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Entrevista com Carlos Monjardim
História DeMolay
O INÍCIO DA ORDEM DEMOLAY NO NOSSO PAÍS
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40 ANOS DA ORDEM NO BRASIL
O primeiro Mestre Conselheiro Nacional
DMSC – Irmão Carlos Monjardim, é um prazer receber você neste quadro da 3ª Edição do Jornal DMSC. Antes de iniciar a série de perguntas, gostaríamos que você se apresentasse.
CARLOS MONJARDIM – Me chamo Carlos Henrique Silva Monjardim da Fonseca, nasci no dia 28 de junho de 1965 na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Fui iniciado na Ordem DeMolay no dia 11 de agosto de 1984, quando tinha 19 anos, em razão da fundação do Capítulo Grande Rio, o que culminou com minha Elevação ao Grau DeMolay em dezembro daquele mesmo ano. Sou formado em Direito pela Universidade Estácio de Sá. Sou Mestre Maçom da ARLS Constância 40 nº 56 da GLEMERJ.
Atualmente na vida profana sou empresário, atual Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Cidade do Rio de Janeiro e do centenário SPC – Serviço de Proteção ao Crédito, além de Presidente da Associação Comercial do bairro de Ipanema e, no mesmo bairro, Presidente de sua Associação de Moradores.
DMSC – Como foi sua jornada dentro de seu Capítulo DeMolay e como foi a experiência de ter sido Mestre Conselheiro?
CARLOS MONJARDIM – Foi onde acredito ter formado minha personalidade como Ser Humano, enriquecedora de exemplos e princípios.
DMSC – Como eram as lideranças adultas dentro do Capítulo e como era a relação dos DeMolays com os Maçons?
CARLOS MONJARDIM – Naquela época tínhamos muitos abnegados Tios maçons, que se dedicavam à causa com fervor, mas tínhamos de ir desbastando as incompreensões em muitos lugares e cidades, onde os Maçons ainda não conheciam bem a Ordem DeMolay. Muitos maçons achavam que os DeMolays não deveriam se reunir em Templos Maçônicos, isso foi sendo trabalhado com o tempo, demonstrando à Maçonaria brasileira a real importância da Ordem.
DMSC – Como se deu a jornada até o cargo de Mestre Conselheiro Nacional? Você esperava isso ou foi repentino?
CARLOS MONJARDIM – Como Mestre Conselheiro do Capítulo Grande Rio, que tinha como Presidente do Conselho Consultivo o Saudoso Tio Wilton Cunha, dei início a uma série de iniciativas que começaram a diferenciar e divulgar a Ordem DeMolay na Cidade do Rio de Janeiro, pois na época era também Chefe de Gabinete, apesar de bem jovem, do Vereador Alberto Garcia, que depois veio a ser o primeiro Grande Mestre Adjunto do Supremo Conselho DeMolay em sua criação.
ir ajudar na então Oficialaria Executiva da Ordem DeMolay para o Brasil, onde o Oficial Executivo era o Tio Alberto Mansur, quando levei ideias que contribuíram para a modernização administrativa na formação do futuro Supremo Conselho.
Neste meio tempo, preparando a criação do futuro Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, Tio Mansur chamou o Tio Wilton Cunha para ser o primeiro Grande Secretário Geral do futuro Supremo Conselho DeMolay.
Neste interregno temporal, como Mestre Conselheiro do Capítulo Grande Rio, comecei a desbravar o Brasil sob a orientação do Tio Wilton Cunha, visitando lojas, palestrando sobre a Ordem DeMolay, dando início à grande fase inicial de expansão de Capítulos pelo Brasil, o que levou toda minha juventude, de dedicação ao serviço da Ordem DeMolay, onde todos os fins de semana aos invés de passear, namorar, me divertir, estava de terno e gravata pelos mais diversos rincões do país, expandindo a ideia DeMolay.
Comecei a fazer caravanas com o Capítulo Grande Rio e fui o Mestre Instalador de mais de 85 Capítulos, no início da Ordem DeMolay no Brasil, pelos idos dos anos 80.
Essa intensa atividade, fez com que eu fosse convidado pelo Tio Mansur e pelo Tio Wilton Cunha, quando da emissão da Carta Constitutiva do DeMolay International para o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil para ser o seu PRIMEIRO MESTRE CONSELHEIRO NACIONAL.
