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Revista JM - o Risco Cardíaco Relacionado ao Consumo de Alimentos Ultraprocessados
from Revista JM - 36
o Risco Cardíaco Relacionado ao Consumo de Alimentos
Ultraprocessados
Segundo uma reportagem da Gazeta Brasil, publicada nesta semana, um estudo conduzido pela Escola de Saúde Pública de Harvard T.H. Chan revelou que o consumo de bebidas açucaradas, adoçadas artificialmente e carnes processadas pode aumentar significativamente o risco de doenças cardíacas. O estudo foi divulgado na renomada revista The Lancet e acompanhou mais de 200 mil profissionais de saúde ao longo de três décadas, analisando a relação entre a ingestão de alimentos ultraprocessados (UPFs, na sigla em inglês) e a ocorrência de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Os alimentos ultraprocessados, que hoje representam 57% da dieta dos adultos nos Estados Unidos, incluem produtos com altas quantidades de calorias, açúcares adicionados, sódio e gorduras prejudiciais à saúde. O estudo dividiu esses alimentos em 10 grupos principais, que incluem:
Pães e cereais (subdivididos em cereais matinais, pão integral e pão refinado)
Molhos, pastas e condimentos
Doces e sobremesas embalados
Snacks salgados embalados
Bebidas açucaradas Carnes vermelhas, aves
e peixes processados
Refeições prontas para consumo
Sobremesas à base de laticínios
Bebidas alcoólicas fortes
Bebidas adoçadas artificialmente Entre os alimentos mais consumidos pelos participantes do estudo estão os pães e cereais, doces e sobremesas embaladas e refeições prontas para consumo. O consumo excessivo desses produtos foi fortemente associado ao aumento do risco de doenças cardíacas.
No entanto, o estudo também trouxe uma análise interessante: nem todos os UPFs são prejudiciais à saúde. Snacks salgados, cereais frios e sobremesas à base de laticínios mostraram-se menos associados a doenças cardíacas, e, surpreendentemente, o consumo de pães e cereais frios ultraprocessados foi relacionado a uma redução no risco de AVC.
Especialistas em nutrição já alertam há anos sobre os perigos de bebidas açucaradas e carnes processadas. O consumo elevado de açúcares pode causar inflamação crônica no coração e nos vasos sanguíneos, além de aumentar o risco de diabetes. Já as carnes processadas, que passam por métodos de conservação como salga, defumação ou adição de con-
servantes químicos, contribuem para o aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol, devido ao alto teor de sódio e gorduras saturadas.
Embora o estudo tenha apresentado algumas limitações, como a falta de detalhes sobre o preparo dos alimentos e a baixa representatividade de participantes não brancos, seus resultados reforçam a necessidade de desencorajar o consumo excessivo de refrigerantes e carnes processadas. Além disso, os pesquisadores sugerem que a qualidade nutricional dos alimentos ultraprocessados seja considerada com mais cuidado.
Os autores do estudo afirmam que reduzir o conteúdo de sódio, gorduras saturadas, açúcares adicionados e aditivos cosméticos desnecessários em produtos como pães integrais, cereais frios e alguns snacks salgados pode aumentar o valor nutricional desses alimentos e, consequentemente, promover uma dieta mais saudável para a população dos Estados Unidos.
A Gazeta Brasil ressalta a importância de mais pesquisas nessa área, com o objetivo de ajudar a população a fazer escolhas alimentares mais conscientes e reduzir o impacto negativo dos alimentos ultraprocessados na saúde pública.
