
2 minute read
Qual é o real impacto do uso de dispositivos digitais na nossa visão? David P. Piñero
from Millioneyes 106
by millioneyes
Com o desenvolvimento da era digital, a nossa relação com o ambiente visual mudou drasticamente, especialmente desde a introdução dos telemóveis mais avançados e dos tablets. Estas ferramentas converteram-se em algo essencial para o desenvolvimento de muitas tarefas quotidianas a nível pessoal e profissional, modificando também os nossos hábitos visuais. Só no ano de 2019 venderam-se 1412 milhões de smartphones e um total de 144 milhões de tablets. Em 2019, publicou-se também, pela mão da MultiOpticas, em Espanha, e da associação Empantallados, um estudo que concluiu que passamos 167 dias por ano em frente a um ecrã num total de 11 horas diárias e ainda por cima 81 por cento dos inquiridos olha para cinco ou mais ecrãs diferentes ao longo de um dia. Neste estudo, detetaram-se ainda novos hábitos de uso dos telemóveis: sete em cada dez inquiridos olha para o aparelho antes de dormir , cerca de 65 por cento reconheceu que consulta alguma ecrã ao levantar-se, dois em cada três dos envolvidos leva os ecrãs para a casa de banho e 46 por cento reconhece que olha para o telemóvel durante um jantar de amigos. Também se detetou alterações nos hábitos no que refere às distâncias de trabalho. Numa pesquisa realizada em Alicante, em colaboração com a Fundação Soler, comprovou-se que a distância de uso do telemóvel era significativamente mais curta que a distância de trabalho em usuários que usam mais de duas horas dispositivos eletrónicos por dia, alcançando um valor médio de 32,22 ± 6,35 cm. Este achado é curioso, tendo em conta que o comprimento do braço é maior, alcançando um valor médio de 74,44 ± 4,65 centímetros. Adicionalmente, um total de quatro por cento e 91 por cento dos sujeitos analisados apresentavam uma distância de trabalho e uso de telemóvel de 40 centímetros ou menos, respetivamente. Isto demonstra a tendência de um uso muito próximo dos dispositivos móveis. Esta proliferação e generalização do uso de dispositivos digitais conduziu, nos últimos anos, a uma preocupação pelo possível efeito que estes podem gerar na saúde visual. Ainda por cima, surgiu um alarme importante sobre o potencial dano na retina do uso continuado de ecrãs dos aparelhos eletrónicos, por causa das radiações emitidas pelas mesmas. Muito deste alarme surge com motivos comerciais e nem sempre apoiado numa base científica.

Advertisement