Finalmente a Indonésia

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Setembro de 2002 Número 12

Cadenos de Viagem

Finalmente a Indonésia Após tantos anos de expectativa o que nos esperará na Indonésia? Essa foi a pergunta que me fui fazendo durante a longa viagem – verdadeiramente longa: saímos de Lisboa no avião das 16h20 e só chegámos a Jacarta às 17h35 locais, que cor-

respondem às 11h35. Quando fomos jantar estávamos há mais de 24 horas a pé! O voo correu bem como era de esperar; até Frankfurt fomos em económica, mas a viagem FrankfurtSingapura-Jacarta fizemos em business. Jantámos,

vimos um ou dois filmes e dormimos. Em Singapura, tivemos uma paragem técnica para limpeza do avião e mudança de tripulação de 45 minutos.

Jacarta—primeiras impressões O aeroporto de Jacarta é moderno, cheio de luz e com traços da arquitectura tradicional indonésia. A cidade em si é caótica e incaracterística como qualquer grande metrópole (10 milhões de habitantes!) que seja o pólo de atracção de populações à procura de melhor vida. Em Java, a ilha onde está Jacarta, habita mais de metade da população da Indonésia; mesmo apesar do programa de recolocação (voluntária, mas a mim parece que é antes voluntária à força) noutras ilhas, Java continua a ser um íman. Como em muitos outros países asiáticos, vive-se na rua, apesar de não se chegar ao extremo da Índia. Ao longo das ruas, pequenos restaurantes de rua, uns atrás dos outros. Sempre tapados por panos – viemos a saber mais tarde, que os indonésios não comem na rua, daí resguardarem warungs com panos para que ninguém veja os clientes a comer.

Ao ver os warungs, comentei com o Hans-Jürgen que comer uma vez numa dessa baiúcas seria de certeza a “morte por diarreia”. Como me enganava! Mesmo cansados fomos jantar fora. Lily, a nossa amiga / vizinha da residência Dessauer Haus em Frankfurt, veio ter connosco ao hotel. Que bom foi revê-la ao fim de quase duas décadas (uau, estamos mesmo velhos...)! Ela está muito mais magra (já sabíamos) e parece muito mais nova. Serão os ares indonésios? Veio com a mãe, holandesa, naturalizada indonésia por via do casamento, e com Carisa, a filha mais nova. Mais tarde, juntou-se-nos César, o filho, o amigo de fraldas da Joana. E onde fomos jantar? Quando ela nos perguntou que tipo de comida queríamos, respondi-lhe: “Algo típico”. E ali estávamos, acabadinhos de chegar a Jacarta, sentados nuns banquinhos dum... warung, comendo com as mãos (bem, na realidade, nós comemos de garfo e

colher) ayam goreng (frango frito), ayam satay (espetadas de frango), nasi (arroz branco ) e cap cay (legumes) com molho de amendoim e bebendo es kelapa kopyor (água de coco com pedaços de coco fresco). Atirei-me de cabeça e deliciei-me com tudo. Perdido por cem, perdido por mil... Fiquei convencida de que iria te um grande desarranjo intestinal, mas...


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