o Ippuc, a Fundação Cultural de Curitiba e a Coordenação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, porém em fotocópias que, em alguns casos, não permitiam sua apreensão total, em função do tamanho e pouca nitidez.

Tornou-se unânime entre os pesquisadores da área da arquitetura e da preservação do patrimônio cultural, a importância desse trabalho, tanto por seu embasamento científico, quanto por seu valor de referência temporal. Passados mais de quarenta anos, considerando a dinâmica urbana intensa Região Metropolitana de Curitiba, é possível rever informações e imagens de edifícios e seus entornos imediatos. Entrar em contato com o acervo documental e fotográfico e inseri-lo em suporte digital teve a pretensão de conhecer e difundir as informações, relacioná-las com as informações atualmente existentes e

fomentar a produção de novos conhecimentos sobre edifícios e municípios pesquisados. Para além da pesquisa documental e da pesquisa de campo, o projeto cultural estabeleceu contato com os municípios, por meio de gestores municipais e técnicos envolvidos na área cultural. A interação com os municípios possibilitou compreender a realidade das políticas públicas e da gestão da preservação do patrimônio cultural, no âmbito municipal. Foram realizadas oficinas com gestores, técnicos, integrantes de conselhos municipais e professores, gerando troca de conhecimentos e diálogos que ampliaram a noção de patrimônio cultural dos diversos territórios pesquisados. Para finalizar, foi realizado o seminário Patrimônio

Cultural da Região Metropolitana de Curitiba, reunindo representantes dos entes municipais, estadual e federal. O projeto cultural seguiu as seguintes etapas:

PESQUISA NO ACERVO DA COMEC

A documentação se configura em Cadernos Técnicos (Proposta e Plano de Preservação do Acervo Cultural), Fichas de

Inventário, Fichas Históricas, Pranchas de Levantamento e Negativos Fotográficos. No processo de pesquisa, foi detectada a ausência das Fichas Históricas de 34 edificações situadas nos municípios de Balsa Nova (5), Bocaiúva do Sul (1), Campina Grande do Sul (3) e Campo Largo (25). Assim como, foram extraviados 26 negativos fotográficos de edificações situadas nos municípios de Araucária (1), Bocaiuva do Sul (19) e Campo Largo (6).

DIGITALIZAÇÃO INTEGRAL DA DOCUMENTAÇÃO EXISTENTE NO ACERVO

DA COMEC

Inicialmente foram digitalizados os documentos, fichas e negativos fotográficos referentes ao município de Curitiba e os Cadernos Técnicos gerais. Em um segundo momento foram digitalizados as fichas e negativos fotográficos referentes aos demais municípios participantes da pesquisa.

A etapa de digitalização contemplou na íntegra a documentação existente.

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PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 23 DOCUMENTO FORMATO QUANTIDADE Cadernos Técnicos: Proposta, Plano de Preservação do Acervo Cultural, Critérios de Avaliação. A4 2350 unidades Fichas de Inventário A4 760 fichas Fichas Históricas A4 124 fichas Levantamento Arquitetônico A3 159 pranchas Negativos Fotográficos 5x5cm 2350 unidades Ficha
Inventário
de
Ficha Histórica
Ficha de Levantamento

ATUALIZAÇÃO DO REGISTRO FOTOGRÁFICO

Com os documentos em ambiente digital, a próxima etapa foi identificar a localização dos edifícios e lugares inventariados. Em 2016 esse processo foi realizado em Curitiba e entre 20192022 nos municípios da Região Metropolitana participantes da pesquisa. Nesse processo de busca, foram considerados os edifícios existentes e os lugares daqueles que foram demolidos. Nos demais municípios da RMC, foram utilizadas as fotos aéreas de 1985, do acervo da COMEC, possibilitando o reconhecimento de alguns edifícios e localidades.

Inicialmente foram utilizados recursos de programas como o Google Maps, Google Earth e Street View para o mapeamento preliminar. Em Curitiba, o Setor de Geoprocessamento do Ippuc, disponibilizou os arquivos digitais da foto aérea e a restituição de 1972, que facilitaram, principalmente, a localização de edifícios demolidos. Nos demais municípios, foram utilizadas as fotos aéreas de 1985, do acervo da COMEC, possibilitando o reconhecimento de alguns edifícios e localidades. Os registros fotográficos de 2016 foram realizados por Maria Angela

Biscaia Vianna Baptista, Maria Lucia Vianna Baptista Borges e Letícia Nardi, em 16 dias de incursões a campo.

Entre 2019 e 2022, os registros fotográficos foram realizados por Letícia Nardi e Bernard Cassiano Greim, em 46 dias de pesquisa de campo. O trabalho de campo foi o momento de refazer os caminhos da antiga pesquisa, confrontar informações, reconhecer lugares, constatar transformações. A vivência de encontrar edifícios existentes em bom estado de conservação ou edifícios que não tinham sido encontrados nas buscas virtuais, foi especial.

Os lugares vazios, as transformações abruptas, os edifícios abandonados ou arruinados geraram decepção e tristeza. As maiores surpresas e emoções foram vividas ao encontrar famílias que ainda permaneciam nos imóveis, descendentes dos antigos proprietários, que contaram histórias, que se surpreenderam com as informações e imagens da década de 1970.

O trabalho apresentou dificuldades inerentes a esse tipo de pesquisa: em alguns casos foi difícil encontrar o imóvel ou a sua localização, devido a mudanças de

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 25
Foto: 03-009 - Balsa Nova (1977)

numeração; erros na descrição do endereço; ou alterações na configuração das ruas, principalmente nas áreas mais afastadas do centro e das sedes dos municípios, cujas ruas e estradas, em 1977, não possuíam nomes oficiais. Nesse sentido, apesar dos esforços, não foi possível identificar a localização de algumas edificações, mesmo após a consulta a interlocutores locais. Alguns casos apresentam diferenças do número descrito no endereço, tornando-o sem nexo na configuração atual das cidades; ou os endereços e localidades descritos e os croquis de localização representados na Ficha do Inventário não fornecem informações suficientes para a localização do edifício.

ORGANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO

EM AMBIENTE DIGITAL

A etapa de sistematização das informações em ambiente digital considerou a forma de organização utilizada no próprio Plano de Preservação do Acervo Cultural, onde cada município foi designado por um número, em ordem alfabética. Assim como os municípios, cada edifício ganhou um número complementar

de identificação, por exemplo, em Almirante Tamandaré, o município 01, os edifícios foram classificados pelos números 01.001, 01.002 (...). No ambiente digital, os dados foram agrupados em pastas distintas para cada município e, dentro dessas pastas, foi gerada uma pasta para cada edifício, agrupando os arquivos referentes a Ficha do Inventário, Ficha Histórica, Levantamento Arquitetônico, Imagens de 1977 e Imagens atualizadas. No caso de Curitiba, as pastas contendo os arquivos digitais dos edifícios foram organizadas a partir da numeração da Indicação Fiscal do lote, que é a forma como a gestão municipal organiza os dados das Unidades de Interesse de Preservação (UIPs). Para tanto, foi realizada uma pesquisa no Setor de Patrimônio Histórico do IPPUC para que essa integração fosse realizada. Os arquivos digitais do primeiro projeto, portanto relacionados ao município de Curitiba, foram incorporados nesse projeto. Para cada Prefeitura Municipal foi entregue um jogo contendo um catálogo e uma mídia digital com os arquivos gerais e os arquivos referentes a todos os municípios

envolvidos na pesquisa. O material foi disponibilizado também para instituições como Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, Coordenação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e Superintendência do Iphan do Paraná.

MAPEAMENTO DAS EDIFICAÇÕES E LUGARES

Durante o processo de pesquisa de campo e na sistematização das informações foram coletados dados para a atualização dos endereços dos edifícios e para a localização a partir das coordenadas geográficas.

Hoje, com a evolução dos recursos digitais foi possível estabelecer esse mapeamento. Sua forma geral apresenta a dimensão da pesquisa em termos territoriais totais. Com os dados mapeados, é possível estabelecer análises regionais. Dentro de cada município, é possível ter uma visão do patrimônio edificado a partir do acervo pesquisado e daquilo que é remanescente.

Os dados obtidos foram inseridos na plataforma Google Maps e integrados a imagens de cada edifício.

DIFUSÃO DAS INFORMAÇÕES

Para além da sistematização das informações e da disponibilização para as instituições públicas, desde o início, o projeto se propôs a difundir a pesquisa. Nesse contexto foram criados o site e as redes sociais identificadas com o nome Patrimônio RMC. O endereço www.patrimôniormc.com.br foi sendo construído, modificado e alimentado durante todo o processo de pesquisa. Para além do site do projeto, os arquivos digitais das fichas e imagens de 1977 estão disponibilizados integralmente no site da COMEC, na aba Acervo Técnico - Plano de Preservação do Acervo Cultural.

As redes sociais (Instagram e Facebook) proporcionaram a comunicação direta com um público diverso. Admiradores de imóveis antigos e da história das cidades, moradores dos municípios pesquisados que encontram suas referências urbanas e familiares, familiares que estão longe e reencontram edifícios de sua infância, gestores e pesquisadores da história, da arquitetura e do patrimônio cultural.

O contato estabelecido a partir da temática da pesquisa conecta universos distintos e evidencia a importância da memória urbana para a identidade de cada indivíduo, de cada família e dos grupos sociais. Esse amálgama de vozes e interlocuções evidencia uma trama de relações que não é tão evidente, mas estrutura o viver cotidiano.

Foto: 14-001 - São José dos Pinhais (1977)

A disponibilização no site do projeto permite que o usuário consulte um conjunto de informações sobre cada uma das unidades pesquisadas.