DMSC – Durante sua jornada como Mestre Conselheiro nacional, quais das conquistas mais lhe marcaram?
CARLOS MONJARDIM – Continuando as atividades, sempre leal e me ombreando ao Tio Wilton Cunha, que considerava um segundo Pai, criei e inventei muito no novo Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.
Aproximando-me da idade de Sênior, mostrei e convenci aos Tios Mansur e Wilton Cunha da necessidade de criar os cargos de Mestres Conselheiros Estaduais, para dar capilaridade à liderança juvenil da Ordem DeMolay, o que foi feito. Empossando assim os primeiros Mestres Conselheiros Estaduais. Como na vida profana à época era assessor de políticos, fui o articulador da primeira lei municipal na Cidade do Rio de Janeiro que criou o “DIA DO JOVEM DeMOLAY”. Além disso conseguir da Prefeitura a doação de um imóvel abandonado do município, à época, para ali fazer o “PALÁCIO DEMOLAY”, no Centro da Cidade do Rio. Mais tarde o imóvel foi devolvido à Prefeitura, pois a Ordem não tinha condições financeiras de recuperar e fazer obras no imóvel, sendo o mesmo tomado por camelôs, o que desagradou a Prefeitura.
Além disso, uma das coisas que mais me marcou e que tenho boas memórias é o fato de ter sido o Líder Juvenil da Primeira Comitiva DeMolay brasileira em um Congresso Internacional da Ordem DeMolay, realizado em Tucson, no Arizona.
DMSC – O que o fato de ter sido Mestre Consel heiro Nacional mudou em sua vida e o que isso hoje representa para ti?
CARLOS MONJARDIM – Passei toda a minha adolescência, em todos os meus finais de semana, viajando e me entregando de corpo e alma a missão de expandir a Ordem. Não tinha meu lazer, e outras atividades de um jovem comum. Minha adolescência teve como MISSÃO A ORDEM DEMOLAY, mas nunca me arrependi. Sempre tive a consciência de que estava, em certo momento da História, contribuindo para um propósito muito maior, na vida de centenas de jovens, milhares, que viriam depois de mim.
DMSC – Quais as principais lições que você aprendeu como Mestre Conselheiro Nacional?
CARLOS MONJARDIM – Não vou me referir a cargos, eles são consequência do nosso trabalho em fases diversas da vida, é natural que em alguns cargos de liderança, como Mestre Conselheiro Nacional, se tem a oportunidade de lançar a luz de suas ideias a um público muito maior de irmãos, buscar com elas ser de algum modo inspiração e ajudar a construir a estrada por onde outros vão passar. Mas a principal lição, de todas, foram e são os afetos e amizades, as lembranças de uma fraternidade verdadeira. A mesma fraternidade que me fez resolver voltar às fileiras com 55 anos de idade, quando numa loja comercial ao pagar com meu cartão de crédito, um jovem vendedor olhou o meu nome no cartão e perguntou: “- Você é o
mesmo Carlos Monjardim que escreveu o Livro A Ordem DeMolay através dos tempos”?
Não preciso dizer que comecei a chorar e me abracei com ele na loja. Era um irmãozinho mais novo, DeMolay Ativo, que já tinha escutado falar algo do trabalho deste irmão mais velho.
DMSC – Além dessas lições, o que mais você leva para a vida profana que se deu em razão de ter sido Mestre Conselheiro Nacional?
CARLOS MONJARDIM – Liderança, atitudes, correção nos princípios e posturas profissionais. Vontade sempre de desbravar e fazer o melhor possível, reconhecendo sempre os colaboradores e equipe.
DMSC – O que você tem a dizer àqueles que almejam ocupar o cargo de Mestre Conselheiro Nacional?
CARLOS MONJARDIM – Isso é uma consequência do trabalho, dedicação e empenho nas atitudes, dedicação à Ordem, conhecimento. Nunca se deve parar de aprender. Ter senso de equipe e fraternidade verdadeira, sem vaidades. Ninguém alcança o sucesso sozinho.
