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Edmund Kemper

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Richard Ramirez

Richard Ramirez

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Nome: Edmund Emil Kemper III Pseudônimo: Big Ed Data de nascimento: 18/12/1948 Local de nascimento: Burbank, Califórnia, EUA

Infância

Edmund Emil Kemper III nasceu em 18 de dezembro de 1948, em Burbank, na Califórnia. Dono de um intelecto invejável, o garoto sofria bullying na escola por conta de seu tamanho: ainda adolescente, ele chegou a medir 2,06 metros de altura. O garoto também era notavelmente anti ssocial, o que o levou a se tornar cada vez mais solitário. Tal como outros serial killers, Kemper dissecava animais para “saber como eram por dentro”, mas seu comportamento só passou a ser questi onado após o divórcio de seus pais, Edmund e Clernell Kemper.

Ainda novo, o garoto era negligenciado pela mãe e impedido de conviver com as irmãs. Houve vezes em que a mãe fez Ed dormir no chão do sótão com o pretexto de que ele “apresentava ameaça para as meninas da casa”. Foi por isso que, quando seus pais se separaram, ele resolveu morar com o pai. Ed descobriu que o pai havia se casado de novo e vivia com a esposa e o fi lho dela. Por isso, resolveu ir morar com os avós paternos, mas também não se contentou: para ele, o avô era senil e a avó ti rava sua virilidade. Após uma acalorada discussão com a avó, o jovem Kemper, de apenas 15 anos, encontrou a espingarda de seu avô e ati rou duas vezes contra a senhora. Mesmo ela já estando morta, o rapaz esfaqueou seu corpo. Pouco depois, quando chegou em casa, o avô também foi assassinado pelo neto. Kemper, então, ligou para sua mãe e comunicou a polícia sobre seus atos. Kemper foi parar em um centro de detenção para jovens com problemas psiquiátricos, onde permaneceu anos sob a

supervisão de especialistas e autoridades. Lá, sua astúcia foi um tanto úti l: além de se tornar um dos pacientes preferidos de todos, Kemper virou assistente de seu psicólogo. A amizade lhe rendeu acesso antecipado ao exame que deveria realizar para provar que estava “curado” e voltar, assim, a viver em sociedade. Decorou as respostas do teste e gabaritou a prova, o que em 1969, aos 21 anos, lhe concedeu o passaporte para a liberdade e ainda garanti u que sua fi cha fosse arquivada.

PERSONALIDADE

Quando saiu do centro psiquiátrico, Kemper voltou a morar com a mãe, com quem ainda manti nha uma relação conturbada. Isso foi no início dos anos 1970 e, para o rapaz, ter uma vida social se tornou ainda mais complicado. Kemper passou a frequentar bares e tentar se infi ltrar na vida noturna, mas o comportamento dos jovens o incomodava. Como fora criado por fi guras femininas severas, que o obrigavam a seguir uma vida regrada, entrar em contato com drogas, bebidas e liberti nagem o incomodava. Foi por isso que Kemper tentou entrar para a polícia da Califórnia. Contudo, mais uma vez, seu tamanho se mostrou um empecilho. Chateou-se bastante e passou a colecionar armas de fogo e facas.

Mesmo tendo conseguido um bom emprego e adquirido a sua independência fi nanceira, sua mãe conti nuava desprezando-o e humilhando-o. Aos 20 anos, comprou um carro extremamente parecido com uma viatura de polícia e diverti a-se dando caronas a jovens mulheres. Foi quando começou o massacre de colegiais.

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Para finalmente satisfazer as suas fantasias sexuais, Kemper armou todo o cenário para as futuras práticas delituosas. Retirou a antena do seu carro, impediu a abertura da porta do passageiro e armazenou sacos plásticos, cobertores e armas dentro do automóvel. Quando concedia carona a estudantes, logo percebiam que o motorista fugia da rota desejada e, ao alertá-lo da desvirtuação da rota, Edmund sacava a sua arma e exigia que nada mais fosse dito. Após chegar a um local afastado, normalmente matava a sua vítima sufocando-a com um saco plástico, mediante inúmeras facadas ou com disparos de arma de fogo para, depois, “transar” com o cadáver. Posteriormente, levava os cadáveres para casa, onde examinava-os e aprendia um pouco mais sobre a anatomia humana. Após a “autópsia”, enterrava os restos mortais.