Foto: 06.034 - Campo Largo (1977)

REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

tendo seu ponto de saturação à partir dos setenta. A unidade metropolitana de Curitiba se intensifica com a elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) em 1978 e atualizado em 2006, onde as questões de interesse comum passam a ser mais bem definidas, especialmente para distribuir as vantagens comparativas e as responsabilidades decisórias para além da capital. É neste contexto do PDI que foram desenvolvidos os estudos do PPAC- RMC, em 1977. Com o Estatuto das Cidades (Lei 10.257- 2001) e recentemente com a promulgação do Estatuto da Metrópole (Lei 13.089-2015), a dinâmica coparticipativa de cada ente municipal é a nova razão do desenvolvimento. A atualização dos dados referentes ao patrimônio cultural edificado visa colaborar com os estudos necessários à proposição do novo PDI, demandado pelo atual Estatuto da Metrópole.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 29
A Região Metropolitana de Curitiba foi instituída através da Lei Federal Complementar nº 14, de 8 de junho 1973, juntamente com outras seis (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, Belém e Fortaleza), determinadas de forma centralizada pelo governo federal, em resposta à célere urbanização por que vinha passando o Brasil a partir de 1950,
30
Região Metropolitana de Curitiba, também conhecida como Grande Curitiba, reúne 29 municípios do estado do Paraná em relativo processo de conurbação. Estimativas de 2008 do IBGE apontam que a Região Metropolitana de Curitiba totaliza 3.260.292 habitantes, sendo a segunda mais populosa do sul do país e a oitava do Brasil.
também a 118ª maior área metropolitana do mundo. MUNICÍPIOS EM NÚMEROS Oceano Atlântico 7150000 7250000 600000 650000 700000 750000 7100000 7200000 7300000 PORTO AMAZONAS JAGUARAÍVA PIRAÍ DO SUL PONTA GROSSA PALMEIRA CASTRO SENGES GUARATUBA MORRETES ANTONINA GUARAQUECABA MATINHOS ANTONIO OLINTO PARANAGUÁ PONTAL DO PARANÁ SÃO JOÃO DO TRIUNFO ESTADO DE SÃO PAULO ESTADO DE SANTA CATARINA ESTADO DE SANTA CATARINA RIO BRANCO DO SUL FAZENDA RIO GRANDE AGUDOS DO SUL BALSA NOVA LAPA CAMPO MAGRO ARAUCÁRIA CONTENDA CAMPO LARGO QUITANDINHA MANDIRITUBA ITAPERUÇU ALMIRANTE TAMANDARÉ CURITIBA DR ULYSSES CERRO AZUL BOCAIÚVA DO SUL TUNAS DO PARANÁ PIRAQUARA QUATRO BARRAS TIJUCAS DO SUL PINHAIS COLOMBO SÃO JOSÉ DOS PINHAIS ADRIANÓPOLIS CAMPINA GRANDE DO SUL RIO NEGRO CAMPO DO TENENTE PIÊN N N 0 10km REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA NUC Núcleo Urbano central Fonte: COMEC, 2012 NUC (Núcleo Urbano Central) MUNICÍPIOS ATINGIDOS PELO NUC MUNICÍPIOS NÃO ATINGIDOS PELO NUC SISTEMA VIÁRIO LIMITES MUNICIPAIS MANCHA URBANIZADA 2004* Campo Largo 2000 LEGENDA
A
É

MUNICÍPIOS PESQUISADOS NO INVENTÁRIO DE 1977.

FONTE: GRÁFICO NO CADERNO PATRIMÔNIO CULTURAL EDIFICADO DA RMC (2019),

BASEADO EM ESTIMATIVAS IBGE (2008).

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

31

CATÁLOGO DE MUNICÍPIOS

Passados mais de quarenta anos da elaboração do inventário para o Plano de Preservação do Acervo Cultural da Região Metropolitana, as informações ali contidas se tornaram uma fonte importante de pesquisa, tanto para as instituições responsáveis pela gestão do patrimônio edicado, quanto para pesquisadores externos.

O catálogo disponibilizado tem o propósito de apresentar os dados da pesquisa de 1977 em consonância com as informações atualizadas em 2016 e entre 2019 e 2022. O suporte físico da publicação tem as suas limitações, portanto, agrega dispositivos para a consulta online.

Cada edifício está identificado com o número definido na Ficha de Inventário e representado por uma imagem de 1977. Junto a imagem está sinalizada sua condição em 2016 (Curitiba) ou 2020 a 2022 (demais municípios) – Existente, Demolido, Modificado, Não encontrado.

Os documentos originais, digitalizados, poderão ser consultados no QR CODE ao lado ou no site da Coordenação da Região Metropolitana deCuritiba.<http://www.comec.pr.gov.br/Pagina/Planode-Preservacao-do- Acervo-Cultura >.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 33
Porém, sua existência somente em suporte físico dificultava e restringia o acesso à informação.
Os projetos culturais executados a partir dessa pesquisa possibilitaram a digitalização do acervo e a atualização das informações. A evolução da tecnologia permitiu a utilização de recursos mais adequados para sistematizar as informações, que poderão ser complementadas ao longo do tempo e utilizadas em outras pesquisas e trabalhos.

1. ALMIRANTE TAMANDARÉ

Antigo povoado de Nossa Senhora da Conceição do Cercado, depois conhecido como Timoneira, Almirante Tamandaré teve momentos conturbados politicamente entre 1930 e 1950, nos quais passou a integrar Rio Branco do Sul, Curitiba e, por fim, Colombo, do qual se emancipou em 1947. A partir de 1956, a cidade ganhou o nome de Almirante Tamandaré, em homenagem ao Marquês de Tamandaré, almirante e patrono da Marinha do Brasil. O município possui grande riqueza natural, na qual se estruturam boa parte de suas atividades econômicas e turísticas, impulsionando a preservação ambiental.

A equipe de 1977 pesquisou uma área significativa de Almirante Tamandaré, que também abrangia o território do atual município de Campo Magro. Em 2020 e 2021, a pesquisa de campo perpassou localidades como Marmeleiro, Juruqui, Lamenha Pequena, Taboão, Colônia Gabriela, Tranqueira, Areias, entre outras. A dificuldade com os dados existentes e a complexidade do território nos fizeram retornar duas ou três vezes a cada

lugar. Assim, o auxílio da pesquisadora Janice Collodel Costa e da equipe da Prefeitura Municipal, que em alguns momentos percorreram as localidades junto conosco, foi preciso e importante. Se destacam, a preservação do edifício da Biblioteca Harley Clóvis Stocchero (01-001), a batalha familiar para a preservação do Moinho Weigert (01-005) e o emocionante encontro da família Siqueira com as imagens da sua casa antiga (01-025). A pesquisa de campo constatou a preservação de 51% do inventário de Almirante Tamandaré, contra 32% de demolições, número que pode ser ainda maior, visto que 14% dos imóveis não foram encontrados. 3% permanecem preservados com modificações. O formulário de pesquisa enviado para o Departamento de Cultura do município apontou a existência de imóveis de interesse de preservação por parte da população, como a Capela Nossa Senhora da Luz (Marmeleiro), Piscina dos Padres (Botiatuva), Casa da Família Trevisan (Marmeleiro), Oratório Santo Isidoro (Lamenha Grande), Sociedade Educativa

Tanguá e a Antiga Maternidade e Fórum (Centro). O documento também evidenciou a existência de manifestações culturais relevantes, como a Festa do Morango (São Miguel), Baile da Coroa (Colônia Antônio Prado) e Pastel de Varana. Publicada em 2010, a Lei n° 1497 dispõe sobre a preservação do patrimônio natural e cultural de Almirante Tamandaré e a instituição do Conselho Municipal de Cultura, que encontra-se desativado.

No momento da Oficina, realizada em 13 de maio de 2021 (via plataforma virtual), o contato com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e a participação massiva de professores evidenciou o enfoque educacional da preservação do patrimônio cultural, abrangendo temas como a história e a identidade do município frente a um contexto metropolitano que, por vezes, suprime as especificidades. A participação na oficina demonstra que isso tem sido trabalhado de forma ampla, com a proposta de inserir as temáticas no currículo escolar de maneira efetiva.

Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada

34 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
nFoto: 001 - Biblioteca Harley Clóvis Stocchero (2020)
36
DO MUNICÍPIO 1 - ALMIRANTE
37
: n
n
n
n
CATÁLAGO
TAMANDARÉ
Legenda
Existente
Demolida
Não Encontrada Modificada *Território atual do Município de Campo Magro. n 002 (2020) n 003 (1977) n 004 (1977) n 005 (2021) n006 (1977) n 007 (2020) n 008 (1977) n 009 (1977) n 010 (1977) n 011 (1977) n 012 (2020) * n 013 (2020) * n 014 (2020) n015 (1977) n 016 (2020) n 017 (1977) (não foi possível entrar) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
38 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 1 -
ALMIRANTE
TAMANDARÉ Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada *Território atual do Município de Campo Magro. n 018 (1977) n 019 (1977) n 020 (1977) n 021 (1977) * n 022 (2020) n 023 (1977) n024 (1977) n 025 (1977) n 026 (1977) n 027 (2020) n 028 (2021) n 029 (1977) n 030 (2020) n 031 (2020) n 032 (2021)
CATÁLOGO DO
n 033 (2020) MUNICÍPIO
DO MUNICÍPIO 1 - ALMIRANTE TAMANDARÉ 39
: n
n
n
n
CATÁLAGO
Legenda
Existente
Demolida
Não Encontrada
Modificada *Território atual do Município de Campo Magro. n 034 (1977) n 035 (1977) n 036 (2020) n 037 (1977) n 038 (1977) n 039 (2021) n 040 (1977) n 041 (1977) n042 (2020) n 043 (2021) n 044 (1977) n 045 (1977) n 046 (2021) n 047 (1977) n 048 (2021) * n 049 (2020) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
40 CATÁLAGO DO
MUNICÍPIO
1
- ALMIRANTE TAMANDARÉ Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada *Território atual do Município de Campo Magro. n 050 (2020) n 051 (1977)* n 052 (1977)* n 053 (2020)* n 054 (2020)* n055 (2021)* n 056 (1977)* n 057 (1977)
26/06/2022 19:29
CATÁLOGO
n058 (2020)* 059 (2022)
01_059.JPG
DO MUNICÍPIO

2. ARAUCÁRIA

Inicialmente foi conhecida como Tindiquera, devido a uma grande tribo indígena que ali vivia. Atrativa por ser uma região de campos e matas em que predominavam a Araucária e a Imbuia, teve parte do seu território doado como sesmaria em 1668, dando início a ocupação com fins de cultivo da terra e criação de gado. A partir de 1870, a região recebeu grande contingente de imigrantes europeus, sendo primeiramente os poloneses e depois os alemães, italianos e ucranianos. Araucária foi criada oficialmente em 1890. Desde então, os ciclos econômicos locais passaram pela erva-mate, exploração madeireira, agroindústria, entre outros, sendo atualmente um dos principais pólos industriais do sul do Brasil.

