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CICLO CAPILAR

FASE ANÁGENA:

- Fase de crescimento;

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- Raiz do cabelo profundamente inserida na derme/subcutâneo;

- Matriz se mantém em atividade mitótica produzindo continuamente haste e BRI;

- Matriz em forma de taça envolve a papila dérmica;

- Subdividida em seis estágios (anágeno I a VI);

- Fase mais suscetível aos agentes antiproliferativos (QT); essas drogas levam a parada de produção do pelo ou produção de pelos defeituosos;

- Não está claro quais eventos estimulem o início do ciclo capilar, aceita-se que fatores da papila dérmica regulem o início do processo (células da papila dérmica emitam sinais capazes de aumentar a atividade mitótica das células-tronco do bulge);

- FGF-5: pode ser um sinal para o fim da fase anágena.

ESTÁGIOS:

I. Células-tronco do bulge (BRE) se dividem para produzir o broto capilar que se torna a matriz;

II. Células germinativas proliferam para baixo, envolvendo a papila dérmica;

III. Células da matriz se diferenciam formando o córtex e a BRI;

IV. Melanócitos enviam dendritos para o bulbo capilar e começam a secretar melanina nos queratinócitos;

V. Ponta do cabelo emerge da BRI;

VI. Cabelo emerge da pele e continua crescendo até catágeno.

FASE CATÁGENA:

- Duração de 2 a 3 semanas;

- Apenas 1% dos folículos;

- Após o tempo máximo de crescimento as mitoses cessam na matriz que se desprende da papila dérmica e se desloca no sentido da superfície da pele;

- Membrana vítrea se torna espessa e ondulada;

- Área suprabulbar entra em colapso formando um cordão e involui;

- BRE passa a envolver todo o bulbo formando o SACO EPITELIAL;

- BRI começa a afinar;

- Início da apoptose de queratinócitos triquilemais;

- Melanócitos param de produzir pigmento e retiram seus dendritos para que a raiz do cabelo NÃO fique pigmentada.

DERMATOAULA | 2023

FASE TELÓGENA:

- Fase de “repouso”: cabelo pode ser considerado morto, entretanto, o METABOLISMO BIOQUÍMICO BULBAR SE MANTÉM ATIVO (produz substâncias que INIBEM A FORMAÇÃO DE UM NOVO ANÁGENO );

- Duração de 3 meses;

- Bulbo completamente queratinizado assumindo a forma de CLAVA com grânulos de melanina no interior;

- BRI desaparece completamente;

- BRE: resta somente o saco epitelial;

- Move-se em direção a epiderme (“empurrado” pelo novo cabelo em formação);

- O pelo superficializado e frouxamente ancorado ao folículo pode cair espontaneamente ou ser extraído sem grandes esforços;

- DERMOGLEÍNA 3: ancora a haste telógena ao folículo piloso;

- Após o Final da fase telógena células tronco do bulge começam a proliferar, são liberadas e se deslocam guiadas pela membrana vítrea em direção a papila dérmica.

AL-NUAIMI, Yusur et al. The cycling hair follicle as an ideal systems biology research model. Experimental dermatology, v. 19, n. 8, p. 707-713, 2010.

A queda normal diária de cabelos tem relação direta com NÚMERO TOTAL DE CABELOS E DURAÇÃO DA FASE ANÁGENA. Por exemplo, em um indivíduo com 100.000 fios com fase anágena de 3 anos, a cada 3 anos haverá troca de todos os fios de cabelos (perda média de 100 fios/ dia). Já um indivíduo com 100.000 fios e com fase anágena com 8 anos de duração, a cada 8 anos haverá a troca de todos os fios de cabelos (perda média de 34 fios/dia).

Um fio do couro cabeludo cresce a 1 cm/mês ou 0,34 mm/dia e, o comprimento máximo alcançável do fio é resultado da DURAÇÃO DA FASE ANÁGENA que é GENETICAMENTE DETERMINADA (ex: anágeno de 2 anos - fio de 24 cm; anágeno de 5 anos - fio de 60 cm).

