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OBSERVAÇÃO

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OPINIÃO

OPINIÃO

Mundo, 2022 Covid-19: Levantamento das Restrições é, ou Não, Precipitado?

Perante a redução significativa do número de infecções pelo novo coronavírus entre finais de Janeiro e o início de Março, vários países em todo o mundo começaram a anunciar o levantamento das restrições, como o uso obrigatório da máscara, a obrigatoriedade do isolamento e de realizar testes de despiste. No início, foram a Alemanha, Áustria, Reino Unido, China, Coreia do Sul e África do Sul, mas a lista de países a seguirem essa tendência não parou de crescer e há focos de uma nova preocupação, com o recrudescer do número de casos em alguns destes países.

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Na Alemanha, por exemplo, o Ministro da Saúde, Karl Lauterbach, admitiu ter cometido um erro ao sugerir o fim de algumas medidas para pacientes positivos, ao contabilizar, no dia 6 de Abril, 214 985 novas contaminações.

O balanço é cerca de 20% menor do que na semana anterior, mas o patamar mantém-se elevado.

No mesmo dia, a China registou mais de 20 mil novos casos de Covid-19, o maior balanço diário desde o início da pandemia.

Ainda em Março, a BBC noticiava o aumento do número de casos na maior parte dos países que anunciaram o fim das restrições, o que sugere haver o risco de ocorrência de novas vagas em todo o mundo.

Neste momento, cientistas estudam se as novas vagas estão relacionadas com o fim das restrições ou com o aparecimento de variantes mais contagiosas. De qualquer forma, há sinais de que o levantamento das restrições pode ser uma medida precipitada.

FOTOGRAFIA D.R.

Outlook

Banco de Moçambique alerta sobre possibilidade de mais uma subida no preço do petróleo

A confirmar-se esta projecção, a inflação deverá continuar a crescer e sufocar ainda mais as contas das empresas e das famílias, ao resultar em mais um ajuste na tarifa dos combustíveis. O relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação do Banco de Moçambique revelou que, entre Janeiro e Março do presente ano, o preço do brent subiu em 49% e o de trigo em 45%, tendência que se espera manter até ao fim do ano.

Tendo em conta a revisão em alta dos preços dos combustíveis no País em Março, nomeadamente na gasolina (12,09%), gasóleo (15,01%), petróleo (4,61%) e gás (13,33%), o Banco Central espera um impacto directo no nível geral de preços de cerca de 0,87 pontos percentuais entre Março e Abril de 2022, elevando, deste modo, o custo de vida.

E, para agravar, “considerando o peso dos combustíveis (7%) e dos alimentos (34%) — com destaque para o trigo com 4,16% — no índice geral de preços no consumidor, os significativos aumentos dos preços destas mercadorias, ao nível global, poderão resultar num aumento dos preços domésticos”, aponta o Banco de Moçambique.

Entretanto, o impacto poderá ser maior devido aos efeitos indirectos que advêm do uso dos combustíveis como matéria-prima em todos os sectores de actividade, com destaque para os transportes, com um peso de 3,82% no cabaz do Índice de Preços do Consumidor, refere o regulador do sistema financeiro.

Por fim, o Banco Central tranquiliza o mercado ao revelar que, a médio prazo, a inflação estará na banda de um dígito.

Banca

Auditoria expressa reservas quanto às contas do Banco de Moçambique de 2020

O regulador do sistema financeiro nacional – Banco de Moçambique – publicou, em Janeiro, o relatório e contas de 2019 e tornou agora públicas as contas de 2020, com três reservas inscritas no relatório de auditoria. Em causa está o facto de em 2017 e 2018 o BM não ter considerado “relevante” consolidar as contas da subsidiária Kuhanha – Sociedade Gestora do Fundo de Pensões dos trabalhadores do banco central, que adquiriu uma posição maioritária no Moza Banco, um dos principais bancos comerciais de Moçambique, previamente intervencionado. Num segundo ponto, o auditor refere que o Estado nunca entregou ao BM, desde 2005, títulos de dívida pública previstos pela lei no valor de 9,2 mil milhões de meticais – nem o Banco Central reconheceu os proveitos acumulados de 12,9 mil milhões de meticais associados a esta “dívida do Estado” ao regulador de mercado. Noutra nota, assinala que o Banco de Central não registou 10,7 mil milhões Mt em responsabilidades Confore as normas contabilísticas.