Possuía muito orgulho e prazer ao conversar, nos dias posteriores ao crime, com os policiais da cidade que lhe narravam a crueldade dos novos casos de homicídio e estupro, mal eles desconfiavam que o autor era aquele para quem contavam as ocorrências.

Por mais que Edmund sentisse um prazer imenso ao matar e estuprar colegiais, nada se comparava ao deleite que sentia ao fantasiar uma relação sexual com a sua mãe. Era uma depravação edípica ao extremo. A sua compulsão erótica foi ficando cada vez mais forte até tornar-se incontrolável. Determinado dia entrou, de madrugada, no quarto da mãe e, com golpes contundentes de um martelo, assassinou a genitora. Logo após, decapitou-a e, mesmo sem cabeça, transou com o defunto da própria mãe. Não satisfeito, pegou uma faca e cortou todas as cordas vocais do cadáver, pois, mesmo sem vida, continuava a ouvir a voz da sua mãe aporrinhando-o. Por fim, separou o crânio de sua genitora e passou a dizer tudo o que pensava a seu respeito. Horas após o crime, decidiu convidar a melhor amiga da sua mãe para um jantar em sua casa. Ela, por mais que tenha estranhado, aceitou o convite. Foi uma péssima ideia. Ao chegar à residência de Edmund, este lhe assassinou mediante estrangulamento.

Kemper estava em uma noite “inspirada”. No dia seguinte aos dois homicídios, em um domingo de páscoa, Kemper acordou e viajou sem

rumo temendo ser preso pela polícia. Entretanto, no decorrer da viagem, passou a gostar da ideia de fi car famoso por suas atrocidades, mas, ao ler os jornais locais, percebeu que não era ti do como suspeito pela autoria de tais delitos. Decidiu, então, ligar para a polícia e confessá-los.

Foi difí cil os policiais acreditarem em “Big Ed”, como era chamado na polícia, pois todos lhe conheciam meramente como uma pessoa que sonhava em ser um policial. Mas, para a surpresa de todos, Ed Kemper não apenas confessou seus crimes, como também levou os policiais a todos os lugares que uti lizou para se livrar dos corpos das víti mas.

JULGAMENTO

35 Com a confi ssão e a apresentação dos restos mortais das víti mas às autoridades policiais, restou à Defesa pouco a alegar em juízo. Com esta perspecti va em mente, o advogado James Jackson, designado pela corte para atuar no caso, arrolou diversas testemunhas buscando provar a insanidade de Kemper. Contudo, durante as três semanas em que o julgamento foi realizado, nenhuma testemunha conseguiu convencer o júri da insanidade. A Acusação foi exitosa e conseguiu rechaçar cada um dos todos os depoimentos fornecidos pelas testemunhas de Defesa. Após cinco horas de deliberação, os jurados chegaram ao veredicto, considerando Ed Kemper culpado de assassinato em primeiro grau nos 8 crimes imputados. Em sentença, foi condenado à prisão perpétua com possibilidade de condicional.

Condenado, Kemper passou um breve período no California Medical Facility, uma instalação prisional localizada na cidade de Vacaville, no Estado da Califórnia (EUA). Após, foi encarcerado defi niti vamente na Prisão de Segurança Máxima de Folsom, onde permanece até os dias de hoje. Kemper concedeu diversas entrevistas desde que foi preso, sendo considerado por agentes do FBI como uma das mentes criminosas mais inteligentes já vistas. Seus diversos diálogos com o Bureau trouxeram contribuições para a compreensão da mente dos assassinos em série. Com um QI de 145, é também reconhecido pelos outros detentos como um serial killer genial. Na opinião de muitos, Ed Kemper jamais seria preso se não ti vesse tomado, no passado, a decisão de confessar seus crimes para as autoridades policiais.

Atualmente é considerado um preso-modelo, sem qualquer envolvimento com brigas ou discussões com outros detentos. Dentre as ati vidades que desempenha no presídio estão o agendamento de consulta com psiquiatras aos detentos, a tradução de livros para o braile e a confecção de copos de cerâmica.

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