Jornal OPaís edição n1546 de 26/07/2019

FALTA DE FInAnCIAMEnTO À InVESTIGAÇÃO “ATIRA” AnGOLA PARA FORA DE RAnKInG A cultura de avaliar os projectos de investigação científica pela mesma via que outras propostas de cariz económico terá sido um dos principais factores que colocam Angola fora dos países inovadores. O nome do país nem sequer consta num índice com 129 Estados publicado esta semana. P. 02

SECRETÁRIO DA CASA-CE nO SOYO ACUSA DIRECTORES PROVInCIAIS DE DESVIOS DE COMBUSTÍVEIS Em consequência do contrabando, a província do Zaire, nos últimos dias, enfrenta uma acentuada escassez de combustíveis, com o litro de gasolina a ser comercializado, em diversos pontos da região, ao preço de 400 kwanzas. P. 08 Director: José Kaliengue

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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1546 Sexta-feira, 26/07/2019 preço: 40 Kz

dr

TODAS AS RÉS COnTRA MASSOTA E SEUS “FAnTASMAS”

SOCIEDADE. O comissário Francisco Massota, conselheiro do comandante-geral da Polícia nacional, ouviu, durante a última sessão de audiência de julgamento no Tribunal Supremo Militar, ontem, mais declarações de suas subordinadas que se mostraram contra as suas acções e procuraram falar toda a verdade sobre os esquemas fraudulentos de que vem acusado, de criar efectivos fantasmas na corporação. P. 10 Angola entre os países menos afectados por crimes cibernéticos

Jornalistas da RNA decidem hoje se mantêm greve ● Assembleia de trabalhadores

● Em relação a outros países do

mundo, Angola ainda não está na lista dos países mais vulneráveis e mais atacados no que diz respeito aos crimes P.18 BAIcibernéticos.

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Confiança no Futuro

● Na cidade de Wuxi, na

China, o sete angolano disputa o troféu em femininos com equipas asiáticas, da Oceania e da América do Sul, a partir de 1 de Agosto. P.26

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convocada para a tarde de hoje decidirá de concorda com os termos do entendimento entre o Conselho de Administração e o sindicato da classe alcançado ontem, com a mediação do MApTSS. P.32

1ª de Agosto participa no Mundial de clubes de Andebol

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Falta de financiamento à investigação “atira” Angola para fora do ranking A cultura de avaliar os projectos de investigação científica pela mesma via que outras propostas de cariz económico terá sido um dos principais factores que colocam Angola abaixo dos limiares dos países inovadores. O nome do país nem sequer consta num índice com 129 Estados publicado esta semana André Mussamo

A

ngola não tem um desempenho relevante no campo da Ciência, Inovação e Tecnologia, o que coloca o país fora do último índice das Nações Unidas sobre temática, publicado esta Quarta-feira (24) na Índia.

Segundo secretario de Estado para a Inovação e Tecnologia do Ministério do Ensino Superior, Domingos da Silva Neto, o país carece de um mecanismo específico para o financiamento da ciência, tal como se observa em muitos países, incluindo os da região austral, onde Angola está inserida.

Em entrevista exclusiva a OPAÍS, Domingos Neto garantiu que o “Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) está empenhado em formalizar a criação tanto de um mecanismo competitivo de financiamento à ciência, tecnologia e inovação (CTI), como de uma agência especializada para a implementação de políticas de CTI, gestão executiva do Sistema Nacional de CTI, que passa, entre outros aspectos, pelo financiamento e avaliação específica dos actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI)”.

De recordar que a falta de um mecanismo de financiamento à ciência e inovação foi menciona-

do pelo Presidente da República, aquando da abertura do ano académico 2019, na província da Lunda-Norte, como um dos “maiores constrangimentos à prática da investigação científica em Angola, de forma regular e com resultados visíveis e úteis para o sector produtivo nacional”.

Pelo facto, o MESCTI tem esta questão como prioritária e estra-

tégica para que haja um bom desempenho da ciência no país.

Segundo o governante, a falta de um mecanismo interno que seja específico para financiar a ciência, terá feito com que no passado os projectos de investigação científica fossem erroneamente avaliados com os mesmos critérios utilizados para a selecção de projectos económicos, pelo que as propostas de investigação científica eram tidas como não viáveis.

Para inverter o ciclo, os departamentos ministeriais implicados na temática têm estado a debater e a procurar caminhos e soluções. É consêquencia disso a primeira tentativa de financiamento de projectos de investigação científica por um mecanismo alternativo criado em 2013 e denominado “Plano Anual de Ciência, Tecnologia e Inovação (PLANCTI)”, que permitiu a

publicação, em 2014, do primeiro edital nacional com regras claras para o financiamento, o que permitiu a apresentação de 105, propostas submetidas em todo o país, das quais 41 projectos foram aprovados.

Segundo o Secretário de Estado para a área da Inovação e Tecnologia, a congregação dos domínios do ensino superior e da ciência, tecnologia e inovação num mesmo departamento ministerial tem estado a permitir a “estruturação e reforço das actividades de investigação científica, reforço do desenvolvimento da investigação científica, tendo em atenção a implementação de um ecossistema de inovação e empreendedorismo de base tecnológica no subsistema do Ensino Superior, sem descurar o apoio metodológico que deve ser prestado a todos os outros sectores da vi-

da nacional, incluindo ao empresariado e sociedade civil, em matéria de investigação científica e desenvolvimento experimental, transferência de tecnologia e inovação”.

Relevância da participação de estudantes universitários Uma nova vaga de propostas de investigação científica está em análise neste momento por parte de uma comissão especializada que traz como novidade a recomendação de inclusão de trabalhos de estudantes como requisito para a obtenção do financiamento.

Uma das condições inseridas neste novo edital para projectos de investigação científica, cujas propostas estão agora a ser seleccionadas, é a formação de equipas interinstitucionais e a necessidade dos projectos de investigação ciendr

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

tífica poderem incluir estudantes que, concomitantemente, podiam desenvolver as suas monografias, dissertações de mestrado, ou mesmo teses de doutoramento no âmbito da implementação dos projectos.

“A inserção de estudantes em projectos de investigação científica para desenvolverem os seus trabalhos de fim de curso é uma metodologia seguida pelos países com maior tradição nesta matéria e é bastante importante, visto que, para além de resolver o problema de acumulação de estudantes, é também por essa via que acabam por ganhar outras valências e terminar as suas formações com outras competências ou habilidades científicas”, comentou Domingos Neto.

O nosso entrevistado garantiu que a tutela vai incentivar em simultâneo a pesquisa aplicada e a fundamental como solução para que o país encurte o fosse existente neste campo.

“A investigação fundamental é a que gera mais patentes pelo mundo fora e poucas pessoas sabem disso.

Apostar apenas na aplicada é sinónimo de querer manter-se sempre na dependência”, justificou Domingos Neto.

Por isso, “devem ser envidados esforços no sentido de se vencer os estereótipos gerados pela necessidade de obtenção de resultados imediatos, fazendo com que em países em via de desenvolvimento haja uma tendência para se apos-

A inserção de estudantes em projectos de investigação científica para desenvolverem os seus trabalhos de fim de curso é uma metodologia seguida pelos países com maior tradição nesta matéria”

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tar mais na investigação aplicada em detrimento da fundamental”. Índice Global de Inovação Segundo o último índice, publicado esta Quarta-feira (24) com base em 80 indicadores, a Suíça é o país mais inovador do mundo, enquanto que Portugal (posição 32) é o melhor entre os falantes de Língua Portuguesa e Moçambique aparece no lugar 119 da lista.

O Índice aponta o Brasil como a maior economia da América Latina e Caribe, onde as suas áreas mais competitivas em relação aos países vizinhos são o investimento em pesquisa e desenvolvimento, a presença de empresas globais e publicações científicas e universidades de qualidade. O Brasil também é o único país da região com centros de tecnologia e ciência no top 100 mundial.

A pesquisa também identifica outros líderes regionais, como a Índia, a África do Sul, o Chile, Israel, a China, o Vietname e o Rwanda no topo dos seus respetivos grupos.

O IGI é publicado há 12 anos e é uma referência global que ajuda autores de políticas a entender melhor como estimular actividades de inovação, um dos principais impulsionadores do desenvolvimento económico e social.

Para o mesmo são tidas em conta medidas tradicionais como investimento em pesquisa e desenvolvimento e aplicações de patentes e marcas registadas, até indicadores mais recentes, como a criação de aplicações para telefones celulares e exportações de alta tecnologia.

O tema do IGI este ano é “Criando Vidas Saudáveis - O Futuro da Inovação Médica”.

O estudo inclui uma secção sobre temas de saúde e 16 capítulos escritos por especialistas, analisando assuntos como uso de inteligência artificial, genómica e aplicações de saúde baseados em telefones celulares.

O director executivo do Instituto Europeu de Administração de Empresas, Insead, para Índices Globais disse que “a inovação no campo da saúde está a ser cada vez mais impulsionada por dados e pela inteligência artificial, tanto no diagnóstico quanto no prognóstico”.

Para Bruno Lanvin, isso causa “desafios sem precedentes que precisam de atenção urgente nas dimensões ética, social e económica.”

Segundo o especialista, “se não houver uma acção rápida, a inovação em saúde e medicina pode tornar-se uma fonte significativa de desigualdade”.

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DESTAQUES POLÍTICA PÁG. 08 Secretário da CASA-CE no Soyo acusa directores provinciais como sendo .os responsáveis de desvios de combustíveis.

o editorial SOCIEDADE. PÁG. 12

Caçador mata um cidadão ao tentar matar animal.

CARTAz. PÁG. 14 Bienal de Jovens Criadores da Cplp em destaque no Museu Nacional de História Militar.

ECOnOMIA PÁG. 19 Ende instala

contadores pré-pagos no Zaire.

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

HOJE:

A China das nossas vidas

H

á um toque chinês em quase tudo o que as famílias de todo o mundo usam hoje. dos telefones aos televisores, dos automóveis aos utensílios de cozinha, tal é a força produtiva daquela nação. Contudo, há ao mesmo tempo um movimento propagandístico que procura desacreditar o bem-fazer chinês. uma tontice chapada, por não se olhar para a história para ver a forma como a China foi criada, os seus legados tecnológicos e filosóficos para o avanço da humanidade e o seu verdadeiro milagre tecnológico actual.

Em Angola, a dita propaganda parece estar a ganhar terreno também, incluindo em figuras do Governo, o que é um erro, mesmo estando as promessas de dinheiro do FMI e do Banco Mundial tentadoras, mas o ideal seria puxar pela inteligência e buscar tirar o melhor resultado possível, também, da cooperação com a China, sobretudo com o sector privado daquele país. É que os que nos distraem destratando os chineses, estão a assinar acordos com eles e atrair o seu dinheiro.

os números do dia

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30 400

449 alunos angolanos em Maquela do Zombo, no Uíge, frequentam o presente ano lectivo na RDC por insuficiência de salas de aula naquela região.

Especialistas, entre médicos e efectivos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, estão agrupados para prevenção de suspeitos de casos de Ébola vindos da RDC.

Hectares é a área em que será erguida a fábrica de celulose na província de Benguela, uma obra que será financiada pelo Governo e o Fundo Soberano de Angola.

997

Mil toneladas de bens alimentares para acudir a seca que na região Sul do país foram enviadas à província do Cunene a partir de luanda.

o que foi dito MUnDO. PG. 23 EuA avalia sanções contra rússia por apoiar Maduro.

“

“

Paulo de Almeida Comandante-geral da polícia Nacional

Ana Januário Secretária de Estado dos direitos Humanos

Temos que acabar com as esquadras e postos policiais que rejeitam reclamações e queixas das pessoas”

A Media deve estar disposta a denunciar os crimes a fim de serem averiguados, protegendo-se, desta forma, outras possíveis vítimas”

“

A Bienal da CPLP vai marcar a grande diversidade entre as culturas dos povos que sempre uniu a comunidade” Sérgio Luther Rescova Governador da província de luanda

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

5 e assim...

José Kaliengue director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o economista Carlos lopes e encontre algumas respostas às suas inquietações sobre o desenvolvimento africano

O tabu de Samakuva

O

actual Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi primeiro-ministro de Portugal na década de 1990, creio que boa parte dos leitores tem idade para se lembrar disso. Quem o antecedeu foi Cavaco Silva, que cumpriu dois mandatos e não concorreu a um terceiro. Entretanto, antes de forGuizhou (China) Fortes Chuvas e deslizamentos da terras atingiram o Sudoeste da China fazendo 16 mortos. 30 pessoas malizar a sua “desistência”, Cavacontinuavam desaparecidas até ontem (dr) co criou um enorme tabu sobre o assunto, não comunicou se se recandidatava ou não, alimentou por muito tempo o “nin”. Foi divertido seguir, para mim que era miúdo, e foi um festim para a imprensa. Mas foi desatroso para o seu PSD, que tinha maioria absoluta no parlamento.

Surgiram várias especulações sobre nomes que ele apoiaria se não concorresse, a Oposição socialista foi acompanhando e traçando estratégias para abater cada um deles. Os que tinham a intenção de anunciar a sua candidatura foram ficando com menos tempo e com menos espaço de manobra, não sabiam quem enfrentariam e se teriam de se bater contra o líder todo poderoso. Como resultado, o PSD perdeu as eleições seguintes e nunca mais voltou a ser o mesmo.

