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INDÚSTRIA VIDREIRA- Em Portugal e no Mundo
from A CIDADE NA REVISTA
by jornalsoares
A indústria vidreira é considerada uma indústria tradicional. Sabe-se que foi estabelecida no ano de 1528, na Quinta do Côvo, em Oliveira de Azeméis, na atual freguesia de S. Roque, uma das primeiras e mais duradouras fábricas de vidro do nosso país - a Fábrica de Vidro do Côvo. No conjunto de fábricas vidreiras que existiram no concelho de Oliveira de Azeméis, podem constatar a existência de uma em 1897, data da fundação da Fábrica de Bustelo, de nome A Vidreira. Em 1902, dá-se a fundação de mais uma fábrica de vidro, a Fábrica A Boémia. Já em 1926, um acontecimento bastante relevante na história da indústria vidreira, a constituição do Centro Vidreiro do Norte de Portugal, Ltdª proprietária das fabricas A Vidreira e a Boémia. Desde essa época e até à década de 90 do século XX, esta fábrica e todas as outras que foram crescendo em Oliveira de Azeméis, foram o núcleo de importantes atividades produtoras, levando a todos os po ntos do nosso país vidros de grande perfeição e utilidade. Mais tarde, em abril de 2007, surge o BERÇO VIDREIRO, no coração deste parque secular. Atualmente as peças de vidro são produzidas artesanalmente na oficina do ‘Berço’ pelo Mestre Vidreiro, Alfredo Morgado. O Berço Vidreiro funciona na «Casa das Heras», no parque La Salette. Ao visitarmos o local, sendo as escolas um alvo preferencial das visitas, ficamos a conhecer como se produzia o vidro há séculos e quais as técnicas usadas, bem como a importância da atividade no concelho desde que foi criada em Oliveira de Azeméis a primeira fábrica de vidro do país. No Berço Vidreiro podemos adquirir presépios, pisa papéis, flores, jarras, fruteiras, castiçais, adereços e pratos decorativos, entre outros bastante originais. A indústria vidreira é de tal forma importante que a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis pretende candidatar a tradição vidreira a património da UNESCO.
Consultado em: https://www.facebook.com/pg/ovidro.oaz/posts/ O vidro é uma das descobertas mais surpreendentes do Homem e a sua história este repleta de mistérios e lendas. Embora não se disponha de dados precisos acerca da sua origem, foram descobertos objetos de vidro nas tumbas egípcias, por isso, imagina-se que o vidro já era conhecido há pelo menos 4.000 anos, antes da era cristã. Fenícia foi mencionada por um dos maiores historiadores da Antiguidade, como o berço do vidro e revela que, navegadores fenícios, ao deixarem acesas fogueiras construídas em "pedras" de carbonato de cálcio sobre a areia de uma praia, observaram que, após sofrer a ação do calor, durante toda a noite, formava-se no local um líquido transparente: o vidro. Uma outra versão é de que teria havido fusão natural de areia em virtude de um incêndio provocado por um raio, que resultou em vidro.
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Mas, também há hipóteses de que não tenha surgido naturalmente, mas sim, pela queima de peças cerâmicas, ou com a fusão das primeiras peças metálicas pouco antes da Idade do Bronze (5.000 - 4.000 a.C.). A vidraria só teve o seu desenvolvimento a partir da era cristã, quando, por volta do ano 30 a.C., foi inventada a vara de sopro. Por volta do ano 100 da era cristã, os romanos começaram a produzir e a usar o vidro para várias coisas. Esta vara de sopro ainda é a mesma utilizada nos dias atuais na produção artesanal do vidro, principalmente para fazer peças decorativas e com formas complexas. Já existiam lupas e lentes desde o século XI, mas só foram aperfeiçoadas depois do século XVII, favorecendo o surgimento de instrumentos ópticos e dando início à modernidade na atividade vidreira.
Figura nº. 1 - Colheita do vidro e o sopro
Vidro e Meio Ambiente
O vidro é 100% reciclável. Isso significa que o vidro pode ser reciclado infinitamente sem perder qualidade. É muito fácil dar uma nova vida a um objeto de vidro. Basta colocá-la no vidrão ou num ecoponto. O vidro é um material que não se pode determinar o tempo de permanência no meio ambiente sem se degrader e também não é nocivo diretamente ao meio ambiente, por isso é um dos materiais mais recicláveis que existem no consumo humano. Apresenta excelente desempenho no processo de reciclagem, sem perda de volume. Com um quilo de cacos de vidro, podese fazer um quilo de vidro novo.
https://blog.eureciclo.com.br/vidro-ou-plastico-reciclado-x-reciclavel/; https://www.ambientemagazine.com/as-embalagens-de-vidro-sao-as-favoritas-dos-portugueses
Características do material
O vidro é um material inorgânico, cujo elemento básico é a sílica, que se apresenta sob a forma de areia; de pedra cinzenta; encontra-se no leito dos rios e das pedreiras.
O vidro é um óxido metálico transparente, de elevada dureza, essencialmente inerte e biologicamente inativo, que pode ser fabricado com superfícies muito lisas e impermeáveis. Estas propriedades desejáveis conduzem a um grande número de aplicações. No entanto, o vidro geralmente é frágil, quebra-se com facilidade. O vidro comum obtém-se por fusão em torno de 1.250°C de dióxido de silício, carbonato de sódio e carbonato de cálcio.



Garrafas de Vidro, Centro Vidreiro do Norte de Portugal, Oliveira de Azeméis Vidro e Resistência: O vidro leva cerca de 4 mil anos para se decompor na Natureza. Vidro e Velocidade: Quando um vidro parte, os pequenos vidros espalhamse a uma velocidade superior a 4.900km/h. Tipos diferentes de vidro: O vidro de uma janela, de uma garrafa e de um bulbo de lâmpada não têm diferenças acentuadas na sua composição. As diferenças ocorrem é no processo de produção. Cristal: O cristal como é conhecido aquele tipo de vidro mais transparente e de aparência nobre, na verdade não é um cristal. Cristais são substâncias cujas moléculas se dispõem de maneira ordenada umas com as outras, como, por exemplo, pedras e metais. A denominação, no entanto, foi empregada para diferenciar um tipo de vidro, inventado na Inglaterra, no século XVII. Os fornos das vidrarias da época eram alimentados com madeira e para economizar esse material, procurou-se produzir um vidro que fundisse a uma temperatura mais baixa, o que foi conseguido com a adição de chumbo. Ao mesmo tempo, obteve-se um vidro mais cristalino, maleável e de fácil lapidação, que passou a ser conhecido como "cristal ao chumbo". Hoje é diferente. Os chamados cristais já não são vidros com a adição de chumbo. As novas tecnologias de polimento permitem a fabricação de um vidro limpo, claro e cristalino, sem adição de metal pesado, com a mesma beleza do cristal.