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O asfaltamento entre Miguel Pereira e Paty PÁG
A demanda por locais de interesse turístico mais afastados e a necessidade de comunicação rápida com outros logradouros do Tinguá, como Vera Cruz, Fragoso, Ferreiros e Vassouras, levaram os primeiros prefeitos (especialmente Frederico Wängler, José Antônio da Silva e Manoel Guilherme Barbosa) a providenciarem sensíveis melhorias nas estradas vicinais do nosso território, dessa maneira oferecendo aos pequenos agricultores e pecuaristas da periferia miguelense plenas condições de transportarem seus produtos para comercialização direta e mais eficiente em nossas áreas urbanas.
Por conseguinte, todos os tipos de veículos passaram a circular em número apreciável pelas localidades da serra, desde Sertão (hoje Conrado) até Avelar. É certo que, entre Portela e Miguel Pereira, já não havia problemas com a pavimentação, mas da saída da Praça da Ponte até o centro de Paty do Alferes o sacrifício imposto por uma simples viagem – fosse de automóvel, fosse de ônibus – era memorável: poeira intragável e buracos traiçoeiros em épocas secas e lama viscosa e imunda durante as chuvas causavam atrasos irritantes em um trecho tão curto, quebras e defeitos nos veículos e até mesmo pequenos acidentes com as “fuzarcas do Nacip”, além, é claro, de uma enxurrada de críticas e impropérios por parte de seus usuários e dos moradores de suas margens contra motoristas imprudentes, prefeito negligentes, vereadores insensíveis e representantes do governo estadual que esporadicamente por aqui se aventuravam tão-somente para pedir votos.
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Com a entrada dos anos sessenta, mostrava-se mais do que urgente a necessidade de pavimentação da estrada até Paty do Alferes: era uma obra inadiável e fundamental, não sendo mais admissível que duas cidades progressistas e geradoras de impostos e riquezas permanecessem por vezes isoladas entre si em função do descaso e da indiferença das autoridades constituídas. Pressões populares e movimentos políticos de grande envergadura levaram à formação de uma Comissão Pró-Construção e Asfaltamento do trecho da então RJ-17 até Paty do Alferes, em cuja presidência seria empossado o Dr. Mário Duprat. Engenheiro químico, dono de um belo sítio em Javary e conhecido em vários círculos sociais e políticos importantes do Rio de Janeiro – cidade onde administrava sua empresa de
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Trajetória Política e Social de Miguel Pereira
O asfaltamento entre Miguel Pereira e Paty