Em Angola estamos a assistir a uma situação algo parecida. Depois do mérito do trabalho de Samakuva na sobrevivência, coesão e crescimento eleitoral da UNITA, pondo-a como a única alternativa ao poder do MPLA, e aproximando-se um congresso electivo depois de o presidente do partido ter dito, antes, que não se recandidataria, eis que Samakuva resolve alimentar também o seu tabu. Se avançar mais tarde vai ser visto como um “driblador político”, o que não é bom para o caso, se não avançar Política O presidente da AsCultura um total de 200 joSociedade As obras de reabi- Futebol O Sagrada e o anunciar mais tarde, terá limitaEsperança da lun- do o espaço de debate e de comunicaBasquetebol A Selecção sembleia Nacional, Fernando vens participa de 24 a 28 des- litação e terraplenagem do da-Norte prossegue ção do próximo líder, ou seja, o MPLA Nacional sénior feminina de da piedade dias dos Santos, te mês, no Museu de História troço que liga o município de a preparação em basquetebol prossegue hoje, participa em Maputo, em Militar, em luanda, na IX BieCacolo a comuna de Altovai limitar-se a puxar a corda que Saàs 8:00, no pavilhão 28 de Moçambique, na 45ª Assemnal dos Criadores da Comuni- Chicapa, província da lunda- Benguela, visando o makuva está a colocar no pescoço do Girabola Zap Fevereiro, em luanda, os bleia plenária do Fórum pardade dos países de língua Sul, iniciam dentro de 15 dias, seu sucessor. trabalhos de preparação, lamentar da Comunidade de portuguesa (Cplp). Marcado revelou o governador provin- 2019/2020 tendo em vista a sua presendesenvolvimento da África pelo espírito de partilha, o cial daniel Neto, durante a E também... ça no Campeonato Africano Austral (SAdC). No Aeroporto génio criador dos represenprimeira visita à localidade. As das Nações (Afrobasket’ Internacional 4 de Fevereiro, tantes dos nove países da obras, adjudicadas à empresa Dia Mundial dos Avós - 26 de dakar 2019) a ser disputado em luanda, Fernando da comunidade lusófona, vai Adisandra limitada, no âmbiJulho no Senegal, de 8 a 19 de Agos- piedade recebeu cumprimen- estar em evidência com exito do plano Integrado de InA celebração do dia dos avós é feita to. Emanuela Mateus, Juda to de despedida da segunda bições de peças que comtervenção nos Municípios através de eventos e de atividades Quindada e rosa Gala, esta vice-presidente da Assempõem o acervo cultural dos pIIM, com um orçamento de que prestam homenagem e que última por questões de saúde, bleia Nacional, Suzana de povos, nas diferentes modali- 170 milhões de kwanzas, e pretendem demonstrar carinho e estão de fora da “operação Melo, de deputados e de altos dades artísticas. O porta-voz tempo de execução de seis apreço a todos os avós. dakar”. Com a saída destas funcionários do parlamento da Bienal da Cplp, Kikas meses, decorrem em simultâNetos e filhos presenteiam simboliatletas, o seleccionador nanacional.

Machado, destacou a imporneo com a construção de uma camente os seus avós, de forma a cional, Apolinário paquete, tância do evento por contriponte metálica sobre o rio agradecer o apoio e dedicação desdisse ter a “tarefa mais difícil” buir para o reforço do proces- Kuanguma, com 33 metros de tes à família e mostrar o quanto eles para a etapa derradeira de so de integração da juventude. largura e 4,90 Km de comprisão importantes para os seus famipreparação. mento. liares.

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o que vai acontecer

6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos luís Gomes paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

nO TEMPO DO KAPARAnDAnDA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso pedro e Adjelson Coimbra.

Arte: ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)lourenço pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva.

Fotografia: Carlos Moco (Editor), daniel Miguel (Sub-editor), pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio pinto, lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas

1943

25 de Julho -Benito Mussolini saiu do poder em Itália, porém o rei Victor Emmanuel encarregou o Marechal Bodoglio de formar o Governo.

25 de Julho

1956

-O presidente do Egipto, Gamal Abdel Nasser, nacionalizou o Canal de Suez, o que provocou a ameaça de retaliações financeiras por parte da Grã-bretanha, EuA e a França.

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

e político Averell Harriman, de 94 anos, que serviu de conselheiro de presidentes norte-americanos desde Franklin roosevelt a James Carter.

CARTA DO LEITOR

O SJA ontem e hoje e a greve na rNA dr

Agências: Angop, AFp, reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: dAMEr, S. A. luanda Sul, Edifício damer Distribuição: Media Nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio AlpHA, Talatonaluanda. Tel: 222 009 444 república de Angola

25 de Julho 1986 -Morreu o banqueiro

Caro director do jornal OPAÍS, saudações e votos de um dia calmo.

Sou cidadão angolano até no cartão de eleitor, nascido em Luanda, mas a residir no Luena, província do Moxico, há cinco anos, por força das oportunidades de emprego, é Angola na mesma.

Já pensei ser jornalista, mas não tive oportunidade, porque, na altura acabaram

os textes de admissão para o Ensino Médio e sempre que concorresse para uma vaga no IMEL, em Luanda, o meu nome nunca foi seleccionado.

Por conta disto, estudei o médio no IMNE Maristas, Matemática e Física, pedagogia, e enterrei o “machado” do jornalismo.

Mas, sempre acompanhei as lutas feitas pelos profissionais desta classe por via do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), ho-

je liderado pelo bom, profissional, do Teixeira Cândido, um homem que se iniciou nesta profissão no desporto, no Jornal de Angola, nos idos anos noventa, sempre gostou do associativismo.

O SJA surge em Angola com a queda do monopartidarismo, um regime de partido único e assente na ausência de liberdades.

Em 1992, creio, profissionais como Graça Campos, Aguiar dos Santos, Avelino Miguel, Ismael Mateus, Luísa Rogério, António Félix e outros fizeram parte do grupo que deu origem a este ramo de actividade.

Mas, o Governo, como não estava habituado aos novos ventos da democracia, criava sempre muitos entraves ao SJA. Ainda assim, sempre resisitiram às intempéries com a colaboração de alguns jornalistas vendidos ao regime e que hoje nem a cara conseguem levantar diante dos colegas.

Esses mais velhos, que criaram o SJA e se bateram pela sua idoneidade moral e profissional, merecem o meu respeito, pois deixaram o mesmo legado ao Teixeira Cândido.

Hoje, com os pequenos ventos da mudança, na era do Presidente João

Lourenço, o SJA está mais unido e já não tem outra saída. Isto só fortalece a democracia.

O caso dos vossos colegas da Rádio Nacional de Angola (RNA), que reclamam por melhores condições salariais e outras regalias é um facto.

O SJA apareceu e negociou com o agente empregador, neste caso a direcção da RNA, mas o processo não terá sido muito claro.

Os jornalistas da RNA, pelo que ouvi, não gostaram das propostas do qualificador salarial, por isso reuniram-se com o SJA. E nos termos da Lei e da Constituição vigente no ordenamento jurídico angolano, deicidiram fazer greve no dia 29. Mas a direcção da RNA já terá recuado na sua posição, uma vez que a greve não é ilegal, todos os pressupostos foram observados.

Por fim, é importante saber que o jornalismo é tão importante quanto outras profissões e sem ele muitos abusos podem ganhar corpo e ferir a democracia. Viva o SJA, mantenham a união da classe!

Naité U. Varanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754

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17/01/19

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POLÍTICA

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Secretário da CASA-CE no Soyo acusa directores provinciais de serem os responsáveis por desvios de combustíveis dr

Em consequência do contrabando, a província do Zaire, nos últimos dias, enfrenta uma acentuada escassez de combustíveis, com o litro de gasolina a ser comercializado, em diversos pontos da região, ao preço de 400 kwanzas Domingos Bento, enviado ao Soyo

Hamilton de Lemos, secretário da CASACE no município do Soyo

O

secretário da CASA-CE no município do Soyo, província do Zaire, Hamilton de Lemos, acusou, em entrevista ao OPAIS, os directores provinciais e altas figuras locais de estarem na “frente” dos desvios de combustíveis naquela parcela do território nacional.

Porém, em consequência do contrabando, a províncias do Zaire enfrenta uma acentuada escassez de combustíveis, com o litro de gasolina a ser comercializado, por alguns operadores, ao preço de 400 kwanzas.

Segundo o político, os dirigentes e altas entidades ligadas à gestão da província têm desviado o combustível, que é fornecido pelo Estado, para benefício próprio. Conforme explicou, ao invés de fornecerem às bombas, os “mafiosos” desviam os combustíveis para as zonas fronteiriças com a República Democrática do Congo (RDC) onde comercializam a “preço de ouro”.

Hamilton de Lemos disse, inclusive, haver bombas clandestinas no meio de matagais, nas zonas fronteiriças, cuja missão é abastecer apenas a RDC, em detrimento da província, que fica numa autêntica seca, sem combustíveis nos principais pontos de venda.

De acordo com o político, que pede a máxima actuação do Serviço de Investigação Criminal (SIC), todo esse esquema é feito no perío-

do da noite, com os camiões a serem desviados para o outro lado da fronteira, em prejuízo da grande maioria da população, que acaba privada do produto.

“Não é fácil encontrar combustível no Soyo, sobretudo durante os finais de semana. Recentemente houve uma melhoria, mas tudo por causa da visita do Presidente. Mais dias ou menos dias, a situação voltará ao mesmo de sempre. Não é possível... até porque somos um município produtor de petróleo”, deplorou o político, tendo acrescentado que, “para o nosso espanto, muitas vezes, nós, os angolanos, ainda compramos combustíveis das mãos dos próprios congoleses, a quem os dirigentes vendem os combustíveis. É um autêntico abuso” Recentemente, aquando da sua visita de trabalhão de dois dias a província do Zaire, o Presidente da Republica, João Lourenço, apontou a necessidade do estabelecimento de regras no comércio de fronteiras para evitar a venda anárquica de combustíveis aos países vizinhos, sobretudo para a República Democrática do Congo.

João Lourenço disse que, para

além de não defender os interesses nacionais, a venda clandestina de combustíveis nas fronteiras não permite ao Estado a arrecadação de receitas e tem sido um dos principais factores de escassez dos produtos derivados do petróleo, com destaque para a gasolina e o gasóleo, tendo afirmado que, para um país que é produtor de petróleo, não é aceitável que haja escassez de gasolina, gasóleo e outros derivados

Hamilton de Lemos disse, inclusive, haver bombas clandestinas no meio de matagais, nas zonas fronteiriças, cuja missão é abastecer apenas a RDC

do crude. Porém, de forma a evitar que a escassez continue causando dificuldades e prejuízos às famílias, João Lourenço disse ser necessário regular o comércio nas fronteiras.

Esquema antigo De acordo ainda com Hamilton de Lemos, o esquema de combustíveis na província é uma prática antiga e que vem enriquecendo muitas pessoas de forma ilícita. Nos últimos dias, explicou, o cenário ganhou corpo devido à escassez de divisas em Angola.

A nível das províncias, como o comércio é feito à base de moedas estrangeiras, o esquema aumentou de escala, deixando a província numa verdadeira escassez.

“Os responsáveis pelo desvio de combustíveis são os mesmos que comandam a província noutros sectores e serviços. Tudo é deles. A Polícia precisa de fazer o seu trabalho para desmistificar essa rede de criminosos.

Prejudicam famílias por causa do orgulho. É preciso responsabilizar essa malta”, defendeu.

Especialistas defendem diálogo para a cultura de paz

O

s diferentes segmentos da sociedade angolana devem abrir espaços de diálogo para encontrar subsídios de forma a promover a cultura da paz, da diversidade, da aceitação do outro e não-vitimização, defenderam os participantes no primeiro Simpósio Internacional sobre Cultura de Paz, que decorreu em Luanda, numa promoção do Instituto Superior Politécnico Tocoísta No evento, os participantes concluíram que é preciso proporcionar o bem-estar através da educação para maior inclusão social dos cidadãos. Apontaram ainda a necessidade de proporcionar o direito às oportunidades da felicidade social para todos, a melhoria do ensino em Angola através de intercâmbio com demais universidades do mundo, a garantia da legalidade de diplomas angolanos além-fronteiras, através de agências de acreditação regionais (SADC, Grandes Lagos e CEDEAO), bem como exigir que um professorado altamente formado e treinado garanta a formação dos estudantes, quer na licenciatura como no mestrado que se pretende criar.

Porém, para o efeito, os participantes recomendaram a exigência de qualidade para qualquer oferta de mestrado, devendo haver orientação, que passe pela inovação, a utilidade e garantia de empregabilidade, e a criação de uma cultura de investigação com qualidade como uma das características.

No entanto, dentre os vários participantes no certame esteve o professor americano Mohammad Camara, da Universidade Howard, que sugeriu aos Estados africanos, em particular ao angolano, a criar um “sistema pana-africano” para acreditação de documentos académicos de estudantes africanos rejeitados fora do continente.

O docente afro-americano defendeu tal posição ao dissertar sobre “África global e o desenvolvimento do ensino superior em Angola”, durante o I simpósio internacional sobre cultura de paz nos estudos africanos e afro-americanos promovido pelo Instituto Superior Politécnico Tocoísta.

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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Governo “corrige” valas no Lobito para evitar mais tragédias em época chuvosa O Governo de Benguela manifesta-se preocupado com o estado das valas de drenagem da província, caracterizado pela “avalanche” de lixo que impede o curso normal das águas Constantino Eduardo, em Benguela

Joaquim Gonçalves, presidente do juri

Governo da Huíla “reactiva” prémio de jornalismo A última edição do referido premio foi realizada em 2014, tendo sido vencido pela jornalista da rádio Nacional de Angola Sandra rodrigues João Katombela, na Huíla

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epois de cinco anos de interrupção, por falta de verbas, o Governo da Província da Huíla anunciou, para este ano, o relançamento do Prémio local de jornalismo Para o efeito, foi já criada uma comissão organizadora que, desde o passado dia 15 de Julho, está a proceder à recolha das candidaturas dos jornalistas interessados a concorrer ao referido premio, que tem como objectivo reconhecer a excelência dos profissionais da província.

De acordo com o presidente do júri, Joaquim Gonçalves, o prémio, denominado “Interseviço de Jornalismo”, que ao longo dos anos já galardoou vários profissionais, é um concurso social, gratuito e sem taxa de inscrição, cuja promoção está a cargo do Governo local.

Sobre a premiação, Joaquim Gonçalves esclareceu que o valor do grande prémio está avaliado em cinco milhões de Kwanzas.

Já os vencedores das categorias de rádio, tv e imprensa vão receber o valor de 250 mil kwan-

zas cada, enquanto o prémio revelação está orçado em 150 mil Kwanzas.

Ao falar sobre a importância do prémio, o também antigo director da emissora provincial da Huíla, do grupo Radio Nacional de Angola, referiu que a província, em particular o município do Lubango, tem sido palco de varias obras viradas para a sua requalificação, o que vai culminar com a melhoria das condições de vida dos cidadãos. No seu entender, os jornalistas são chamados a divulgar estas acções, informando com isenção, imparcialidade e compromisso com a verdade. “É com este sentimento que pretendemos, este ano, realizar o prémio de jornalismo. A actividade jornalística é fundamental para contribuir na aceleração do crescimento da província”, notou.

No conjunto de profissionais que compõem o grupo de jurados constam Manuel Fernandes, jornalista da ANGOP, Rosa Gonçalves, antiga directora provincial da Comunicação Social, Benjamim Faro, realizador de televisão, Sandra Borges, gestora, Emerciana Sanumbutue e o Joaquim Gonçalves.

