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Men Going Their Own Way & feminismo radical

Men Going Their Own Way (MGTOW) é um fenómeno social e online a nível internacional constituído por homens que escolheram um estilo de vida que rejeita complicações legais e românticas com mulheres. Este estilo de vida valoriza sobretudo a independência, uma vida sem compromissos ligados a casar e construir uma família. Segundo esta organização, este estilo de vida é justificado pelo facto de a sociedade atual ser corrompida pelo feminismo, isto é, segundo eles, o sistema que existe atualmente não é tolerável, daí as medidas consideradas “extremas” por este grupo.

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Já o feminismo radical em si, é uma vertente do movimento feminista que surgiu no final dos anos 60, que, por sua vez, afirma que as opressões das mulheres advêm principalmente do patriarcado. Esta corrente do feminismo propõe que sejam feitas alterações profundas na sociedade, tanto a nível social como económico, com o objetivo de combater a influência e poder que os homens têm sobre as mulheres, de modo a que as diferenças de tratamento entre os dois sexos terminem. Por outras palavras, as feministas radicais veem o patriarcado como a forma do homem exercer o seu poder absoluto na vida económica e social da sociedade utilizando esta vantagem para assim oprimir o sexo feminino retirando-lhe, ou suprimindo, os seus direitos como seres iguais numa sociedade.

É importante referir que a comunidade do movimento MGTOW não aparenta ver o feminismo como um movimento que tenha como objetivo a igualdade de direitos entre os homens e as mulheres, mas sim, como um movimento que visa ser um obstáculo aos direitos e estilo de vida dos homens. É bastante frequente ver-se membros desta organização criticarem e culparem movimentos como o feminismo e as mulheres em si, para vários dos problemas que encontram no seu dia a dia, mostrando um claro distanciamento acerca das normas consideradas aceitáveis e saudáveis.

Após uma pesquisa pensamos que seja óbvio que os membros desta organização são maioritariamente homens que apresentam valores e ideologias particularmente extremistas, ideais esses sobre o que é ser verdadeiramente um homem, que acabam por ultrapassar as marcas do senso comum e se transformam numa tentativa desesperada de se demonstrarem independentes e autónomos em relação ao que a sociedade em geral pretende ou acha aceitável e normal.

É difícil entender o modo como ideologias destas se manifestam, mas como em muitas outras ideologias consideradas excessivas, resultam principalmente devido à ignorância perpetuada por certos indivíduos que culpam os alvos errados pelos problemas que têm nas suas próprias vidas. É de realçar o quão fácil certas ideologias e estilos de vida se propagam quando existem pessoas suficientes a pensar da mesma forma. O sentido de união e entendimento reina nestas organizações, e deste modo, as mais disparatadas ideias ganham força, tornando-se um problema sério que pode afetar qualquer sociedade neste mundo.

É relevante expor que deveríamos sempre tentar alcançar a igualdade, de modo a não elevar extremismos como estes.

É uma realidade que o feminismo comum tem tido vários estigmas e não tem tido tanta adesão da parte de ambos os sexos pelo facto de se pensar que pode ser tão extremista quanto o femismo, este que realmente superioriza o papel da mulher ao papel do homem. No entanto, estamos em crer quem assim pensa está errado, pois o que o feminismo verdadeiramente defende é a igualdade de géneros para que estes tenham o mesmo poder de escolha e oportunidades.

CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO | 2º ANO

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