Controle do ciclo capilar

- Tração do cabelo telógeno pode acelerar o aparecimento do anágeno;

- Tração do cabelo anágeno: matriz continuará produzindo a haste e a BRI, assim, não há alteração no tempo final desse anágeno;

- Remoção da haste com a matriz e papila: cabelo não será mais produzido e o folículo desaparecerá;

- Barbear não afeta o crescimento ou o diâmetro do cabelo.

Hormônios andrógenos

- Reguladores hormonais mais importantes;

- Agem através de receptores na papila dérmica;

- Aumenta o comprimento da fase anágena, diâmetro e taxa de crescimento em folículos suscetíveis;

- Paradoxalmente, causa menor tempo de anágeno, miniaturização e crescimento mais lentos em áreas como o couro cabeludo;

- Pelos axilares e púbicos respondem à testosterona;

- Restante dos pelos do corpo: respondem apenas a diidrotestosterona (DHT);

- PUBERDADE: pelos pubianos respondem primeiro; crescimento de pelos axilares e barba ocorre 2 anos depois; o padrão adulto não está completo até a 4ª década.

- A testosterona é convertida em DHT pela enzima 5α-redutase que possui 3 isoenzimas (tipos I, II e III);

- Essas isoenzimas são codificadas por genes diferentes e diferem em sua expressão e atividade nos tecidos;

- 5-α-REDUTASE TIPO I: presente predominantemente nas glândulas sebáceas e no fígado;

- 5-α-REDUTASE TIPO II: predomina no couro cabeludo (maior quantidade nos folículos pilosos do vértex e região frontal do couro cabeludo), barba e folículos pilosos do tórax, bem como no fígado e na próstata;

- 5-α-REDUTASE TIPO III: encontrada em toda a epiderme e derme, mas seu papel funcional ainda não foi elucidado;

- DEFICIÊNCIA GENÉTICA DE 5-α-REDUTASE TIPO II: herança autossômica recessiva, na qual a conversão da testosterona em DHT é nula ou defeituosa; a DHT induz a viriliza çã o da genitália externa para formar o pênis, uretra, próstata e bolsa escrotal durante a vida fetal e atua no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários durante a puberdade; os afetados apresentam frequentemente ambiguidade genital ao nascimento e são incapazes de desenvolver Alopecia AndroGenética (AAG) na vida adulta.

Estrogênios

- Prolongam a fase anágena, mas diminuem a taxa de crescimento;

- Responsável pelo eflúvio telógeno pós-parto.

Tiroxina

- Acelera o aparecimento de anágeno e aumenta a taxa de crescimento;

- Excessos: risco de eflúvio telógeno:

- Deficiência: pode fazer o mesmo, além de diminuir a taxa de crescimento.

Glândulas sebáceas

As Glândulas Sebáceas (GS) são exclusivas dos mamíferos e estão presentes em todo corpo, exceto nas regiões palmo-plantar e dorso do pé. Fazem parte da unidade folicular e possuem um ducto curto, de epitélio estratificado pavimentoso, que desemboca na porção terminal do folículo piloso. Em algumas áreas do corpo, sem pelos, as glândulas sebáceas abrem-se diretamente na superfície epidérmica.

O tamanho da glândula é inversamente proporcional às dimensões do pelo: maiores no nariz e fronte.

São glândulas holócrinas, ou seja, se rompem liberando todo o seu conteúdo (sebo).

O sebo é uma secreção oleosa, com ácidos graxos, ésteres de cera e esqualeno, junto com os restos das células produtoras. Ele lubrifica a superfície da pele e do pelo, aumentando as características hidrofóbicas da queratina e protegendo o pelo.

Existem ainda as glândulas sebáceas ectópicas: cavidade oral (grânulos de Fordyce), no pênis (glândulas de Tyson) e no mamilo (tubérculos de Montgomery). Já foram descritas também no trato genital feminino inferior e no esôfago.