Em 1977, a pesquisa para o inventário abarcou o território completo de Araucária, com destaque para a região central e para a área da Colônia Thomas Coelho, onde se concentravam a maior parte das casas de tronco construídas pelos imigrantes poloneses

e seus descendentes. Em 2019, percorremos também as áreas de Guajuvira, Tietê, Campo Redondo, Roça Nova, Colônia Ipiranga e Colônia Cristina na busca dos edifícios registrados em 1977. A partir dos dados existentes, a grande dificuldade da pesquisa se deu pelo contexto de mudanças drásticas decorrente da implantação da Represa do Passaúna, com perdas de tecido urbano e, consequentemente, das edificações inventariadas. Se destacam, a preservação do edifício da Casa da Cultura (02-006), das duas pontes metálicas (02-014) e das edificações do Memorial da Imigração Polonesa (02-026 e 02027) e a existência de casas de tronco e tábuas de madeira em seus contextos de origem, como as casas das famílias Sperandio/Valentini (02055), Pirog (02-028), Burda (02-042), Novak (02043), entre outras.

Em relação ao inventário de 1977, a pesquisa de campo constatou a preservação de 39% dos imóveis e 34% de demolição, inclusive de parte expressiva dos edifícios no entorno da Praça Dr. Vicente Machado.

Não foi possível localizar 27% do inventário. Mesmo com a Lei n° 2970/2016, que dispõe sobre a política do patrimônio cultural do município e criou o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (COMPAC) e o Fundo Municipal do Patrimônio Cultural de Araucária (FUMPAC), não há ainda imóveis tombados pela municipalidade. O COMPAC reúne-se mensalmente e debate sobre a relevância de outros bens, públicos e particulares.

A Oficina virtual, realizada em 06 de maio de 2021, teve a participação da equipe do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres e dos componentes do COMPAC. Ficou evidente o enfoque da preservação da memória urbana a partir do trabalho consistente e de longo prazo realizado no Arquivo Histórico, com ações de pesquisa, documentação, conservação e difusão de informações. O Conselho, por sua vez, expôs os desafios da implantação efetiva de políticas públicas voltadas para a preservação dos edifícios e dos bens culturais do município.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 41
nFoto: 001 - Casa do Cavalo Baio (2020)
43
44 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 2 - ARAUCÁRIA
n
n
n
n
Legenda :
Existente
Demolida
Não Encontrada
Modificada
n 002 (1977) n 003 (1977) n 004 (2020) n 005 (1977) n006 (2020) n 007 (1977) n 008 (2020) n 009 (1977) n 010 (1977) n 011 (1977) n 012 (1977) n 013 (2021) n 014 (2020) n015 (1977) n 016 (2021)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 017 (2021)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 2 - ARAUCÁRIA 45 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n
n
n
n
n
n
n
n 030
n 031
n
DO MUNICÍPIO
018 (1977)
019 (1977) n 020 (1977)
021 (2021) n 022 (1977)
023 (1977) n024 (2021)
025 (1977) n 026 (2021)
027 (2021) n 028 (2021)
029 (1977)
(1977)
(1977) n 032 (2021)
033 (1977) CATÁLOGO
46 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 2 - ARAUCÁRIA
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 034 (1977) n 035 (1977) n 036 (1977) n 037 (1977) n 038 (2020)* n 039 (1977) n 040 (2021) n 041 (1977) n042 (2021) n 043 (2021) n 044 (2021) n 045 (1977) n 046 (1977) n 047 (1977) n 048 (1977) n 049 (1977)
CATÁLOGO DO
* Realocada - Bosque Papa João Paulo II em Curitiba MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 2 - ARAUCÁRIA 47 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 050 (1977) n 051 (1977) n 052 (1977) n 053 (2020) n 054 (2021) n 056 (1977) n 055 (2020) CATÁLOGO
DO MUNICÍPIO

3. BALSA NOVA

O povoamento da região de Balsa Nova começou em 1702, quando a região era conhecida como Tamanduá. Em 1709 foi iniciada a construção da Capela Nossa Senhora do Carmo, mais tarde conhecida como Capela de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá. Com o marco religioso, o povoado cresceu, fomentando o surgimento de outros núcleos no Vale do Iguaçu. A travessia do Rio Iguaçu era um entrave para o sucesso da região. Então, as famílias Alvarenga, Anjos e Chaves construíram uma balsa puxada por canoas que acabou sendo arrastada pelas águas. Em 1891, uma nova balsa surgiu, dessa vez tracionada por correntes. Com o triunfo do empreendimento, a região passou a ser conhecida como Balsa Nova. A partir de 1938, o distrito foi incorporado a Campo Largo e a sua independência só foi alcançada em 1961, com o desmembramento e a fundação do município de Balsa Nova, cujas principais atividades econômicas são a agropecuária e o ecoturismo.

Em 1977, o território de Balsa Nova foi pesquisado com maior concentração dos

registros no distrito de São Luiz do Purunã e na localidade do Bugre. Em 2020 e 2021, foi possível revisitar estruturas e edificações importantes preservadas, como a Capela do Tamanduá (03-002) e a Ponte dos Rio dos Papagaios (03-004), tombadas pela legislação estadual. Outras estruturas preservadas que chamaram a atenção foram Estação

Ferroviária Afonso Moreira (03-017) e a Capela Santo Antônio (03-013). Surpreendeu o encontro das ruínas da casa sede da Fazenda São Carlos (03-001) e a estrutura da ponte em pedra (03-003).

A pesquisa de campo no município apresentou um índice considerável de demolições, totalizando 48%, contra 48% de imóveis preservados e 4% modificados. No formulário enviado para a gestão municipal a fim de averiguar a existência de legislação, conselho e outras medidas de preservação patrimonial, foi possível constatar que não há nenhuma lei ou grupo oficial de debate sobre o assunto, ainda que existam imóveis reconhecidos pela população como

relevantes e a Festa do Milho, realizada há 22 anos, seja uma manifestação cultural de importância na localidade. Há, também, a Capela de Nossa Senhora da Conceição de Tamanduá, de 1730, tombada pelo Governo do Paraná e em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 25 de novembro de 2021 foi realizada a Oficina virtual conjunta com a participação dos municípios de Balsa Nova, Campina Grande do Sul, Contenda e Mandirituba, devido à dificuldade de contato e participação das gestões desses municípios no decorrer da realização do projeto. A participação de um componente da gestão municipal de Balsa Nova na oficina evidenciou os desafios de estabelecer ações voltadas para a preservação do patrimônio cultural no município, mesmo em um contexto vinculado às ações e atividades de cunho turístico, bastante difundidas na região. A Oficina foi gravada e está disponível no canal Youtube Patrimônio RMC. Legenda

48 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
: n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
nFoto: 001 - Fazenda São Carlos (2020).
50
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 3 - BALSA NOVA 51 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n
n
n
n
n
n
n
n
n 010 (1977) n 011 (2020) n
n 013
n 014 (1977) n015 (1977) n 016 (1977) n 017 (2021) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
002 (2020)
003 (2021)
004 (2020)
005 (1977)
006 (1977)
007 (1977)
008 (1977)
009 (1977)
012 (2020)
(2020)
52 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 3 - BALSA NOVA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 022 (1977) n 019 (2020) n 020 (2020) n 021 (1977) n 023 (2020)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 018 (1977)

4. BOCAIÚVA DO SUL

No fim do século XVII um incêndio devastador assolou a região onde hoje se encontra Bocaiúva do Sul, fazendo com que ficasse conhecida como Arraial Queimado. Em 1710, cotas da área foram concedidas em sesmaria a Domingos Fernandes Grosso. A partir de então, foram transferidas, vendidas e herdadas, terminando nas mãos de José Rodrigues Teixeira em 1756. O povoado progrediu, recebendo constantemente novos moradores, motivo pelo qual foi instalada uma capela no Sítio de Arraial Queimado. Em 1870, o local tornou-se freguesia e, já no ano seguinte, foi elevado à categoria de Vila. Em 1876, a Lei Provincial n° 273 definiu o Arraial Queimado como cidade. Nos anos seguintes, a nomenclatura seria alterada para Bocaiúva do Sul, em homenagem a Quintino Ferreiro de Souza Bocaiúva, então governador do Rio de Janeiro. Em 1932, o município foi anexado ao Capivari, e emancipado dois anos depois. Entre as atuais atividades econômicas, destacam-se a agropecuária e produção madeireira.

