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SP registra morte por febre maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. A doença é causada por bactéria do gênero Rickettsia, transmitida por picada de carrapato. Ela não é transmitida diretamente entre pessoas pelo contato. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gênero Amblyomma.
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença pode variar desde formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com alta taxa de letalidade.
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A prevenção da febre maculosa é baseada em impedir o contato com o carrapato. Portanto, em locais onde haverá exposição a carrapatos, algumas medidas podem ajudar a evitar a infecção, como usar roupas claras para ajudar a identificar o carrapato; utilizar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramados; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta e usar repelentes de insetos.
Vítima é uma mulher de 36 anos; doença é transmitida por carrapato
O Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, confirmou o diagnóstico de febre maculosa em uma mulher residente em São Paulo, que morreu em 8 de junho. A paciente, de 36 anos, começou a apresentar febre e dores de cabeça em 3 de junho e foi internada no dia 6 na Capital paulista.
O namorado - um homem de 42 anos que morreu no mesmo dia - apresentou sinais e sintomas parecidos e foi internado em 7 de junho na cidade de Jundiaí (SP). Seu exame segue em análise no Instituto Adolfo Lutz.
A mulher relatou mar-
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alerta que os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta e que há no Estado duas espécies da bactéria causadora da doença.
Na Região Metropolitana da Capital, há pouquíssimos registros dada à urbanização da área. E, no interior do Estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Cam- cas de picada de inseto no corpo após uma viagem do casal a Campinas, no interior paulista. Ela e ele fizeram viagem juntos para o município de Monte Verde, em Minas Gerais, na semana seguinte da viagem a Campinas.
A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo divulgou nota externando receber com preocupação a notícia de mortes provocadas pela febre maculosa. Ela afirmou que, nos últimos anos, o Estado vem sofrendo um desmonte da estrutura de pesquisa científica, essencial para orientar ações de vigilância epidemiológica.
“É importante alertar que a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), responsável pelos es-
Sintomas
pinas, Piracicaba, Assis, nas regiões mais periféricas da área metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Ambas as versões são potencialmente letais e demandam atendimento rápido para o recebimento de antibiótico específico.
Dados do governo paulista apontam que os municípios de Campinas e Piracicaba são hoje os que apresentam o maior número de vítimas da doença. Em 2023, houve 10 ca- tudos nesta área, foi extinta em 2020, durante o governo de João Doria. A estrutura, composta por 14 laboratórios, sendo dois na Capital paulista e 12 em diferentes regiões do Estado, está até hoje com operações comprometidas, afetando e, até cancelando, novas pesquisas”, informou a nota. sos de febre maculosa com quatro óbitos, inclusive, o confirmado na segunda-feira (12).
A associação disse ter entregado ao Instituto Pasteur, em março, uma proposta para que os laboratórios fossem incorporados ao Pasteur, mas aguarda decisão do governo do Estado. “Sem investimentos em ciência, a resposta a casos como este, de morte provocada por uma bactéria, fica comprometida e expõe a sociedade ao risco de novos casos e mortes”, afirmou a entidade.
“A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão, estejam atentas ao menor sinal de febre e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença”, diz nota da secretaria.
Os principais sintomas da febre maculosa são dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.


Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a remoção - com uma pinça - se um carrapato for encontrado no corpo; não aperte nem esmague o carrapato e, depois de remova o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.
