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EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA DA PELE
IMPORTÂNCIA PARA AS PROVAS
Este capítulo é uma introdução para todo o curso e é cobrado em QUALQUER prova de concurso de dermatologia.
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1. EMBRIOLOGIA
Durante o processo de gastrulação, por volta da 4ª semana de gestação, as células do embrião involuem e se rearranjam, criando as 3 primeiras camadas de células germinativas: endoderme, mesoderme e ectoderme. Em seguida, as células ectodérmicas são designadas a um destino epidérmico ou neuroectodérmico
Inicialmente, o embrião é recoberto por uma única camada de células ectodérmicas. Por volta do 36º dia de gestação, a epiderme do embrião consiste em 2 camadas: PERIDERME (ou epitríquio) e camada basal. A periderme é uma camada superficial especializada, sobreposta à basal, que cobre a epiderme até que ocorra a queratinização e, depois, se degenera. A células da periderme NÃO dão origem a componentes epidérmicos definitivos. Provavelmente seu papel está na difusão ou troca de substâncias através da pele fetal.
Com a proliferação das células da camada basal, forma-se uma terceira camada, a região intermediária.
Ao final do 4º mês, a epiderme adquire sua disposição definitiva, e podem ser distinguidas 4 camadas: basal, espinhosa, granulosa e córnea.
Origem Embriol Gica Dos Tecidos Cut Neos
- Pele deriva de 2 folhetos embrionários: ectoderma e mesoderma;
- ECTODERMA: epiderme, folículo pilossebáceo, glândulas apócrinas, glândulas écrinas e unhas;
- NEUROECTODERMA (crista neural): nervos e melanócitos;
- MESODERMA: derme e hipoderme (fibras elásticas, fibras colágenas, vasos, músculos, tecido adiposo e papila folicular).
QRCODE - Embriologia e histologia de pele
TED - Observe as alterações assinaladas nas fotos:
A sequência das alterações histopatológicas a seguir é, respectivamente: a) 1. Paraceratose/2. espongiose/3. balonização/4. degeneração vacuolar. b) 1. Paraceratose/2. acantólise/3. espongiose/4. degeneração vacuolar. c) 1. Paraceratose/2. balonização/3. acantólise/4. degeneração vacuolar. d) 1. Paraceratose/2. espongiose/3. acantólise/4. degeneração vacuolar.
Confira a resolução no QR Code:
A Junção DermoEpidérmica (JDE) embrionária pode ser inicialmente identificada por volta da 8ª semana de gestação, mas só estará completa na 12ª semana.
As futuras células dérmicas estão situadas abaixo da epiderme com 6 a 8 semanas de idade gestacional, no entanto não há demarcação distinta entre as células que darão origem à derme daquelas que darão origem aos componentes musculoesqueléticos.
A vasculatura dérmica é identificável no final do 1º trimestre.
As redes nervosas são formadas na metade ou final do 1º trimestre e tendem a acompanhar o padrão vascular.
A ESTRATIFICAÇÃO DA EPIDERME se inicia em torno da 8ª semana de gestação e se completa em torno do 2º trimestre
Já o PROCESSO DE QUERATINIZAÇÃO se inicia durante o 2º trimestre e termina por volta da metade do 3º trimestre. A queratinização ocorre primeiro nas estruturas anexiais e, então, na epiderme estratificada recém-formada. À medida que a queratinização progride, o conteúdo dos queratinócitos superficiais é modificado, e o número de camadas cornificadas aumenta. Em torno da 2ª metade do 3º trimestre, as camadas epidérmicas diferenciadas são morfologicamente similares às da pele do adulto. No entanto, a função de barreira cutânea do recém-nascido NÃO está completamente madura até algumas semanas após o nascimento.
Células epidérmicas não queratinocíticas
Duas populações de células especializadas (melanócitos e células de Langerhans) migram para a epiderme durante as fases iniciais do desenvolvimento embrionário.
