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O DIAGNÓSTICO DA ENCENADORA

Diálogo entre Galileu Fontes e Sônia Paiva

No primeiro encontro com Galileu, ele contou o desenvolvimento de seu figurino até o momento presente: como seu palhaço nasceu com uma cor marrom – de peças encontradas em um curso de palhaçaria com José Regino – e recebeu, depois, uma veste colorida doada por Nando, da Companhia Neia e Nando.

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No meu entender, a roupa é uma composição sonora.

No início do século XX, Wassily Kandinsky e Paul Klee desenvolveram suas teorias sobre a sinestesia entre o som e as cores na Bauhaus. Tive experiências incríveis, ao longo dos anos de pintura, quando pude ouvir as cores que pintava. Mas, foi assistindo a um TED Talk de Neil Harbisson – que só enxergava em preto e branco, e não se conformava com esta sua condição, buscou ajuda na internet, encontrou pessoas que o ajudaram a implantar um dispositivo na caixa craniana, adaptado a um sensor programado para ler as ondas eletromagnéticas e as traduzir em impulsos no cérebro. Harbisson então, aprendeu decodificar as cores de acordo a vibração, de cada cor. Assim, podia ouvir o som das cores e representá-las. Pude, então, compreender perfeitamente a relação da vibração da onda eletromagnética com a sua referente cromática. Isto me faz sempre pensar o quanto a cor pode conduzir a narrativa, ou não, e como ela pode agir em cada situação determinada.

No caso das duas primeiras vestes do palhágico Chochou, as cores somadas à distância, na posição da platéia infantil, não produziam sons, estavam neutras. O primeiro figurino tem como base uma blusa simples, com uma calça marrom, e como pontos focais principais: a gravata, o nariz e o enfeite de cabeça.

Vemos claramente que o segundo figurino lembra um pouco a neutralidade do primeiro, pois as cores do terno quadriculado, quando somada, pelo olhar à distância, permanecem neutras com tons de cinza ou marrom quando iluminadas pelas luzes coloridas.

Pensando no público alvo de Galileu – animação de festas infantis para pequenos – o marrom ou o cinza é inadequado para seu palhágico, que quer animar festas infantis. Temos que lembrar que a visão das crianças, naturalmente está na altura do meio do corpo do palhaço. Pensando nisto, vejo a necessidade de se criar pontes para

Desta forma a minha proposta era dar mais cores+

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