Em 1977 o amplo território de Bocaiúva do Sul foi pouco explorado pela equipe da pesquisa, apenas três edificações foram registradas. Em 2020, foi necessário recorrer ao conhecimento de pessoas da comunidade para encontrar os locais anteriormente pesquisados. Na Secretaria de Educação e Cultura nos indicaram algumas pessoas que conheciam melhor a região de Cabeça d’Anta, onde se encontrava um antigo moinho (04-002).

Somente encontramos restos de construção e algumas pedras de mó decorando a casa em frente. A única estrutura que restou da pesquisa de 1977 foi a Torre da Igreja (04-001).

De acordo com dados coletados com a gestão municipal através de formulário de pesquisa, foi apurado que não existe conselho de patrimônio e tampouco uma legislação específica de tombamento, ainda que três bens estejam protegidos por leis próprias de preservação, são eles: uma árvore Tipuana (Lei nº 325/10); a Torre da Igreja, inventariada em 1977 (Lei nº 126/96); e o Prédio da Câmara municipal

(Lei nº 170/19). Também existem outros bens relevantes histórica e socialmente reconhecidos pela população, como o Restaurante Broto, o Prédio da Secretaria Municipal de Educação, as Colunas de Pedra que indicam a antiga Estrada para São Paulo e a Capela do Cedrinho. Entre as manifestações culturais mais tradicionais estão as festas campeiras religiosas, que acontecem em diversas localidades.

A Oficina realizada em Bocaiúva do Sul, em 08 de dezembro de 2020, foi a primeira experiência online do projeto Patrimônio RMC. Os contatos já haviam sido feitos e a oficina agendada de forma presencial quando ocorreu a deflagração da pandemia de Covid-19, que impossibilitou a sua realização presencial. O novo formato possibilitou a interação com o público local e com pessoas de outros lugares. Apesar de haver poucas ações relacionadas à preservação do patrimônio cultural e da memória urbana no município, o interesse e o reconhecimento da importância da temática está claro em seu Plano Diretor.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 53
nFoto: 001 - Igreja/Torre (2020)
55
56 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 4 - BOCAIÚVA DO SUL Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 003 (1977) n 002 (1977)

5. CAMPINA GRANDE DO SUL

A história de Campina Grande começa em 1666, com o surgimento de um povoado no município de Arraial Queimado, atual Bocaiúva do Sul. Em 1873 tornou-se freguesia e, dez anos depois, foi elevada à categoria de vila, tornando-se independente de Arraial Queimado. Nos anos seguintes, o poder executivo foi organizado, sendo constituídas câmara dos vereadores e prefeitura. Em 1939, o município foi extinto e passou a ser um distrito com território em Piraquara e Bocaiúva do Sul. O status de município só foi restituído em 1951, sob o nome de Timbu. Alguns anos depois, por pressão popular, o nome passou a ser Campina Grande do Sul. Nas últimas décadas, a cidade apresentou desenvolvimento urbano acelerado e o surgimento de grandes indústrias, especialmente nos setores alimentício, moveleiro, de metal, plástico e tintas. O Pico Paraná, importante ponto de lazer e turismo de aventura, está localizado no município.

A pesquisa que resultou no inventário produzido em 1977 considerou especialmente

a área urbana da cidade, agregando somente algumas edificações nas regiões do Mandaçaia, Taquari e Palmerinha. Grande parte das edificações registradas em 1977 foram demolidas, sendo interessante registrar a emoção de um membro da família Crozetta ao rever as imagens da casa antiga pertencente a seus pais (05-009). Os edifícios preservados são a Igreja de Mandassaia (05-008), uma capela na localidade de Palmirinha (05-011) e o edifício que se tornou a Casa da Cultura (05-001), que foi restaurado em 1978 com participação técnica da equipe da COMEC. Certamente, o restauro foi uma iniciativa decorrente do Plano de Preservação do Acervo Cultural.

Dos demais imóveis inventariados foi possível constatar a existência de 27%. Já a porcentagem de demolição, de 64%, pode ser ainda maior, visto que 9% não foram encontrados na pesquisa de campo. O município não possui legislação e conselho de patrimônio cultural, apesar da realização periódica de eventos culturais e artísticos

e da existência de uma série de imóveis de interesse de preservação por parte da população, como as Casas Repinoski e Speranseta, ambas no bairro Araçatuba, o Engenho de Erva Mate Trevisan, em Mandaçaia, a Serraria Dalprá, no Engenho Velho, e o Casarão dos Ferreira, em Imbuial.

Em 25 de novembro de 2021 foi realizada a Oficina virtual conjunta com a participação dos municípios de Balsa Nova, Campina Grande do Sul, Contenda e Mandirituba, devido à dificuldade de contato e participação das gestões desses municípios no decorrer da realização do projeto. Apesar da não participação do município, o contato com os gestores do Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Ação Social, Família e Cultura evidenciou uma preocupação com a memória urbana, visto que as ações municipais e a pequena estrutura do Departamento não são suficientes para abarcar as demandas da preservação do patrimônio cultural. A Oficina foi gravada e está disponível no canal Youtube Patrimônio RMC.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 57
nFoto: 001 - Casa da Cultura (2020)
59
60 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 5 - CAMPINA GRANDE DO SUL
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 002 (1977) n 003 (1977) n 004 (1977) n 005 (1977) n006 (1977) n 007 (1977) n 008 (2021) n 009 (1977) n010 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n011 (2021)

6. CAMPO LARGO

A história de Campo Largo começou com a concessão de sesmarias no interior da Província do Paraná e, por muito tempo, a região foi conhecida como Freguesia do Tamanduá. A ocupação foi acentuada no início do século

XIX, quando o Capitão João Antonio da Costa, proprietário de terras da região, cedeu parte de sua propriedade para aqueles que possuíam interesse em cultivar e se instalar no local. Com o aumento populacional, o Capital doou uma imagem de Nossa Senhora da Piedade para a construção de uma capela, que deu origem à igreja matriz. Ao final do século XIX, Campo Largo se desmembrou de Curitiba e foi elevada à categoria de cidade. Além de abrigar variadas indústrias, o município é conhecido como ‘capital da louça’.

Em 1977, a equipe do PPAC-RMC percorreu intensamente o vasto território de Campo Largo registrando 118 edificações. Em 2021, foram necessários vários dias de pesquisa de campo para revisitar localidades como Ferraria, Bateias, Botiatuva Itaqui, Colônia Mariana,

Colônia Antônio Rebouças, Colônia Balbino Cunha (Campina), Bolinete, Colônia Dom Pedro II, Retirinho, Guabiroba, Dom Rodrigo, além de seguir pela Estrada do Cerne até Três Córregos e São Silvestre, quase extremo norte do município.

O auxílio do pesquisador autônomo Edson dos Santos Silva foi de grande valia para encontrar vários exemplares. Nesse percurso, ocorreram encontros especiais, dos quais destacamos a família Coelho e sua casa luso-brasileira (06024); a família Bianco, que preserva o barbaquá (06-079) dos seus antepassados e o mantém em funcionamento; e o encontro com o Sr. João Sarnetzki, citado na ficha de 1977, que permanece preservando a sua casa de madeira com lambrequim.

Mesmo com o intenso trabalho de pesquisa de campo realizado para atualizar o inventário, 14% dos imóveis não foram encontrados. Do restante, 43% foi modificado e os demais preservados. Desde 2014 a cidade conta com um Conselho de Política Cultural e, em 2019, foi criada a Lei n° 3.009 para regulamentar os processos

de tombamento municipal para patrimônios culturais materiais e imateriais. Nenhum bem foi tombado até o momento e um grupo de levantamento das manifestações culturais está em fase de implantação. A população local reconhece a importância de diversos imóveis, com destaque para o Casarão dos Chemin, o Museu Histórico do Mate (tombado em nível estadual) e prédios que ocupam função pública, como a Biblioteca e o Museu Histórico Municipal.

A Oficina em Campo Largo foi realizada de modo presencial, em 23 de novembro de 2021, na Casa da Cultura Dr. José Antônio Puppi. A articulação foi muito produtiva e o evento contou com a participação de gestores da área da cultura, vinculada a Secretaria de Esporte, Lazer e Cultura, além de funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e diversos pesquisadores e interessados. A oficina promoveu amplo debate sobre as potencialidades e desafios da preservação do patrimônio cultural, que consegue promover ações pontuais com relação a essa temática.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 61
nFoto: 032 - Antigo Engenho de Mate (2021)
63
64 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO
n 001 (1977) n 002 (2021) n 003 (2021) n 004 (1977) n 005(1977) n006 (2021) n 007(1977) n 008 (2021) n 009 (2021) n 010 (1977) n 011 (1977) n 012 (2021) n 013(1977) n 014 (1977) n015 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 016 (2021)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO 65 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 017
n 018
n 019
n
n 021 (1977) n
n
n
n
n
n
n 029
n 030
n
n
CATÁLOGO DO
(1977)
(2021)
(1977)
020 (1977)
022 (1977)
023 (1977)
024 (2021)
025 (2021)
026 (1977) n 027 (2021)
028 (1977)
(1977)
(2021)
031 (2021)
033 (2021)
MUNICÍPIO
66 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO
n 034 (2021) n 035 (1977) n 036 (2021) n 037 (1977) n 038 (1977) n 039 (2021) n 040 (1977) n 041 (1977) n042 (1977) n 043 (1977) n 044 (1977) n 045 (2021) n 046 (1977) n 047 (1977) n 048 (1977)
CATÁLOGO DO
n 049(1977)
MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO 67 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n
n
n
n
n
n
n
n
n
n
CATÁLOGO DO
050 (2021)
051 (2021)
052 (1977)
053 (1977)
054 (1977)
055 (1977) n 056 (1977) n 057 (2021) n 058 (1977) n 059 (2021) n 060 (1977)
061 (1977)
063 (1977) n 064 (1977)
065 (2021)
062 (1977)
MUNICÍPIO
68 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO
n 066 (2021) n 067 (2021) n 068 (2021) n 069 (1977) n071 (1977) n 072 (1977) n 073 (2021) n 074 (1977) n 075 (1977) n 076 (2021) n 077 (2021) n 078 (2021) n079 (2021) n 080 (2021) n 081 (1977)
CATÁLOGO DO
n070 (1977)
MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO 69 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 082 (1977) n 083 (1977) n 084 (2021) n 085 (1977) n086 (1977) n087 (2021) * n 088 (1977) n 089 (1977) n 090 (2021) n 091 (1977) n 092 (1977) n 093 (1977) n 094 (1977)
n
095 (1977) n 096 (2021) n 097 (1977) *Território atual do Município de Campo Magro. CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
70 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO n 098 (1977) n 099 (2021) n 100 (1977) n 101 (2021) n 102 (2021) n103 (1977) n 104 (2021) n 105 (2021) n 106 (1977) n 107 (2021) n 108 (1977) * n 109 (2021) * n 110 (1977) n111 (2021) n 112 (2021) n 113 (1977) *Território atual do Município de Campo Magro. CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 6 - CAMPO LARGO 71 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 115 (2021) n 116 (1977) n 117 (2021) n 118 (1977) n 114 (2021) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO

