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Fitch. Perspetiva de evolução negativa para ratings da África subsaariana
A agência de notação financeira Fitch Ratings decidiu manter Negativa a perspetiva de evolução dos ‘ratings’ para a África subsaariana, devido aos riscos de financiamento, subida das taxas de juro e pressões sobre os câmbios.
Na atualização de meio do ano sobre as perspetivas de evolução dos ‘ratings’, a Fitch diz que “a perspetiva de evolução para a África subsaariana continua a ser ‘em deterioração’, devido aos riscos atuais de aperto nas condições de financiamento, num contexto de taxas de juro nacionais e internacionais mais altas e pressões sobre as finanças externas e as taxas de câmbio”.
Nem envenenado, nem hospitalizado. Porta-voz do rei Zulu da África do Sul nega notícias
Reina a incerteza acerca do estado de saúde do rei Zulu da África do Sul, depois de o seu porta-voz ter vindo negar notícias que o davam como estando hospitalizado e com suspeitas de envenenamento.
“Parece que há uma agenda orquestrada e uma narrativa desesperada para comunicar afirmações difamatórias e infundadas sobre a saúde precária de Sua Majestade”, disse o porta-voz à AFP por telefone. “O rei foi submetido a exames médicos preventivos e minuciosos num contexto de Covid e após a morte repentina do seu conselheiro próximo”, acrescentou. Um esclarecimento que surge depois de, no sábado (1) à noite, um comunicado do Palácio Real referir que Misuzulu Zulu, 48 anos, também conhecido como Misuzulu kaZwelithini, “foi hospitalizado em Essuatíni depois de ter adoecido” na manhã do mesmo dia.
Mangosuthu Buthelezi, primeiro-ministro zulu e membro influente da família real, afirmou no comunicado que a hospitalização do rei Zulu se seguiu à morte súbita do seu principal conselheiro, pelo que manifestou “grande preocupação”.
“[O conselheiro do rei] morreu subitamente e suspeita-se que tenha sido enve- nenado. Quando Sua Majestade começou a sentir-se mal, suspeitou-se que também tinha sido envenenado”, explicou Buthelezi.
O rei preferiu procurar tratamento em Essuatíni, antiga Suazilândia e a última monarquia absoluta de África, do que na África do Sul, onde os seus pais “foram tratados e morreram”.
“Sua Majestade foi colocada sob cuidados médicos e está de boa saúde”, disse o palácio, acrescentando que deixaria às autoridades a tarefa de investigar um eventual caso de envenenamento.
Segundo várias fontes policiais de Essuatíni, o soberano está a ser tratado no hospital privado de Ezulwini, a poucos quilómetros da residência real de Ludzidzini - a Aldeia Real de Ludzidzini é o lar da Casa de Dlamini, a família real de Essuatíni, atualmente liderada por Ngwenyama Mswati III e Ndlovukati Ntfombi.
“Foram criados bloqueios de estrada e agentes armados no hospital”, disse uma das fontes à agência noticiosa France-Presse (AFP).
Na África do Sul, os soberanos e os chefes tradicionais são reconhecidos pela Constituição. Apesar de reis sem poderes executivos, exercem uma profunda autoridade moral e são venerados pelo seu povo.
DN/MS
Acidente na África do Sul faz 15 mortos, incluindo bebé e criança
Pelo menos 15 pessoas, incluindo um bebé e uma criança, morreram num acidente rodoviário no domingo (2) à noite, quando um táxi minibus e um camião colidiram no leste da África do Sul, anunciaram as autoridades sul-africanas.
Oacidente ocorreu na cidade de Aberdeen, na província do Cabo Oriental, quando o camião bateu num animal que atravessou a estrada e o condutor perdeu o controlo do veículo pesado, segundo o porta-voz do departamento provincial dos transportes, Unathi Binqose, citado pela imprensa local.
Quando o condutor do camião tentou recuperar o controlo do veículo, o reboque capotou e esmagou o táxi minibus. Todos os passageiros do táxi morreram, incluindo um bebé de dois meses e um menino de dois anos.
O condutor, que seguia em sentido contrário, escapou com ferimentos ligeiros, segundo a mesma fonte. “Foi um acidente muito raro (...) que infelizmente custou a vida às 15 pessoas que se encontravam a bordo deste minibus”, declarou Binqose.
O porta-voz apelou ainda “aos utentes da estrada e a todos os que podem contribuir para a segurança rodoviária para que o façam”.
Binqose dirigiu-se “não só aos que circulam na estrada, mas também aos proprietários dos animais que estão a contribuir para tantos acidentes na província”. A polícia está a investigar o caso por possível “homicídio involuntário”.
JN/MS
No relatório, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Ratings escreve que “estes riscos são exacerbados pelas vulnerabilidades dos países, que aumentaram devido aos vários choques que enfrentaram desde 2020 e à mais antiga tendência de aumento da dívida”.
Alguns países, como Angola, “beneficiaram de preços das matérias-primas mais elevadas em 2022, mas estão agora a passar por uma reversão parcial do impacto positivo”, nomeadamente a nível do aumento da inflação e abrandamento do crescimento económico.
Para a Fitch, embora a média do crescimento previsto para este ano seja praticamente igual à do ano passado, “as maiores economias poderão registar um cresci- mento inferior”, como é o caso da Nigéria e da África do Sul, as duas maiores da região.
Outro dos problemas identificados pela Fitch nesta análise de meio do ano é a questão da dívida, que tem sido transversal aos analistas, observadores e instituições internacionais: “O nível e o custo da dívida mantêm-se um risco; a média do rácio da dívida face ao PIB será de perto de 60% este ano, ligeiramente acima dos níveis pré-pandémicos, mas muito mais elevada que entre 2013 e 2017, quando o rácio era inferior a 30%, apontam.
O rácio entre as verbas canalizadas para o pagamento de juros e as receitas dos governos vai subir para 14,4% este ano, quando em 2014 era inferior a 6%, estando acima de 20% no Gana, Nigéria, Zâmbia, Quénia e Uganda, e encostado aos 20% em Angola e na África, do Sul, aponta a Fitch.
Dos 20 países cobertos pela Fitch na África subsaariana, 12 têm programas do FMI, como é o caso dos lusófonos Cabo Verde, que tem uma Perspetiva de Evolução Positiva, e de Moçambique, que é também um dos cinco países que estão na categoria CCC+, um nível acima do ‘default’.
A nível mundial, a Fitch melhorou a análise, mudando a perspetiva global sobre o setor das emissões de dívida dos países de ‘Em deterioração’ para ‘Neutra’, essencialmente devido ao impacto dos preços mais baixos da energia na Europa e à reabertura da China.
NM/MS