DMSC – Pelo que acompanhamos numa live recente, vimos que tivesses parte no então Supremo Conselho, como foi essa ascensão?
CARLOS MONJARDIM – Após ter sido Mestre Conselheiro Nacional, fui convidado e aceito como o primeiro DeMolay a ser Membro Efetivo do Supremo Conselho da Ordem DeMolay, assumindo o cargo de Grande Secretário Geral Adjunto. Com o início da doença do Tio Wilton Cunha, passei a gerenciar as funções da Grande Secretaria Gereal de maneira mais ampla. Acompanhei Wilton Cunha em toda a sua vida de dedicação à Ordem DeMolay, depois na doença, até ser conduzido ao Grande Pai Celestial. Nessa oportunidade assumi como 2º GRANDE SECRETÁRIO GERAL DO SUPREMO CONSELHO, em sua história.
Posteriormente, fui convidado pelo Tio Jorge Andrade Lins, que por um breve período ocupou o cargo de Grande Mestre, a retornar ao cargo de Grande Secretário Geral. CARLOS MONJARDIM – Na vida Maçônica fui iniciado e posteriormente exaltado Mestre Maçom pelas mãos de Wilton Cunha, na Loja Obreiros da Luz 44. Por conta de minhas atividades profissionais, me transferi para a minha loja atual, Constância 40 nº 56 da GLEMERJ.
Fui agraciado como Maçom Honorário do Grande Oriente de Santa Catarina - GOSC, em Decreto Especial do Grão Mestrado daquela Potência, que me considerou um dos pilares para o desenvolvimento da Ordem DeMolay no Estado de Santa Catarina.
Da mesma forma, em 03/06/2005 a Grande Loja de Pernambuco expediu o Passaporte Maçônico e minha filiação à Loja Liberdade nº 7, sendo também considerado um Maçom Pernambucano.
DMSC – “A Ordem DeMolay através dos tempos”, nos conte o que o motivou a escrever sua obra
CARLOS MONJARDIM – Sentindo que os anos se passavam e havia a necessidade, numa época sem internet, onde as cartas demoravam 10 dias para chegarem, de deixar algo escrito para ajudar os meus sucessores, escrevi o PRIMEIRO LIVRO DA ORDEM DEMOLAY NO BRASIL: “A Ordem DeMolay através dos tempos”, editado pela Editora Maçônica A Trolha. Nele compilei a história da Ordem nos Estados Unidos e os primeiros anos no Brasil, assim como fiz diversas observações sobre as simbologias e esoterismo na Ordem DeMolay. Este livro será reeditado nos próximos meses.
DMSC – Neste mês a Ordem DeMolay comemo ra 40 anos da chegada no Brasil, olhando para trás, qual o sentimento acerca de tudo isso?
CARLOS MONJARDIM – Só tenho chorado e me emocionado em diversas lives que tenho participado. Muito dos nossos sonhos do passado já se realizaram. É o momento de ter novos sonhos e novas metas.
DMSC – O que mudou de 40 anos atrás e o que você espera para a Ordem DeMolay daqui 40 anos?
CARLOS MONJARDIM – Hoje a Ordem DeMolay virou uma Potência, em termos de estrutura e modernidade, graças ao trabalho voluntário de dedicado dos Tios Maçons e Seniores que integram o Supremo Conselho e os Grandes Conselhos Estaduais. Ainda estou aprendendo muito sobre a nova estrutura, depois de tantos anos. Em breve falamos mais a respeito...
DMSC – Irmão Carlos, agradecemos a honra e o privilégio de ter dedicado esse tempo para a Nação DeMolay Catarinense. Agora deixamos esse espaço para que possas usar livremente, seja para dar uma palavra de incentivo, agradecer àqueles que te ajudaram, apoiaram, enfim, fique à vontade para usar esse espaço
CARLOS MONJARDIM – A honra é minha em poder ser útil e contribuir no possível para incentivar aos mais jovens DeMolays Ativos. Me sinto na obrigação como Sênior DeMolay ativo e regular na Alumni a chamar todos os Seniores para que fortaleçam a Alumni, com nosso irmão Carlos Crespo, pois de alguma forma, sendo também Maçons ou não após a maioridade, SEREMOS SEMPRE DEMOLAYS!



