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Ricardo Mesquita 31 a

um lugar para estacionar esta monstruosidade? Acabo parando sobre duas vagas, caso contrário não poderia abrir totalmente aquela imensa porta para tirar minha perna engessada desde a virilha até a ponta do pé. Na volta encontro um bilhete do bedel, ameaçando esvaziar meus pneus se voltasse a parar irregularmente. Após uma discussão, fomos chamados à presença da professora Lili Mochon, que determina que seja demarcada uma vaga especial para mim. Como nem eu nem a administração do campus nunca havíamos reparado na necessidade de haver vagas especiais para cadeirantes? Outro obstáculo era o trajeto até o prédio, feito em placas de concreto entremeado de grama, difícil de andar de muletas, mas ao mesmo tempo agradecendo por não estar mais em uma cadeira de rodas, pois seria impossível de percorrê-lo. E o piso de granitina do prédio então, que em dias chuvosos se tornavam verdadeiras pistas de patinação, andar de muletas naquele local era uma aventura temerosa. Finalmente o pior de todos os obstáculos, subir as escadas de granitina com duas muletas sob um dos braços enquanto com a outra mão tentava segurar no guarda-corpo desprovido de corrimãos que possibilitassem uma boa empunhadura, difícil na subida e um tormento na descida! Como é que aprovaram uma construção daquelas sem elevadores? Será que eu era o primeiro usuário de muletas a cursar uma universidade? Enfim comecei a andar de bengala, passando pelos mesmos perigos, me lembrei de meus avós, que já haviam precisado deste tipo de apoio e eu nunca havia percebido o perigo que eles corriam diariamente. Só reparei em todas estas necessidades após precisar delas. Desde então minhas prioridades na elaboração de meus projetos eram facilitar o acesso a todas as pessoas com mobilidade reduzida, nunca mais especificaria pisos escorregadios, portas com menos de oitenta centímetros, calçadas deveriam ser antiderrapantes e contínuas, estacionamentos deveriam reservar vagas mais largas para cadeirantes, sanitários deveriam oferecer apoios para pessoas com restrição de movimentos, enfim, muito antes de haverem normas de acessibilidade já praticava o necessário por ter vivenciado os problemas acarretados pela falta destas adequações.

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Foto: Twitter de dra stranja@bencwings

Um Mosteiro e doces segredos

Imagine jardins maravilhosos junto á água, um mosteiro cheio de história e um segredo doce para encantar os sentidos. Está na freguesia de Belém, na cidade e concelho de Lisboa, Portugal, e vai descobrir tudo a que tem direito!

Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Imagine jardins maravilhosos junto á água, um mosteiro cheio de história e um segredo doce para encantar os sentidos. Está na freguesia de Belém, na cidade e concelho de Lisboa, Portugal, e vai descobrir tudo a que tem direito!

Uma das Sete Maravilhas de Portugal

A imponência do Mosteiro de Santa Maria de Belém, mais conhecido como Mosteiro dos Jerónimos, chama logo a atenção, atraindo os visitantes. Foi mandado construir no final do século XV pelo rei D. Manuel I. Ainda pode encontrar logo ao lado o Museu da Marinha e o Museu Nacional de Arqueologia.

As obras do Mosteiro dos Jerónimos começaram no ano de 1501, financiadas pelo comércio das riquezas provenientes da Índia. Terminaram quase um século depois e são um marco da Era dos Descobrimentos. A igreja do mosteiro tem dimensões consideráveis: um comprimento de 70 m, uma largura de 40 m e uma altura de 24 m. Abriga o túmulo do poeta Luís de Camões e do navegador Vasco da Gama, que descobriu o caminho marítimo para a Índia. Os primeiros ocupantes do mosteiro foram os monges da Ordem de São Jerónimo. Rezavam pela alma do rei e pelos navegadores portugueses que daí partiam à descoberta de novas paragens.

Fotos: Cidália Aguiar Aguiar.pela.arte https:// momentoscidaliaaguiar. wordpress.com/

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