Maio de 2009 Número 49
Cadernos de Viagem Fim de semana em Torres Vedras Passamos mil vezes por Torres Vedras e nunca sentimos a necessidade de parar. Fazemos mal. A
Câmara Municipal desafiou-nos a ir conhecer melhor o concelho e ficámos encantados com as belezas naturais, a
rica história, a deliciosa gastronomia e a simpatia dos seus habitantes.
Caixeiros
Nesta edição: Santa Cruz
2
Torres Vedras
3
As praias de Torres Vedras
6
De repente, em Caixeiros, já não muito longe de Santa Cruz, passámos por um moinho lindo, branco, com bordas azuis e com as sua majestosas velas brancas rodando ao sabor do vento com os seus vasos de barro a deliciaram os nossos ouvidos – e os do moleiro – com a sua música. Tivemos de parar. O Sr. Sérgio, o moleiro, recebeu-nos no seu moleiro, bem, “meu, não, este não é meu. O meu está para além”, esclareceu-nos. Sim, ainda existem moleiros, o Sr. Sérgio é moleiro de alma e coração. Recebeu o seu moinho ainda jovem
adulto. Como nas lendas que nos contam na infância, o pai, moleiro, tinha dois filhos e um fio de ouro e um moinho. Pergun-
tou o que cada um queria. O Sr. Sérgio disse logo que gostaria de ficar com o moinho. O irmão preferia o fio de ouro, pois a
vida de moleiro não lhe interessava. E é no seu moinho e neste moinho de várzea de 1836 que a Câmara Municipal de Torres Vedras adquiriu e restaurou já lá vão mais de 20 anos, que o Sr. Sérgio transforma os grãos de trigo e de milho (“Centeio, não, que estraga estas mós”, explica-nos) em farinha que ali mesmo é vendida assim como aos seus subprodutos, o farelo e o rolão. Após a pedagógica aula de moagem que o Sr. Sérgio nos deu, seguimos para Santa Cruz, que iria ser o ponto de partida para o nosso fim-desemana de descoberta da região de Torres Vedras.