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Privacidade - Territorialidade - Espaço pessoal

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O MEIO URBANO

O MEIO URBANO

Estamos constantemente nos relacionando com o ambiente, seja ele interno ou externo, público ou privado, individual ou compartilhado. Nossa relação com o espaço é bilateral e da mesma forma que projetamos nossas vontades nesse espaço, ele reflete situações que modificam nosso cotidiano.

O conceito de território aparece em todas as culturas. Não importa o tamanho da comunidade, sempre existe uma área que a maioria dos membros da mesma origem cultural podem se apropriar e trocar experiências. Os níveis desejados de privacidade podem ser regulados e variam com a cultura que pertence o indivíduo, com o sexo, a idade, com a classe social e o uso pretendido para o local (Altman e Chemers, 1989) Para Moser (1998), essas relações complexas podem ser avaliadas em três níveis diferentes de privacidade: Espaço pessoal, territorialidade e densidade física e social.

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O espaço pessoal, é definido por Hayduk (1978 apud Moser 1998) como uma fronteira imaginária pessoal, que o estranho não pode violar, tendo como principal função, evitar a exposição e estímulos sociais e físicos indesejados, com o objetivo de conservar a liberdade de ação, privacidade e intimidade do indivíduo. E ainda segundo ele, essa invasão do espaço pessoal causa fuga, ou evitação. Existem, é claro, casos mais extremos da invasão do espaço pessoal, que não se atém apenas ao desconforto, mas a invasão em si e a violência, configurando uma anomalia. São exemplos situações de abuso contra a mulher, homofobia, racismo e violência direcionada a minorias, situações que infelizmente ocorrem todos os dias.

Alan Westin (1967), define quatro estados de privacidade das pessoas: solidão, intimidade, anonimato e reserva, sugerindo que há uma variedade de razões pelas quais o indivíduo precisa controlar sua privacidade. Dois desses aspectos são relevantes quando avaliado o contexto urbano: solidão, por ser difícil consegui-la no espaço público e anonimato, pela liberdade de observação constante de observadores.

Já a territorialidade tem limites visíveis e palpáveis, para Altman (1976 apud Moser 1998), existem 3 tipos de território: o território primário (normalmente definido pela residência ou local de trabalho) o secundário (que é dividido com um número de pessoas conhecidas, a sala de aula, ou universidade, por exemplo) e terciário (espaço público partilhado com desconhecidos, com apropriação momentânea, como exemplo a rua, praia e outros). Cada território se apresenta com características antropológicas distintas. O espaço primário, justamente por ser delimitado e o convívio se dar com pessoas conhecidas, tende a ser o que ambiente que nos deixa em um estado de menor alerta, reduzindo a complexidade das estimulações nervosas.

Já o território secundário, ainda de acordo com Altman, favorece o exercício do poder, justamente por serem espaços menos centrais e exclusivos. Neles, os comportamentos de agressão e dominação se tornam mais comuns, visto que se caracteriza por um espaço frequentado pelas mesmas pessoas diariamente com distintas personalidades, muitas vezes com hierarquias muito bem definidas, e hierarquias que se dão de acordo com o histórico pessoal de cada um.

Por fim, entende-se que a territorialidade tem a função de organizar as casas, bairros, cidades, estados, países, escolas, hospitais, prisões e outros. Enquanto o espaço pessoal tem um papel regulador, que tende a proteger os indivíduos de ameaças físicas e emocionais, regulando a intimidade dentro dos diferentes tipos de territórios.

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