Segundo Joaquim Gonçalves,

para a edição deste ano fez-se algumas inovações que vão culminar num maior alargamento do premio e na valorização dos profissionais. Dentre as inovações, o responsável deu a conhecer a classificação e participação de jornalistas que trabalham fora da província.

“Podem concorrer jornalistas que apresentam reportagem realizadas em língua portuguesa e em línguas nacionais publicadas em órgãos de comunicação social na Huíla”, explicou, tendo ainda acrescentado que “podem, igualmente, concorrer reportagens de conteúdos de actualidade e investigação de acontecimentos relacionados com a província”.

História do Prémio O prémio local de jornalismo foi instituído em 2004 com o apoio do Governo local. A primeira edição foi ganha pelo programa “Repórter de Rua”, da Rádio 2000 Antena Comercial, do Lubango, conduzido pelo então repórter Machel da Rocha.

Anos depois, a premiação passou a ser da responsabilidade da empresa de consultoria Interserviços, que anualmente atribuía como prémio um valor de 15 mil dólares americanos ao vencedor.

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Executivo está a proceder ao trabalho de desassoreamento das valas de drenagem, que apresentam um cenário descrito como desolador, com resíduos sólidos a impedirem o curso normal das águas. O assoreamento das valas foi apontado como causa das mortes que ocorreram em 2015 e 2019, em consequências das enxurradas derivadas das chuvas que caíram em Benguela.

Face ao cenário, o Governo local tinha priorizado as valas do Bairro da Luz, no município do Lobito, por terem sido aquelas que maior numero de mortes causaram.

O vice-governador de Benguela, Leopoldo Muhongo, nas vestes de governador em exercício, reiterou a posição do Governo em desassorear as valas, admitindo a necessidade de se trabalhar na prevenção, tendo em vista o período de chuvas já às portas.

A vala do Coringe, uma das maiores do litoral de Benguela, há muito que carece de uma intervenção devido à quantidade de lixo que recebe, a julgar pela atitude dos moradores de algumas ruas dos bairros Benfica e Kalohombo, que, na falta de conten-

tores, socorrem-se da vala para a deposição do lixo, pondo, por isso, em risco vida de milhares de banhistas na Praia Morena.

“A vala do Coringe é, seguramente, um dos pontos que vamos trabalhar. Vamos trabalhar com a própria Administração nos aspectos de manutenção e garantir que, durante a época, não entrem muitos resíduos no mar. Não apenas esta, mas todas as valas, fundamentalmente nos municípios de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía-Farta”, disse.

Leopoldo Muhongo, de quem se diz estar a ser ensaiado para substituir Rui Falcão, refere que, neste momento, as acções estão a ser direccionadas fundamentalmente para a correcção das valas no Bairro da Luz, ao que se seguirá a da Praia Bebé, esta última no município da Catumbela.

“Já fizemos a protecção dos diques do rio Cavaco. Temos certeza de que, provavelmente, a gente chegue para a nova época chuvosa com muito melhor condição de fazer a circulação das águas”, sustentou.

Empreitada do género, conforme deu a conhecer, acontece no município da Baia-Farta, onde se procede à manutenção do rio que passa pela vila, chegando a provocar embaraços à centralidade local.

“Exactamente para tornar mais fluida a circulação de água”, conclui. dr

Visita da delegação do Governo às valas do Lobito

SOCIEDADE

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Todas as rés contra Massota e seus “fantasmas”

O comissário Francisco Massota voltou a registar, durante a última sessão de audiência de julgamento, ontem, mais declarações de suas subordinadas que se mostraram contra as suas acções e procuraram falar toda a verdade sobre os esquemas fraudulentos de que vem acusado Romão Brandão

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Tribunal Supremo Militar, na sala de julgamento do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “Osvaldo Serra Van-Dúnem”, retomou o julgamento de Francisco Massota, que é acusado de ser o autor principal de um esquema fraudulento para enganar cidadãos nacionais e levar a que lhe entregassem elevadas quantias em dinheiro para enquadramento nas fileiras da Polícia Nacional. Em três dias de audiência, três das rés, por sinal suas subordinadas, foram unânimes em apontar Massota como a peça principal das “falcatruas”, tendo inclusive sido levantadas questões que indicam que terão sido coagidas pelo réu a declarar o contrário.

A subinspectora Márcia Alfredo, ré ouvida ontem, disse em tribunal que Francisco Massota a coagiu para que mentisse em tribunal, momentos antes do início da sessão de julgamento, na porta do quarto de banho.

Esta declaração coloca mais uma vez o comissário em maus lençóis, para além do facto de, na sessão anterior a esta, quando foi ouvida a ré Elizandra Tomás, esta ter declarado que Francisco Massota tentou influenciar a sua família de modo a convencê-la a ir para a cadeia para não comprometer o nome do comissário.

“Ele disse que é general e que haveria de tirar-me da cadeia. Disse ainda que a corda rebenta do lado mais fraco, e a ele (como general) nada lhe iria acontecer”, sublinhou a ré que não aceitou tal proposta.

Denunciar o general foi a única opção Elizandra Tomás é a agente da Polícia Nacional que denunciou os factos às autoridades em 2017, após ter sido reconhecida como a principal burladora de 100 cidadãos que ten-

tavam entrar nas fileiras da Polícia.

A ré disse ainda que denunciou os factos às autoridades porque estava a ser vítima de ameaças por parte das pessoas que deram o dinheiro para serem incorporadas na Polícia Nacional (PN) e que, dado o tempo de espera, pensavam que estavam diante de uma burla. Foi “a gota de água” quando um dos lesados agrediu fisicamente a sua mãe.

Quando o caso foi parar às mãos da PGR, o seu superior (Massota) foi chamado a prestar declarações e depois dali voltou a procurá-la para que mentisse a seu favor. Pediu-lhe ainda, disse, que tivesse paciência, pois o dinheiro envolvido seria devolvido paulatinamente, caso esta retirasse a queixa contra ele.

Foi a pressão das pessoas que fez com que Elizandra devolvesse aos visados, das suas próprias econo-

mias, um total de oito milhões de Kwanzas. Perguntada se beneficiou com as contratações das pessoas que seriam recrutadas, respondeu negativamente.

As rés foram unânimes em apontar Massota como a peça principal das “falcatruas”, tendo inclusive sido levantadas questões que indicam que terão sido coagidas pelo réu

Todo o dinheiro com Massota Apesar de ter dito no julgamento que recebeu dinheiro da mão de quatro candidatos e que cada um deles lhe entregou 300.000 kz, Márcia Alfredo acrescentou que tal quantia monetária foi entregue ao comissário Massota.

Já a ré Elsa Maria, agente da Polícia Nacional, disse em tribunal que o comissário Massota ameaçou a ré Elizandra Tomás por esta a ter levado até ao seu gabinete para lhe perguntar sobre a devolução do dinheiro aos candidatos que acharam que o tempo de espera para entrar na corporação já era demasiado.

Elsa também teve de tirar dinheiro do seu próprio salário para fazer a devolução dos valores a 17 candidatos, tendo entregado, até à data, 1, 9 milhões de Kwanzas.

Mesmo assim, disse, ainda continua a pagar a dívida.

O comissário Francisco Massota, de 59 anos, conselheiro do comandante-geral da Polícia Nacional, está a ser julgado por suposta prática de 30 crimes de burla por defraudação, conduta indecorosa e abuso no exercício do cargo quando era o director da Escola Nacional de Formação da Polícia de Protecção e Intervenção.

Desde 27 de Junho que o julgamento de Massota tinha sido suspendido pelo tribunal, depois de o réu ter apresentado problemas de saúde durante a audiência, que decorre nas instalações do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “Osvaldo Serra VanDúnem”. A próxima sessão de julgamento será na próxima Terçafeira, 30 de Julho.

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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Educador recomenda ponderação à restrição de presos em actividades sociais dr

Fala-se da privação desse direito aos presos sentenciados com pena maior, quando juristas esclarecem que a restrição é apenas para os que cometeram os considerados crimes de sangue Alberto Bambi

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educador social António Paulo é de opinião que haja ponderação ou mesmo revisão nos preceitos que impedem os criminosos condenados por crimes considerados graves de participar em actividades puramente socio-laborais, que podiam contribuir para a o processo de reintegração dos mesmos.

“O meu recado surge em função de uma reclamação ouvida por mim, a partir de um empreendedor que leva a cabo a promoção e desenvolvimento de actividades agrícolas, numa das cadeias do país, que prefiro não citar ainda, para evitar retaliação, onde o cultivo dos campos não tem a participação de mais de cinco reclusos, em cada sessão”.

Considerando que as cadeias, além de albergarem uma população carcerária, tem o carácter de lhes garantir ferramentas de recuperação e proporcionar um ambiente que lhes permita esquecer, por algum tempo, a tendência de discriminação que a sociedade mais alargada (de onde vieram) lhes dedicou ou dedica, ao mesmo tempo lhes dotar de valores, competências e habilidades em áreas técnicas que os permita serem úteis, depois que terminem o cumprimento de suas penas.

António Paulo informou que visita muito as cadeias de Angola, tendo-se manifestado, por isso, preocupado com o grau de con-

vivência que os reclusos têm com os agentes penitenciários, segundo ele pautado mais em acções repreensivas do que em preventivas.

“Neste sentido, embora eu possa admitir que o preso nunca demonstra o seu verdadeiro comportamento, os polícias deviam mesmo exercer o seu dever de autênticos reeducadores, ao ponto de serem eles os primeiros a fomentarem um ambiente pacífico e permeável, ao invés de se servirem do preso para fazer trabalhos a seu favor, como já fiz questão de registar.

Ainda relativamente à obstrução da participação de certos condenados em trabalhos socio-profissionais, o educador de infância já consultou vários juristas que, achando o assunto delicado, o baralharam com discursos técnicos, como o próprio fez questão de referir.

Só os crimes de sangue Chamado a pronunciar-se sobre o assunto, o jurista Edson Kalei considerou que a participação dos presos em actividades classificadas como sociais, principalmen-

te aquelas que suscitam no recluso a apreensão de um valor técnicoprofissional, faz parte do chamado contrato penal.

“A questão de recuperação que passa, em grande medida, pela apreensão de valores, competências e habilidades, é um dos critérios de reabilitação do indivíduo que cumpre uma pena, a fim de, amanhã, se reinserir na sociedade com mais facilidade”, declarou o jurista, para quem, no caso de as alegações do educador social se-

rem reais, se está a fazer um mau aproveitamento da lei.

Esclarecendo, realçou que os preceitos definem restrição para os tipos de crime, não para a duração das penas, como se vem invocando.

“A medida de que se fala é aplicada somente aos criminosos de sangue, como os que cometeram ho-

“O meu recado surge em função de uma reclamação de alguém que luta para promover e desenvolver actividades agrícolas, numa cadeia”

Assegurando-se nos padrões penais modernos, conforme referiu, Edson Kalei adiantou que um professor condenado, que se predispõe ou é chamado a administrar aulas ou colaborar na organização e projecção do processo de ensino e aprendizagem, com afinco e dedicação reconhecidos, pode merecer uma liberdade condicional, antes mesmo de cumprir o tempo da pena a si imputada.

micídios e violações sexuais, mas, ainda assim, dentro do processo de reeducação a que eles são submetidos, pode haver acções que se identificam com as do género, encontrando-se a diferença nas limitações de espaço”, elucidou Edson Kalei, para dar a entender que, de uma forma ou de outra, estaria lá o pendor social nas práticas selecionadas pelas penitenciárias.

Dedicação suscita liberdade condicional “Por isso, o melhoramento do comportamento, que não deve ser encarado como uma estratégia para o preso se ver livre da sua sentença, deve constar nos objectivos da direcção de uma penitenciária cujas lutas irrefutáveis se devem cingir, essencialmente, na consciencialização de culpa e, acima de tudo, na superação dos indivíduos encarcerados.

SOCIEDADE

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Caçador mata um cidadão ao tentar matar animal

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O cidadão, agora detido, durante uma caça fez

disparos para matar um javali, mas acabaram atingido mortalmente Francisco Xavier, de 62 anos

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Serviço de Investigação Criminal, em coordenação com a Polícia Nacional no município de Tomboco, detiveram, quando eram 8 horas do dia 24 de Julho, um cidadão indiciado na prática do crime de homicídio involuntário.

O acusado rondava pela região denominada 310 (uma mata), no dia 23 do corrente mês, cumprindo mais um dia de caça com uma arma do tipo caçadeira, quando se terá, supostamente, depara-

do com um javali e fez disparos na tentativa de o matar para consumo próprio.

Em vez de causar a morte ao animal, o indivíduo em causa acabou por atingir nas regiões do tórax, pescoço e abdômen, o cidadão, Francisco Xavier de 62 anos de idade, que teve morte imediata, segundo consta no relatório da Polícia local.

Dada a esta situação, o cidadão foi detido e encaminhado à PGR daquele município (Tomboco), para os trâmites legais que se impõem.

O caçador agora terá de responder à justiça por crime de homicídio involuntário

Enfermaria de colégio internacional serve população do Chimbicado A partir de Setembro, o bairro Chimbicado, município do Talatona, verá aberta as portas do colégio Cedars International School of Angola (CISA), que terá a enfermaria à disposição da população circunvizinha, a custo zero Stela Cambamba

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omo parte da responsabilidade social que o CISA pretende executar junto da região em que está inserido, Imad Taha, director-geral da instituição, disse que pretendem apoiar a comunidade a fortalecer alguns projectos, sobretudo que incluam crianças, bem como no que diz respeito ao atendimento médico.

A enfermaria, que funcionará dentro da instituição, estará aberta também para a vizinhança a custo zero. O posto médico devidamente equipa-

do, com área de tiragem, consultório, laboratório, farmácia, entre outros serviços básicos, servirá para amenizar os problemas de saúde que se registam no bairro.

“A enfermaria vai servir a escola e a comunidade local, ao mesmo tempo”, garantiu Imad Taha.

Outro jeito que encontraram para ajudar a população é abrir uma janela que será denominada “janela contra a fome”, cujo objectivo é doar toda a comida não usada no restaurante durante o processo diário de confeição dos pratos para alimentar os alunos.

Cedars International School of Angola (CISA) é um colégio de cariz internacional, em que os pais

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O CISA tem capacidade para atender 480 alunos

que pretenderem matricular os filhos nesta instituição desembolsarão entre dois a três milhões de Kwanzas/ano.

