Revista JMx Currículo de uma Emoção

Currículo de uma Emoção

Quando a Esperança envia sua candidatura à vida

Por Wagner Lourenço

Na mesa de um recrutador imaginário repousa um currículo que não traz número de CPF, nem foto 3x4.

Em vez disso, carrega histórias que já moraram em muitos corações.

É o currículo da Esperança — aquela emoção que, mesmo em tempos de descrença, ainda ousa se candidatar à vida.

Ela se apresenta com humildade — e um brilho discreto nos olhos:

“Sou presença constante em momentos de transição.

Especialista em resiliência, com foco em reconstrução pós-adversidade.

Tenho dois estágios em situações difíceis e um talento nato para o otimismo.”

Seu histórico profissional impressiona: Trabalhou na empresa: Dia da Entrevista Ltda., onde ensinava candidatos a acreditar que o “sim” ainda poderia chegar.

E na Recrutamento de Talentos S.A., onde exerceu o cargo de Diretora de Escutatória — função rara, que exige ouvir com o coração e preparar sentimentos para cenários complexos.

Entre suas contribuições, destaca-se a capacidade de orientar planos, mesmo quando tudo parece desabar.

De restaurar forças, costurar pedaços quebrados, imaginar o que ainda não existe.

Esperança é aquela que sussurra quando todos gritam, que persiste quando tudo desiste.

Na seção de habilidades, ela brilha:

* Descobre novos caminhos.

* Clareia horizontes.

* Inspira o invisível.

* Escuta o silêncio do futuro.

Suas realizações são marcantes:

* Trouxe otimismo em situações quase impossíveis.

* Acendeu luz em caminhos nebulosos.

* Fez do fim um recomeço.

Formada em Ciência das Emoções, com pósgraduação em Resiliência, Esperança é aquela emoção que não se aprende nos livros — ela se vive.

E se recomenda:

“A Esperança me deu forças para continuar quando ninguém acreditava em mim.

Foi minha luz no fim do túnel.”

– Um pequeno empreendedor.

Ao final do currículo, não há pretensão.

Apenas a certeza de que, se contratada, a Esperança não promete milagres.

Mas garante companhia.

E, às vezes, isso basta para transformar o impossível em possível.

“A Esperança não muda os fatos – mas muda o olhar, e é assim que tudo começa outra vez”.

Sobre o autor:

Wagner Lourenço é advogado, escritor e colaborador da Revista JM. Atua em Brasília e é autor de crônicas que exploram o cotidiano, as emoções humanas e o sentido poético das experiências comuns.