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Espanha propõe dar 20 mil euros a todos os jovens aos 18 anos

A ministra do Trabalho e Economia Social de Espanha, Yolanda Díaz, acredita que a “herança universal” serviria para estudar ou criar uma empresa e permitir a “igualdade de oportunidades”.

Yolanda Díaz propôs uma “herança universal” de 20 mil euros para todos os jovens do país, a partir dos 18 anos, de forma a combater a desigualdade social. O dinheiro, de acordo com a ministra, seria para gastar em estudos, formações ou na criação de uma empresa.

Segundo Díaz, a iniciativa custaria a Espanha 10 mil milhões de euros, que seriam obtidos através da tributação dos mais ri-

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cos. O objetivo seria garantir a “igualdade de oportunidades”, independentemente da origem familiar ou dos rendimentos das pessoas. Os pagamentos começariam aos 18 anos e seriam prolongados até aos 23, acompanhados de apoio administrativo para ajudar os jovens a investir o dinheiro nas áreas pretendidas.

“Trata-se de permitir que os jovens tenham um futuro e de lhes dar a oportunidade de estudar ou de criar uma empresa, sem que isso dependa do apelido ou da família de origem”, explicou a ministra numa reunião de correspondentes estrangeiros em Madrid, na quarta-feira (5), citada pelo “The Guardian”. “É por isso que propomos que as pessoas recebam 20 mil euros quando fizerem 18 anos, para que possam desenvolver-se, seja a estudar ou a criar uma empresa”, acrescentou Yolanda Díaz.

Durante o discurso, a ministra partilhou a sua experiência e contou que não conseguiu realizar o sonho de se tornar inspetora do trabalho porque a família não tinha dinheiro suficiente para pagar os estudos. “Tornar-me inspetora do trabalho em Espanha teria demorado cerca de cinco anos”, realçou. “Eu não sou inspetora do trabalho porque sou filha de pais da classe trabalhadora e nunca tive essa oportunidade. Esta é uma medida redistributiva que permitirá que os jovens do nosso país tenham um futuro, independentemente do seu apelido.”

A proposta fez virar as cabeças de ambos os lados da divisão política de Espanha. Nadia Calviño, ministra da Economia do governo de coligação socialista, questionou como é que a política funcionaria na prática. “Qualquer pessoa que proponha dar subsídios ou subvenções sem qualquer tipo de restrições no que diz respeito a níveis de rendimento ou objetivos tem de explicar como é que isso seria financiado, porque vamos ter de continuar com uma política fiscal responsável nos próximos anos”, referiu Calviño à rádio espanhola “Onda Cero”. JN/MS

Temperatura média da Terra continua a bater recordes acima dos 17 graus

A temperatura média da Terra continua a bater recordes acima dos 17 graus centígrados, segundo o Climate Reanalyzer da Universidade do Maine, nos Estados Unidos.

De acordo com a fonte, que se baseia em dados de satélite e simulações de computador para fazer as medições, a temperatura média global na quarta-feira (5) foi de 17,18 graus Celsius, igualando o valor de terça-feira (4).

Segunda-feira (3) já tinha sido o mais quente alguma vez medido em termos mundiais, superando pela primeira vez a média dos 17 graus centígrados.

A temperatura média diária do ar na superfície do planeta na segunda-feira (3) foi medida em 17,01 graus por um serviço dependente da Agência dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos (NOAA, na sigla em Inglês). Este valor superou o recorde diário precedente (16,92 graus) estabelecido em 24 de julho de 2022, segundo os dados dos centros nacionais de previsão ambiental da NOAA. Os cientistas alertam há meses que 2023 poderá registar recordes de calor à medida que as mudanças climáticas causadas pelo homem, impulsionadas em grande parte pela queima de combustíveis fósseis como carvão, gás natural e petró- leo, aquecem a atmosfera. Estas observações são provavelmente uma antecipação do que aí vem com o fenómeno designado El Niño (em Castelhano) - geralmente associado a um aumento das temperaturas à escala mundial -, complementado com os efeitos do aquecimento climático causado pela atividade humana.

O cientista climático da Universidade do Maine, Sean Birkle, criador do Climate Reanalyzer, disse que os números diários não são oficiais, mas são informação útil para o que está a acontecer no mundo no que diz respeito ao aquecimento global.

Os cientistas geralmente usam medições mais longas - meses, anos, décadas - para rastrear o aquecimento da Terra, mas as altas temperaturas diárias são uma indicação de que a mudança climática está a atingir um território desconhecido.

Os recordes de alta temperatura foram superados esta semana no Quebec, Canadá, e no Peru. Pequim registou durante nove dias consecutivos na semana passada temperaturas acima dos 35 graus Celsius.

O ano 2022 foi o oitavo consecutivo onde as temperaturas médias mundiais foram superiores em pelo menos um grau aos níveis observados entre 1850 e 1900.

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