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Pensamentos Cooperativos

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(Re)Aprendendo com os pioneiros

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Omomento atual é de grandes transformações e desafios para as cooperativas, sendo necessário ter estratégias e uma estrutura organizacional que permita competitividade, agilidade e respostas, mas sem perder a essência dos princípios e valores do cooperativismo.

As propostas que emergem, a partir de várias áreas do conhecimento, aos dilemas sociais, econômicos, tecnológicos e ambientais que direta ou indiretamente afetam as cooperativas são diversas. Mas esta amplitude de opções pode levar a outro desafio: o da escolha dos referenciais teóricos norteadores da gestão e das boas práticas a serem implantadas.

Uma alternativa para contornar tal situação é recorrer à clássica experiência da Sociedade dos Pioneiros de Rochdale, enxergando a profundidade dos fundamentos do modelo de gestão proposto, o qual remete para além da questão histórica e doutrinária.

De forma concisa e objetiva, os Pioneiros, definem no primeiro artigo do seu Estatuto a visão e a missão da cooperativa, enquanto agente de transformação social promotora de melhoria da qualidade de vida. Assim, trazendo para o contexto atual, os Pioneiros ensinam como uma estratégia organizacional pode permanecer atual por um longo período. Os objetivos traçados, por sua vez, são derivações das estratégias e fortemente alinhados interesses dos associados e demais atores com os quais a cooperativa se relaciona.

No segundo artigo, os Pioneiros, com maestria, definem sua estrutura organizacional, com um quadro de gestores bastante enxuto, estabelecendo cargos necessários para o alcance dos objetivos definidos. O Estatuto também define atribuições, responsabilidades, mecanismos de decisão e comunicação a serem seguidos pelos gestores, inclusive no relativo aos cuidados com recursos financeiros. Transpondo para os referenciais de gestão da contemporaneidade, os Pioneiros demonstram a necessidade de uma estrutura organizacional bem definida, de modo que os objetivos e o propósito do planejamento possam ser levados adiante.

O Estatuto dos Pioneiros foi elaborado muitas décadas antes dos pensadores da administração científica formularem suas teorias. E fica evidente o esforço de construir estratégias baseadas na inovação e diferenciação, buscando o melhor desenho da estrutura organizacional. Ou seja, o planejamento das cooperativas deve servir para reforçar suas peculiaridades e garantir a sua sustentabilidade. Todavia, isto somente não basta. As cooperativas devem re(ver) a sua estrutura organizacional, incluindo as definições de responsabilidade, de autoridade, de decisão e de comunicação.

A lição ministrada em 24 de outubro de 1844 ecoa ainda hoje. O Estatuto dos Pioneiros é o primeiro capítulo deste livro. Para as cooperativas da atualidade, isto representa um ensinamento e um alerta.

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