O CISA tem capacidade para atender 480 alunos, nas 24 salas, sendo 20 estudantes por turma, em dois períodos de trabalho (manhã e tarde). As matrículas já começaram e o ano lectivo 2019/2020 começa no mês de Setembro do ano em curso e termina em Julho do próximo ano. Os níveis de ensino vão desde o pré-escolar à 12ª classe. Segundo o directorgeral, os alunos terão como materiais escolares equipamentos tecnológicos como o tablet. Para além do inglês que será a língua padrão, serão adicionados também no currículo o francês, árabe, português e kimbundu (opcional).

De acordo com CEO da instituição, decidiu criar o colégio de nível internacional tendo em conta um estudo de viabilidade feito, que dá conta que, por ano nascem 500 mil crianças na província de Luanda. Pelo facto, acredita que o mercado luandense necessita de mais instituições do género.

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CARTAz seu suplemento diário de lazer e cultura

Bienal de Jovens Criadores da CPLP em destaque no Museu Nacional de História Militar O evento, focado no reforço do processo de integração da juventude, na aproximação e no intercâmbio, no debate entre as diferentes identidades culturais e artísticas, entra hoje no seu terceiro dia de actividades, com acções no domínio da criatividade artística dr

Augusto Nunes

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Museu Nacional de História Militar, em Luanda, continua a atrair o público, ao acolher, desta vez, a IX Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre desde Quinta-feira sob o lema “Juventude da CPLP Unida pela Cultura”.

O evento, reunindo 200 jovens expositores de países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Guiné Equatorial e Angola, país anfitrião, continua a ser um espaço de debate e reflexão sobre as criações artísticas e culturais dos jovens da Comunidade, com debates e partilha de vivências nas diversas esferas da vida política, económica e social, assim como na divulgação de políticas públicas para a juventude da CPLP e do mundo.

No hall do museu, stands apetrechados, associados aos painéis publicitários, continuam a ser o chamariz para o transeunte ou automobilista que circula pela Baía de Luanda, Ilha do Cabo, Chicala, e em todo o perímetro daquela instituição museológica.

No seu interior é visível e com bastante frequência, a movimentação do público junto dos stands, fascinado pelos artigos ali expostos: joias, obras de escultura,

Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do PR, Frederico Cardoso

e podemos constatar o seu génio criativo em palco na sessão de abertura do evento. Dançaram, encenaram e mostraram-nos que apesar das diferenças podemos ir além do que esperávamos.

Basta ter força de vontade e determinação”, disse.

Representantes de Timor Leste durante a abertura da Bienal

pintura, literatura, discos, vídeos e outros acessorios. Enquanto uns vão em visita, outros procuram fazer amizades, trocar impressões e adquirir alguns artigos como lembrança deste evento. É o caso Marcos Daniel que, impressionado com a iniciativa, disse ser um privilégio estar presente no certame, acompanhar de perto os jovens talentosos da comunidade e com eles aprender.

“Pude conhecer um pouco do génio criador dos nossos irmãos de Cabo Verde, do Brasil, de Mo-

çambique, de São Tomé e Príncipe, de Timor Leste, da Guiné Equatorial e tantos outros, e com eles aprender. Quiçá um dia ter eu a possibilidade de estar nas vestes das cores do nosso país e representá-lo numa das próximas edições”, disse entusiasmado.

Marcos realça que a Bienal em curso continua a ser um grande incentivo aos jovens criadores angolanos e não só, muitos dos quais anónimos ou, certas vezes, esquecidos ou ignorados.

Já a jovem Ariclene Mariel, socorrendo-se das palavras do Go-

vernador da Província de Luanda, Sérgio Luther Rescova, considerou a Bienal, um momento de união e de interacção entre expositores e o público, uma ocasião especial para a troca de experiências, respeitando a história.

Por sua vez, Calisto Rafael, enaltecendo o feito, desafia o Executivo a abraçar iniciativas do género não só ao nível da Comunidade Lusófona, mas também ao nível interno, de modo a que não se dispersem os seus talentos.

“São Tomé e Príncipe é um grande exemplo para nós, jovens,

Primeiro dia da Bienal O primeiro dia da IX Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, inaugurada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, em representação do Presidente, João Gonçalves Lourenço, foi marcado por um desfile performativo das delegações dos nove países membros da CPLP, que, pela via da dança, do teatro e da música, mostraram as suas culturas.

O dirigente defendeu, na ocasião, a necessidade contínua de se trabalhar no alargamento do leque de exposições de criatividade dos jovens para outros domínios da sua actividade empreendedora, por serem criadores de valor social e passível de geração de renda.

Desta forma, referiu, as possíveis gerações de renda passam também pela criatividade associada às tecnologias de informação, à robótica, aos serviços de apoio às telecomunicações, à mecânica, à biologia, e às ciências da natureza.

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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Defendido novo paradigma de governação para África Ireneu Mujoco

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bispo da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (INSJC), Os Tocoistas, Dom Afonso Nunes, disse ontem, em Catete, sede do município de Icolo e Bengo, que a África precisa de entrar num novo paradigma.

Falando na abertura da Conferência Internacional sobre a Efusão do Espírito em África e Suas Implicações, alusiva ao 70º aniversário da igreja que dirige, assinalado ontem, 25 de Julho, sustentou que o continente precisa de um novo paradigma para autodescobrirse e “entender quem ele é” e poder ganhar uma nova postura na sua forma de “ser e de

estar”. Segundo o prelado, o continente precisa de um novo impulso nas suas várias dimensões, sendo este um dos propósitos pelos quais a igreja debateu-se num encontro mantido em Galina, no antigo Congo Belga, actual República Democrática do Congo, que reuniu mais de 40 delegações provenientes de todo o Mundo.

Neste encontro, de acordo com o líder dos tocoistas, tratou-se de questões da saúde, educação, emancipação da mulher e outros, mas contra todas expectativas, África continua a ser um continente com um futuro adiado, porque “continua a servir interesses alheios”.

Na opinião de Dom Afonso Nunes, o continente deve trabalhar para desenvolver-se e livrar-se da dependência económica e financeira de países de outros continen-

tes. Essa subordinação é interpretada pelo bispo como o continente não estando livre, pelo facto de, em alguns casos, os estrangeiros passarem a ditar as regras do jogo da África.

Afirmou que um poder sem economia e finanças é um poder sem estabilidade para conferir maior dignidade aos seus cidadãos, e essa situação continua a ser vigente.

“Sem economia e sem finanças, você não tem poder”, sublinhou, reforçando ser urgente que a igreja africana reze e reflicta sobre esta situação, sendo esta uma missão das igrejas, rezarem pelos seus presidentes para dirigirem bem os seus povos.

cos estrangeiros, como é o caso do professor universitário Mohammad Camara, da Howard University, dos Estados Unidos da América, brasileiros e outros.

De entre outros temas, a conferência está a abordar “O Espírito Santo Como Guia e Força Consoladora”, “ A Efusão do Espírito Santo em África, Consequências e Implicações”; “O Propósito de Deus e Sucessão Espiritual desde Moisés”.

Para os tocoistas, o 25 de Julho de 1949 marcou o continente africano, tendo como implicações ime-

diatas a libertação do jugo colonial, a procura do caminho da Independência económica e, acima de tudo, da afirmação da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, fundada pelo profeta Simão Gonçalves Toco.

O encontro, em que participam delegados da RDC, Zâmbia, Malawi, Tanzânia, África do Sul, Zimbabwe, Japão, Brasil, Namíbia e outros, encerra esta tarde.

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Sobre a data Para a comemoração da data, vários temas serão abordados por pastores angolanos e académipuB

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CARTAz

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Dj Djeff sobe hoje ao palco como “cabeça de cartaz” na Croácia O Dj Djeff é uma das atracções para a 9ª edição do “SuncéBeat”, maior festival de música electrónica e R&B da Croácia, a ocorrer desde Quarta-feira, 24, em Tisno. Na noite de hoje, Sexta-feira, Djeff será o protagonista da “boat party”, propagando a sua música do barco, para a imensidão do mar dr

vibrar, descontrair e, porque não, sorrir.

Para seu orgulho, certamente, também para a vaidade da cultura e arte angolanas, Djeff, Dj e produtor musical luso-angolano, marca presença regularmente nas cabines de Dj do “SuncéBeat”, ao lado de outros ícones do house music.

Nessas duas noites para as quais foi convocado, promete aos fãs permanecer igual a si mesmo, dando tudo para ver o público feliz, até porque a música é a língua universal que todas as nações entendem.

Zuleide de Carvalho, em Benguela

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isno é uma zona balnear croata que agrega milhares de amantes de ritmos musicais em todos os Verões europeus há quase uma década, no mais concorrido festival de house music do país, o “SuncéBeat”.

E, nas 8 edições que o “SuncéBeat” teve, Djeff participou em mais de metade, estando novamente sob os holofotes ontem, num dos palcos montados no recinto e, sendo cabeça de cartaz hoje na “boat party”.

São oito dias de festa em que os participantes, vindos de diversas paragens do mundo, encontram artistas musicais que comandem os seus estados de espírito, permitindo-lhes simplesmente, dançar,

A melhor recompensa: “ver as pessoas a sorrir e dançar” Ser Dj, mesmo para os mundialmente reconhecidos, tem os seus altos e baixos. Para este artista luso-angolano, o trabalho árduo vale sempre a pena, pois, colhe muitos mais frutos do que espinhos.

Afirmando: “nunca trabalhei um dia na minha vida”, pois ama a sua profissão.

O também produtor musical já viu como momentos baixos a solidão após o espectáculo, longe da família, horas longas sozinho nos aeroportos…

Hoje, felizmente, já sabe lidar melhor com isso, aproveitando o tempo a sós para reflectir e encontrando formas de se entreter, para afugentar o cansaço após o set tocado, desfrutando da sua própria companhia.

No meio da euforia associada ao Djing, o que mais estima é sentir o efeito positivo e libertador da

sua música nas pessoas, espelhado quando estão na pista de dança simplesmente a sorrir, livres.

Djeff entrega-se de tal forma ao que ama fazer que o seu set mais longo durou 11h consecutivas, iniciado à noite, terminando à tarde, sem que ele se apercebesse do Sol que brilhava lá fora.

Esse episódio narrado a OPAÍS sucedeu na discoteca “Pedra do Couto”, Santo Tirso, Portugal.

Curiosamente, no Inverno, noite em que as pessoas apreciaram as misturas de Djeff das 3h da manhã à 1h da tarde.

“Já estava com os meus pés completamente rebentados”, relembrou o Dj luso-angolano, revivendo a sessão que também ficou para a história da casa nocturna portuguesa. “Não foi algo programado”, disse.

“Dei conta quando já era meiodia e alguém veio à cabine tirar uma foto comigo”, assim, Djeff espantou-se ao ver as horas indicadas no ecrã do telemóvel. Portanto, foi sem dúvidas, uma noite para recordar.

Entre o estúdio e viagens…

O Dj Djeff não pára, literalmente. O artista declarou que a sua carreira está cada vez mais internacionalizada e, apesar das constantes viagens para múltiplos países que o requisitam, está igualmente focado na produção musical.

Em Maio, enriqueceu a indústria do house music lançando a faixa intitulada “Ocean”, tema com a voz de June Freedom, cabo-verdiano, que já se tornou num hit, nas pistas de dança do Verão europeu.

O seu repertório de originais tem vindo a crescer, contando com três álbuns no mercado angolano e internacional, dois a solo, “Ascensão do Soldado”, “Gratitude” e, o “Malembe Malembe”, um duo com Dj Silyvi.

Prestes a serem lançadas estão mais duas faixas musicais e, “Beija Flor”, é uma delas. Feita com o Projecto Kaya, dupla feminina que eleva o Fado, estilo já transcendente, para outra dimensão, fundindo-se com géneros inesperados, ao que Djeff agregou house music, com um “balanço Afro”, categorizou.

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Angola entre os países menos afectados por crimes cibernéticos Em relação a outros países do mundo, Angola ainda não está na lista dos países mais vulneráveis e mais atacados no que diz respeito aos crimes cibernéticos

A Brenda Sambo

i n formação foi avançada ontem, à imprensa, pelo director-geral do Instituto da Sociedade de Informação, Meick Afonso, na conferência de Segurança Cibernética para o Sistema financeiro angolano realizada pelo Banco Nacional de Angola, em Luanda.

Apesar deste facto, Angola não é uma excepção, por isso, adiantou que os esforços do Executivo e dalgumas instituições do Estado deve estar baseado na melhoria contínua da utilização dos sistemas. Por esta razão, o Executivo lançou a iniciativa de implementação de um Centro de Respostas a Incidências Informáticas que tem a missão de dar segurança ao espaço cibernético nacional e também promover a ligação com órgãos congéneres.

Referiu ainda que, para além do Código Penal que define uma moldura penal para os crimes informáticos, existe também a Lei 7 /17, sobre a protecção do respeito aos sistemas informáticos, que prevê um conjunto de procedimentos e normas, assim como a criminalização de um conjunto de actos que são praticados no espaço cibernético nacional.

Estes, fez saber o responsável, estão assentes na invasão da informação, o acesso a informação não utilizada ou autorizada e todos os outros sistemas que operam em Angola, ou mesmo aqueles que acedam à informação no país que também está abrangidas pela mesma lei.

Lembrou ainda que o último ataque cibernético ocorrido no país aconteceu em 2016, quando as instituições governamentais ficaram sem sistemas nos seus e-mails.

Implementação do sistema cibernético em Angola pode custar USD 11 milhões De acordo com estudos feitos, a implementação de um sistema cibernético angolano pode custar ao Executivo USD 11 milhões.

Enquanto isso, a manutenção pode aferir os seis milhões de dólares mensais.

O valor segundo o responsável, inclui a formação do pessoal, implementação de tecnologias, estrutura, assim como a implementação de todo o sistema.

Por sua vez, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Rui Minguêns, considerou a conferência de grande importância, pois o sistema financeiro actual funciona com a utilização

Lembrou ainda que o ultimo ataque cibernético ocorrido no país aconteceu em 2016, quando as instituições governamentais ficaram sem sistemas e os seus e-mails

de sistemas de informação, redes de Internet, daí a importância de se esclarecer mais sobre a matéria. “Temos que nos antecipar das prováveis situações criminosas que envolvem os sistemas informáticos que são contra o sistema financeiro”, disse.

A conferência sobre a “Segurança Cibernética para o Sistema Financeiro Angolano”, realizada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), reuniu técnicos do sistema financeiro e peritos da área das tecnologias de informação, com o objectivo de partilhar experiências e obter contributos sobre os aspectos legais, técnicos e tecnológicos associados à ciber-segurança, bem como sobre o seu impacto no sistema financeiro nacional.