Melanócitos
- São derivados da crista neural que se forma ao longo do tubo neural dorsal;
- Os precursores dos melanócitos (melanoblastos) migram para epiderme seguindo uma trajetória característica: movem-se lateralmente e depois ventralmente ao redor do tronco para a linha média ventral, anteriormente pelo couro cabeludo e face e distalmente ao longo das extremidades;
- Presentes na epiderme na metade do 1º trimestre;
- Só serão completamente funcionais no 2º trimestre;
- Produção de melanina: início no 4º mês;
- Transferência de melanossomos para os queratinócitos: início no 5º mês;
- Fator de Transcrição da Microftalmia (MITF, microphthalmia transcription factor): proteína nuclear envolvida no desenvolvimento embrionário dos melanócitos e na regulação da transcrição de genes envolvidos na síntese de melanina, tais como o da tirosinase.
Células de Langerhans (CL)
- Também surgem na epiderme durante 1º trimestre, assim como os melanócitos;
- Expressam antígenos CD1a;
- Possuem grânulos de Birbeck.
Células de Merkel
- Células neuroendócrinas altamente inervadas;
- Detectadas no 1º trimestre (8ª a 12ª semanas) na epiderme palmoplantar e, posteriormente, na pele interfolicular;
- Origem controversa; estudos recentes demonstraram que as células de Merkel de mamíferos são derivadas de uma linhagem epidérmica e não da crista neural;
- Ainda não está comprovado nenhum significado funcional para a presença de células de Merkel em seres humanos; alguns autores acreditam que funcionem com mecanorreceptores em locais de alta sensibilidade tátil.
Anexos cutâneos
A formação do FOLÍCULO PILOSO tem início por volta da 10ª semana em resposta à sinais oriundos da derme, que direcionam as células epidérmicas basais para que se agreguem focalmente para formar PLACOIDE. A formação dessa estrutura é facilitada por sinais específicos locais e impedida nas células epiteliais vizinhas por sinais inibitórios. Em seguida, este placoide de queratinócitos prolifera e cresce para baixo, em direção a derme. Sinalizações realizadas pela família das integrinas tipo wingless (WNT, composta por pelo menos 19 membros) e pela B-CATENINA parecem ser as principais envolvidas na regulação deste crescimento. Esse condensado dérmico é conhecido como GERME ou BROTO FOLICULAR. Acredita-se que a proteína Sonic Hedgehog (SHH) seja uma participante importante nessa etapa. A seguir, o condensado dérmico é envolvido por células epiteliais foliculares para formar a PAPILA DÉRMICA. Logo, as células no centro dos brotos pilosos se tornam fusiformes e queratinizadas, formando a haste do pelo, enquanto as células periféricas se tornam cuboides, originando a bainha radicular interna. Acredita-se que o NOTCH1 seja um fator chave nessa diferenciação.
A porção superficial do folículo piloso em desenvolvimento apresenta duas proeminências distintas. A proeminência mais superficial consiste em uma glândula sebácea em desenvolvimento, enquanto a proeminência mais profunda representa o ponto de inserção de um futuro músculo eretor do pelo e o local das células-tronco foliculares. Diferente das demais estruturas, a bainha radicular externa e o músculo eretor do pelo tem ORIGEM MESODÉRMICA.
O sinal inicial que direciona a formação do folículo piloso surge no mesênquima (pontos cinza) e instrui o epitélio sobrejacente a se proliferar formando um placoide. A formação de placoide é facilitada por determinados sinais (setas verdes) e impedida nas células epiteliais vizinhas por sinais inibitórios (setas vermelhas). Essa sinalização leva a formação de um condensado dérmico, o broto folicular (pontos roxos). O condensado dérmico é envolvido por células epiteliais para formar a papila dérmica. A diferenciação da bainha radicular interna (azul) pode ser regulada em parte pela sinalização lateral entre células epiteliais (setas verdes).
Adaptado de: MILLAR SE. Molecular mechanisms regulating hair follicle development. Journal of Investigative Dermatology, v. 118, n. 2, p. 216-225, 2002.

As unhas têm seu desenvolvimento iniciado nas semanas 8 a 10. O processo estará completo no 5º mês de gestação.
Entre a 14ª e 16ª semana, o esboço de glândulas écrinas individuais brota ao longo dos cones ectodérmicos com intervalos de espaço regulares. Os brotos se alongam como um cordão de células que penetram o coxim mesenquimal. A canalização do componente dérmico do duto écrino estará completa na 16ª semana e, do componente epidérmico, estará completa na 22ª semana.
Como as glândulas sebáceas, as glândulas apócrinas surgem a partir da porção superior do folículo piloso. As glândulas écrinas interfoliculares, por sua vez, originam-se independentemente.