7. COLOMBO

Imigrantes italianos, até então estabelecidos em Morretes, na Colônia Nova Itália, receberam 40 lotes urbanos e 40 lotes rurais do Governo Provincial em 1878. Localizados a cerca de 20 quilômetros de Curitiba, os lotes deram origem à Colônia Alfredo Chaves. Nos anos seguintes, novos contingentes de imigrantes chegaram, a maioria italianos, fundando novas colônias. Em 1890, a localidade tornou-se o município de Colombo. Ao longo de sua história, o povo colombense dedicou-se a várias atividades econômicas, sendo a primeira mais significativa a instalação da fábrica de louças de Francisco Busato, em 1880. Nas décadas de 1970 e 80, Colombo foi a cidade com maior taxa de crescimento na Região Metropolitana de Curitiba, quando recebeu milhares de novos residentes, a maioria do interior do Paraná. Em 1977, a pesquisa no município de Colombo considerou preferencialmente as áreas de entorno da região central e do acesso pela Rodovia da Uva. Colombo foi um dos primeiros municípios a serem visitados pela

pesquisa de campo do projeto Patrimônio RMC, contando com o auxílio dos funcionários do Museu Cristóforo Colombo. Dentre os edifícios, destacamos a preservação da Casa Beira Xavier (07-008), tombada pela legislação estadual, da casa da família Guarise (07-004), da Igreja de São Pedro (07-006), na localidade de Capivari, e da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (07-018), referência grandiosa da área central do município. Das 18 construções inventariadas em 1977, 55% foram encontradas preservadas, 27% demolidas e apenas 5% modificadas. Infelizmente, a pesquisa de campo não conseguiu localizar dois imóveis.

A cidade possui a lei municipal n° 1.285 de 2012, que dispõe sobre a preservação do patrimônio cultural e natural, a criação do Conselho de Cultura e a instituição do fundo municipal de cultura. Porém, até o presente momento, nenhum processo de tombamento foi aberto por meio da citada lei. Há também alguns registros simples, sem respaldo legal, feitos por técnicos que trabalham junto ao departamento de cultura da cidade, que

revelam uma série de construções com valor afetivo, cultural e turístico para a cidade, como a Nossa Senhora do Rosário, o Palacete da família Puppi, a Capela do Divino Espírito Santo e outros. Também existem registros de patrimônio imaterial, como o saber fazer do Risoto, considerado o prato típico da cidade, e a língua de imigração Talian (Vêneto), além de celebrações religiosas e o jogo da mora.

A Oficina em Colombo foi um momento valioso do projeto Patrimônio RMC. Realizada em 25 de maio de 2021, em plataforma online, compôs a programação local da 19ª Semana Nacional de Museus. Nesse contexto foi possível reunir um grande público com a participação massiva da comunidade local, mas também de pessoas de outras cidades e estados do Brasil. A articulação com o Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Esporte, Cultura e Lazer e, especialmente, com o Museu Cristóforo Colombo, fomentou um debate importante sobre a valorização do patrimônio cultural local, tanto aqueles de natureza material, quanto imaterial.

Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada

72 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
nFoto: 008 - Memorial Casa Beira Xavier (2020)
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CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 7 - COLOMBO 75 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada *Território atual do Município de Pinhais
n 001 (2020) n 002 (1977) n 003 (1977) n 004 (2020) n 005 (1977) n 006 (2020) n007 (1977) n 008 (2020) n 009 (1977) n 010 (1977)
n
n
n
* CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 011 (1977) n 012 (1977)
013 (2020)
014 (2020) n 015 (2020)
016 (2020)
76 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 7 - COLOMBO
n 017 (2020) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n
18 Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário (2022)

8. CONTENDA

O povoamento da região onde hoje é Contenda começou no século XVIII, quando integrava um trecho do caminho das tropas, que ligava Sorocaba a Viamão, na então Estrada da Mata. Foi com a reestruturação desta estrada, em 1880, motivada pela visita do Imperador Dom Pedro II, que uma colônia foi fundada às margens do Rio Contenda, integrando o território da Lapa. A emancipação veio em 1951 por meio de decreto do então Governador do Paraná Bento Munhoz da Rocha Neto. Atualmente, a região possui forte atuação agrícola, com destaque para a produção de batata.

A pesquisa que resultou no inventário produzido em 1977 percorreu várias regiões do município de Contenda, como a área central, Serrinha, Campestre, Catanduvas,

Passo a Passo e Fundo do Mato. Em 2020 e 2021 verificamos que muitas edificações registradas foram demolidas, porém nos surpreendeu o encontro com diversas famílias que permaneciam no mesmo local e puderam se emocionar com as fotos antigas das casas, especialmente as famílias Turek (08-017), Knapik (08021), Fiatkovski (08-016), Ferreira (08-010) e Druciak (08-022). Entre as edificações preservadas, destacam-se um antigo moinho (08-002), a Igreja de Sant’Ana (08-013) e a casa paroquial (08-015), na localidade da Serrinha.

Apenas 31% dos imóveis inventariados em 1977 foram preservados, 65% demolidos e 4% não foram encontrados.

Ao todo, foram 23 edificações registradas pelo Plano de Preservação do Acervo

Cultural da Região Metropolitana de Curitiba em 1977. Não há em Contenda imóveis tombados em âmbito federal, estadual ou municipal. A cidade também não apresenta, até o momento, uma legislação acerca da preservação de seu patrimônio material e imaterial.

Em 25 de novembro de 2021 foi realizada a Oficina conjunta com a participação dos municípios de Balsa Nova, Campina Grande do Sul, Contenda e Mandirituba (via plataforma virtual), devido à dificuldade de contato e participação das gestões desses municípios no decorrer da realização do projeto. Apesar das diversas tentativas, não foi possível estabelecer contato com os gestores de Contenda. A Oficina foi gravada e está disponível no canal Youtube Patrimônio RMC.

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 77
nFoto: 002 - Antigo Moinho
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80 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 8 - CONTENDA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 001 (2020) n 003 (2022) n 004 (1977) n 005(1977) n 006 (1977) n 007 (1977) n 008 (1977) n 009 (1977) n 010 (1977) n 011 (1977) n 012 (1977) n 013 (2022) n 014 (2020) n 015 (2022) n 016 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 017(1977)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 8 - CONTENDA 81 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 022 (1977) n 019 (2022) n 020 (1977) n 021 (1977) n 023 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 018 (1977)

9. CURITIBA

A Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais foi fundada em 29 de março de 1693, pelo capitão-povoador Matheus Martins Leme, que promoveu a eleição para a Câmara de Vereadores e a instalação da Vila, como exigiam as Ordenações Portuguesas. O nome Curitiba só foi adotado em 1721, por orientações do ouvidor Raphael Pires Pardinho, que também fez várias recomendações sobre o processo de urbanização do local, favorecendo um crescimento organizado e com certa harmonia em relação aos recursos naturais locais. Curitiba é uma palavra de origem Guarani, kur yt yba, que significa “grande quantidade de pinheiros, pinheiral”. O advento do tropeirismo foi o ponto de mudança econômica para a capital da província do Paraná, que a partir de 1812 registrou grande crescimento populacional e econômico.

A emancipação política de São Paulo ocorreu em 1853, quando a região já era destino de imigrantes europeus, atraídos

pelas propagandas de colonização do Brasil. Outro ponto fundamental para a cidade e o estado foi a inauguração da Estrada de Ferro ligando Curitiba-Paranaguá, em 1885, impulsionando, de vez, o desenvolvimento local. A partir de então, todo o estado recebeu um grande contingente de imigrantes, fato que agigantou e delineou a ocupação territorial de Curitiba e Região Metropolitana, instituída em 1973.

A pesquisa realizada para o PPAC-RMC, em 1977, registrou 363 fichas de inventário, abrangendo um grande território do município, com destaque para a área central, Norte e Oeste. Chama a atenção a ausência de lugares registrados nas porções Leste e Sul. Em Curitiba, a atualização da pesquisa foi realizada em 2016, com 20 dias de pesquisa de campo. Nos bairros afastados do centro, a localização dos imóveis registrados em 1977 foi mais desafiadora, visto que naquela época muitas ruas não existiam, eram estradas que não possuíam nomes,

tampouco numerações definidas. Outro fator que chamou a atenção foram as mudanças drásticas a partir da verticalização urbana, da implantação e consolidação de rodovias e contornos e da consolidação dos parques industriais. Em alguns casos, mesmo que as edificações inventariadas em 1977 tenham sido preservadas, seu entorno mudou radicalmente. Alguns imóveis registrados no inventário de 1977 possuíam duas edificações no mesmo terreno, outros compunham conjuntos de três ou mais edificações. No total, foram computadas 384 edificações envolvidas no processo. Deste total, foi possível constatar a preservação de 74%, enquanto 20% foram demolidos, 5% não foram encontrados e apenas 1% dos imóveis foram modificados. A grande maioria dos imóveis preservados, total de 281 edificações, integram a política de preservação do patrimônio cultural edificado de Curitiba, sendo cadastrados como Unidades de Interesse de Preservação (UIP) da cidade.

