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BIBLIOTECA COMUNITÁRIA
O Problema Contemplado Pela Arquitetura
A biblioteca transpassa a instituição física, ou o genérico espaço de leitura, se tratando essen cialmente de sua função social e seu papel na construção histórica do conhecimento, bem como no instrução na contemporaneidade. Num país de cada vez menos leitores, o maior desafio deste projeto é a ressignificação da tipologia para além da edificação, através da abordagem arquitetônica simbiótica entre a função bibliote ca e seu espaço sociocultural. A palavra-chave do projeto é a democratização, tanto do conhe cimento, da biblioteca, da cultura, e da própria arquitetura.
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Proposta E Inten Es Projetuais
No que diz respeito à arquitetura utilizada, a Biblioteca Comunitária Carolina Maria de Jesus deve contar com espaços de permanência, de estudo e exposições artísticas, de forma que possa acolher grupos de leitura, programas educativos, artistas locais, saraus e demais eventos culturais, além dos leitores.
convidativo ponto turístico fidelização conhecimento informação democratização da informação educação cultura função social programas educativos leitura arquitetônica sociedade centro de informação comunidade
FICHA TÉCNICA
Civil, Comercial
Floresta, Porto Alegre, RS
Data do projeto 2021/1
Área do terreno 9.715 m 2
Área construída 1.993,53 m 2
Sistema construtivo Laje nervurada
Software Archicad 24, TwinMotion 2021




Implanta O
O partido compreende barras ortogonais deslocadas e sobrepostas, cujas deformações podem ser justificadas no diagrama à direita. O conceito determinante para implantação foi a concepção de um edifício bruto, que pousa sobre a grama, mesclando-se à área verde, emergendo do solo, se contrapondo aos edifícios tipo torre do entorno. É promovido o uso de iluminação natural e ventilação cruzada de forma controlada, visando, portanto, utilizar conscientemente os recursos renováveis e energéticos.
Composi O Formal
Foi adotada a máxima de Sullivan: a forma segue a função. Os setores foram dispostos de forma funcional em relação ao entorno, e a composição arquitetônica surgiu a partir da organização programática. O resultado foram barras horizontalmente marcadas sobrepostas e deslocadas. A preservação dos volumes sólido até a etapa final garantiu ao projeto o caráter minimalista e sólido, determinantes na composição.

Materialidade
O pinho autoclavado, material de baixo custo, foi importante para trazer os tons amadeirados em diversos momentos: nos brises que criam unidade nas janelas dos sanitários, nas esquadrias sob o pergolado (as demais são de alumínio), nos letreiros e no muxarabi. O acabamento esbranquiçado serve de pano de fundo para destacar os reais protragonistas do projeto, a madeira e o concreto. O último foi utilizado nas lajes nervuradas, fator derminante para executar grandes vãos, no volume inferior e, no volume superior, em cinza chumbo, na textura de ripas de madeira que formam as armaduras na execução in-loco.
(1) Programa de necessidades disposto em volumes conforme a área de cada setor , da maior área para a menor. (2) Barra vermelha recua em relação aos volumes públicos, devido ao acesso secundário, e também aos ruídos provocados pelo meio urbano. (3) Barra amarela recua 12 metros em relação aos outros dois volumes criando, dessa forma, o pátio interno, que contará com um projeto paisagístico dedicado para o uso, tal qual uma “rua interna”. (4) Outra barra é inserida, conferindo ao conjunto de volumes avulsos o aspecto unitário. Os acessos são democráticos, contando com 3 entradas permeáveis.
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora brasileira, autora da obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, obra que lhe deu o título póstumo de doutora honoris causa da UFRJ. A obra virou best-seller, foi vendida em 40 países e traduzida para 16 idiomas. Carolina Maria viveu na favela do Canindé, nas margens do tio Tietê. A biblioteca em questão leva seu nome por conta da afinidade minha com esta autora fenomenal, uma das maiores escritoras brasileiras. Carolina Maria incorpora a democratização do conhecimento.







Museu De Arte Contempor Nea
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O Museu de Arte Contemporânea de Porto Alegre, ou MACPA, teve como principal diretriz projetual a relação com o entorno ou, nas palavras de Simon Unwin, a identificação do lugar. Tendo em vista a localização do lote (quadra do Centro de Distribuição dos Correios - CDC), inserido no Centro Histórico, foram levantadas e reinterpredas características ecléticas e modernas. O uso de pilotis remonta um dos pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier, observado no DNIT, que fez limite com o terreno, ao norte. Enquanto o ritmo das janelas remonta o estilo eclético predominante na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), marco histórico que dialoga com a esquina nordeste. O estilo eclético também foi observado no Mercado Público, que serviu de referência para a releitura do claustro e para o átrio interno.
Além de se relacionar com o entorno, se embasa na premissa de que o cidadão realmente reinvidique a cidade e os equipamentos públicos, através de espaços públicos convidativos. No caso dos pilotis, foi possível fazer um convite aos transeuntes, os instigando a desvendar as passagens por debaixo do museu. A pele de vidro também intriga os olhos da rua, pois permite ver as entranhas do edifício, tal qual a de um organismo vivo - os funcionários que o utilizam.
FICHA TÉCNICA
Uso
Local
Institucional, Comercial
Centro Histórico, Porto Alegre, RS
Data do projeto 2021/2
Área do terreno 6.400 m 2
Área construída 7.073 m 2
Sistema construtivo Bubbledeck
Software Archicad 24, TwinMotion 2021


Foram utilizadas como principais referências três obras de arquitetos renomados e ganhadores de Pritzker, entre elas o Museu Solomon R. Guggenheim (1959), última obra de Frank Lloyd Wright. Por se tratar da magum opus de tipologia de museu, foi utilizada como referência tectônica mas também formal, no que diz respeito às deformações do cilindro e escalanomento dos primeiros pavimentos em relação aos do topo. Foi utilizado também o He Art Museum (2020), bem como os conceitos fundamentais de luz e sombra e jogos de luz onipresentes na obra de Tadao Ando, e também o Hirshhorn Museum (1984), de Gordon Bunschaft, que utiliza a praça seca, como elemento criador de visuais, em seu átrio monumental.



Referente a estrutura e modulação do projeto, o sistema estrutural adotou a laje alveolar do tipo bubbledeck, cuja justificativa foi a composição do partido geral, isto é, a estrutura de alvéolos esféricos privilegiou a laje radial da composição. A altura da laje para o projeto ficou em 35cm. O vão livre da modulação é de aproximadamente 15m, enquanto o sistema em questão suporta vão livre de até 20m. O balanço máximo é de 5m, ou seja, 1/3 do total da laje, atendendo o fator de segurança Esse sistema estrutural dispensa vigas, por se tratar essencialmente de uma laje nervurada esférica.
A seção circular dos pilares metálicos adotada foi de 40cm, se tratando de uma coluna soldada de perfil em “I”, vedada por concreto moldado.
