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Empresários opinam sobre fiscalização da Prefeitura contra o emaranhado de fios nos postes da cidade

Eles afirmam que os cabos são arrebentados por caminhões de cargas e galhos de árvores

Está valendo desde o início dessa semana, a campanha de fiscalização, através da Secretaria Municipal de Regulação Urbana, de identificação de fios e cabeamentos soltos ou que de alguma forma estejam colocando em risco os usuários das vias públicas da cidade. A Secretaria avisa que as empresas responsáveis serão notificadas a sanar as irregularidades e, caso não atendam à notificação, sofrerão as sanções, com multas. Além de fios soltos, o excesso desses nos postes da cidade, causa uma grande poluição e, segundo a Prefeitura, o uso dos equipamentos precisa ser disciplinado.

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O Jornal S’PASSO conversou com empresários do setor de telecomunicações que atuam em Itaúna – que pediram para não ter seus nomes divulgados –sobre o assunto. A princípio todos eles disseram que apoiam a medida adotada pela Prefeitura, embora um deles, de uma provedora de internet, afirme que fiscalizar fios e cabos em postes não é função da administração municipal, mas da Cemig.

E é a ela que eles pagam pelo uso do equipamento na rua. “É a mesma coisa de a Prefeitura querer cobrar o uso do espaço aéreo das companhias de aviação. Ou do solo numa mina subterrânea”, comparou.

Os empresários explicam que os pontos de fixação de cabos são autorizados pela Cemig e que as empresas provedoras não usam à revelia, reafirmando que estão todos legalizados, dentro dos padrões exigidos. E quanto à poluição visual, destacam que ela poderá ser evitada quando a cidade tiver uma infraestrutura de cabeamento subterrâneo. A reportagem perguntou qual é a vida útil de um cabo de internet, por exemplo. Por que eles se rompem com frequência e estão caídos nas vias públicas, em muitos lugares. Eles informaram que a durabilidade de um fio de fibra ótica é cerca de 25 anos e maioria dos que atuam no setor, ressalta que não existe grande quantidade de fios soltos na cidade, diferente de muitos municípios até próximos de Itaúna. Os que existem são rompidos pelos caminhões de entrega, assim como os da Coopert, Cooperativa de Reciclagem, e os que transportam tubos de PVC, cuja carga ultrapassa a altura permitida e não são fiscalizados. Na maioria das vezes, os caminhões arrebentam os fios e os motoristas nem se dão ao trabalho de informar sobre o ocorrido, deixando o estrago para trás.

“As redes de cabos são muito organizadas”

Os cabos têm cordoalha de aço e não rompem com facilidade, mas sim quando são atingidos por uma peça de um caminhão ou de uma árvore que cai. “Outro dia uma fábrica de Garcias, que fez uma peça transportada num caminhão, saiu arrebentando os fios de energia, de telefonia, de fibra ótica, de Garcias até Santanense. Não teve um fiscal da Prefeitura para multar a carreta e autuar ela. Ninguém fez nada a não ser emendar os fios e ficar com o prejuízo. Acho bacana a fiscalização da Prefeitura, mas tem que fiscalizar tudo, caminhões, altura de carga, principalmente a Coopert e os transportadores de tubos. É só olhar nas câmeras quando arrebentam os cabos, ver o motivo e o autor. A visão da Secretaria de Regulação Urbana é meio absurda. Eles querem um serviço em que a cidade não tenha cabos. Mas eu posso dizer que as redes de fios e cabos em nossa cidade são muito organizadas, de todos os provedores e não há nada bagunçado na cidade. Temos que ter tecnologia e evolução; com o tempo vai evoluir mais pois não existe até o momento nenhuma empresa que trabalha com cabeamento subterrâneo por aqui. É outra estrutura, outra vida”, opinou um empresário que é dono de um provedor de internet.

“Não existe reclamação de caminhões da Coopert”

A presidente da Coopert, Maria Madalena Rodrigues Duarte, questionada pela reportagem, afirmou que não tem conhecimento de que os caminhões da empresa são responsáveis pelo rompimento de fios de internet, como afirmou um empresário do setor. “O que eu sei é que esses fios e cabos se arrebentam por cargas de caminhões que chegam na cidade para a realização de entregas e, também, os fios que estão entrelaçados nos galhos das árvores. Da Coopert, nunca tivemos nenhuma reclamação”, afirmou.