Obras de alargamento da estrada no limite entre Miguel Pereira e Paty do Alferes para distanciamento do Córrego do Sacco, curva hoje chamada Ronco D’Água.
produtos veterinários, – Duprat de pronto revelou-se um intransigente defensor das causas serranas junto às autoridades estaduais, consciente que estava da legitimidade daquela obra. Sua iniciativa arregimentou a colaboração de alguns amigos de alto prestígio na região, como Geraldino Fraga e o próprio Nacip Tamer, e jogando habilmente com sua influência no Rio de Janeiro conseguiu enfim convencer as autoridades a completar a pavimentação asfáltica entre Miguel Pereira e Paty do Alferes. É inegável, também, que a Prefeitura de Miguel Pereira desempenhou papel primordial nesse processo. Corria no município a primeira gestão de Manoel “Nelzinho” Guilherme Barbosa, que dispunha de alguns trunfos para convencer o estado: seu Procurador Jurídico na ocasião era o Dr. Domingos Vieira Muniz, cujo sobrenome não deixava dúvida quanto a seu prestígio na região; a combativa e respeitada professora Aristolina Queiroz de Almeida respondia pela Secretaria de Educação; a Secretaria de Obras e Viação estava em mãos do Coronel Hylson Luís da Silveira; o Pároco Frei José Kropf coordenava os serviços municipais de Assistência Social; José Paulo de Azevedo Sodré, neto do professor Miguel Pereira, respondia pela área agropecuária do município e – como se fora a carta escondida na manga – o Departamento de Turismo estava sob a responsabilidade de Abraham Medina, proprietário das lojas Rei da Voz, no Rio de Janeiro, homem de esmagador peso social nos altos círculos cariocas do poder. Nomes como esses jamais seriam ignorados pelo então Governador Geremias de Mattos Fontes. Em curto prazo, inaugurava-se a pavimentação asfáltica entre Miguel Pereira e Paty, o que permitiu às demais áreas periféricas das duas cidades um considerável crescimento demográfico e um novo e lucrativo aumento turístico e comercial, além, naturalmente, do fomento aos trabalhos de construção civil tanto no centro dos municípios quanto em bairros e loteamentos que surgiam por diversas áreas de Paty, Miguel Pereira e Portela. Paradoxalmente, o crescimento das cidades serranas acabaria por provocar a extinção da ferrovia. Pode-se entender este fenômeno quando se analisa o fato de que as rodovias asfaltadas passaram a oferecer rapidez nas viagens e barateamento dos custos de transporte pela serra, diminuindo assim as despesas finais e os encargos sociais por vezes muito altos para estrada de ferro. Afinal, enquanto a Maria Fumaça e, posteriormente, as pesadas e lentas máquinas a diesel viam-se na contingência de consumir quase quatro horas de penosa viagem entre Japeri e Miguel Pereira, automóveis e ônibus cobriam o mesmo percurso em duas ou, no máximo, duas horas e meia.
A mesma observação aplicava-se ao transporte por caminhões: estes veículos traziam todo e qualquer tipo de mercadoria em tempo mais curto e por vezes a custos mais baixos – sem o inconveniente de se proceder a um translado sacrificado em Japeri, passando-se dos trens do ramal elétrico de Marechal Hermes para as composições puxadas pela Maria Fumaça. Por conseguinte, as vantagens econômicas e a rapidez dos serviços prestados por via rodoviária deram causa ao irreversível declínio dos trabalhos históricos até ali prestados pelos morosos, porém eficientíssimos comboios de carga.
Tendo em vista o acúmulo de prejuízos no início dos anos sessenta, já entre 1969 e 1970 desativava-se o Ramal de Vassouras, inaugurado com pompa pelo presidente Hermes de Fonseca em 1914, fato que causou profunda comoção social em Portela: antigos ferroviários eram aposentados compulsoriamente, outros eram demitidos sem maiores delongas, muitos viram-se transferidos para cidades distantes e desconhecidas e uma onda de desânimo, tristeza e decepção amortalhou as belas instalações ferroviárias de Portela, Morro Azul, Sacra Família e Vassouras. A paralisação das atividades da Estrada de Ferro no Tinguá mostrava-se inexorável. Com o tempo, o fluxo rodoviário desenvolvido pela RJ-17 (posteriormente designada pelo DNER como RJ-125) levou a direção da Linha Auxiliar a uma situação de quase insolvência: os trens de passageiros logo desapareceram, permanecendo pela serra apenas um reduzido movimento de trens de carga, estes também suprimidos na década de setenta.
O choque provocado pela eliminação dos trabalhos ferroviários no município foi esmagador, vindo Portela a ser a localidade mais prejudicada por tal decisão. Entretanto, em época não muito longínqua toda a região enfrentara situações muito mais adversas sem esmorecer ou desistir: era chegada, novamente, a hora de lutar, de buscar soluções e progredir a qualquer preço. Restava assim, para Miguel Pereira e seus logradouros, somente uma opção: enfrentar e contornar os problemas, e mais uma vez, vencer social e economicamente!
Paty do Alferes

As novas centralidades turísticas em todo território do município, de Monte Alegre a Avelar, passando pelo centro e Arcozelo
Mais uma novidade para a população de Paty. Depois de colocar as contas em dia, fornecedores e prestadores de serviço em dia, pagamentos de servidores em dia e muitas vezes antecipado, investir nas reformas e ampliação das unidades de saúde e escolas do município e de promover o maior projeto de asfaltamento da história de
Paty ─ o Ação Asfalto, que já pavimentou mais de 70 ruas da cidade ─ o prefeito Juninho Bernardes não só apresentou, esta semana, o maior projeto de desenvolvimento urbanístico e turístico de Paty do Alferes, mas afirmou, à população, que vem mais por aí.
ARCOZELO CENTRO AVELAR




Conexão Urbana Arcozelo
O trecho a ser trabalhado está localizado junto à rodoviária da cidade, tendo também, ao seu redor, outros equipamentos que geram impacto significativo no trânsito como o supermercado, posto de gasolina, Detran e Ceasa, todos com acesso no mesmo entroncamento. Além disso, esse trevo recebe contribuições de 5 vias de acesso, que geram um alto fluxo de veículos ao mesmo tempo. Para a ordenação e organização destes fluxos, serão instalados dois trevos e um canteiro central que proporcionem maior fluidez, segurança e respeito no trânsito. A Rodoviária de Paty do Alferes, importante equipamento urbano vai compor esta área, também será objeto dessa análise e intervenções que revitalizem e requalifiquem a edificação existente. O ordenamento e embelezamento de suas fachadas, vitrines e letreiros são alguns dos principais critérios para sua revitalização.

