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Mensagem Inicial
Durante os últimos anos vivemos um processo intenso de contato com o outro e com nós mesmos. A cada conversa com o paciente, descobrimos mais sobre nossa individualidade. Ao tocá-lo, conseguimos entender a simplicidade do que é ser humano. A trajetória percorrida até aqui apresentou-nos ao amor genuíno pela vida de uma maneira tão singular quanto inimaginável. Nesse constante construir e desconstruir interior e intelectual, agora tornamonos médicos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sob a benção da Minerva e com as tantas mãos que nos apoiaram, conquistamos hoje essa vitória. Nesse momento, nenhuma forma de comemorar é melhor do que o simples gesto de agradecer. Nossa imensa gratidão a cada um que nos proporcionou uma caminhada mais leve até aqui. Apresentamos nesse convite a medicina que defendemos para nossos pacientes: humana, sensível e individualizada. Possamos então florescer em cada lugar que estivermos sendo sempre sementes de conforto a nossa volta.
Homenagem aos Pais
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Aos nossos amados pais, que nos deram a mão durante essa caminhada e lutaram pela realização dos nossos sonhos desde a mais tenra idade. Muitos ofereceram a nós o que nunca tiveram a fim de verem esse dia finalmente chegar. Vocês foram incansáveis na espera pelo nosso retorno quando estivemos ausentes, e não foram poucas as ocasiões. Nosso apoio, nosso forte, nosso colo, a saudade mais apertada, o abraço mais esperado no reencontro. Todas as vitórias e derrotas nos trouxeram juntos a esse momento. Essa homenagem se destina a todos aqueles que nos amaram como filhos e assumiram a responsabilidade de nos criar e batalhar por nós como pais e mães. Palavras nunca serão suficientes para expressar nosso amor e gratidão por tudo o que são e fazem por nós. Amamos vocês!
Homenagem à Fé


Fé é a confiança incondicional em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa. Independente da face que adota, a fé, como diz o ditado, move montanhas. Nossos próprios medos e inseguranças foram, em tantas vezes, superados pela força da fé. Fé em nós mesmos, no futuro, na causa, em Deus, ou em qualquer outra força motriz. A fé, muito além de sua veste religiosa, é o que nos torna mais humanos, mais sensíveis, mais empáticos. Que possamos ter sempre fé em nosso objetivo de sermos bons médicos, mesmo diante das inevitáveis adversidades que surgirão. Que mantenhamos aceso o fogo da esperança de um futuro melhor, no qual podemos curar às vezes, amenizar muitas vezes, mas confortar sempre.

Homenagem aos Pacientes
Confiaram-nos a tarefa do cuidado quando as mãos ainda tremiam, inseguros, meros aprendizes. Deixaram-nos tocar o corpo e a alma, nos confiaram seus segredos, sofrimentos e angústias. Ensinaram-nos sobre a responsabilidade do ato de cuidar, a sermos sempre humildes, e que cuidar de gente é tarefa árdua. Se somos médicos hoje, em parte é graças à confiança e à entrega de muitos.
Homenagem ao Cadáver


O olhar curioso sobre o corpo inanimado, cheio de dúvidas sobre a morte e de como seria a ponte para salvar vidas. A morte ressignificada no anatômico compartilhou os segredos do corpo e foi capaz de multiplicar vida. Ao cadáver que no silêncio solene do anonimato foi o primeiro a nos ensinar, permitindo florescer o conhecimento, o respeito ao ser humano e o propósito de cuidar do outro.
Homenagem aos Ausentes
Despedida talvez seja questão de formalidade, pois há pessoas que nunca estão verdadeiramente ausentes. Há sorrisos que nunca se vão, pois ensinam a sorrir.
Palavras que nunca se vão, porque juntas formam o livro da nossa vida. E nesse novo capítulo seguimos virando a página. Mas cada palavra nova sempre parte das letras antigas deixadas por alguém. Alguém que segurou minhas mãos e apontou o caminho para alcançar esse sonho. Mas minhas mãos cresceram. Elas vão cuidar de muitos agora. O afago original, porém, tem dono, que mesmo ausente estará nas novas páginas que virão. Porque cada letra faz parte de mim e essas mãos que escrevem não são apenas minhas. Começou assim um sentimento que cresceu como esperança. E nesse crescimento contínuo eu sei: há pessoas que são para sempre.