82 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
nFoto: 002 - Casa Romário Martins (2016)
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada 84 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 85 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 001 (2016) n 002 (2016) n 003 (2016) n 006 (2016) n 004 (2016) n 005 (2016) n 007 (2016) n 008 (2016) n 009 (2016) n 010 (2016) n 011 (2016) n 012 (2016) n 013 (2016) n 014 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
86 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 015 (2016) n 016 (2016) n 017 (2016) n 018 (2016) n 019 (2016) n 020 (2016) n 021 (2016) n 022 (2016) n 023 (2016) n 024 (2016) n 025 (2016) n 026 (2016) n 027 (1977) n 028 (1977) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 87 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 029 (2016) n 033 (2016) n 030 (2016) n 031 (2016) n 032 (2016) n 034 (2016) n 035 (2016) n 037 (2016) n 038 (2016) n 039 (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 040 (2016) 036 (2016)
88 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 041 (2016) n 043 (2016) n 044 (2016) n 042 (2016) n 045 (2016) n 048 (2016) n 049 (1977) n 046 (2016) n 047 (2016) n 050 (2016) n 051 (2016) n 052 (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 057 (2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 89 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 053 (2016) n054 (2016) n 055 (2016) n 056 (2016) n 059 (2016) n 060 (1977) (2016) n 062 (2016) n 063 (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 061 (2016)
90 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 064a (2016) n 064b (2016) n 064c (1977) n 065 (2016) n 066 (2016) n067 (1977) n 068 (2016) n 069 (2016) n 070 (2016) n 071 (2016) n 072 (2016) n 073 (2016) n075 (2016) n 076 (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 074 (1977)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 91 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 077 (2016) n 078 (2016) n 079 (2016) n 080 (2022) n 081 (2016) n 082 (2016) n 083 (2016) n 084 (2016) n 085 (2016) n 086 (2016) n 087 (2016) n 088 (2016) n 089 (2016) n 090 (2016) n 091 (2016)
DO
n 092 (2022)
CATÁLOGO
MUNICÍPIO
92 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 095 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 93 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 093 (2016) n 094 (2016) n 098 (2016) n 096a (2016) n 096b (2016) n 099 (2016) n 100 (2016) n 101 (2016) n 102a (2016) n 102b (2016) n 102c (2016) n 102d (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 097 (2016)
94 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n
n
n
Encontrada n
n 103
n 104
105
n 106 (2016) n 107 (2016) n 108 (2016) n 110
n 111 (2016) n 112 (2016)
n 114
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
Existente
Demolida
Não
Modificada
(2016)
(2022) n
(2016) n 109(2016)
(2016)
n 113(2016)
(2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 95 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 115 (2016) n 116 (2016) n 117 (2016) n 118 (2016) n 122 (2016) n 123 (2016) n 124 (2016) n 125 (2016) n 126 (2016) n 128 (2016) n 129 (2016) n 121 (1977) n 119 (2016) n 120 (2016) n 127 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
96 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 130 (2016) n 131 (1977)
n 133 (2016) n 134 (2016) n 135 (2016)
n 136 (2016) n 132 (1977)
n 137 (2016) n 138 (2016)
n 139 (2016)
n 140 (2022) n 141a (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 141b (2016) n 142 (2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 97 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
144 (1977) n 145 (2016) n 146 (2016) n 143 (2016) n 147 (2016) n 148 (2016) n 149 (2016) n 150 (2016) n 151 (1977) n 152 (1977) n 153 (1977) n 154 (1977) n 155 (2022) n 156
n 157
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n
(1977)
(1977)
98 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 158 (2016) n 159 (2016) n 160 (2016) n 161 (2016) n 162 (2016) n 163 (2016) n 164 (1977) n 165 (2016) n 166 (1977) n 167 (1977) n 168 (2016) n 169 (2016) n 170 (2016) n 171 (2016) n 172 (2016) n 173 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 99 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 174 (1977) n 175 (2016) n 176 (1977) n 177 (2016) n 178 (2016) n 179 (2016) n 180 (2016) n 181 (1977) n 182 (2016) n 183 (2016) n 184 (2016) n 185 (2016) n 186 (2016) n 187 (2016) n 188 (1977) n 189 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
100 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 190 (2016) n 191 (1977) n 192 (1977) n 193
n 194 (1977) n 195 (2016) n 196 (1977) n 197a
n 197b
n 197c
n
n 198a
n 198b
n 199
n 200
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
(2016)
(2016)
(2016)
(1977)
197d (1977)
(2016)
(2016)
(2016)
(2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 101 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 201 (2016) n 203 (1977) n 204 (2016) n 202 (2016) n 205 (2016) n 206 (2016) n 207 (2016) n 208 (2016) n 209 (2016) n 210 (2016) n 211 (1977) n 212 (1977) n 213 (1977) n 214 (2016) n 215 (1977) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
102 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 216 (2016) n 217 (2016) n 218 (2016) n 220 (1977) n 221 (2016) n 222 (2016) n 219 (2016) n 223 (2016) n 224 (2016) n 225 (1977) n 226 (2016) n 227 (2016) n 228 (1977) n 229 (2016) n 230 (1977) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 103 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 231 (1977) n 232 (2016) n 233 (2016) n 234 (2016)) n 235 (2016)
n
236 (2016) n 237 (2016) n 238 (2016) n 239 (2016) n 240 (1977) n 241 (1977) n 242 (2016)
n 243 (2016) n 244 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 245 (2016) n 246 (1977)
104 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA
n
n
n
n
Legenda :
Existente
Demolida
Não Encontrada
Modificada
n 247 (2016) n 248 (1977) n 251 (2016) n 252 (1977) n 253 (2016) n 254 (2016) n 255 (2016) n 256 (2016) n 257 (1977) n 258 (2016) n 259 (1977) n 260 (2016) n 261 (2016) n 262 (1977) n 249 (2016)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 250 (2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 105 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 263 (2016) n 264 (2016) n 265 (2016) n 266 (2016) n 268 (1977) n 269 (1977) n 270 (1977) n 267 (2016) n 271 (2016) n 271 (2016) n 272 (1977) n 273 (1977) n 274 (1977) n 275 (2016) n 276 (2016) n 277 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
106 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA
n
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada
Modificada
n 278 (2016)) n 279 (2016) n 280 (2016) n 281 (2016) n 282 (1977) n 283 (2016) n 284 (2016) n 285 (2016) n 286 (1977) n 287 (2016) n 288 (2016) n 291 (2016) n 289 (2016) n 290 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 292 (1977)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 107 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 293 (1977) n 294 (1977) n 295 (2022) n 296 (2016) n 297 (2016) n 298 (2016) n 299 (2016) n 300 (1977) n 301 (1977) n 302 (1977) n 303 (1977) n 304 (1977) n 305 (2016) n 306 (1977) n 307 (1977) n 308 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
108 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA Legenda : n Existente n
nNão Encontrada nModificada n 309
n 310
n 311
n
n 313
n 314
n 315
n 316
n 318
n 321
n 322
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
Demolida
(2016)
(1977)
(2016)
312 (2016)
(2016)
(2016)
(1977)
(1977) n 317 (2016)
(2016) n 319 (1977) n 320 (1977)
(2016)
(1977) n 323 (1977) n 324 (2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 109 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada n 325 (1977) n 326 (2016) n 327 (1977) n 328 (1977) n 329 (1977) n 330 (1977) n 331 (1977) n 332 (2016) n 333 (1977) n 334 (2016) n 335 (2016) n 336 (2016) n 337 (1977) n 338 (1977) n 339 (2016) n 340 (2016) CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
110 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA
: n Existente n
nNão Encontrada nModificada
Legenda
Demolida
n 341(1977) n 342 (2016) n 343 (2016) n 344 (1977) n 345 (1977) n 346 (1977) n 347 (2016) n 348 (2016) n 349 (1977) n 350 (2016) n 351 (2016) n 352 (1977) n 353 (2016) n 354 (2016) n 355 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 356 (2016)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 9 - CURITIBA 111 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 357 (1977) n 358 (1977) n 359 (1977) n 360 (2016) n 362 (1977)) n 363 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 361 (1977)

10. MANDIRITUBA

Em 1900, durante o período de intenso extrativismo madeireiro no Paraná, a empresa Irmãos Bettega Ltda abriu uma serraria na região conhecida como Fazenda Rio Grande, que pertencia então ao território de São José dos Pinhais. Com a serraria, surgiram as primeiras casas comerciais e uma escola no local, que era conhecido como Estrada de Mandirituba. A partir de 1909, a área tornouse Distrito de São José dos Pinhais e, em 1960, foi emancipada e elevada à categoria de município. A região é rica em minérios como a areia, cerâmica, saibro e granito e desenvolve atividades agrícolas, com destaque para a produção de camomila.

A pesquisa que resultou no inventário produzido em 1977 percorreu localidades distantes da área central do município.

Em 2021, constatamos que a maioria dos edifícios inventariados estão no território que hoje pertence ao município de Fazenda Rio Grande. Das edificações que permaneceram, destacam-se a antiga residência de Ursulina Mendes Sobrinha (10-001), cuja família permanece no local, e a antiga Fazenda Miguel Vale (10-002).