Roubos cibernéticos atingiram os 60 biliões de dólares em 2018 em todo o mundo A informação foi avançada pelo director de segurança do Banco Nacional de Angola (BNA), José Borges, aquando da sua explanação na conferência.

Segundo o responsável, estima-se que até 2020 o sistema financeiro mundial possa perder USD 2.8 bilhões.

Por outro lado, afirmou ainda que entre 2012 e 2015 vinte hackers profissionais roubaram um total de USD 790 milhões de contas bancárias em todo o mundo.

Dos quais, um total de 509 milhões foram roubados de indivíduos e empresas nos Estados Unidos da América e na União Europeia. dr

O último ataque cibernético ocorrido no país aconteceu em 2016

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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dr

Trata-se de uma infra-estrutura com capacidade de abater diariamente 30 cabeças de gado bovino e 100 de caprino

O província do Bengo ganha novo matadouro dr

ENdE instala contadores pré-pagos no zaire Mil e 128 contadores pré-pagos, dos nove mil e 310 previstos até princípio de 2020, foram instalados nos últimos dois anos em três municípios da província do Zaire pela Empresa Nacional de distribuição de Electricidade (ENdE), informou ontem o director local da instituição, Filipe domingos, citado pela ANGOp

empreendimento, de iniciativa privada, funciona em fase experimental desde Junho deste ano e está implantado numa área de seis hectares na zona do Sassa Povoação, município do Dande, resultante de um financiamento de três milhões de euros, aprovado em 2016, no âmbito do programa “Angola Investe”.

Em entrevista à Angop, o director-geral do Matadouro Mulangi, Octávio Mulangi Lucas, explicou que o projecto gerou 26 postos de trabalho directo e visa suprir um segmento em que a província apresenta alguma carência.

Nesta altura foram feitos os ensaios do equipamento que está a funcionar com normalidade e está a ser feito o abate experimental do gado, aguardando a finalização do processo burocrático para a inauguração em breve do projecto.

Octávio Mulangi Lucas infor-

S

egundo Filipe Domingos, beneficiaram da instalação dos aparelhos os municípios de Mbanza Kongo (44 contadores), Soyo (800) e Cuimba (284).

A colocação dos aparelhos está inserida no projecto de electrificação das sedes municipais da região, lançado pelo Executivo em 2017, através da interligação com a rede eléctrica nacional, e que deverá abarcar também os municípios do Tomboco e Nóqui.

Justificou que este investimento enquadra-se nos planos da ENDE de arrecadação de mais receitas através da expansão dos serviços. Deste modo, disse o gestor, espera que os nove mil e 310 clientes previstos passem a pagar regularmente a

mou que os animais abatidos no “Matadouro Mulangi” são provenientes da Namíbia e nos próximos meses chegarão outros do Botswana, justificando a opção por grandes criadores estrangeiros pela fiabilidade no abastecimento permanente.

“Fizemos contactos com alguns criadores de gado nacional, mas são criações em pequena escala e não garantem um stock permanente para quem quer fornecer para um mercado como o da capital do país, então, daí a nossa preferência por grandes criadores estrangeiros”, esclareceu.

O empreendedor apontou a proximidade com Luanda (maior centro de consumo do país) e as vantagens que o Bengo apresenta para projectos agro-industriais como terras virgens, água em abundância e energia eléctrica como a motivação da implantação deste projecto na província.

“O nosso alvo principal é Luanda, que, apesar de ser um bom mercado, já apresenta muita concorrência, sendo os importadores de carne os principais adversários, visto que o preço da carne importada é mais barato e esta é mais consumida”, realçou.

O director-geral do Matadouro Mulangi destacou, por outro lado, os benefícios da “carne abatida” que, na sua visão, oferece maior garantia de segurança alimentar.

Dados do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas indicam a existência no Bengo de apenas dois matadouros “Queta” e “Mulangi” (ambos no município do Dande), para além de algumas casas de matança de animais.

energia consumida.

Disse ser propósito da empresa a adesão de todos os clientes ao sistema pré-pago para se evitar dívidas e a ajudar a racionalização no consumo de energia eléctrica.

O projecto prevê, igualmente, a montagem de 95 Postos de Transformação de energia (PT) nos seis municípios da província.

Actualmente, a ENDE controla 24 mil e 108 clientes no seis municípios, número que para o responsável tende a aumentar com o programa de expansão dos serviços.

A província do Zaire possui uma população estimada em 594 mil e 428 mil habitantes distribuídos pelos municípios de Mbanza Kongo, Soyo, Cuimba, Nzeto, Tomboco e Nóqui.

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MERCADOS

Libor USD 6 Meses

Mercado TAXA DE JURO

2,290

Taxas de Juro Taxa BNA libor uSd 6M libor GBp 6M libor JpY 6M Euribor 6M luibor 6M

Cot. 24/07/19 15,500% 2,183% 0,803% -0,035% -0,368% 14,790%

∆ Diária (p.p) 0,000 -0,002 -0,002 0,001 -0,006 -0,010

2,210 2,130 2,050 18/Jul

Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 24/07/19 dow Jones (EuA) 27 269,97 S&p 500 (EuA) 3 019,56 FTSE 100 7 501,46 Bovespa (Brasil) 104 119,50 CSI 300 (China) 3 819,83 Nikkei 225 (Japão) 21 709,57

∆ Diária (%) -0,290 0,469 -0,733 0,400 0,789 0,410

Cot. 24/07/19 348,6480 1,1145 1,2500 108,1300 13,8726 3,7738

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27.400 27.150 26.900 26.650 18/Jul

20/Jul

22/Jul

Mercado DAS COMMODITIES

1,134 1,127 1,120 1,113 18/Jul

20/Jul

22/Jul

24/Jul

Brent C rude F ut.

67,5

Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.

Cot. 24/07/19 55,88 63,18 1 423,60 16,55 2,22 271,20

∆ Diária (%) -1,568 -1,018 0,134 0,908 -3,478 0,444

Luibor Taxas BNA luibor O/N luibor 1 Mês luibor 3 Meses luibor 6 meses luibor 9 meses luibor 1 Ano

65,0 62,5 60,0 18/Jul

20/Jul

22/Jul

∆ Diária (p.p) -0,040 -0,010 -0,010 -0,010 -0,010 0,000

16,10% 16,00%

20/Jul

22/Jul

Mercado de Matérias-primas A perspectiva de desaceleração da economia mundial em 2019 pressionouacotaçãodocrude.Ospreços do WTI e do Brent recuaram 1,6% e 1,0% ao situar-se em 55,88 e 63,18 USD/barril, respectivamente.

Luibor As taxas de juro no mercado monetário interbancário voltaram a recuarnageneralidadedasmaturidades, na última sessão, com destaque para a Luibor Overnight que reduziu 4 p.b., ao fixar-se em 13,78%.

16,20%

15,90% 18/Jul

Mercado Cambial A revisão em alta das projecções de crescimento do Reino Unido, por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI)em0,1p.p.,para1,3%,beneficiou alibraqueapreciou0,49%aosituar-se em1,2500USDporunidadedamoeda.

24/Jul

Luibor 1 Ano Cot. 24/07/19 13,78 14,30 14,73 14,79 15,43 16,02

Mercado Accionista OdiscursodoPrimeiro-ministrodo Reino Unido que dá nota da possibilidade do Brexit se efectivar sem um acordo com a União Europeia contribuiu para a redução do índice bolsista FTSE 100 (Inglaterra) em 0,73% ao situar-se em 7.501,46 pontos.

24/Jul

EUR / USD ∆ Diária (%) 0,751 -0,054 0,490 -0,037 -0,252 -0,019

BREVES UE exige que EUA eliminem tarifas sobre aço após um ano de negociações

24/Jul

Dow Jones (EUA)

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio uSd/AKZ Eur/uSd GBp/uSd uSd/JpY uSd/ZAr uSd/Brl

20/Jul

Mercado Interbancário A expectativa dos investidores relativamente a evolução da política monetária do Banco Central Europeu poderá ter contribuído na redução da Euribor em 0,6 p.b. ao fixarse em -0,368%.

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

24/Jul

A união Europeia (uE) voltou a exigir ontem que os Estados unidos eliminem as tarifas aplicadas à entrada de aço e alumínio vindo dos Estados-membros, um ano após o arranque de negociações, que continuam, com poucos resultados.

A uE continua a defender o fim das tarifas aduaneiras dos EuA sobre o aço e alumínio provenientes da união, medida que também beneficiaria os Estados unidos, já que os produtores norte-americanos poderiam conseguir esses

materiais de forma mais barata”, vinca a Comissão Europeia em comunicado.

Em causa estão as tarifas alfandegárias norte-americanas sobre o aço (25%) e o alumínio (10%) que provêm da uE, aplicadas desde 01 de Junho do ano passado e que deterioraram as relações comerciais entre Washington e Bruxelas.

Caso tais tarifas fossem abolidas, “a uE poderia também remover as tarifas de reequilíbrio aplicadas às exportações dos EuA”, assinala o executivo comunitário.

Sands China com lucros de 459 milhões no 2.º trimestre em Macau A Sands China, que opera casinos em Macau, anunciou ontem lucros de 511 milhões de dólares (cerca de 459 milhões de euros) no segundo trimestre, um aumento de 19,7% comparativamente ao período homólogo de 2018.

Em comunicado, a Sands China, subsidiária do grupo las Vegas Sands, apresentou receitas de 2,14 mil milhões de dólares, o que

representa uma subida de 1,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

Em Macau, onde opera cinco casinos, a empresa registou um EBITdA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) ajustado de 765 milhões de dólares, um aumento de 2% em relação ao segundo semestre do ano passado.

Governo de Moçambique aprova criação de termoeléctrica em Beluluane O Governo moçambicano aprovou, recentemente, em Maputo, os termos e condições da concessão à empresa Beluluane Gas Company, S.A, por 30 anos, do empreendimento Termoeléctrico de Beluluane, com uma capacidade total instalada até 2000 MW. A concessionária vai igualmente construir um sistema de gasoduto entre

o porto da Matola e a central Termoeléctrica de Beluluane, na província de Maputo, ficando responsável pela produção e venda de energia em Moçambique e no estrangeiro.

A central, que será construída ao longo de cinco anos, representa um investimento de 2.8 mil milhões de dólares americanos.

OPInIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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RICARDO VITA*

Este racismo científico que persiste…

A

mesma mulher política francesa aborrecedora e sem coluna vertebral, que declarou em 2015 que a França era um «país de raça branca» e de cultura «judaico-cristã», escreveu na Sexta-feira passada, dia 19, um tweet racista contra Sibeth Ndiaye, a porta-voz do governo francês de origem senegalesa. Nadine Morano disse que vê Sibeth Ndiaye vestida «muitas vezes em trajes de circo», para evocar o reino animal em que os Ocidentais gostam de ver os negros.

Mas Nadine Morano é uma política sem espessura e todo mundo em França sabe que ela é insípida, então é menos grave, apesar da polémica que suscitou. Mas quando uma cientista famosa escreve inépcias, isso deve preocupar-nos mais.

E como ambas vêm de uma civilização que passa o tempo a dizer que é superior às outras, isso até deveria levar-nos a questionar sobre a tão proclamada superioridade, porque já não sabemos se isso reflete realmente uma marca de grandeza ou um oculto complexo de inferioridade. «Um tigre não proclama a sua tigritude», escreveu num outro contexto o Nobel de literatura nigeriano, Wole Soyinka.

Afi rmações racistas por parte de pessoas saudosistas são normais, elas não esperavam que o mundo que os seus avós também racistas construíram desabasse diante dos seus olhos e produzisse um outro, este que a Doutora de Portugal vê como um monstro gigante: um mundo diverso no qual o tipo europeu é um ser humano como qualquer outro.

E a afi rmação de James Baldwin que disse que «este mundo não é mais branco e nunca mais o será» deve representar um pesadelo para elas. Não foram preparadas para este momento, a mudança. A Doutora de Portugal sempre considerou o seu mun-

do branco, mesmo depois de Camões se gabar de que o seu povo tinha dado um bocadinho da grande beleza da sua civilização aos negros. «Ali o muito grande reino está de Congo, por nós já convertido à fé de Cristo», declamou orgulhoso o poeta lusitano n’Os Lusíadas. Maria de Fátima Bonifácio é medieval na sua ciência e representa perfeitamente bem os nostálgicos e cientistas da supremacia branca.

Mas nós preferimos saudar aqui as vozes que se levantaram contra ela, em Portugal e além, que se opuseram às suas observações racistas que descrevem um mundo que não existirá mais, apesar dos esforços odiosos de todos os passadistas como ela. Porque o mundo de agora e de amanhã será também a obra daqueles que ela e a sua laia rejeitam, « essas cabeças que os nossos pais vergaram até no chão à força », como escreveu Jean-Paul Sartre sobre os negros, e eu incluo os ciganos nisso. Os negros que criaram toda a música do século XX - à qual até a Doutora de Portugal dançou - e de quem ainda brotará outras magnificências que o mundo não poderá mais esconder ou roubar, são também os que darão novo fôlego à sua civilização moribunda.

Maria de Fátima Bonifácio é perigosa. De uma certa forma, lembra-nos Georges Cuvier e Geoffroy-Saint-Hilaire, dois cientistas franceses reputados que deram ao mundo o melhor exemplo de racismo científico quando cuidaram do caso de Saartjie Baartman; aquela que ficou conhecida sob o apelido de Vênus Hotentote. Sawtche, em Khoisan, nasceu escrava na actual África do Sul por volta de 1789. O seu «amo» levou-a para Londres em 1810, onde se tornou uma atração de feiras por causa da sua morfologia, na bacia e na parte inferior do corpo, que era considerada incomum na Europa. Mas ninguém sabe como

provaram isso, já que nenhuma mulher europeia foi exibida. Depois de terem exposto Sawtche nua na Grã-Bretanha e Holanda, para o benefício de homens que se aproveitavam de seu corpo, no qual viam uma selvageria deliciosa, ela suscitou espanto na França de Napoleão Bonaparte onde o racismo científico era oficialmente encorajado. Em Março de 1815, Geoffroy Saint-Hilaire, professor de zoologia no Museu de História Natural de Paris, decidiu examiná-la, vendo nela o espécime de uma nova «raça» e concluiu - embora ela falasse várias línguas ocidentais que ele próprio ignorava - que era como macacos e orangotangos, uma espécie de grandes primatas. Sexualmente explorada e prostituída por um exibidor de animais exóticos chamado Réaux, Sawtche começou a beber. A vida imposta por brancos civilizados deu-lhe a doença que a matou. Após a sua morte, em Paris, em Dezembro de 1815, Cuvier, em nome do Estado francês e da ciência, tomou posse do corpo. Dissecou-o e chegou a conclusões estranhas:

Em Março de 1815, Geoffroy Saint-Hilaire, professor de zoologia no Museu de História Natural de Paris, decidiu examiná-la, vendo nela o espécime de uma nova «raça »

dr

Saartjie é a prova da inferioridade da «raça negra» e do facto de que os antigos Egípcios, pouco importa a cor de pele que tinham, eram realmente da mesma «raça» que os «Franceses».

