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A subcultura gótica

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Projeto Refood

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A subcultura gótica teve início em Inglaterra, no princípio da década de 1980, onde parte das suas raízes se misturaram com a explosão da cultura punk. É normalmente definida como um grupo contemporâneo de pessoas que dentro de uma cultura adotam elementos de moda escura. Têm também a tendência de usar cabelos e unhas pintados de preto e um principal foco no rock gótico, como também em muitos outros estilos musicais considerados mais pesados, como o death rock, o dark wave e o ethereal wave. Esta subcultura, por sua vez, está normalmente associada a estilos e géneros musicais que envolvem temáticas como o existencialismo, a melancolia, o niilismo, entre muitos outros. Já as suas tendências culturais indicam influências da literatura gótica do século XIX. Para melhor compreender este estilo de vida, foi entrevistada uma estudante do segundo ano da licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade do Algarve, que participa ativamente neste estilo de vida.

A SUBCULTU

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Quando surgiu o teu interesse por fazeres parte de ENTREVISTA sta cultura? R: Já desde muito nova que sempre me interessei pelo lado mais obscuro das coisas, seja música, filmes ou roupas, mas apenas me juntei à subcultura gótica em 2018.

Achas que as pessoas inseridas na cultura gótica são postas de parte?

R: A subcultura surgiu, em parte, mesmo por isso. Qualquer estilo que pertença ao «alternativo» surgiu por motivos de inserção de pessoas caracterizadas como «fora do normal» e que são postas de parte em relação à sociedade, formando assim uma comunidade. É por isso que esta subcultura e mais outras são, normalmente, muito calorosas e acolhedoras (mesmo que não pareça assim).

URA GÓTICA

Que dificuldades enfrentas ao assumir este estilo de vida?

R: Enfrento dificuldades em certa parte, ao relacionar-me com as pessoas. Isto porque as mesmas julgam-me pela aparência e assumem à partida que eu não sou uma pessoa com quem elas possam falar, pois não «pareço simpática». Também tenho de, por vezes, suavizar o meu estilo para o mercado de trabalho.

Quais são as tuas maiores inspirações dentro desta subcultura?

R: Esta subcultura encoraja muito a expressão alternativa dos nossos sentimentos. Músicos como a Siouxsie Sioux ou o Sean Brennan expressavam-se, para além da sua música, através do cabelo e da maquilhagem. Muitos outros músicos me inspiraram a perceber que o ser diferente é ótimo e divertido. Desde aí, sintome muito mais confiante e confortável comigo mesma do que como me sentia antes de me juntar à subcultura.

Sentes que existem estereótipos que dão uma ideia errada a este estilo de vida?

R: Sim, muitos. Dizem que somos «todos satânicos», «malvados», «pesados», que não se devem aproximar de alguém assim, entre muitas outras coisas parecidas. A verdade é que, como todas as culturas alternativas, os góticos têm crenças que tendem muito para a política de esquerda. Muita da música, apesar do romantismo obscuro e da morte, fala sobre a crítica à corrupção política e à religião, tal como guerras causadas pelas mesmas.

Como reagiu a tua família, visto que em 2018 houve essa mudança na tua vida?

R: Mesmo antes de me juntar à subcultura, eu já me vestia toda de preto e já ouvia música alternativa, incluindo vários tipos de rock e metal, isto desde 2014. Aí a minha família achou um pouco estranho e a minha mãe no início não foi fã da mudança, mas acabou por se habituar. Atualmente dão-se bem, porque é como se o estilo tivesse “evoluído” , logo não há outra reação vinda da sua parte.

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