Dos oito imóveis listados como de Mandirituba em 1977, a pesquisa de campo constatou a existência de quatro deles e a demolição dos demais. O município não dispõe de legislações sobre a preservação do seu patrimônio ou mesmo conselho para debater assuntos ligados ao tema. Edificações como a Igreja Histórica de Santo Antônio e o Teatro Municipal são de interesse histórico para a cidade, assim como a

preservação de manifestações ligadas ao legado dos imigrantes italianos.

Em 25 de novembro de 2021 foi realizada a Oficina conjunta com a participação dos municípios de Balsa Nova, Campina Grande do Sul, Contenda e Mandirituba (via plataforma virtual), devido à dificuldade de contato e participação das gestões desses municípios no decorrer da realização do projeto. Apesar da não participação do município, o contato com os gestores do Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura evidenciou a preocupação do município em preservar a memória urbana, principalmente no vínculo com as atividades educacionais.

A Oficina foi gravada e está disponível no canal Youtube Patrimônio RMC.

112 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
nFoto: 001 - antiga residência de Ursulina Mendes Sobrinha (2021)
114
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 10 - MANDIRITUBA 115 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 001 (2021) n 002 (2021)* n 003 (1977) n 004 (1977)* n 005 (1977)* n 006 (2021)* n 007 (2022)* n 008 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
*Território atual do Município de Fazenda Rio Grande.

11. PIRAQUARA

O povoamento da região de Piraquara começou com o ciclo do ouro, nos idos de 1700, mas antes disso há registros de que a área era visitada frequentemente por indígenas carijós. A partir de 1731, ficou conhecida como Vila de Piraquara. Foi com a chegada de imigrantes italianos, em 1878, que a região passou a desenvolver, especialmente, atividades agrícolas e pecuárias. Outro fator determinante para a história local foi a criação da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, que corta o território de Piraquara. Em 1890, foi instituído o município, então chamado de Deodoro. O nome Piraquara só foi restaurado em 1929. Atualmente, a cidade é uma das grandes responsáveis pelo abastecimento de água de Curitiba, sendo área de proteção ambiental.

Em 1977, a equipe do PPAC-RMC concentrou a pesquisa na área central do município e nas proximidades da linha férrea. Em 2019,

encontramos um conjunto edificado preservado, com destaque para dois edifícios tombados pela legislação estadual: a antiga residência da família Tesseroli (11-002) e o edifício da Biblioteca Pública Municipal (11-005). Mais afastado da área urbana, encontra-se o edifício da Igreja de Nossa Senhora da Assunção (11-012), na Colônia Santa Maria do Novo Tirol.

Dos 12 imóveis inventariados, a pesquisa de campo constatou a preservação de 67%, enquanto 25% foram demolidos e os 8% restantes encontram-se modificados. O município dispõe da Lei nº 1.889, criada em 2006 e modificada em 2018, que trata sobre a proteção do patrimônio cultural e foi responsável por criar o Conselho de Patrimônio Cultural, sem grande atuação inicialmente. Reestruturado em 2019, o Conselho vem realizando o registro de patrimônios materiais relevantes para a cidade. A maioria destes imóveis estão localizados

na área conhecida como Centro Histórico de Piraquara, mas também há registros como o do patrimônio ferroviário, Conjunto Santa Maria da Nova Tirol, Antigo Leprosário de Piraquara, Complexo do Reservatório do Carvalho e uma série de igrejas e capelas.

Em 2019, as gestoras da Secretaria Municipal de Cultura entraram em contato conosco para conhecer o projeto. O contato se aprofundou e realizamos a primeira oficina do projeto Patrimônio RMC no município, no dia 02 de dezembro de 2019. O evento ocorreu no dia da posse do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, com a presença massiva dos conselheiros e funcionários da Secretaria de Cultura. Foi um momento marcante no qual debatemos as perspectivas de preservação do patrimônio cultural, considerando, além do patrimônio edificado, o enfoque do meio ambiente e do patrimônio imaterial.

116 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
nFoto: 002 - Casa de comércio e moradia urbana (2019)
118
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 11 - PIRAQUARA 119 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 001 (1977) n 002 (2019) n 003 (2019) n 004 (1977) n 005 (2019) n 006 (2019) n 007 (2019) n 008 (2019) n 009 (1977) n 010 (1977) n 011 (2021)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 012 (2019)

12. QUATRO BARRAS

Permeada por caminhos históricos, a cidade de Quatro Barras teve seu povoamento relacionado aos principais ciclos econômicos do estado e especialmente a Estrada da Graciosa, antigo acesso oficial do litoral ao primeiro planalto paranaense. A partir do final do século XIX, foi o destino final de imigrantes europeus, especialmente italianos, alemães, portugueses e poloneses. O município foi criado oficialmente em 1961 e o nome Quatro Barras refere-se às barras dos Rios Canguiri, Timbu, Bracajuvava e Capitanduva. A cidade é um dos principais destinos do turismo de natureza e aventura da Região Metropolitana de Curitiba, sendo área de preservação ambiental.

Em 1977, a pesquisa realizada em Quatro Barras abrangeu a área central do município e percorreu antigos caminhos. Em 2021, a imprecisão e mudança dos endereços nos fez recorrer ao conhecimento de pessoas locais. Assim, foi imprescindível o auxílio da Adriana Heindyk Mocelin e da equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que nos acompanharam na pesquisa de campo, indicando com precisão a localização da maioria dos edifícios.

No total, nove edificações foram inventariadas em 1977. Destas, constatouse na pesquisa de campo que 78% seguem preservadas, enquanto 11% foram demolidas e as demais não foram

localizadas. Entre os edifícios existentes, destacam-se a Igreja de São Sebastião (12004), as ruínas de uma casa em alvenaria de pedra (12-007) e as ruínas da residência da família Garbers (12-001), na antiga Estrada da Graciosa.

A Oficina em Quatro Barras foi realizada em 12 de julho de 2021, em formato online. Apesar do município não possuir ações efetivas voltadas para a preservação do patrimônio cultural, a participação da gestão municipal e de pessoas bastante interessadas no assunto repercutiu para evidenciar as demandas existentes, com apontamentos pertinentes para a implantação de políticas públicas e para a participação da comunidade local.

120 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
nFoto: 001 - Fazenda Garbers
122
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 12 - QUATRO BARRAS 123 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 002 (1977) n 003 (1977) n 005 (2020) n 006 (1977) n 007 (2021) n 009 (1977) n 008 (2021)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 004 (2022)

13. RIO BRANCO DO SUL

A localidade de Rio Branco do Sul começou a ser povoada por mineradores no século XIX, sendo inicialmente conhecida como Votuverava e, mais tarde, Vilarejo de Nossa Senhora do Amparo. Apenas em 1871 a Vila de Nossa Senhora do Amparo de Votuverava tornou-se município. O nome Rio Branco do Sul foi instituído em 1947, em homenagem a José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco. Localizado no Vale do Ribeira, o município sempre foi reconhecido por suas riquezas minerais e, atualmente, a economia local é centrada na extração do cimento e cal, além de fábricas de minérios. A pesquisa realizada para o inventário de 1977 abrangeu a área central do município de Rio Branco do Sul, considerando, de maneira pontual, registros nas localidades de Votuverava, Açungui e Curriola. Em 2021, encontramos a maioria das edificações registradas na década de 70 demolidas, das

quais cabe evidenciar as ruínas da antiga Capela do Votuverava (13-001), em local no qual se originou a cidade. Dentre as edificações preservadas, se destacam a antiga residência da família Furquim (13-008) e a ponte metálica (13-011), que marca a entrada da cidade.

De um total de onze edificações inventariadas em 1977, apenas três seguem preservadas e uma não foi encontrada, sendo uma casa de moradia rural em Campos das Flores. O município possui a Lei n° 609 de 2003, que dispõe sobre a preservação do Patrimônio Cultural e Natural e criou o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e o Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural.

Há um bem tombado em esfera municipal: o imóvel que abriga atualmente o Museu Barão do Rio Branco e que também já foi sede da prefeitura, câmara de vereadores e fórum. Há, entre a população,

o desejo de preservar e proteger o casarão da família Furquim e a Ponte de Ferro, inventariados em 1977.

Em 2021, gestores da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Cultura entraram em contato conosco para conhecer o projeto. A partir do contato, a Oficina foi programada e realizada no dia 27 de abril de 2021 em formato presencial e virtual. Participantes da administração pública, inclusive a prefeita, e membros do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural estiveram presentes na sede da Universidade Aberta do Brasil Professora Rosina Costa de Moraes, ao mesmo tempo que a oficina foi transmitida ao vivo pela página do Facebook da Prefeitura Municipal. Foi um momento marcante, visto que a participação foi massiva e o debate evidenciou que ações comprometidas com a preservação do patrimônio cultural estavam em uma trajetória crescente no município.

124 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada nFoto: 006 - Casa na Travessa Furquim (2020)
126
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 13 - RIO BRANCO DO SUL 127 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n 001 (1977) n 002 (1977) n 003 (1977) n 005 (1977) n 006 (2020) n 007 (1977) n 010 (1977) n 004 (2020) n 009 (1977) n 008 (1977)
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 011 (2020)

14.SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

Na segunda metade do século XVII, as expedições de Ébano Pereira registraram oencontro de ouro em rios do primeiro planalto, dando origem ao povoado de Arraial Grande. Menos de cem anos depois, por volta de 1750, quando a região já era conhecida como Freguesia de São José, a exploração do ouro estava praticamente extinta, o que retardou o crescimento econômico e social da região. Em 1897, tornou-se a cidade de São José dos Pinhais, agregando vários distritos. Com a chegada dos imigrantes europeus, entre o final do século XIX e começo do XX, várias colônias foram fundadas na região, trazendo novos modos produtivos para a localidade. Atualmente, é o terceiro pólo automotivo do Brasil e a segunda cidade mais populosa da Região Metropolitana de Curitiba.