Isto porque havia ainda muita especulação sobre o antigo Egipto, a magnificência da sua civilização era um problema desde a expedição comandada por Bonaparte em 1798; para ele negros não podiam criá-la. Um molde de gesso do corpo e do esqueleto de Sawtche, alegada prova da superioridade da « raça branca », foi exibido até 1974 no Musée de l’Homme em Paris. Em 1994, após o fi m do apartheid, o então presidente da África do Sul, Nelson Mandela, pediu à França a restituição dos restos mortais de Sawtche, e opôs-se veementemente a uma recusa formulada, sob pressão dos cientistas franceses, em nome do princípio de que pertencia ao Estado francês. Foi necessário o voto de uma lei especial em 2002 para que o corpo da «Vênus Hotentote» retornasse à África do Sul onde foi enterrado, na presença do Presidente Thabo Mbeki, após a cerimônia de rituais próprios dos

costumes da região onde nasceu. Cuvier e Geoff roy-SaintHilaire permaneceram referências na história da ciência e deram os seus nomes a duas ruas parisienses, próximas ao museu onde Sawtche foi examinada e dissecada. Como eles, Maria de Fátima Bonifácio, a Doutora de Portugal, ainda é grande cientista na sua terra. Já anunciou a próxima publicação dos seus saberes, para mais uma vez infundir e celebrar a sua ciência, agora que beneficiou do barulho que o seu bom nome fez no seu «país de brancos». E agora sabemos que a Doutora de Portugal é também doutorada em buzz marketing. Coitados dos que foram seus alunos nesse país que não incentiva desafiar os professores, porque são Doutores! *Ricardo Vita é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.

MUnDO

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

EUA avaliam sanções contra a rússia por apoiar Maduro Os Estados Unidos avaliam impor sanções à rússia pelo seu apoio à Venezuela e

pretendem adoptar, nas próximas horas, novas medidas para pressionar a saída do presidente Nicolás Maduro, informou nesta Quarta-feira um alto funcionário do Governo de donald Trump

D

urante um fórum da Fundação para a Defesa das Democracias (FDD) em Washington, o representante especial americano para a crise venezuelana, Elliott Abrams, defendeu mais sanções para pressionar por uma mudança de regime na Venezuela, onde há uma “ditadura”.

“Estamos a tratar de cortar o fluxo de dinheiro para o regime, e acredito que estamos a ter um impacto bastante considerável. A pressão continuará e amanhã teremos mais sanções”, disse Abrams, sem dar detalhes. O diplomata antecipou mais sanções sobre Havana, e não descartou medidas contra Moscovo por apoiar Maduro, que acusa Washington de li-

dr

Da esperda para direita os presidentes Vladimir Putin (Rússia), Nicolás Maduro (Venezuela) e Dolnald Trump (EUA)

Em plena tensão com a China, cruzador dos EUA navega pelo estreito de Taiwan dr

n

avio norte-americano passa pelo estreito de Taiwan enquanto autoridades da ilha autorizam os EUA a navegar pelo estreito. Um dia antes, Pequim alertou sobre possíveis consequências em caso de interferência estrangeira no seu relacionamento com Taiwan.

De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, o cruzador USS Antietam navegou através do estreito, em direção ao Norte. O órgão também afirmou que uma forçaespecial conjunta de inteligência, vigilância e reconhecimento do seu país monitorava a região e não identificou nenhum movimento incomum, informou a agência AP. O porta-voz da 7ª frota da Marinha dos EUA, comandante Clay

Doss, disse que o cruzador de mísseis USS Antietam fez um trânsito de rotina, entre Quarta e Quintafeira, de acordo com as leis internacionais de navegação. Para Doss, o “trânsito do navio demonstra o compromisso norte-americano com a livre navegação nos oceanos Índico e Pacífico”, enquanto a Marinha dos Estados Unidos “continuará a navegar, voar e operar em qualquer lugar onde as leis internacionais permitirem”.

Na Quarta-feira, o Governo chinês advertiu que poderia recorrer à força contra qualquer um que interfira nos seus esforços de se reunificar com Taiwan. Para o Partido Comunista da China, Taiwan é parte do país, embora a ilha se tenha “separado” do continente no fim da guerra civil em 1949.

derar a “guerra económica” para derrubá-lo. “As pressões sobre Cuba aumentaram muito desde Janeiro e seguirão aumentando. `A Rússia, ainda estamos a pensar que sanções aplicar, se individuais ou sectoriais”. Abrams destacou que o Governo de Vladimir Putin facilita a venda do petróleo venezuelano, objecto de sanções dos EUA. Os russos “não estão a injetar dinheiro na Venezuela, estão a tirar dinheiro da Venezuela, mas ajudam a comercializar o petróleo...”.

Abrams destacou o apoio de Cuba e Rússia como “crucial” para Maduro, cujos guarda-costas “são cubanos”. “Se o regime cubano não o apoiasse já teria partido”, afirmou Abrams, destacando que o interesse de Havana é claro: “petróleo grátis”. “O papel russo é em parte psicológico e político: apoiar Maduro, bloquear as coisas no Conselho de Segurança da ONU e passar a sensação de que há um grande país por trás” do regime de Maduro.

Ucrânia detém petroleiro russo sobre o incidente do estreito de Kerch

O

serviço de segurança da Ucrânia informou na Quinta-feira que deteve um petroleiro russo no porto ucraniano de Izmail pelo seu suposto envolvimento num incidente em Novembro no Estreito de Kerch, que levou a Rússia a confiscar três navios ucranianos.

A Rússia capturou os navios e suas tripulações nas águas que separam a Crimeia, que Moscovo anexou da Ucrânia em 2014.

O serviço de segurança ucraniano disse num comunicado que a embarcação, agora chamada de Nika Spirit e anteriormente chamada de Neyma, havia entrado no porto de Izmail, sendo identificada e retida.

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Seul faz apelo a Pyongyang após novos lançamentos de mísseis norte-coreanos

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O Ministério da Defesa da Coreia do Sul pediu nesta Quinta-feira que a Coreia do Norte abdique de acções que em nada contribuem para reduzir as tensões na península

P

ouco antes das 6h, horário local, a Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto alcance da península de Hodo, perto da cidade costeira de Wonsan, em direção ao mar do Leste. Um dos projécteis voou por cerca de 430 quilómetros, enquanto o outro pareceu viajar um pouco mais, segundo uma análise feita pelos Estados Unidos. Ambos voaram a uma altitude de cerca de 50 quilómetros.

O segundo míssil de curto alcance verificou-se ser um míssil de novo tipo e percorreu a distância de 690 quilómetros, segundo informou a agência Yonhap, citando o Comitê Unido dos Chefes de Estados-Maiores das Forças Armadas da Coreia do Sul.

dr

Brasil pode ‘pagar o pato’ por alinhar-se aos EUA contra o Irão, diz especialista Há cerca de um mês, 2 navios iranianos estão parados no Brasil enquanto a petrobras se nega a abastecê-los temendo represálias dos Estados unidos. A Sputnik Brasil ouviu um especialista em direito internacional e entrou em contacto com a petrobras para analisar o assunto.

n

a Terça-feira (23) o embaixador do Irão no Brasil, Sayed Ali Saghaeyan, esteve no Itamaraty em busca de explicações sobre o impasse dos navios iranianos. No dia seguinte, nesta Quarta-feira (24), o Irão ameaçou boicotar o comércio com o Brasil.

Os navios Barvand e Termeh trouxeram fertilizante de ureia para o Brasil e voltariam carregados com milho. Um deles já está carregado, mas a Petrobras, alegando temer represálias dos EUA, recusa-se a abastecer as embarcações que estão na região do porto de Paranaguá-PR. “A Petrobras não aceitou abastecê-los com receio de sofrer retaliações exactamente porque tem operações nos Estados Uni-

dos, as suas acções são negociadas na bolsa de Nova York”, disse em entrevista à Sputnik Brasil Dorival Guimarães Pereira Júnior, mestre em Direito Internacional pela Universidade de Paris e professor de Direito Internacional Público do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais de Minas Gerais (IBMEC-MG).

Para Pereira Júnior, apesar da tensão bilateral, a questão não irá para os tribunais internacionais pois é de carácter privado.

“Essas embarcações pertencem a uma sociedade empresarial iraniana privada. Então, não são bem do Estado, da República Iraniana.

Não revelaria uma discussão entre dois Estados, o que poderia sim ser levado - se fosse uma discussão entre dois Estados - à Corte Internacional de Justiça, com se-

de em Haya, na Holanda”, afirma.

“Alinhamento automático” de Bolsonaro aos EUA pode prejudicar o Brasil” O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse no Domingo (21), que Brasília está alinhada com os EUA na questão das sanções ao Irão, alegando proximidade com a visão do Presidente norte-americano, Donald Trump. O posicionamento tem gerado preocupação entre o corpo diplomático e também na ala militar. “O que aparentemente se vê é o alinhamento da política brasileira com a política norte-americana, o que já foi dito com todas as letras pelo Presidente Bolsonaro. Mas eu discordo desse alinhamento com relação a essa questão propriamente dita”, disse Pereira Júnior.

Coreia do norte disparou projécteis a partir de região de Wonsan, diz exército sul-coreano

A

Coreia do Norte disparou ao menos dois projécteis não-identificados no início da Quintafeira (horário local) a partir de uma área próxima a Wonsan, na costa Leste do país, disse o Estado Maior Conjunto da Coreia do Sul. Os projécteis voaram cerca de 430 quilómetros para Leste, disse o Estado Maior, sem mais detalhes.

As características do voo, incluindo o alcance, foram semelhantes às dos últimos testes de mísseis da Coreia do Norte em Maio, disseram analistas.

Se confirmado, este seria o primeiro teste de mísseis desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, se encontraram na zona desmilitarizada entre as duas Coreias no final de Junho.

A Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado dos Estados Unidos não responde-

ram imediatamente aos pedidos de comentários.

Uma autoridade norte-americana disse: “Estamos cientes dos relatos de que um projéctil de curto alcance foi lançado pela Coreia do Norte. Não temos mais comentários”.

Os Estados Unidos e a Coreia do Norte prometeram promover em breve novas rondas de negociações, mas, desde então, a Coreia do Norte criticou fortemente exercícios militares previstos por tropas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse no início do mês que o padrão de Washington de “negar unilateralmente os seus compromissos” ao conduzir exercícios militares com a Coreia do Sul estaria a levar Pyongyang a reavaliar os seus próprios compromissos de descontinuar os testes de armas nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais.

ACTUAL

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

FOTOS:CEdIdAS

Agricultura tradicional impulsionada no Dombe Grande como escapatória à crise Zuleide de Carvalho, em Benguela

Desenhado para promover, instruir e patrocinar as práticas agrícolas na comuna do dombe Grande, no município da Baía Farta, província de Benguela, a Fundação Atlantico gerou o projecto Integrado “dombe 4.0”, criado em Maio de 2018. Terça-feira, foram apresentados os resultados das primeiras colheitas, ambicionando-se obter um total de 80 toneladas de feijão

F

ruto de uma iniciativa filantrópica, o “Dombe 4.0”, que visa auxiliar as comunidades a tornarem-se independentes financeiramente, através do cultivo e venda de produtos, é visto pelos beneficiários como uma ajuda há muito esperada.

A estratégia por detrás deste modelo de auto-sustentabilidade não envolve financiamento monetário directamente pa-

trocinado aos alvos, ao invés, agrega conhecimentos, e funciona com permuta de matériaprima, facultada à priori e reembolsada mais tarde, sem juros.

Começa-se por fornecer matéria-prima, 10ton feijão e 9ton de adubos, aos agricultores, 162 famílias, para que cultivem 157 hectares, terras pertencentes à antiga Açucareira e Ministério da Agricultura, que tenderão a ser cedidas aos camponeses.

O objectivo é que, nas futuras colheitas, periodicamente, os agricultores tradicionais possam restituir a quantidade de

sementes recebida outrora, para que a coordenação do projecto as possas disponibilizar a outras famílias que careçam de ajuda.

Assim, quando cada camponês colher o suficiente para reembolsar o “empréstimo”, a produção não só garantirá o sustento dos seus lares, como venderão o excedente a grosso e retalho, através das cooperativas em que estão associados.

A ciência como principal trunfo São residentes na comuna do Dombe Grande mais de 41.000 pessoas, sobrevivendo a esma-

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

gadora maioria da agricultura, sem possuírem tecnologias, conhecimentos ou técnicas eficientes, que lhes permitam obter sustento ou lucro.

O envolvimento da Fundação Atlantico, parceiro financeiro, e a Fundação Ondjyla, parceiro no ramo da especialização e conhecimentos, permitiu recrutar para a equipa do projecto 8 técnicos licenciados na Faculdade de Ciências Agrárias do Huambo.

A eles, cabe o acompanhamento das 162 famílias no cultivo, passando-lhes know-how, e prestar-lhes toda a assistência técnica e científica no manusear dos solos e das culturas.

Demasiada terra fértil e poucos rendimentos…

Estudos oficiais indicam que mais de 70% da população nacional vive da agricultura. Desses, a esmagadora maioria não se consegue sustentar, por motivos identificados: inexperiência na rentabilização do solo e culturas e, créditos altos contraídos.

Segundo José Wanassi, coordenador geral do programa “Dombe 4.0”, esses dados estatísticos da FAO, dão muito em que pensar. Permitem perceber o que deve ser feito para mostrar “o caminho” às várias comunidades agrícolas angolanas.

Tendo sido inquiridas 182 famílias na base do projecto, averiguou-se que 83% destes vendem os produtos agrícolas no mercado paralelo, porém, admitem que, caso tivessem assistência de técnicos agrários e material moderno, alcançariam independência financeira.

O senhor Bernardo Oke, natural e residente no Dombe Grande, é agricultor há 25 anos. Para si trabalham 10 pessoas, incluindo-se alguns dos seus 6 filhos.