Gl Ndulas Seb Ceas Ect Picas

As GS são estimuladas pelos hormônios sexuais e não respondem a estímulos neuronais (nem adrenalina, nem acetilcolina). Ao nascimento, apresentam alguma atividade, devido à presença dos hormônios passados pela mãe. Na infância, sofrem regressão e tornam-se funcionais na puberdade, quando apresentam atividade plena.

Glândulas sudoríparas écrinas

Esse tipo de glândula sudorípara está distribuído pela superfície corporal, excetuando-se os lábios, o clitóris, os pequenos lábios, a glande e a superfície interna do prepúcio. São abundantes nas regiões palmar e plantar. A porção secretora situa-se profundamente na derme ou na parte superior da hipoderme.

São glândulas exócrinas tubulares simples enoveladas merócrinas (ou écrinas).

A porção secretora é constituída por dois tipos de células:

- Células escuras: produtoras de glicoproteínas;

- Células claras: características de células transportadoras de íons; responsáveis pela secreção aquosa do suor.

Ao redor da porção secretora, há células mioepiteliais. O ducto abre-se na crista epidérmica, de onde a glândula se originou, e tem trajeto tortuoso. Diferentemente das apócrinas, as glândulas écrinas não têm relação qualquer com os folículos pilosos. Seu diâmetro é menor que a porção secretora. O epitélio é estratificado cúbico, com células menores e mais escuras que as células da porção secretora. Elas reabsorvem a maior parte dos íons e excretam substâncias, como ureia e ácido lático.

O suor é uma solução aquosa, hipotônica, com pH neutro ou levemente ácido, contendo íons de sódio, potássio e cloro, ureia, ácido úrico e amônia. A reabsorção écrina de sódio está primariamente sob controle da aldosterona.

Além da função excretora, as glândulas sudoríparas regulam a temperatura corporal pelo resfriamento em consequência da evaporação do suor.

Sua inervação é simpática pré-ganglionar, e o neurotransmissor que a estimula é a acetilcolina.

Glândulas sudoríparas apócrinas

Grânulos de Fordyce: múltiplas pápulas amareladas em lábio superior.

TEIXEIRA, MAG. et al. Laser CO2 em grânulos de Fordyce. Surg Cosmet Dermatol, 2013. v. 5, n. 1, p. 857.

As glândulas sudoríparas apócrinas ou odoríferas são encontradas nas axilas, nas aréolas mamárias e na região anogenital. Surgem por volta da 13ª semana de vida fetal no brotamento epidérmico do folículo pilossebáceo (não têm qualquer relação com a origem das glândulas écrinas) e desembocam sempre no folículo pilossebáceo.

Estão localizadas profundamente na derme ou na região superior da hipoderme.

São glândulas exócrinas tubulares simples ou ramificadas enoveladas.

Atualmente, há controvérsia na literatura, se são apócrinas, merócrinas ou apresentam ambos os modos de secreção.

A porção secretora tem luz ampla, é constituída por células cúbicas, com a porção apical em cúpula e é circundada por células mioepiteliais. O ducto é relativamente reto, de epitélio estratificado cúbico e se abre no folículo piloso, acima do ducto da glândula sebácea.

Assim como as glândulas sebáceas, as glândulas sudoríparas odoríferas são estimuladas pelos hormônios sexuais e tornam-se funcionais na puberdade.

Cortes histológicos mostrando glândula sebácea “livre”, comunicando-se com a mucosa escamosa.

OGATA, DC. et al. Achado incidental de glândula sebácea em colo uterino: provavelmente um processo metaplásico. J Bras Patol Med Lab, 2012. v. 48, n. 3, p. 221-222.

A secreção contém proteínas, carboidratos, lipídios, amônia e ferormônios, envolvidos na atração sexual. Inicialmente inodora, adquire um odor acre ou almiscarado em resposta à decomposição por bactérias.

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