Em São José dos Pinhais, a pesquisa realizada em 1977 abrangeu um amplo

território do município, com destaque para a área central e para as Colônias Murici, Mergulhão e adjacências. Em 2020 e 2021, a pesquisa de campo proporcionou alguns momentos marcantes, como o encontro com a família Schapieski, no seu antigo moinho (14-009) em Gamelas, e o encontro com a família Tortato, na sua residência (14011) na Colônia Zacarias. Dentre os edifícios preservados, destacam-se a sede do Museu Municipal Atílio Rocco (14-030), a Casa de Cultura Polonesa Padre Karol Dworaczek (14-022), as casas em tronco de madeira que se transformaram em um restaurante (14-006) e em um café (14-004).

Quarenta e seis edificações foram inventariadas em 1977. Destas, 55% seguem preservadas, 41% demolidas e o restante não foi localizado pela equipe de pesquisa de campo. A cidade dispõe da Lei n° 2.256 de 2013, que possibilitou o tombamento

municipal de quinze imóveis e a reestruturação do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (COMPAC), criado inicialmente em 1996. As comunidades locais relatam a necessidade de preservar também, por meio dos instrumentos legais disponíveis, espaços que consideram de importância histórica.

A Oficina em São José dos Pinhais foi realizada em 15/12/2020, em formato online. Participaram do evento os gestores do Departamento de Patrimônio Cultural e os membros do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural. As ações de preservação do patrimônio edificado já possuem um caminho trilhado no município há um longo tempo, considerando, inclusive, os dados do inventário de 1977. Apesar dessa trajetória, foi possível debater na oficina sobre os desafios da integração da preservação do patrimônio cultural com o planejamento urbano e a abrangência de ações de registro e salvaguarda do patrimônio imaterial.

128 PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
n
Encontrada n
Legenda : n Existente
Demolida nNão
Modificada
nFoto: 14-030 - Museu Municipal Atílio Rocco (2022)
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 14 -
131 Legenda : n
n
n
n
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
Existente
Demolida
Não Encontrada
Modificada
n 001 (2020) * n 002 (2020)* n 003 (2022) n 004 (2020) n 005 (1977) n 006 (2022) n 007 (1977) n 008 (2020) n 009 (2020) n 010 (2020) n 011 (2020) n 012 (1977) n 013 (2020) n 014 (2022) n 015 (2020) n 016 (2020) * Realocada - Bosque Papa João Paulo II em Curitiba CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
132 CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 14 -
SÃO
JOSÉ DOS PINHAIS Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada - *Território atual do Município de Tijucas do Sul n 017 (2020) n 018 (1977) n 019 (2022) n 020 (2020) n 021 (2022) n 022 (2020) n 023 (2020) n 024 (1977) n 025 (1977) n 026 (1977) n 027 (1977) n 028 (1977) n 029 (2020) n 030 (2022) n 031 (1977)
CATÁLOGO DO
n 032 (1977)
MUNICÍPIO
CATÁLAGO DO MUNICÍPIO 14 - SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 133 Legenda : n Existente nDemolida nNão Encontrada nModificada
n
n
n
n
n
CATÁLOGO DO MUNICÍPIO
n 033 (2020) n 034 (1977) n 035 (1977) n 036 (1977) n 037 (1977)
038 (1977) n 039 (2022) n 040 (1977) n 041 (2022) n 042 (2020)
043 (2020)
044 (1977) *
045 (1977)
046 (1977)

A AMPLIAÇÃO DO CAMPO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

Em 1977, a elaboração do PPAC-RMC considerou um acervo cultural formado exclusivamente por edifícios. Eles representavam a memória de um determinado território e foram alçados ao posto principal de guardiões do passado. Naquele período, o enfoque para a preservação do patrimônio cultural era, de um modo geral, voltado a preservação de edifícios e objetos, a materialidade imperava nos processos legais e nas políticas públicas voltadas para esse fim, principalmente, com a utilização do instrumento do tombamento.

Ao longo do tempo, o campo da preservação do patrimônio cultural foi ampliado, assim, lugares, formas de expressão, celebrações e saberes passaram a ser compreendidos nesse campo como referências culturais de comunidades e territórios. Esse processo evidenciou o quanto as vivências e as tramas relacionais que representam identidades culturais são fundamentais na trajetória histórica, cultural, social dos municípios e regiões. As políticas públicas voltadas a preservação do patrimônio cultural passaram a interagir com esses aspectos a

partir do instrumento do registro de bens culturais de natureza imaterial.

É evidente essa ampliação da noção do patrimônio cultural a partir das interações e debates realizados no território da Região Metropolitana de Curitiba. Dos 14 municípios pesquisados, há informação que ao menos sete deles possuem legislações sobre o patrimônio cultural que abarcam os instrumentos do tombamento e do registro e, por meio do formulário respondido, foram apontados bens culturais, materiais e imateriais, citados nos textos de alguns municípios.

Não existe dúvida que há avanços, as demandas estão sendo consideradas pelas legislações específicas.

Porém, na maioria dos municípios não há ações que contemplem a identificação, o registro e a salvaguarda dos bens culturais de natureza imaterial. Há muito o que conhecer, debater, fazer para que o campo do patrimônio cultural seja mais estratégico nas gestões municipais e mais corriqueiro nas comunidades, nos grupos, nos territórios, evidenciando a diversidade e inclusão cultural e social.

Foto: 01-028-Almirante Tamandaré (1977)

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 135

A realização de oficinas e do seminário foi estabelecida como contrapartida social do projeto cultural Patrimônio Edificado da Região Metropolitana de Curitiba. A intenção das oficinas foi estabelecer o contato com os gestores municipais e levar para cada município conhecimento e oportunidade de debate sobre a preservação do patrimônio cultural.

EVENTOS CULTURAIS: OFICINAS E SEMINÁRIOS

O contato com os gestores municipais foi estabelecido a partir da disponibilização de um formulário com perguntas a respeito dos bens culturais, da legislação e da gestão do patrimônio cultural municipal. A resposta a esse formulário foi seguida de reunião com os representantes municipais e a partir desse contato estabelecidas as ações e demandas para a realização das oficinas. Foram realizadas oficinas em todos os municípios envolvidos na pesquisa:

02/12/2019 – Piraquara – Presencial

08/12/2020 – Bocaiúva do Sul – Virtual – Google Meet

15/12/2021 – São José dos Pinhais – Virtual – Google Meet

27/04/2021 – Rio Branco do Sul – Presencial / Virtual (gravada) – Disponível na página do Facebook da Prefeitura Municipal de Rio Branco do Sul

06/05/2021 – Araucária – Virtual – Google Meet

13/05/2021 – Almirante Tamandaré – Virtual - Google Meet

22/05/2021 – Colombo – Virtual – YouTube (gravada) – Disponível no canal Núcleo Mídia e Conhecimento NMC

12/07/2021 – Quatro Barras – Virtual - Google Meet

23/11/2021 – Campo Largo – Presencial

25/11/2021 – Balsa Nova, Campina Grande do Sul, Contenda e Mandirituba – Virtual – Google Meet (Gravada) – Disponível no canal Patrimônio RMC

O Seminário Patrimônio Cultural da Região Metropolitana de Curitiba: diálogos presentes, perspectivas futuras foi realizado nos dias 8 e 9 de dezembro de 2021, via plataforma virtual Google Meet.

Foto: 14-009 - São José dos Pinhais (1977)

Programação:

Dia 01 – 08/12/2021 - De 1977 a 2021 – as transformações da cidade e do patrimônio cultural

• O Plano de Preservação do Acervo Cultural da RMC e os projetos culturais atuais (Letícia Nardi)

• As memórias da equipe de 1977 (Cyro Corrêa de Oliveira Lyra; Participação: Maria Lucia Vianna Baptista, José La Pastina Filho e Janir Simiema).

• Painel: As instituições de preservação do patrimônio edificado no Paraná e o contexto da Região Metropolitana de Curitiba

- Rosina Coeli Alice Parchen – Superintendente do IPHAN-Paraná).

- Vinício Bruni – Chefe da Coordenação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Comunicação e Cultura.

Dia 02 – 09/12/2021 - O panorama institucional regional e municipal e as perspectivas futuras

• A preservação do patrimônio cultural da Região Metropolitana de Curitiba na dimensão legislativa (Fábio André Chedid Silvestre)

• Painel: Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba – COMEC (Milton Luiz Brero de Campos – Arquiteto e Urbanista da COMEC).

• Mesa redonda: A preservação do patrimônio cultural nos municípios da RMC Representantes das gestões municipais. Mediação: Letícia Nardi

PATRIMÔNIO CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 137
As apresentações do seminário estão disponíveis no canal Youtube Patrimônio RMC.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Propiciar os espaços de interação e debate tendo como mote a temática da preservação do patrimônio cultural foi uma das grandes contribuições do projeto cultural. Nos eventos das oficinas e, principalmente, no seminário, foi possível entrar em contato com a realidade e as demandas de cada município e foi possível compreender o panorama de ações nos âmbitos públicos – federal, estadual e municipal, com destaque para as ações municipais. A demanda é grande, assim como os desafios, porém é importante considerar o dado de que, na maioria dos municípios pesquisados, há estrutura de ação e diversidade na abrangência da questão. Seja por meio de ações legislativas e de conselhos específicos, ou de atuações vinculadas ao planejamento urbano, educação, arquivos históricos e museus, a temática de preservação do patrimônio cultural vai sendo vivenciada e debatida a partir da sua premissa constitucional de participação de todos para valorização das heranças culturais.

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CULTURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
www.patrimoniormc.com.br contato@patrimoniormc.com.br patrimoniormc @patrimoniormc Patrimônio RMC CONECTE-SE AO PATRIMÔNIO
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