Cuida de 8 hectares, onde planta tomate, feijão, milho e

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pimentos. Associado ao projecto “Dombe 4.0” há um ano, “notei que os técnicos estão a acompanhar os nossos trabalhos”, confirmou, satisfeito.

Começou na vertente da agricultura familiar, para auto-sustento. Agora, inserido nesta forma de trabalhar organizada, conta “com os benefícios para amanhã atingir um bom patamar” financeiro.

Rentabilizar o tempo: máquinas precisam-se!

Na preparação de 1ha de terra, uma família de 6 elementos que cultivem diariamente, por largas horas, consomem entre 20 e 40 dias até obter o solo ao nível desejado, pronto para receber as sementes.

Porém, na apresentação do projecto “Dombe 4.0”, ocorrida Terça-feira, soube-se que, o trabalho de preparação do solo que pode levar a uma família mais de um mês a concluir, uma máquina realiza rapidamente numa hora.

Assim, o esforço manual delimita não só a periodicidade das futuras colheitas, logo, o tempo de espera para obtenção do sustento, como também condiciona o cumprimento dos prazos prometidos ao comprador grossista maioritário, um supermercado.

Para obter-se sucesso num período mais breve, propiciando que mais famílias sejam alvo de inclusão no projecto e recebam acompanhamento diário dos técnicos, os beneficiados desejam o auxílio, envolvimento, de agricultores que tenham máquinas adequadas.

Cristiano Luís Joaquim, presidente do núcleo de associações agrárias locais, apelou por um tractor, pois, se lhes for doado, pretendem rentabilizá-lo ao máximo, utilizando-se à vez, em cada um dos terrenos divididos pelas 162 famílias.

Cristiano Luís Joaquim, presidente do núcleo de associações agrícolas do Dombe Grande

O Governo deve apoiar mais…

José Gomes da Silva, director do gabinete provincial da Agricultura, enunciou que “o Governo de Benguela acolheu com grande satisfação este projecto” e que “temos dado apoio institucional”, salientou.

Todavia, quando questionado sobre as adversidades, Gonçalves paulo, soba adjunto da zona, informou que, lamentavelmente, o dombe Grande ainda não foi abrangido nos planos de fornecimento e distribuição de energia eléctrica, nem de água potável.

Falando em nome do povo que representa enquanto autoridade tradicional, a falta de electricidade para pôr as moto-bombas a trabalhar, na rega das plantações, forçandoos a recorrer aos geradores, constitui um custo permanente e avultado. para manterem as lavras verdes, com culturas semeadas, para posterior colheita, cada agricultor adquiriu moto-bombas próprias, inclusive os mais módicos, havendo famílias

detentoras de somente meio hectare, sendo um recurso primordial para a agricultura tradicional.

O soba Gonçalves paulo enfatizou que “as dificuldades são várias” falta apoio “em imputs agrícolas, educação, saúde…” Além disso, “já pedimos ao Governo provincial, pelo menos instalar a energia eléctrica aqui na comuna…”

Entretanto, com este projecto integrado, julga que a médio-prazo as famílias que habitam os 2.172 Km2 têm uma real hipótese de gerar melhores condições de vida aos seus e garantir sustentabilidade às gerações vindouras. passado apenas um, dos quatro anos de maturação do projecto, o titular provincial das questões agrícolas declarou: “estamos a constatar uma certa melhoria no campo”.

Agora, do Governo, os populares esperam por água e electricidade.

José Wanassi, Coordenador geral do projecto “Dombe 4.0”

Bernardo Oke, agricultor beneficiário do projecto

DESPORTO

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

dANIEl MIGuEl/ArQuVIVO

Bernardo João confirma alocação de verbas do Minjude dr

O Militares tentam passe para as meias-finais Depois de vencer o Campeonato Nacional sénior feminino de andebol, o 1º de Agosto participa no Mundial de Clubes que a China acolhe na cidade Wuxi no próximo mês. pelo que fizeram na prova doméstica, as angolanas estão apostadas em vencer o certame Kiameso Pedro

dr

A

equipa sénior feminina de andebol do 1º de Agosto tenta carimbar o passe para as meias-finais do Mundial de Clubes que a China acolhe de 01 a 04 de Agosto próximo.

A formação angolana, que conquistou o Campeonato Nacional, na semana passada, em Luanda, medirá forças com o Jiangsu, equipa anfitriã.

Na cidade de Wuxi, o sete do rio seco entrará sem temer a adversária, pelo que vai mostrar que é uma equipa forte onde quer que seja.

O treinador da equipa militar, Morten Soubak, revelou ontem, em declarações a OPAÍS que a sua equipa vai dar o seu máximo para conquistar o título Mundial.

Morten Soubak reconheceu

que a empreitada será difícil, mas estão preparados para o desafio.

“Vai ser difícil. Quem chegou até aqui merece respeito. Mas, vamos dar o nosso máximo e levar o troféu para o país”, assegurou.

O dinamarquês salientou a este diário que do ponto de vista clínico as suas jogadoras gozam de boa

saúde. “Ninguém está machucada, todas estão bem”, garantiu.

Morten Soubak frisou que na cidade de Wuxi a sua equipa vai realizar alguns desafios amistosos, de modo a ganhar ritmo competitivo.

A competição não contará com equipas europeias, de acordo com a organização do certame.

As formações da Europa declinaram o convite do comité organizador devido a problemas burocráticos.

Kaysar Club do Cazaquistão, China National Club, Jiangsu Handball e Omron (todas da Ásia), UnC Concórdia (América do Sul), University of Queensland (Austrália/Oceânia) e New York City Team Handball Club (América do Norte) são as formações que vão competir.

presidente da Federação Angolana de Atletismo (FAA), Bernardo João, disse ontem, em exclusivo a OPAÍS, que já recebeu as verbas da parte do Ministério da Juventude e Desportos (Minjude) para os Jogos Panafricanos que a cidade de Rabat, Marrocos, acolhe de 16 a 30 de Agosto próximo.

Bernardo João assegurou a este jornal que não ficou satisfeito, porque os valores são irrisórios para cobrir as despesas.

O dirigente assegurou

que o seu elenco contraiu imensas dívidas ao longo da presente temporada.

Segundo Bernardo João, a Federação fez solicitações de verbas a diversas entidades privadas e individuais para custear provas que constavam no seu calendário.

“Na verdade não estou satisfeito, bem como o meu grupo de trabalho”, lamentou o presidente da FAA. Bernardo João fez saber que as dívidas estão inscritas e que devem ser pagas posteriormente.

Selecção de karaté prepara jogos de rabat ArQuVIVO

A

Selecção Nacional de karaté, em ambos os sexos, prossegue hoje os trabalhos de preparação visando os jogos Pan-Africanos que a cidade de Rabat, Marrocos, acolhe de 16 a 30 de Agosto próximo.

O anúncio foi divulgado ontem a este jornal pelo presidente da Federa-

ção Angolana de Karaté (FAKD), Félix Ferreira. O dirigente revelou que a Selecção nacional da modalidade está a preparar a prova no Clube Desportivo da Banca, em Luanda.

Félix Ferreira disse que os trabalhos estão a decorrer sem sobressaltos. “Nada de anormal. Está a decorrer sem problemas”, afirmou.

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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lITO CAHONGOlO

FAB aguarda resposta de Bruno Fernando

O ciclista Nairo Quintana (Movistar) venceu ontem a 18.ª etapa da Volta a França, tendo chegado isolado depois de fazer parte da fuga do dia. Romain Bardet (AG2R) chegou no segundo posto, com quase mais de minuto e meio de atraso para o vencedor. Alexey Lutsenko (Astana) fecha o pódio na tirada. Na geral, o grande vencedor do dia foi o compatriota de Quintana, Egan Bernal (INEOS), que aproveitou a última subida da etapa para retirar mais de 30 segundos ao grupo dos favoritos, com a camisola amarela a continuar no corpo de Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep), agora com 1:30 de vantagem.

Sebastião Félix

A Federação Angolana de Basquetebol (FAB), em relação à convocatória de Bruno Fernando para o Mundial que a China acolhe de 31 de Agosto a 15 de Setembro próximo, aguarda pelo “sim” do atleta que agora vai evoluir nos Atlanta Hawks da NBA. Por conseguir uma vaga naquele campeonato, o atleta e os seus agentes ponderam que o internacional angolano represente Angola no Mundial da China.

Segundo fontes, o agente do jogador quer que Bruno Fernando seja uma afirmação na sua equipa e na Liga de Basquetebol Norte Americana.

Nos próximos dias, o jogador vai responder ao órgão que rege a modalidade no país, uma vez que faz parte dos eleitos de William Voigt para a operação China.

Segundo fontes próximas do atleta, Bruno Fernando deve estar em Angola, mas, para visitar a família, amigos e colegas no 1º de Agosto, clube onde começou a dar os primeiros passos na modalidade rainha. dr

Quintana triunfa em dia de brilho

Danilo deixa estágio após desentendimento

Dirigentes e ex desportistas trabalham no ESCID

“não temos pessoas suficientes e com conhecimento no treinamento do futebol”

FAB afi rmou também que o elo mais fraco do futebol nacional é o dirigismo.

Tony Sofrimento revelou que existem pessoas semi-analfabetas na liderança de algumas Federações e equipas.

Por sua vez, o director-geral do Estádio 11 de Novembro, Luís Cazengue “Luizinho”, disse que o futebol angolano continua cada vez mais pobre, porque não existem pessoas formadas na área do desporto.

“Não temos pessoas suficientes e com conhecimento no treinamento do futebol”, frisou.

O ex-futebolista referiu que boa parte dos atletas angolanos quando termina a carreira tem reclamado de condições sociais porque não se formou.

Brasil é o segundo no ranking da FIFA

João Félix em dúvida para o dérbi frente ao Real Madrid

Patrick Kluivert regressa ao Barcelona

O Brasil, vencedor da Copa América, é o segundo no ranking da FIFA nestee mês de Julho, segundo dados divulgados ontem, uma vez que a Bélgica é o primeiro.

Além do Brasil, três outras selecções sul-americanas ocupam as 10 primeiras posições: Uruguai (5ª), Colômbia (8ª) e Argentina (10ª).

O João Félix não jogou na partida frente ao Chivas devido à lesão contraída no jogo com o Numancia. Segundo o diário ‘As’, o exavançado do Benfica é agora dúvida para o encontro diante do rival Real Madrid, marcado para Sábado à meia-noite e meia, nos Estados Unidos.

O holandês Patrick Kluivert tornou-se, ontem, director do futebol de formação do Barcelona, anunciou o clube catalão. O antigo atacante assinou contrato até 2021.

Enquanto jogador, Kluiver passou seis anos nos blaugrana, onde disputou mais de 300 jogos e apontou quase 150 golos.

Kiameso Pedro

A

Escola Superior de Técnica de Ciências do Desporto (ESCID) realizou ontem um encontro com desportistas, comentadores e dirigentes.

Nas suas instalações, na Samba, em Luanda, o director geral João Saveia saudou a presença dos convidados e disse que num futuro breve o desporto angolano terá resultados positivos.

Por ser uma instituição vocacionada para o ensino e a formação superior em várias áreas do desporto, o ESCID manteve o encontro para alargar o

seu leque de actuação no mercado nacional. Na magna sala, o membro da Federação Angolana de Basquetebol (FAA) Tony Sofrimento, defendeu que o futebol nacional não tem dado passos significativos, uma vez que há pessoas que não mereciam estar dentro da modalidade.

O antigo secretário-geral da

Danilo Pereira deixou o estágio do FC Porto mais cedo do que o previsto alegadamente devido a um desentendimento com o treinador Sérgio Conceição, escreveu ontem o JN . De acordo com o jornal, o internacional português terá confrontado o treinador na Segunda-feira à noite, após o jantar, devido a um alegado atraso da equipa técnica, o que terá desagradado a Conceição.

“nunca vi uma cidade tão bem preparada”

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou esta semana nunca ter visto uma cidade tão bem preparada a um ano de acolher os Jogos Olímpicos como Tóquio, no Japão. “Nunca vi uma cidade tão bem preparada”, afirmou Bach, na capital japonesa num evento sobre os jogos.

Pau Gasol nos Portland Trail Blazers O poste espanhol Pau Gasol, de 39 anos, vai representar os Portland Trail Blazers, da Liga norteamericana de basquetebol (NBA), na época 2019/2020, anunciou ontem a cadeia norte-americana de televisão ESPN. O internacional espanhol, que se sagrou campeão mundial de juniores em Portugal, em 1999, assinou contrato de um ano com os Blazers da Conferência Oeste.

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Fonte: INAMET

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INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 26 a 28 de Julho de 2019Ê Data 26/ 07/ 2019

CIDADE

Mín

Data 27/ 07/ 2019

Estado do Tempo

Máx

Mín

Máx

Data 28/ 07/ 2019

Estado do Tempo

Mín

Máx

Estado do Tempo

LUANDA

18

26

Céu pouco nublado/ neblina matinal.

17

27

Céu pouco nublado, neblina.

18

26

Céu parcial nublado, neblina.

CABINDA

20

28

Céu parcial nublado, neblina.

22

28

Céu parcialmente nublado.

20

28

Céu nublado pela manhã/ neblina.

SUMBE

20

25

Céu parcialmente nublado, neblina.

18

24

Céu nublado pela manhã/ neblina.

20

25

Céu nublado pela manhã/ neblina.

CAXITO

17

29

Céu nublado pela manhã/ neblina.

19

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

18

28

MBANZA CONGO

17

32

Céu parcial nublado, neblina.

17

30

Céu parcial nublado, neblina.

17

30

UIGE

15

29

Céu parcialmente nublado, neblina.

14

27

Céu parcialmente nublado.

14

27

Céu parcial nublado, neblina.

NDALATANDO

14

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

13

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

13

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

MALANJE

12

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

13

30

Céu nublado pela manhã/ neblina.

13

30

Céu nublado pela manhã/ neblina.

DUNDO

16

32

Céu parcialmente nublado a limpo.

18

31

Céu parcialmente nublado a limpo.

16

31

Céu parcialmente nublado a limpo.

SAURIMO

11

30

Céu pouco nublado a limpo

12

31

Céu pouco nublado a limpo

12

29

Céu pouco nublado a limpo

BENGUELA

18

25

Céu nublado pela manhã/ neblina.

17

26

Céu nublado pela manhã/ neblina.