Revitalização da Praça George Jacob Abdue

A revitalização da Praça George Jacob Abdue, principal do Centro da cidade, envolve diferentes ações. Na ponta, perto do Fórum, com a previsão da inauguração do Casario, onde existem as exuberantes palmeiras imperiais e onde acontecem diversos eventos, a proposta é a preservação e valorização das palmeiras e árvores existentes, a repaginação do piso e a inclusão de alguns mobiliários urbanos que ampliarão sua capacidade de convívio social, interação entre os espaços e criação de identidade.
No trecho da Estação Ferroviária de Paty do Alferes, a proposta sugere a criação de um Museu para contar a história do município. Ao lado da Estação Ferroviária, existe, atualmente, um Centro Comercial. A proposta é a revitalização também desta edificação, de modo a torná-la mais leve, funcional, e amigável com o contexto de praça, trazendo vitalidade e respiro, e permitindo maior visibilidade e valorizar a centenária Estação Ferroviária.
No espaço onde está localizado o coreto, o plano recomenda dar para essa praça um contexto mais lúdico e com motivos mais ecológicos, valorizando seus canteiros e árvores, e sugerindo uma nova proposta para o mobiliário urbano, que ofereça maior conforto, segurança e identidade.
Revitalização rua Sebastião de Lacerda com a transferência da rede aérea de energia elétrica para instalações subterrâneas
A rua Sebastião Lacerda é um importante corredor comercial do município, com um intenso fluxo de pessoas e um comércio forte. Para as fachadas, o plano sugere a substituição dos letreiros acima das marquises por uma tela de tamanho padrão, onde o lojista poderá colocar seu letreiro conforme características e gabarito limítrofe a ser descrito no plano diretor. Para melhor efeito de limpeza da paisagem urbana, será necessária também a transferência da rede de fiação aérea de energia elétrica para instalações subterrâneas, tanto na praça quanto em seus arredores.

Pontilhão
A ciclovia, paralela à RJ 125, é muito utilizada por pedestres e ciclistas. No cruzamento entre a ciclovia e a via de veículos, o projeto visa a criar uma ponte para transposição dessa ciclovia sobre a via de veículos e que seja inclusive uma ponte para pedestres, dando mais segurança e conforto aos usuários, evitando, assim, acidentes e conturbações no trânsito. O Pontilhão será um importante equipamento urbano para transposição dessa ciclovia, podendo ser também um elemento escultural que vai marcar novamente uma transição da cidade. A proposta visa preservar o centenário pontilhão de pedras existente e agregá-lo ao novo pontilhão, constituindo a junção entre passado e presente, identificados num mesmo espaço. Será, portanto, não apenas um equipamento viário, mas também mais um ponto turístico a ser visitado.


Parque Avelar
O Parque Avelar será um importante atrativo desse programa de desenvolvimento turístico do município. Atualmente, a área já conta com alguns equipamentos importantes, tais como a antiga Estação Ferroviária de Avelar, a sede Distrital de Avelar, quadras esportivas, quiosques e playground. Para integrar estes espaços, será criada uma grande praça linear, oferecendo um complexo de lazer multiuso para toda a população e turistas. Além disso, novos equipamentos e mobiliário serão incorporados, de modo a potencializar ainda mais o caráter integrativo e interativo do Parque. Esse equipamento entrará na lista de atrativos da Rota Avelar, integrando-se ao circuito turístico da cidade e compondo o roteiro de atrações que o município poderá ofertar.

PREFEITO JUNINHO BERNARDES
"Estou muito feliz pelo momento que estamos vivendo em nossa cidade. Conseguimos, em nossa primeira gestão, ir arrumando a casa; investimos muito em educação, saúde, agricultura e infraestrutura. Começamos, este ano, as obras do Casario, que vai ser um complexo gastronômico e turístico de Paty; iniciamos a obra do nosso sonhado Hospital Municipal Manoel Congo; mas agora queremos fazer nossa cidade avançar mais, preparar Paty para o desenvolvimento econômico, promovendo obras de urbanismo que vão deixar nossa cidade mais bonita, moderna e fomentar o nosso turismo. As primeiras cinco vão ser a revitalização da nossa Praça George Jacob Abdue; revitalização da rua Sebastião de Lacerda; revitalização do núcleo urbano de Arcozelo; revitalização do Pontilhão e a criação do Parque Avelar, e vem muito mais por aí. Estamos trabalhando para melhorar a vida de todos os patienses e promover o desenvolvimento de nossa cidade", concluiu o prefeito.