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2 - Travessia em Três Planos - Infraestrututra urbana

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É uma ideia de transposição, desígnio de uma cidade de São Paulo com um outro olhar diante de seus corpos d’água,que penetra intensamente em um de seus maiores patrimônios: a Universidade de São Paulo. Conectando o bairro de Alto de Pinheiros com a Raia Olímpica, o projeto proposto estrutura-se a partir de três grandes coberturas suspensas treliçadas metálicas. Sob essas gran des sombras são desenvolvidos programas que não limitam a função do espaço, abraçando usos imprevistos e tendo como premissa a apropriação da cidade em seu dinamismo mais puro. A pro posta aqui é conectar os modais de transporte: a rodovia, a ferrovia, e o porto se entrelaçam na paisagem e criam passeios que envolvem o pedestre.

As coberturas, os programas e corpos d’água constituem os planos, sintetizando essa arquitetura. Pretende-se um caminhar sob marquises, possibilitado por passarelas de 4 metros de altura e 12 metros de largura dispostas transversalmente ao Rio Pinheiros e a Raia Olímpica e que se encerram para anunciar a chegada em cada uma das grande coberturas.

É um projeto na escala do pedestre, que leva a demanda metropolitana do hoje, mas que acima de tudo almeja a cidade menos rodoviária e acelerada, o desejo do passeio de amanhã.

A Estação Raia Olímpica da Linha Esmeralda da CPTM, foi pensada para facilitar o acesso dos discentes da Universidade de São Paulo (USP) e comunidade geral diretamente ao campus, ativando assim o seu parque urbano, intelectual e cultural. Nessa, dispõe-se o programa em 3 blocos modulares (24 x 9 metros) e dissociados, em alvenaria estrutural, assentados sobre uma grande laje de concreto armado. Seriam eles: o bloco de atendimento ao público, o bloco técnico-operacional e o bloco que abrigaria as necessidades dos funcionários da estação. Ainda, optou-se por espaçar o programa de tal forma, a fim de criar vazios para contemplação da paisagem natural e construída, trabalhando com vedações translúcidas nesses espaços.

Fechando a transposição proposta, optou-se por implantar o Centro Esportivo de Remo, voltado ao esporte universitário praticado pelos discentes dos diversos institutos educacionais da USP. Desde 1973, ano da fundação da Raia Olímpica que abriga tal esporte, consolidando o campus como um oásis hídrico na cidade de São Paulo. Nesse eixo, os blocos foram construídos sobre a mesma linguagem arquitetônica da Estação e do Porto, embora aqui deixem de atuar como protagonistas no espaço, dando lugar a um “vazio” coberto por uma expressiva marquise, a qual abriga também a infraestrutura voltada à prática esportiva do remo. Ainda, escolheu-se cobrir tal vazio, de forma que esse constitui-se um “espaço sem nome”, permitindo assim diversas apropriações por parte dos usuários.

O Porto, mesmo que destinado apenas ao turismo, também completa o eixo de transporte proposto. Nesse, o projeto visa criar um novo vínculo da população com os rios da cidade, transformando-os em agentes ativos na preservação e manutenção dos corpos d’água. Quanto ao programa, no Porto segue-se também a linguagem arquitetónica da Estação: são 3 blocos dissociados que abrigam o vestiário público, o atendimento ao público e o setor operacional e a área dos funcionários, respectivamente. Implantado na Orla do Rio Pinheiros, acompanha o programa do Porto, salas comerciais que atraem a permanência e completam a experiência do usuário.

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