Contas públicas

EUA e Moçambique assinam acordo de cooperação para o desenvolver projectos avaliados em 1,5 mil milhões de dólares

O acordo, de cinco anos, rege a forma como a USAID e o governo irão cooperar para implementar o financiamento da assistência externa da USAID, no valor de 1,5 mil milhões de dólares, para “promover um Moçambique mais pacífico, próspero e saudável”. A Estratégia de Cooperação para o Desenvolvimento do País 2020-2025 da USAID providencia um roteiro para as actividades realizadas no âmbito do acordo quinquenal.

Desenvolvida com os principais interessados, incluindo o Governo de Moçambique bem como outros doadores internacionais e organizações de desenvolvimento, a estratégia centra-se em três objectivos principais: moçambicanos mais saudáveis e com melhor educação; crescimento económico diversificado e inclusivo; e maior resiliência das populações vulneráveis. A estratégia também se concentra na construção da igualdade de género e no aumento das oportunidades económicas para a juventude.

Contas públicas

Governo projecta diminuição da dívida pública dos actuais 113% para 60% do PIB em três anos

O ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, afirmou que o Governo está, actualmente, a implementar um programa para resolver a situação de excesso de endividamento do Estado, revelando que o objectivo imediato é tirar a dívida pública dos actuais 113% do Produto Interno Bruto (PIB) para 60% em três anos.

Falando por ocasião da Conferência Anual do Sector Privado (CASP), concretamente no decorrer do debate sobre “Avaliação do Processo de Implementação de Reformas e Medidas de Reestruturação da Economia para Revitalização do Sector Empresarial”, Tonela revelou que o Executivo já tem projecções que estão a ser concluídas com vista a colocar a trajectória da dívida no caminho certo.

“A nossa perspectiva é trabalhar e encontrar soluções para que o Governo possa reduzir a pressão que a dívida exerce sobre as finanças públicas e trazer soluções também de equilíbrio das contas públicas para permitir que possamos ter níveis de receitas e despesas que possibilitam ao Estado criar saldos para injectar na economia por via de investimento público”, explicou o ministro.

Desastres

Seca severa ameaça o sul do País

Um relatório do Programa Alimentar Mundial (PAM), com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), alertou sobre uma seca severa que cresce no sul do País e traz consequências negativas na produção agrícola.

O relatório previa a prevalência da seca em Março, o que se verificou, sendo que o País entra, a partir de Abril, na que é, naturalmente, a época mais seca, sem chuvas relevantes até Outubro, pelo que não se vislumbram melhorias.

O Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) anunciou a aprovação de um programa de crédito no valor de 4 mil milhões de dólares para os países africanos lidarem com os impactos da guerra na Ucrânia.

O programa de financiamento comercial para ajustamento de África à crise da Ucrânia (UKAFPA) tem como objectivos ajustar o custo do financiamento para ajudar os países a cumprirem as necessidades imediatas de importações face ao aumento dos preços enquanto a procura interna se ajusta. Além disso, o programa anunciado pelo Afreximbank visa o financiamento da recompra de petróleo e me-

A seca faz esperar “graves impactos na produção de culturas para as províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica e Sofala”, alerta o documento.

Qualquer retracção na actividade agrícola tem potencial para provocar insegurança alimentar, dado que a maior parte da população vive daquilo que planta. “A primeira parte da temporada 2021/22” da época das chuvas foi o período “mais seco ou o segundo mais seco desde 1981”, conforme as regiões.

De acordo com os dados do PAM, 80% dos mais de 30 milhões de habitantes não consegue comprar comida para ter uma alimentação adequada. Um total de 42% das crianças estão subnutridas. A insegurança alimentar afecta 24% das famílias moçambicanas de forma crónica e 25% passa pela situação pelo menos uma vez por ano.

Financiamento

Banco dá 4 mil milhões de dólares contra impactos da guerra na Ucrânia em África

tais, a estabilização das receitas de exportações de matérias-primas e o financiamento da quebra do turismo. Foi também lançado um mecanismo de aceleração das receitas de exportação, através de um rápido acesso à moeda estrangeira, para garantir o cumprimento dos projectos em curso.

Os países africanos, principalmente os do norte do continente, são alguns dos principais importadores de cereais quer da Rússia, quer da Ucrânia, o que origina um impacto enorme, com vários analistas a alertarem para a possibilidade de instabilidade social devido ao aumento dos preços e à dificuldade de garantir as importações.

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