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04. PROJETO

4.2 Conceito e Partido

Tendo em vista toda a temática abordada presente neste trabalho sobre saúde mental e todo o histórico negativo dos ambientes psiquiátricos fica clara a necessidade de se pensar uma nova arquitetura para esses tratamentos. Como ponto fundamental, o acolhimento vai servir de base ao conceito para a proposta.

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A maior parte dessa população esquecida nos manicômios sofreu com a falta de acolhimento, assim como hoje, muitos jovens são carentes em ter alguém para ouvir todas as suas angústias, medos e ansiedades. Pensando nisso que o programa de necessidades traz uma vasta atmosfera de profissionais para escutá-los e ambientes que se sintam seguros, acolhidos e saudáveis.

Sempre que buscamos por momentos de paz e descanso da vida cotidiana, tendemos a optar por locais que oferecem conexão com a natureza, no qual nos afastam do barulho e falta de tempo provocado pelos centros urbanos. Muitos estudos já comprovam como a natureza tem potencial de nos trazer bem-estar, melhorando produção de melatonina e vitamina D (luz solar), regulação da serotonina (respirar ar puro) e desenvolvendo a criatividade e liberdade das crianças por exemplo.

Portanto o ponto fundamental para o centro de acolhimento da mente é trazer muita conexão com vegetações, atividades que desconectem a cabeça dos barulhos internos e ambientes que abracem essa faixa etária que ainda está se desenvolvendo e se conhecendo para torná-los adultos mais conscientes de si.

Pensando nesse conceito focado na natureza, o partido arquitetônico nasce da necessidade de conectar com o natural e seu entorno. Como forma de solucionar a sua declividade, o projeto terá a preocupação de manter e aproveitar ao máximo da sua topografia, com cortes e aterros em alguns pontos e não em todo o terreno.

Como forma de manter ventilação e iluminação natural, foram pensados em ambientes mais espaçados com corredores mais largos, (justamente também para que não passe uma imagem de hospital) nos quais, os ventos e o sol adentrem de forma adequada. As fachadas cujo sofrem com maior incidência solar, serão protegidas por vegetação e brises soleil.

Para relacionar o interno com a paisagem externa dos jardins, os fechamentos serão intercalados em vidro e vedações fechadas apenas onde é necessário privacidade como salas de consulta psiquiátrica.

Buscando por uma arquitetura sustentável, serão implantados espelhos d’água (estratégia de condicionamento térmico), vegetações de todos os portes e placas fotovoltaicas para economia de energia.

O acesso se da pela Rua Prof. Hélio Lourenço, tendo uma entrada para pedestres que leva diretamente a recepção geral (mostrado em azul) e outra privada para funcionários e descargas de materiais levando ao apoio (em vermelho).

O fluxo se mantém linear (em laranja) de forma que fique acessível a todos, seguindo a circulação com pátios e vegetações por todo o programa. Há rampas somente onde há necessacidade obedecendo a NBR 9050 com 8,33% de inclinação.

4.4 O Programa

No pavimento térreo o primeiro ambiente é a recepção geral que encaminha todos os pacientes aos demais. O ambulatório foi posicionado de forma que fique distante de barulhos e possíveis aglomerações.

Logo em seguida da recepção geral tem o bloco de atendimentos individualizados com vários profissionais da saúde disponíveis. A frente tem as terapias alternativas como sala de dança e arteterapia, por exemplo. E por último os quartos de internação que precisam de privacidade.

No pavimento infeior encontra-se a sala da descanso para aqueles que não tem necessidade de internação mas pode passar o dia no centro, o restaurante e o bloco de apoio contando com ambientes de descanso para os funcionários e o depósito geral (aonde tem acesso ao estacionamento privativo).

4.5 A Estrutura, Cobertura e Materialidade 4.6 A Topografia e Insolação

Como forma de resolver a estrutura do projeto, foi utilizado uma grelha estrutural de 1,25mx1,25m assim como o Lelé utiliza nas redes de hospitais Sarah para economia de custos e materiais, ideia referenciada do projeto Moradias Infantis. Na qual foi o ponta pé para resolver todo o programa e topografia. Os pilares são circulares metálicos com diâmetro de 20cm e vigas metálicas com alturas entra 26cm a 67cm.

A cobertura foi resolvida com laje de concreto e telhas sanduíches e sob elas posicionadas as placas fotovoltaicas com a inclinação necessária para receber mais raios solares.

A materialidade escolhida foi a estrutura metálica de aço por ser pré-fabricada tem menor perca de material, em contraste das vedações em tijolo de junta seca cujo me remete a lembrança da casa dos meus avós, trazendo um sentimento de segurança e amparo. Os vidros serigrafados (coloridos) foram escollhidos para trazer maior alegria e divertimento (jogo de luzes quando em contato com raios solares) em razão de ser pensado para crianças e adolescentes e quebrar a semelhança com hospitais.

Como forma de deixar mais acessível e resolver a topografia que é um declive de 10 níveis, foi feito um platô no nível da rua denominado de 0,00 onde carrega a planta do térreo, porém com corte apenas aonde é o programa. O nível infeior foi rebaixado a -3,05 assim onde fosse necessário aterrar poderia reutilizar a própria terra ja cortada, entretanto o máximo possível foi feito para permancer com o terreno pré existente. Por ser um declive e seu entorno livre de construções ou obstáculos, a inserção de árvores como ipês, quaresmeiras, flamboyants, mangueiras foram utilizadas como forma de barreira natural do sol, mas permitindo a passagem da ventilação natural.

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