18

27

Céu pouco nublado a limpo

HUAMBO

04

28

Céu limpo

07

26

Céu limpo

05

27

Céu limpo

CUITO

11

26

Céu limpo

10

27

Céu limpo

11

27

Céu limpo

LUENA

10

28

Céu limpo

09

28

Céu limpo

10

28

Céu limpo

LUBANGO

09

26

Céu limpo

11

25

Céu limpo

08

26

Céu limpo

MENONGUE

12

29

Céu limpo

13

28

Céu limpo

12

27

Céu limpo

MOÇÂMEDES

16

24

Céu nublado pela manhã/ neblina.

12

25

Céu nublado pela manhã/ neblina.

13

24

Céu nublado pela manhã/ neblina.

ONDJIVA

12

32

Céu limpo

12

29

Céu limpo

09

31

Céu limpo

Céu parcial nublado, neblina.

Céu parcial nublado, neblina.

Das 18 horas do dia 25 às horas do dia 26 de Julho de 2019.

Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu pouco ou parcialmente nublado, apresentando-se nublado pela madrugada e manhã. possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de luanda, Cabinda, Zaire, uíge, Malanje, CuanzaSul, Cuanza-Norte e lunda-Norte.

REGIÃO CEnTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se nublado ao entardecer. Muito nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral. possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios da província de Benguela.

REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se nublado ao entardecer. Muito nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral. possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios da província do Namibe.

A Meteorologista: Urssula Gonçalves.

Luanda, 25 de Julho de 2019 Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ

TEMPO nO MAR Fonte: INAMET

BOlETIM METEOrOlÓGICO pArA A NAVEGAÇÃO MArÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 25 DE JULHO DE 2019:

Circulação de Sudeste moderada a forte entre os paralelos 4°S a 12°S, circulação de Sudoeste-Sul moderada a fote entre os paralelos 12°S a 18°S. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ ÀS 18:00 TU DO DIA 26 DE JULHO DE 2019:

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

3. AVISO: VEnTOS FORTES DE ATÉ 24 nÓS (44 Km/h) E OnDAS MAXIMAS DE ATÉ 3.0 METROS 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 25 DE JULHO DE 2019: DE ALTURA, EnTRE OS PARALELOS 14°S A 18°S, A SUL DA REGIÃO MARITIMA DE nAMIBE. Circulação de Sudeste moderada a forte entre os paralelos 4°S a 12°S, circulação de Sudoeste-Sul moderada a fote entre os paralelos 12°S a 18°S. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 26 DE JULHO DE 2019:

3. AVISO: ONDAS MAXIMAS DE ATÉ 3.0 METROS DE ALTURA, ENTRE OS PARALELOS 10°S A 18°S, ENTRE A REGIÃO MARITIMA CUANZA-SUL ATÉ O SUL DE NAMIBE.

REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Cabinda (4°S – 6°S)

Nublado, neblina

Sudoeste

Até 08

Até 2.0

Agitado

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Nublado, neblina

Sudoeste

10 à 17

2.0 à 3.2

Agitado a Muito agitado

Fraca pela manhã (Superior a 4)

Nublado, neblina

Sudoeste/ Sul

Até 18

Até 3.3

Muito agitado

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Namibe (14°S – 18°S)

Nublado, neblina

Sudoeste

Até 21

Até 3.3

Muito agitado

Fraca pela manhã (Superior a 4 )

DESCRIÇÃO SInÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 25/07/2019 ÀS 18:00 TU DO DIA 26/07/2019. depressão, com pressão central de 1015hpa, o seu vale depressionário estende-se por toda a costa marítima de Angola, influenciando, assim, o padrão e a intensidade do vento. prevê-se ondas máximas de até 3.3 metros de altura para a região marítima de Benguela e Namibe. para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Bengo, luanda, e Cuanza-Sul prêvese ondas máximas de até 3.2 metros de altura.

CARTA DO VEnTO MÁXIMO E DA ALTURA DA OnDA MÁXIMA PREVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.

OPInIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

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ABDUL SAnTOS*

As sansões contra a Huawei e os laboratórios bell

O

Impacto das decisões dos presidentes das empresas privadas na competitividade dos países é

importante. É muito difícil prever que inovações tecnológicas irão vingar e conquistar os mercados, a investigação e desenvolvimento custam centenas de milhões de USD e o risco de seguir pelo caminho errado é muito alto. Encontrada a melhor solução tecnológica, a expansão global das vendas para recuperar os investimentos é um grande desafio, é preciso ultrapassar barreiras legais para regulação de registos de patentes e neste processo não há nada pior do estar ser sujeita a sansões motivadas por disputas comerciais entre Estados, como as que estão ser colocadas à Huawei, colhida pela onda da disputa comercial entre a China e o Estados Unidos da América.

Não é a primeira vez que as empresas americanas travam uma batalha para contrapor o domínio das empresas de outros países nas telecomunicações. Nos últimos trinta anos já houve pelo menos duas ocasiões de disputas para domínio das tecnologias das redes móveis.

A primeira disputa foi com os seus aliados Europeus, quando estes optaram pela norma digital GSM para as redes móveis digitais e os EUA pela norma CDMA que carecia de maturidade para ser implementada com a velocidade requerida pelos milhões de cidadãos no mundo que queriam ter um telefone móvel.

A corrida foi vencida pelo bloco Europeu, liderado pelas empresas Nokia e Ericsson. A segunda disputa foi pela tecnologia predecessora do 5G, o 4G, a empresa americana Intel, investiu forte na norma WIMAX para o 4G

mas não teve sucesso. O mercado optou pela norma LTE e novamente as empresas Europeias, e as chinesas, em parte, venceram a corrida.

Das disputas pelo 2G e 4G pouco se falou mas a actual corrida para o 5G está a ser muito diferente, a mediatização é enorme, não sem os exageros comuns nestas situações. O slogan da liderança americana “Tornar a América grande outra vez” acirra a disputa. Na verdade, desde o início do seculo XX os EUA lideraram as telecomunicações no mundo. A principal responsável dessa proeza foi a empresa AT&T, dona de 100% dos Bell Labs.

Os AT&T Bell Labs foram, sem dúvida, a empresa tecnológica mais inovadora do seculo XX, inventaram o Laser, o Transistor, as redes sem fio, o primeiro microprocesador de 32 bits, a linguagem de programação C, a própria rede móvel, etc., etc. Pelo menos dois dos seus cientistas foram laureados com prémios Nobel de Física. Durante décadas os Bell Labs, cumpriram o obejctivo pelo qual haviam sido cria-

Não é a primeira vez que empresas americanas travam uma batalha para contrapor o domínio das empresas de outros países nas telecomunicações

dos por Thoedore Vail, CEO da AT&T até 1919, “para deliberadamente tornar o presente obsoleto, não importando o quão lucrativo e eficiente ele seja”, como referiu Peter Druker.

O declínio da liderança tecnológica dos EUA nas telecomunicações começou, provavelmente, em 1995 quando Robert Allen, o então CEO da AT&T, decidiu de sua livre vontade, dividir a empresa em três: a empresa de serviços de comunicação, que se manteve como AT&T, a empresa de computadores NCR e os Bell Labs que passaram a ser Lucent Technologies. As duas últimas faliram e os Bell Lab passaram a ser propriedade da Nokia. AT&T ainda existe, estando, pelo valor em bolsa, entre as primeiras três maiores empresas de telecomunicações do mundo.

A decisão de separar os Bell Labs da AT&T, privou-os de recursos fi nanceiros para pesquisa e desenvolvimento. Os accionistas da AT&T podem ter ficado satisfeitos ao verem as suas acções melhor remuneradas.

Todavi, os EUA perderam o seu motor de inovação e a capacidade de produção foi deslocalizada para a China.

Ao desfazer-se dos Bell Labs a AT&T abandonou um dos lemas de Theodor Vail, “de que o lucro privado máximo não é necessariamente o objectivo primário da empresa privada. O lucro é necessário para garantir a saúde fi nanceira, mas é apenas um elemento da equação”. A Huawei abraçou-o e não só assimilou a tecnologia exterior como investiu na pesquisa e desenvolvimento para inovar, conquistando, em vinte anos, uma posição de liderança forte que dificilmente será abalada por sanções. *Engenheiro de Telecomunicações.

ÚLTIMA

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Julho de 2019

Criado roteiro para recepção de turistas

Jornalistas da RnA decidem hoje se mantêm greve

Um roteiro para recepção dos 60 turistas que escalam, no dia 26 deste mês, na cidade do luena, foi definido pela Comissão Nacional Multissectorial para a recepção do Comboio Turístico

O

O

roteiro turístico inclui, entre outros locais históricos e culturais, o Monumento a Paz e a Sé Catedral da Igreja Católica.

O programa inclui igualmente uma feira no Monumento a Paz, para que os turistas comprem artigos artesanais, de modo a eternizar a passam pela cidade de paz.

Falando à Angop antes de partir ao município fronteiriço do Luau, o coordenador da comissão, Afonso Henriques dos Santos Vita, explicou que os turistas têm chegada prevista para as 20 horas do dia 26 (Sexta-feira) na cidade do Luena.

O também director nacional de infra–estruturas e produtos turísticos do Ministério do Turismo adiantou que os turistas, que se fazem transportar a bordo de um comboio de luxo, vão puder tomar contacto real com a situação turística e cultural do Moxico.

Aconselhou os cidadãos localizados ao longo do Corredor do Lobito a prestarem um acolhimento agradável, à maneira angolana,

ArQuIVO

para que o país possa, futuramente, receber outras vistas do género.

Informou que o país vai receber dois grupos de turistas, sendo o primeiro o que entra via Luau (Moxico) e o segundo, com mesmo número de turistas (55 ou 60), entra via Luanda, através de navios cruzeiros.

Por seu turno, a directora de Instituto Nacional do Património Cultural, Cecília Gourgel, aconselhou ao Gabinete Provincial da Cultura do Moxico a mobilizar os músicos e outros agentes culturais para exibirem a identidade cultural local e, desta forma, incentivar os turistas valorizar e divulgar, nos seus países, a cultura nacional.

A representante do Ministério da Cultura na comissão apelou, por esta razão, aos artesões para não inflacionarem os preços.

A comissão multissectorial criada para facilitar a entrada dos navios cruzeiros e do Comboio Turístico em Angola partiu esta manha para o município fronteiriço do Luau.

SIC desmantela grupos de marginais dANIEl MIGuEl/ArQuIVO

O

Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, desmantelou, parcialmente, esta semana, no âmbito da “Operação Reforço”, quatro grupos de marginais que se dedicavam a roubos e furtos de veículos nos municípios de Belas, Viana e Talatona. De acordo com uma no-

ta de imprensa do SIC, citada pela Angop ontem (Quinta-feira), foram detidos seis homens, integrantes de um grupo de oito, denominado “Franks”, que se dedicavam ao roubo de viaturas e armas de fogo do tipo Ak-47 pertencentes a agentes de empresas de segurança privada, bem como à compra de pistolas, supostamente a um

militar. Os marginais actuavam no distrito do Benfica (Talatona) e confessaram o roubo de oito viaturas, quatro das quais desmontadas e comercializadas em peças a um comprador habitual, de nacionalidade nigeriana.

A nota faz, igualmente, referência à detenção de um homem de 32 anos, integrante de um grupo de cinco, envolvido em roubos de viaturas no bairro Cantintom (Maianga). Segundo o SIC, foi também detido um cidadão de 26 anos que, isoladamente, desde 2016, furtava e roubava viaturas de serviço de táxi personalizado, nos municípios de Belas e do Kilamba Kiaxi.

“Este elemento actuava no Shopping Xiamy, paragem de táxis do 11 de Novembro e Rotunda do Calemba 2”, refere a nota.

Durante a “Operação Reforço”, ressalta o documento, foi desmantelada uma associação de malfeitores, com cinco homens de 18 a 20 anos, que cometiam homicídios com arma branca (faca), para o roubo de telemóveis, no bairro

Capalanga, em Viana.

Em posse dos marginais foram encontrados documentos, seis armas de fogo, entre metralhadoras e pistolas, carregadores, munições, sete viaturas, chapas de matrícula, molhos de chaves e vários acessórios de viaturas.

Ainda no âmbito da operação, dois chineses acusados de praticar roubos e furtos em residências de cidadãos da mesma nacionalidaxde, no município de Talatona, foram detidos há duas semanas.

O documento refere que os acusados furtaram 20 mil dólares norte-americanos, 16 mil euros, três milhões de kwanzas e roupas.

Na altura da detenção, no município de Belas, os suspeitos, com 32 e 33 anos, circulavam com uma viatura de um cidadão chinês furtada em Junho, no condomínio “Jardim de Rosas”, em Talatona.

A “Operação Reforço”, iniciada este mês em toda a extensão da capital angolana, visa o combate aos crimes violentos e à desordem pública.

Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) e o Conselho de Administração da Rádio Nacional de Angola (RNA) chegaram ontem a entendimento sobre as reivindicações salariais, mediados pelo Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), mas cabe a uma assembleia de trabalhadores, convocada para as treze horas de hoje, em Luanda, decidir se aceita os termos do entendimento e se mantém, ou não, a greve de 30 dias, interpolada, convocada para ter início no próximo dia 29, Segunda-feira próxima.

Falando à Rádio Nacional de Angola, ontem, Teixeira Cândido, secretário-geral do SJA, disse que o Conselho de Administração da RNA aceitou a correcção do processo, dando “novas garantias de que os acordos podem ser implementados”.

A implementação do acordo, segundo o secretário-geral do SJA, será tarefa de uma comissão que incluirá, além de membros do Conselho de Administração, representantes dos trabalhadores.

Em nome do Conselho de Administração da RNA, o administrador Aguinaldo Cahilo falou da boa-fé das partes que levou ao acordo. Disse que as garantias dadas aos trabalhadores foram a confiança que se pode ter no conselho, critérios mais justos para o enquadramento dos trabalhadores no qualificador ocupacional da empresa e a sua aplicabilidade dentro dos próximos dias. Mas Teixeira Cândido falou de injustiças que levam décadas e referiu que a solução agora encontrada é transitória, não sendo substituta do qualificador ocupacional da empresa, mas que caberá à assembleia de trabalhadores decidir esta tarde.

Os profissionais dos 36 canais da Rádio Nacional de Angola, em todo o país, lançaram no dia 22 um aviso de greve interpolada com a duração total de 30 dias, devendo a primeira ser observada a partir das zero horas do dia 29 de Julho (Segunda-feira).

A decisão foi tomada em assembleia de trabalhadores realizada na União dos Escritores Angolanos, em Luanda, na presença do secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido.